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Ah, vocês sabem <3


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    Mensagem por Admin Seg Jul 11, 2016 10:41 pm

    - Você lembra o nome daquele pub meio decadente que a gente costumava ir quando não queria encontrar ninguém conhecido? - Lexie perguntou, apoiada na porta do escritório.

    Wren levantou os olhos das contas que analisava, a sobrancelha franzida.

    - O do centro de Londres?

    Lexie balançou a cabeça.

    - Era um nome cafona... Algo como coração de leão?

    - Certo... - ela balançou a cabeça, segurando o riso - você lembra a última vez que a gente foi lá?

    Wren jogou o corpo contra o encosto da cadeira, meio impaciente. Odiava quando Lexie começava com as charadas e precisava terminar de organizar as contas antes de abrir o bar.

    - Sei lá, Lex... foi uns meses depois do acidente do Remus. Por que isso agora?

    Lexie fez uma careta e, após um rápido cálculo mental, ergueu as sobrancelhas.

    - Porra, gata, faz quase um ano que você não transa com ninguém?

    Wren encarou a amiga, cética:

    - Você não precisava me lembrar disso, Lex, mas muito obrigada - os lábios vermelhos se curvaram em um sorriso amarelo, ao que a morena gargalhou - acho que se eu lembrasse daquele cara, era capaz de transar com ele de novo só pra ver se esse meu fogo apaga.

    Lexie riu mais um pouquinho e, se aproximando, encostou uma das pernas na mesa, encarando a loira quase que de lado.

    - E se eu dissesse que sei quem é ele?

    A loira arregalou os olhos azuis para a amiga.

    - Como assim?

    - sabendo, ué. - ela deu de ombros - eu lembrei dele. Alto, bonitão, e tem um cabelo de dar inveja... - ela estalou a lígua contra os dentes.

    Wren encaroj a amiga com as sobrancelhas erguidas e um olhar que lhe pedia mais explicações.

    - E trabalha com você no bar.

    - ... sirius?!

    Lexie apenas sacudiu a cabeça, achando graça de como Wren parecia em choque.

    ***

    Remus tinha recebido alta há dois meses, e estava com um caso grave de depressão, o que era perfeitamente normal, se você perguntasse a Wren. Ainda assim, ela estava muito preocupada com o irmão, de modo que as visitas frequentes logo se tornaram uma mudança para a casa dos pais.

    Wren não se lembrava da última vez em que se sentira tão miserável. Ela se sentia incapaz de ajudar Remus e sua estadia na casa dos pais só servia para lhe fazer mal (ela não queria levar para o lado pessoal, mas era difícil quando você ouvia o seu pai dizer que o filho errado tinha se acidentado). Os dias eram passados quase todos enfiada no quarto do irmão, em oposição às constantes festas e bares que faziam parte de sua rotina.

    Aquela noite tinha sido uma exceção - Lexie a convecera a espairecer só por alguns horas, e o plano era beber umas cervejas e voltar direto para a casa dos pais.

    - ok, eu quero um presente de aniversário adiantado.

    Wren levantou os olhos da sua caneca, e sorriu fraquinho.

    - É semana que vem, ne? O que você quer, Lex?

    - eu quero que você se divirta, gata. Não é culpa sua o seu irmão ficar preso em uma cadeira de rodas!

    - Lex... - Wren choramingou

    - Ok, eu coloco isso em termos de Wren Lupin: eu te desafio a dar bola para a primeira pessoa bonitinha que der em cima de você.

    Wren revirou os olhos e riu, virando sua caneca logo em seguida.

    - Isso vai exigir um pouquinho mais de álcool que o habitual- e, se levantando, ela foi até o balcão, onde um cara simpático, mas magro demais começou a puxar assunto.

    Ah, vai, embaixo daquelas olheiras ele era bem bonito. Por que não dar uma chance?

    ***

    Wren saiu do escritório quase correndo, parando de vez em frente ao balcão, onde Sirius arrumava algumas coisas de forma despreocupada.

    Flashes daquela noite lhe voltaram à mente: as piadas, as doses de tequila, Lexie se despedindo pouco depois de Wren trazê-lo pars a mesa, o hálito quente de Sirius contra a sua pele, a mão forte passeando pelo seu corpo...

    Um arrepio percorreu sua espinha.

    Todo esse tempo, e ele não tinha falado nada.

    - Tudo bem aí, chefe? - ele perguntou, e ela demorou alguns instantes até conseguir reagir

    - você ficava bem de cabelo curto - ela sussurrou, por fim.

    - Quê? - Sirius não havia entendido o que Wren mururara, mas, antes que a loira pudesse explicar a referência à noite que os dois partilharam, Harry (que desenhava quietinho em uma das mesas) anunciou sua presença:

    - Tia Wren, você gosta de filme de terror?

    Wren girou nos calcanhares, pela primeira vez percebendo que o garotinho estava no salão, e, após um momento de hesitação (em que sua mente ainda tentava se livrar da vívida memória de Sirius abrindo o seu sutiã com uma das mãos), sorriu pqra ele.

    - tá brincando? Eu adoro filmes de terror!

    Harry abriu um sorriso enorme e procurou Sirius através dela:

    - Ela pode ir também, tio Sirius?

    Wren buscou os olhos acinzentados com curiosidade.

    - ele conseguiu me convencer a levá-lo ao cinema - ele deu de ombros

    Balançando a cabeça, ela olhou Harry novamemte:

    - e você tem coragem suficiente.

    - Eu sou muito corajoso, tia wren! - Harry respondeu com ares de quem sabia das coisas, arrancando uma risada de Wren.

    - Então tá... É um encontro! - e somente quando seus olhos cruzaram novamentr com as íris cinzentas é que ela percebeu a sua pobre escolha de palavras.

    ***

    - você vai ao cinema com o cara com quem você dormiu e o filho dele? - Lexie observava a amiga experimentar roupas pouco antes do horário de sair de casa.

    - Não, Lex, eu vou ao cinema com o Sirius e com o Harry. Não tem nada a ver com quem eu dormi ou deixei de dormir... - Wren se olhava distraidamente no espelho, conferindo o caimento da calça - por que você não vem com a gente?

    - nah...Parece um programa de família pra mim, não quero interromper.

    Wren revirou os olhos e encarou a amiga, enquanto vestia a sua jaqueta.

    - Você é insuportável, sabia?

    - É por isso que você me ama - lexie deu de ombros e soltou uma risada meio convencida.
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    Mensagem por Admin Seg Jul 11, 2016 10:43 pm

    - você fala como se ele fosse uma pessoa de verdade - Remus franziu o cenho para a figurinha desfalcada.

    ***

    Sentada na cama de Remus, Elisa passava generosas quantidades de hidratante na perna, massageando-se e deixando todo o quarto com cheiro de rosas.

    Aquele era o tipo de gesto corriqueiro que costumava abrir um sorriso meio travesso em Remus e que o faria engatinhar pela cama fazendo piadinhas até que a puxaria para si e a beijaria, o som das risadas ainda ecoando pelas paredes do cômodo.

    Hoje, no entanto, ele apenas usava o seu computador, quase que de costas para ela (e aquela semi indiferença não fazia parte dos parte dos planos da loira).

    - Rem... - ela o chamou, dengosa - o que tanto você olha aí?

    - é só... - ele se virou para ficar de frente para ela, reticente.

    Não tinha sido de propósito que ele a privara do prognóstico que ele recebera dos médicos, tantas semanas atrás que já parecia uma eternidade. A verdade é que Remus não sabia se ainda acreditava na possibilidade, principalmente desde a sua queda.

    Mas se ele estava com Elisa, era para valer, certo?

    - os planos da fisioterapia. os médicos acham que eu tenho chances de voltar a andar, Lis.

    Com expectativa, ele a observou erguer os olhos e esboçar um sorriso, a mão lambuzada suspensa no ar.

    - isso é... Ótimo, Rem - não havia um pingo de entusiamo em sua voz, e ela logo resumiu a tarefa a que se dedicava, deixando-o meio perplexo. - só não crie muitas expectativas, ok? Os médicos fazem de tudo para arrancar dinheiro dos pacientes.

    O peso que ele sentiu sobre seu peito com aquela resposta tornou impossível não lembrar da dancinha empolgada de Tin e da promessa de dançar com ele quando melhorasse.

    Seus olhos vagaram pela escrivaninha até se deterem no colar de pedra da lua. "Para te dar boa sorte", Valentine dissera, e, pela primeira vez em muito tempo, ele pendurou novamente o adereço no pescoço, tomando o cuidado de escondê-lo sob a camiseta.

    Elisa acompanhou toda a cena com uma sobrancelha erguida. Ela sabia que aquele amuleto esquisito - tão diferente do estilo habitual de Remus - tinha nome, sobrenome entrabalhava com ele todos os dias.

    ***

    - Então, Tina, que pedra esquisita é essa que você usa sempre? - Elisa perguntou no dia seguinte, esticando os dedos para tocar o pingente de Tin, um exemplar muito parecido com a pedra furta-cor que Remus tentava inutilmente esconder que usava.
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    Mensagem por Admin Seg Jul 11, 2016 10:43 pm

    Valentine franziu a testa com a pergunta de Elisa e ficou extremamente incomodada quando a loira invadiu seu espaço (primeiro porque Elisa nunca se importou em demonstrar interesse nela antes e segundo porque quando as duas ficavam perto uma da outra a diferença entre elas se tornava gritante)

    - Se chama pedra da Lua – ela respondeu, fingindo não ligar para o "Tina". Elisa precisaria de muito mais para conseguir irritá-la – Acredita-se que ela tenha propriedades de cura e proteção - os dedos de Tin seguravam agora a pedrinha – Ela também ajuda a repor as energias.

    Elisa girou os olhos com aquela explicação tão...hippie.

    - Além do mais ela é super bonitinha, não acha?

    - É, é, linda. - Elisa deu de ombros - Agora...é curioso o Remus ter uma igual, não acha, Tina?

    Tin ficou meio sem graça agora. Elisa não estava insinuando o que ela achava que estava, não é?

    - Ah, bem... foi só um presente de aniversário...Eu sempre dou presentes feito a mão pros amigos...

    Tin sabia que precisava escapar daquele interrogatório. E sua melhor tática era continuar a tagarelar:

    - Você gostaria de um também, Elisa? Talvez uma pedra da fertilidade...

    E aquilo foi o suficiente para Elisa querer deixar o assunto de lado. Principalmente porque Tin mencionou a palavra‘fertilidade’

    - Não, obrigada, Tina. - e ela girou nos calcanhares - Não acredito nessas coisas.

    Quando ela se afastou o suficiente, Valentine voltou a segurar a pedra da lua e falou para si mesma:

    - Pois deveria.

    **

    - Wren, Lexie, cheguei! – Valentine gritou ao entrar na casa dos Lupin. Depois de se livrar do casaco e dos sapatos ela foi correndo em direção à cozinha e ficou surpresa ao ver Remus ali (como Wren proibira a cunhada de pôr os pés ali ele fora obrigado a passar mais tempo no hotel com a namorada do que em casa) – Ahm...’noite, Remus. – mesmo após semanas ela continuava sem saber como agir perto dele (na maior parte do tempo ela conseguia ser bastante cordial, mas nas poucas vezes em que eles ficavam a sós ela tinha vontade é de sair correndo).

    Tin estava, para falar a verdade, com saudades de Remus. Elisa tomava todo o tempo dele ultimamente e apesar de vê-lo todos os dias ela tinha vontade de saber como ele estava, como andava a fisioterapia, se ele estava feliz...

    - Hm... - ela fez menção de perguntar exatamente aquilo, mas desistiu.

    Foi então que ela percebeu que ele estava preparando chá - não só qualquer chá, mas o chá com o qual ela o presenteara - e o rosto dela se iluminou:

    - O meu chá! - ela o encarou - Ainda tá com gosto de pé? Você colocou o mel?
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    Mensagem por Admin Seg Jul 11, 2016 10:44 pm

    Remus nunca foi muito de acreditar em superstições. Nem religiões. Sempre que questionado, ele costumava dizer que acreditava na função social das crendices, mas que aquilo era mais do que ele conseguia processar, então não valia a pena acreditar em um e desacreditar em outro. Melhor, então, era que cada um fizesse o que achasse melhor.

    "No creo en las brujas", ele brincava, gastando o espanhol que aprendera no internato, "pero que las hay, las hay".

    A quantidade de vezes que Elisa vira o namorado dar aquela resposta fazia com que a loira desconfiasse ainda mais do colar que ele agora usava. E a explicação de Valentine só piorara o quadro: definitivamente, não era por proteção que a pedra da lua estava pendurada no pescoço de Remus há dias.

    E Elisa não gostava nem um pouco da outra alternativa.

    ***

    - Hey, Tin! - Remus sorriu para a morena assim que ela entrou na cozinha e continuou a despejar a água na chaleira em sua xícara ( não sem antes notar as bochechas coradas dela).

    - Eu acho que não consigo me acostumar ao gosto de chulé do começo, mas realmente fica gostoso no fim. Você quer um pouco? Tem água suficiente para nós dois.

    A luz amarelada e fria da tarde inundava a cozinha e o calor da xícara mantinha as mãos dele quentinhas. Aquela sensação de conforto e familiaridade fizeram com que seu humor melhorasse incrivelmente.

    - Então... - Ele finalmente perguntou, depois de observá-la durante um tempo - como vão os planos de conquistar o mundo da gastronomia?
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    Mensagem por Mary McDonald Ter Jul 12, 2016 1:04 pm

    Depois de insistirem para o rapazinho da bilheteria deixar Harry assistir ao filme o trio se dirigiu à sala de cinema, cada um segurando seu respectivo combo de pipoca e refrigerante. Harry, o mais empolgado dos três, logo se atirou na primeira poltrona que viu e Sirius e Wren sentaram ao lado dele.

    - Vamos fazer uma aposta, Harry? - Sirius falou entre um gole de refrigerante e outro.

    Os olhos verdes do garotinho brilharam marotamente por trás da lente dos óculos à menção da palavra ‘aposta’ (era incrível como Harry se parecia mais e mais com os pais a cada dia que se passava)

    - Quem fechar os olhos primeiro tem chulé - o mais velho falou, divertido, o que garantiu umas risadas do afilhado e Wren.


    - Tô dentro! - Harry voltou seu olhar determinado para a tela. Ele definitivamente não ia ficar com medo de uns zumbis. Certo?

    ***

    Lá pelo meio do filme o braço de Sirius roçou no de Wren e ele ficou encarando ela pelo canto do olho. Desde mais cedo ela vinha agindo estranhamente e ele tinha a sensação de que estava deixando de reparar em algo importante. Mas o quê?

    Wren virou o rosto para encará-lo e Sirius sentiu a boca ficar seca por alguma razão. Por que ele continuava atraído por ela? Ela era sua chefe e todas as vezes que eles tentavam alguma coisa eram interrompidos...talvez fosse um sinal de que deviam continuar como amigos, apenas?

    Sirius percebeu que Wren estava falando e se aproximou dela para escutá-la:

    - Quê?

    - Acho que o Harry perdeu a aposta... - o tom de voz dela era divertido (e ele tentou, ao máximo, não ligar para o arrepio em sua nuca ao ouvir o sussurro dela). Sirius olhou para o afilhado e sorriu ao ver ele encolhido na cadeira, espiando o filme através dos dedos.

    - Ora, ora, ora... - ele riu - Espero que isso não traumatize ele.

    Sirius estava inclinado na direção de Wren, os ombros dos dois colados. 

    - Acho que uma pizza vai distraí-lo depois?
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    Mensagem por Mary McDonald Ter Jul 12, 2016 1:13 pm

    Tin estava sentada em cima do balcão da cozinha, a xícara de chá nas mãos. Estava contente porque a bebida era gostosa e ela estava tendo a oportunidade de aproveitar a presença de Remus por uns minutinhos.

    - Ah, bem, eu... – ela balançava as pernas – Eu ando meio sem inspiração. – ela confessou – Sabe quando um autor tem um bloqueio mental e não consegue escrever por um tempo? Acho que tô passando pela mesma coisa, mas com os meus bolos...

    Ela se calou e o encarou:


    - E você? Como anda a fisioterapia? Quando é que eu vou te ver dançando em cima do balcão do pub? - a mera imagem mental daquilo foi o suficiente para fazer ela sorrir. Remus Lupin nunca dançaria em cima do balcão do pub...aquele era o papel de Wren.

    Tin torcia para que a pedra da lua somada a fisioterapia estivesse fazendo algum efeito para ajudar Remus a voltar a andar. Ela tinha certeza que ele conseguiria...mas primeiro ele tinha que acreditar em si mesmo (e talvez se livrar da presença negativa de Elisa, mas talvez essa última parte fosse apenas o seu ciúme falando)
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    Mensagem por Admin Ter Jul 12, 2016 1:40 pm

    Remus quase cuspiu o seu chá ao rir da imagem mental que Tin evocara. Correndo para apoiar a xícara no porta-copos de sua cadeira, ele a encarou, divertido:

    - Talvez eu possa arriscar alguns passinhos assim mesmo – ele riu e balançou os braços em uma coreografia desajeitada – acho que eu faria mais sucesso que a minha irmã, hein?

    A risada de Tin – aberta, visceral e honesta – e o modo como ela jogou os cabelos para trás e apertou os olhos, emoldurada pelos floquinhos de poeira que dançavam na luz da tarde, fizeram com que o sorriso de Remus fosse gradualmente substituído por um olhar de admiração. Demorou muito pouco para que sua mente o levasse de volta à noite em que ela ganhara o concurso e, provavelmente pela primeira vez, Remus percebeu que arrependia de não ter correspondido ao beijo dela.

    Buscando desesperadamente esconder aquele pensamento, ele recuperou o fio da conversa.

    - O que me ajuda nessas horas de bloqueio é arte – ele deu de ombros – não sei o que tem para fazer em Godric’s Hollow, mas se estivéssemos em Londres, eu te levaria ao meu museu favorito. Comida também ajuda. Tem esse restaurante indidano – ele começou a se empolgar -, em que a comida é tão condimentada que às vezes eu saio de lá com os sentidos abarrotados, sabe? Funciona como se fosse um filtro: depois dali, apenas o que realmente oferece uma experiência estética é absorvido. E a comida é maravilhosa – ele deu de ombros, rindo - E tem esse bar que eu fui com uns amigos quando ainda era adolescente, que reúne toda sorte de artistas e criativos... Acho que você ia gostar de lá. É impossível não sair com alguma ideia na cabeça.

    Somente quando respirou com um pouco mais de calma é que Remus percebeu que tinha apresentado a Tin o seu roteiro de encontro perfeito. Dando mais um gole de seu chá, ele tentou agastar aquela ideia.

    - Daqui a uns dois meses costuma ter um concurso culinário em Londres. Daquela escola famosa. Você devia se inscrever.


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    Mensagem por Admin Ter Jul 12, 2016 2:18 pm

    Sirius Black podia ser um anão. Poderia ser careca. Poderia ser um daqueles caras imbecis e com mau hálito. Merda, ele podia até ser um desses zumbis idiotas no filme!

    Mas não, Sirius Black era o cara cujo perfume amadeirado invadia as narinas de Wren e cujo simples roçar de braço fazia com que ela tivesse vontade de agarrá-lo ali mesmo. E a voz rouca com que ele sussurrava em seu ouvido não ajudava em nada o seu autocontrole.

    Por sorte, era Harry quem prendia a maior parte de sua atenção, impedindo-a de fantasiar com o moreno ao seu lado.

    - Talvez se a gente for agora – ela sussurrou em resposta à sugestão dele – pela minha experiência, o filme deve ficar bem pior.

    Sirius ergueu as sobrancelhas para Wren, e ela encolheu os ombros, se inclinando sobre ele para conseguir falar com o garotinho.

    - Hey, Harry! – Wren o chamou e ele se apressou a tirar as mãos dos olhos – Você se importa se a gente for embora agora? Eu fiquei com mais medo do que eu imaginava...

    O rosto de Harry se iluminou por um instante, logo antes da trilha sonora induzi-lo a pular da cadeira de susto. Os olhinhos verdes procuraram os azuis de Sirius, tentando não entregar o medo que ele sentia:

    - A gente não pode deixar a tia Wren ir embora sozinha, né?



    Casais e famílias de todos os tamanhos e tipos ocupavam as mesas da pizzaria, mas não demorou muito para que eles conseguissem uma cabine. Harry sentou ao lado de Sirius e, por mais que os adultos tentassem distraí-lo, ele estava anormalmente quieto.

    - Hey, senta aqui comigo – Wren chegou para o lado, abrindo espaço para ele, e o abraçou – Sabe o que ajuda a passar essa sensação ruim?

    Harry fez que não com a cabeça.
    - Chutar a canela do tio Sirius – e os dois riram da careta que Black fez.

    A garçonete trouxe o pedido deles, e Wren esperou até que ela saísse para voltar a falar com Harry.

    - Prometo pra você que é tudo mentira – ela afastava carinhosamente alguns fios do cabelo dele – Zumbi, vampiro, fantasmas... Tudo isso é só pra vender filmes.

    Sem perceber o olhar que Sirius e Harry trocaram, ela deu um beijinho no topo da cabeça deste e começou a se servir.


    Última edição por Admin em Ter Jul 12, 2016 2:43 pm, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Mary McDonald Ter Jul 12, 2016 2:27 pm

    As bochechas de Valentine ainda doíam por conta do acesso de riso causado pela dancinha de Remus quando ele começou a tagarelar sobre museus, restaurantes indianos e bares. Ela inclinou o tronco para frente, prestando atenção em cada palavra e no modo como ele gesticulava – Merlin, ele era adorável - e ficou feliz ao vê-lo falar do passado com tamanha empolgação (e mais ainda porque ele estava tentando ajudá-la).
     
    (Ela tentou ignorar a parte do museu favorito porque seria muita ingenuidade, até para ela, achar que aquilo significava alguma coisa)
     
    Ela percebeu que ele tinha parado de falar e a encarava, cheio de expectativa:
     
    - Ahn...? - ela respirou fundo para recuperar seu foco – Ah, bem... Eu não sei se tenho chances... - ela balbuciou. Um concurso de uma escola tão importante era algo grande demais para uma cozinheira amadora como ela. 
     
    Com um impulso Tin pulou do balcão para o chão e caminhou até Remus para pegar a xícara vazia dele. Ela o encarou e engoliu em seco, a mão hesitando no ar. Ali estava ele dando várias dicas a ela e, Merlin, se ele tinha dado aquela ideia de concurso é porque ele acreditava no potencial dela. Ela não podia se acovardar. 
     

    - Mas acho que não custa tentar, não é? - ela sorriu e pegou a xícara - Você acha que pode me dar mais umas dicas nesses dois meses? - ela estava praticamente implorando. Remus era, afinal, seu mentor (ou algo do tipo) e ela precisava dele.
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    Mensagem por Admin Ter Jul 12, 2016 2:41 pm

    - Mas é claro que sim! – Remus sorriu, sem perceber que os dedos deles se tocavam.



    Elisa Roberts não era o tipo de pessoa que se importava com a opinião alheia – de modo que ela não ligava nem um pouco para a “proibição” de Wren de que ela pisasse em sua casa. Primeiro, porque a casa não era apenas de Catherine, segundo, porque se Remus a havia aceitado de volta em sua vida, não era a irmãzinha problemática dele que atrapalharia os seus planos. Por isso, naquela tarde, em vez de ligar para Remus encontrá-la novamente no Hotel em que estava hospedada, Elisa decidiu ir até a casa dos Lupin.

    A porta não estava fechada, de modo que ela achou que seria uma boa ideia surpreender o namorado e simplesmente foi entrando. O que não foi nenhuma boa surpresa foi dar de cara com uma troca de olhares entre Remus e a esquisitinha da Valentine.

    - Tina! – Elisa chamou, com um sorriso falso, fazendo questão de chamar a assistente de Remus pelo apelido errado – que surpresa te encontrar por aqui! Quando o Rem falou que passaria em casa, eu não imaginei que fosse para uma reunião de trabalho...

    - Lis! – Remus retraiu a mão que roçava a de Tin – Eu achei que fosse te encontrar no hotel!

    - Fiquei com saudade – Elisa caminhou até ele e lhe deu um selinho – nossa, a Wren tem tantas regras sobre a casa, não achei que ela fosse deixar que vocês trabalhassem aqui.

    E só então Remus percebeu que havia escondido de Elisa o fato de que Tin estava hospedada com eles.
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    Mensagem por Mary McDonald Ter Jul 12, 2016 2:48 pm

    Era incrível como uma voltinha de carro podia acalmar uma criança: Harry, meio sonolento após tantos pedaços de pizza, pegou no sono no banco de trás do carro de Wren poucas quadras antes deles chegarem em casa e os dois adultos viajaram em silêncio pelo resto do caminho.

    Após Wren estacionar o carro na frente de casa, Sirius desceu do veículo e pegou o afilhado no colo sem dificuldade. Ele já ia se virar para se despedir de Wren quando percebeu que a loira já tinha destrancado a porta de casa e o aguardava (aquela sintonia entre eles era deliciosamente assustadora)

    Depois de depositar Harry na cama, Sirius tirou os óculos de seu rosto e ficou encarando o garotinho:

    - Espero que ele não tenha pesadelos – ele olhou para Wren que procurava por um cobertor – Eu não sei onde eu estava com a cabeça quando deixei ele me convencer a assistir esse filme. 

    Ele colocou os óculos na mesinha de cabeceira:

    - Eu sou um péssimo padrinho. - Sirius se sentia totalmente culpado. Devia saber, como o adulto responsável que era (ou tentava ser), que um filme de zumbi era demais para um garotinho de 7 anos - Acho que a Lily provavelmente estaria puxando a minha orelha nesse momento, se ela pudesse.


    O sorriso dele era triste:

    - E claro que ela estaria puxando a orelha do James também porque ele provavelmente teria feito a mesma coisa.

    Ele suspirou e passou a mão pelo cabelo:

    - Enfim. Espero que ele não tenha pesadelos....nem molhe a cama.
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    Mensagem por Mary McDonald Ter Jul 12, 2016 3:03 pm

    A mão de Valentine apertou com força a xícara em sua mão e por um minuto ela ponderou como seria legal se um buraco se abrisse no chão para engolir Elisa Roberts para todo o sempre (e desejou fortemente que Wren estivesse por ali para dar uma lição na cunhada)



    - Ah, oi, Elise – ela trocou um último olhar com Remus e percebeu o pânico nos olhos dele. Pelo jeito Roberts não sabia que ela estava hospedada ali – O que a Wren não sabe não a machuca, hm? - ela falou no tom empolgado de sempre.

    Foi em direção à pia e só depois de lavar as xícaras é que ela se virou para o casal novamente:

    - Ah, bem...eu tenho que ir - ela secou as mãos na calça - Remus, não esqueça do que você me prometeu... - ela deixou a frase no ar por alguns minutos só porque sabia que aquilo tiraria Elisa do sério.

    Só após obter a reação desejada - uma careta - ela voltou a falar:

    - Eu preciso desse aumento. - e dando uma piscadela a Remus ela saiu da cozinha.

    Depois de calçar os sapatos de volta ela tirou o celular do bolso e discou um número que gravara a algumas semanas. Quando a pessoa da outra linha atendeu ela respirou fundo pra tomar coragem:

    - Justin? Sou eu...a Valentine. Tin...do pub. - e ela prosseguiu a conversa e quando deu por si estava marcando um encontro com o universitário.


    Última edição por Mary McDonald em Ter Jul 12, 2016 3:06 pm, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Admin Ter Jul 12, 2016 3:05 pm

    - Você estava sendo um bom padrinho, Sirius – ela sorriu, enquanto tirava o tênis de Harry, a coberta já ao seu lado.

    A forma triste com que ele mencionou os amigos deu um nó no peito Wren. Sirius não era de se lamentar e Harry sempre estava tão feliz de passar o fim de semana com ele, que era fácil se esquecer que ambos tinham perdido pessoas tão importantes.

    - Ele vai ficar bem - a loira terminou de cobrir o garotinho e se levantou – mas você parece precisar de uma cerveja – ela sorriu, tentando animá-lo.


    Wren estava encostada no balcão e deu o primeiro gole de sua long neck.

    - Então... você ainda sente muito a falta dos Potter, eh?


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    Mensagem por Mary McDonald Ter Jul 12, 2016 3:21 pm

    Sirius deu um gole em sua cerveja enquanto ponderava sobre a afirmação/pergunta de Wren.

    - Sim – ele encolheu os ombros – Sinto muita falta deles. A Lily era minha melhor amiga e o James....o James era como um irmão pra mim.  Eles eram minha família.

    Ele colocou a garrafa de cerveja no balcão e começou a despedaçar o rótulo, as mãos inquietas.


    - Mas pelo menos ainda tenho o Harry. E o pessoal do pub - ele voltou a beber sua cerveja e encarou Wren, um sorrisinho no rosto - Menos a Roberts, claro. Ela lembra muito uma prima minha... - ele estremeceu ao se lembrar de Narcisa.

    Ele se aproximou de Wren e esbarrou o ombro no dela, de leve:

    - Acho que nunca cheguei a te agradecer, não?  Você tem me ajudado bastante e o Harry gosta muito de você.

    ("E eu também", ele queria acrescentar, mas não teve coragem)

    - Enfim...obrigado, Wren.
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    Mensagem por Admin Ter Jul 12, 2016 3:26 pm

    Elisa odiava acordar cedo e odiava ir a feiras. Ainda assim, ali estava ela, empurrando a cadeira de Remus através do Mercado de Peixes. Argh, por que aquele lugar fedia tanto?

    Mas ok, ele precisava daquilo. Remus precisava acreditar que ela era uma pessoa melhor. E essa pessoa melhor com certeza não se negaria a acompanhá-lo ao mercado de peixes (o que não a deixava nem um pouco satisfeita de estar estragando o seu melhor sapato andando por ali).

    - Esse cheiro de peixe não impregna na gente, né? – ela perguntou, por fim, fazendo um biquinho.

    Remus sorriu.

    - Nada que um bom banho não resolva, Lis – ele respondeu, sem tirar os olhos da lagosta que escolhia.

    - Ora, seu Remus! – o gorducho dono da barraca o reconheceu e se aproximou para cumprimentá-lo, limpando a mão no avental e estendendo-a para Remus, que, para o horror de Elisa, a apertou de volta

    - Senhor Moore – Remus o cumprimentou – o que temos de bom hoje?

    –Já viu o nosso salmão? Chegou hoje cedo, está fresquinho e o senhor precisava ver o... – Ao perceber que era a loira quem o acompanhava, Moore se perdeu na fala, e a analisou de cima a baixo, virando as pontinhas do seu bigode – O que aconteceu com a mocinha simpática que sempre o acompanha?

    - Valentine? - mesmo sem ver o rosto na namorada, Remus percebeu que ela se retesara – ela continua no pub, eu só... vim acompanhado da minha namorada hoje – ele tentou pensar rápido, mas aquilo foi o melhor que conseguiu – sr. Moore, esta é Elisa Roberts; Lis, o sr. Moore é dono da melhor barraca em toda a feira.

    O senhor gorducho se apressou a estender a mão para Elisa, ao que essa o ignorou e cruzou os braços em frente ao seu corpo (nem morta que pegaria naquela mão suja!).

    - Eu te espero no carro, Remus. – ela falou, por fim, e saiu pisando duro. Maldita Tina que se enfiava entre eles até quando não estava presente.
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    Mensagem por Admin Ter Jul 12, 2016 4:31 pm

    Wren observava cada gesto de Sirius, sem saber muito bem o que dizer

    - Eu sinto muito, Sirius – ela disse, por fim –Eu não conseguiria fazer metade do que você faz se algo acontecesse com a Lexie.

    - A Elisa é insuportável! – Wren rebateu de imediato quando ele mencionou a cunhada, dando um risinho e tomando mais um gole da sua cerveja – Mas acho que você tem razão... Mesmo se o pub não der certo, eu já tenho bastante sorte de ter conhecido Você, a Tin e o Harry.

    Wren desviou o olhar por um instante, pensando em como Godric’s Hollow a surpreendera positiviamente. Ela nunca imaginou que fosse dar conta do Irish ou que fosse conhecer pessoas tão bacanas naquela cidadezinha.

    - Não tem porque agradecer, Sirius... Você também me ajudou um monte quando o Remus estava no hospital... É o mínimo que eu posso fazer por você – ela encolheu os ombros, tentando evitar olhar diretamente para os olhos cinzentos – e tem o fato de que o Harry é uma criança incrível, não é difícil gosta dele.

    Por um instante, os dois se olharam nos olhos e Wren sentiu a boca secar. Eles estavam tão próximos que bastaria que um dos dois se inclinasse para aniquilar a distância entre seus lábios, e só Deus saberia o quanto ela queria aquilo.

    - Eu preciso ir – sua voz saiu meio estrangulada e ela precisou pigarrear ao se afastar do balcão – daqui a pouco a Lexie vai ficar com ciúmes de você e do Harry – ela sorriu, divertida, e deixou que ele a conduzisse até a porta.

    - Boa noite, Sirius.


    ***

    Ainda era cedo, e o movimento no bar ainda era tão vazio que Wren apenas prestava atenção na historinha que Harry lhe contava com o auxílio de dois bonecos.

    - Hey – ela o interrompeu – o que aconteceu com aquele boneco de super-herói que eu te dei?

    Harry pareceu reticente e meio envergonhado, então ela o pressionou um pouquinho:

    - Você perdeu?

    - Não!!! – ele balançou a cabeça com vontade – É só que... O Duda quebrou ele.

    A voz de Harry era tão baixinha e ele fez um biquinho tão triste ao dizer isso que Wren ergueu as sobrancelhas.

    - De propósito?

    - uhumn! – ele acedeu – é por isso que eu deixo todos os meus brinquedos aqui, agora.

    - E os seus tios brigaram com ele?

    Harry fez que não com a cabeça e uma ruguinha se formou na testa de Wren. Ela não gostava nem um pouco do modo como os Dursley o tratavam.

    - Eu vou te dar outro, ok? – Ela sorriu ao ver o rosto dele se iluminar e lhe deu um beijinho na testa – quer um refri?

    Enfiada no freezer para alcançar um refrigerante mais gelado para Harry, Wren só percebeu que Sirius tinha se aproximado deles quando ouviu a vozinha de Harry:

    - Tio Sirius, há quanto tempo você e a tia Wren são namorados?


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    Mensagem por Mary McDonald Qua Jul 13, 2016 6:54 pm

    Sirius franziu a testa ao ouvir a pergunta de Harry. Que pergunta aleatória era aquela?
     
    E por quê Harry o olhava com tanta expectativa?
     
    - Eu e Wren não somos namorados, Harry - ele caminhou até o barril de chopp, evitando a todo custo olhar na direção de Wren. Não é que a ideia de namorá-la fosse abominável ou algo do tipo, mas...era impossível. Eles eram parecidos demais para que desse certo – Sirius sabia que tanto ele quanto Wren aspiravam por liberdade, coisa que um relacionamento não permitia-  e as várias tentativas falhas deles só provava aquilo. E além do mais a relação entre eles era puramente física, desde o dia em que se conheceram num pub londrinho há tantos meses atrás.
     
    “Sim, pura e totalmente físico” – ele pensou enquanto se lembrava de tudo que havia transcorrido entre eles no quarto do hotel.
     
    Sirius chacoalhou a cabeça de leve para espantar aqueles pensamentos e encarou o afilhado, notando que ele parecia decepcionado com a resposta:
     
    - Algum problema, Harry?
     
    - Eu queria que vocês fossem namorados – Harry brincava com seus bonecos, a testa franzida.
     
    Sirius terminou de encher a caneca de chopp e se aproximou do garoto, bagunçando os cabelos dele com a mão:
     
    - Não foi você que disse na semana passada que iria se casar com a Wren? -  ele achou divertido o modo como Harry ficou vermelho, os óculos escorregando pra ponta do nariz. “Igual o James”
     

    -É, mas se for você eu deixo! – ele exclamou, o tom de voz defensivo - Porque aí a gente ia poder morar junto e comer pizza toooodo dia!

    - Harry, a Tia Wren que tem que escolher o namorado dela...certo? - Harry concordou, mesmo que a contragosto - E nós somos amigos e em breve, quando você vier morar comigo pra valer, nós vamos poder comer pizza toooodo dia. A tia Wren pode vir também.

    Aquilo pareceu o suficiente para satisfazer o garoto e Sirius se afastou para levar o chopp até o cliente da mesa 8.

    Harry ficou observando ele se afastar e concluiu, ao ver o padrinho trocar um olhar com Wren, que os adultos eram estranhos demais.
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    Mensagem por Mary McDonald Qua Jul 13, 2016 7:21 pm

    - Então... – Justin enfiou as mãos no bolso da calça e a encarou cheio de expectativa - A gente se fala, Tin? - o ruivo por fim perguntou. O primeiro encontro deles tinha sido tão legal que os dois combinaram de se encontrar de novo para almoçar aquele dia. Justin era uma boa companhia - mesmo que fosse uns anos mais novo - e beijava super bem. 

    Era legal beijar alguém que não se esquivava. Ou que tinha uma ex namorada (atual, na verdade) ardilosa.

    - Claro – ela ficou na ponta dos pés e depositou um beijo na bochecha cheia de sardas dele – Eu te mando uma mensagem...Boa sorte na prova.

    Os dois se despediram e ela entrou no pub, cumprimentando os amigos com mais animação que o usual:

    - Pelo menos alguém tem se dado bem por aqui... – Lexie falou enquanto encarava Wren ao ver Tin se afastar praticamente pulando na direção da cozinha.


    Tin esticou a mão para abrir a porta da cozinha, mas parou ao escutar as vozes de Remus e Elisa. Os dois pareciam estar no meio de uma discussão e aquilo foi o suficiente para que ela desistisse de adentrar o aposento. Merlin sabia que ela odiava qualquer tipo de climão.

    Ela ficou encostada na parede do lado de fora, tentando não focar na conversa do casal quando Elisa mencionou o nome dela. Bem...agora não tinha como ela não prestar atenção...

    Aproximando-se da porta novamente ela tentou entender do que tudo aquilo se tratava, ignorando a vozinha em sua mente que falava que ela decididamente não iria gostar de nada daquilo...
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    Mensagem por Admin Qui Jul 14, 2016 10:32 pm

    Os olhos pequenos de Elisa se estreitavam ainda mais enquanto ela encarava Remus com expectativa, a respiração ligeiramente ofegante e os braços cruzados na frente do corpo.

    - Lis... – Remus suspirou e sacudiu a cabeça, mantendo seus olhos fechados por um pouco mais de tempo que o necessário – Do que é que você tá falando?

    - Como assim, do que é que eu estou falando, Remus?! – a voz da loira estava mais esganiçada que o normal, e, por mais que Elisa tivesse planejado cada uma das etapas daquela briga, ela não conseguia se controlar muito bem – Se você não me quer aqui – ela repetiu a frase que tinha iniciado toda a discussão – é melhor me avisar.

    - Lis, você não está fazendo o menor sentido.

    - Bem, vejamos. Primeiro – ela começou a contar nos dedos, falando len-ta-men-te, do mesmo jeito que fazia na rara ocasião de conversar com uma criança -, aquele moleque colocou um sapo na minha bolsa e você não falou na—

    - Elisa, o Harry é uma criança! – Remus a interrompeu, sua voz muito mais alta que o habitual – Será que você não consegue deixar uma travessura passar?

    A jovem empertigou o nariz arrebitado e voltou a cruzar os braços.

    - É exatamente desse tipo de coisa que eu estou falando, Rem! Todo mundo aqui me trata mal e você não se importa nem um pouco com isso – o lábio inferior se projetou em um biquinho, e quase que instantaneamente a expressão dura de Remus se aliviou.

    Touché.

    - Lis, isso não é verdade...

    - Não? – ela jogou o cabelo para trás – os olhos se enchendo com lágrimas – Sua irmã me odeia, e você não fala nada. Sua casa mais parece um albergue de tanta gente morando lá, mas deus te livre de eu (eu, Remus, sua namorada), pisar lá. Daí eu finalmente resolvo te fazer uma surpresa (porque, francamente, eu não quero morar em um hotel!), e você tá todo sorrisos com a “Valentine” – acompanhando o tom de deboche com que ela se referiria a Tin estava uma careta de desgosto.
    Ao ouvir a namorada mencionar Tin, Remus franziu as sobrancelhas e se inclinou para a frente. Seu incômodo não passou despercebido pela loira.

    - Valentine? – Ele questionou, tentando ler nas entrelinhas o desconforto de Elisa. Sua vontade era dizer que não fazia o menor sentido trazer Tin para a discussão, afinal de contas, ele sempre presenciara as interações entre as duas e a morena sempre tinha sido minimamente educada com Elisa (o que já era mais do que ele poderia dizer da loira), mas a porçãozinha de sua consciência que se sentia culpada pelo beijo de tempos atrás lhe impediu de falar mais.

    - É, Remus, a Valentine! Toda vez que eu procuro por você, ela está enfiada no seu cangote! Vocês passam o dia e a noite todos enfiados nessa cozinha, e no fim do dia, ela vai dormir no quarto em cima do seu – ela parou para respirar fundo antes de continuar (afinal, o papel de namorada insegura precisava ser desempenhado com perfeição) – enquanto eu não posso sequer chegar perto do seu bairro! Volta e meia você me aparece com um presente dela – caixa de chá, esse colar ridículo... Até o maldito feirante te vê e pergunta pela Valentine.

    Remus respirou fundo e ponderou se devia contar a verdade a Elisa – dizer que sim, ele havia se interessado por Tin tempos antes, que eles haviam até se beijado, mas que aquilo era um erro e que ele estava disposto a investir de verdade na relação com a modelo -, mas aquilo não parecia uma boa ideia. Que bem faria despejar tudo aquilo no colo de Elisa?

    - Lis... – ele esticou a mão para Elisa, ao que ela, com o maldito biquinho que lhe era irresistível, aceitou e, guiada por ele, sentou em seu colo – Você não precisa sentir ciúmes da Tin...

    - Não parece... – Ela usou melhor vozinha dengosa

    - Elisa Roberts – ele a segurou pela cintura e sorriu fraquinho – você é a mulher mais bonita que conheço, e eu seria sortudo se tivesse você ao meu lado para o resto da minha vida.  Não tem porque se preocupar com a Tin, Lis. Você é minha namorada, e a Valentine é só... minha ajudante desastrada, ok?

    Elisa suspirou aliviada e deu um selinho em Remus.

    - Eu te amo, Remus Lupin.

    Remus demorou um pouco para responder – sua boca abriu e se fechou algumas vezes, incapaz de produzir algum som, até que finalmente ele murmurou um “Eu também, Lis”, sem muita empolgação.

    Nem mesmo Remus se convencia da veracidade daquelas palavras.

    ****

    Elisa R; 15h12: Deu tudo certo, não vou precisar me preocupar com a Tina por um bom tempo. Quando você vem me ver?

    Dexter G; 15h12: Bom trabalho! Pensei em te visitar esse fim de semana. O Remus fica enfiado na cozinha a tarde toda, certo?

    Elisa R; 15h13: NÃO. Muito arriscado.

    Dexter G; 15h13: Talvez eu vá mesmo assim.

    Elisa R; 15h13: Também te amo, Dexter Greenfield.

    Dexter G; 15h14: Wink
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    Mensagem por Admin Sex Jul 15, 2016 12:17 am

    - Até o guri percebeu que tem algo rolando entre vocês dois – Lexie sussurrou (quase matando de susto a amiga, que se agarrava em cada palavra da conversa entre Harry e Sirius).

    - Shiu, Lexie! – Wren ralhou, mas riu da expressão de obviedade de Lex.

    O olhar que a loira trocou com Sirius fez com que seu estômago desse um saltinho (mais uma daquelas reações que ele lhe causava e a que ela estava tão desacostumada), e sorriu.

    - Então, quer dizer que você quer casar comigo? – Wren se aproximou de Harry, e caiu na gargalhada do modo como o menino ficou vermelho. Levantando o dedo mindinho ela continuou – prometo que quando você for mais velho, eu te ajudo a encontrar uma garota bem legal, tá?

    O garotinho acertou o óculos no lugar e, fazendo que sim com a cabeça, enlaçou o seu dedo mindinho ao dela. Uma vez firmada a promessa, Wren começou a fazer cosquinhas nele, mas parou assim que Valentine entrou em seu campo de visão.

    - Tudo bem aí, Tin?




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    Mensagem por Mary McDonald Sex Jul 15, 2016 3:06 pm

    - Wren – Tin se surpreendeu ao ouvir a própria voz sair mais firme do que ela se sentia – Você pode me dar uma folga? Agora.

    Wren franziu a testa e acenou positivamente com a cabeça, mas antes que pudesse perguntar se havia algo errado, Tin já tinha se sentado em um dos bancos na frente do balcão do bar:

    - Me vê uma tequila, por favor. – ela fez uma careta – Não...trás uns três shots de uma vez.

    Enquanto a amiga preparava as bebidas, Valentine ficou encarando o tampo do balcão, os pensamentos a mil (e nenhum deles muito agradáveis)

    Ajudante desastrada.

    Então era aquilo que Remus achava dela, hm? Mesmo depois de todo aquele tempo...mesmo depois de Wren lhe garantir que se ele não gostasse dela não teria nem lhe oferecido um lugar pra morar, mesmo depois de todo o estímulo para que ela participasse daqueles concursos de culinária...

    O fato dele vê-la como um desastre ambulante não a incomodava – céus, às vezes ela realmente agia como se tivesse duas mãos esquerdas – mas ela achou que ele já a considerava uma amiga. Mas ela estava enganada, é óbvio.

    Merda, nem a amizade dela conseguia ser recíproca.


    Tin virou o shot de tequila e estremeceu quando a bebida desceu por sua garganta, os olhos ardendo.

    Mas ela se recusou a chorar e virou o próximo shot. Quando sua mão se ergueu para pegar a terceira dose de tequila, Lexie apareceu do outro lado do balcão:

    - Tudo bem aí, Tin? - ela parecia preocupada. Até Sirius, que limpava uns copos, a olhava meio preocupado.

    - Ah, tudo certo sim  - ela tentou soar animada, mas falhou miseravelmente.

    - Tin... – Lexie pousou a mão sobre a dela – O que houve? Foi a Elisa?  - quando Valentine fez uma careta, Lexie percebeu que havia acertado na mosca, mas não insistiu no assunto.

    A morena ficou calada por uns segundos, refletindo. Quem sabe se fosse mais como Lexie – segura, dona-de-si, estilosa – as pessoas não a veriam apenas como uma ajudante desastrada, nem ficariam errando o nome dela de propósito.

    Céus, ela estava se sentindo uma idiota total.

    - Sabe o que eu queria, Lexie? - ela falou, finalmente – Eu queria ser que nem você. Ou a Wren.

    - Por que diz isso?

    - Porque acho que cansei de ser tão eu – ela gesticulava com as mãos agora. O bom de se beber tequila é que a bebida sobe rápido pra cabeça e ela logo logo atingiria seu objetivo: de ficar bêbada o suficiente pra esquecer.  – Olha pra mim...eu sou um desastre. Um desastre total. Eu não sei nem combinar minha roupa... – aquele dia ela usava uma camisa estampada com cachorrinhos, saia de bolinhas e meia calça colorida – Eu pareço uma porcaria de professora do ensino fundamental. 

    Ela parou pra respirar antes de continuar a falar:

    -  E eu cozinho bolos e cookies bem como uma professora do ensino fundamental faria. E até pra cozinhar eu sou um desastre. Sabe quantos molhos eu desperdiço por dia por ser assim? Eu não sei como a Wren não me demitiu ainda. – e ela olhou para Wren – Não me demita, Wren! Eu não sei fazer mais nada além de cozinhar e ser um desastre ambulante.


    Ela voltou a olhar pra Lexie:

    - Resumindo...eu me odeio.

    Lexie alcançou a tequila e serviu mais uma dose pra ela:

    - Não sei bem de fato o que aconteceu... só sei que você precisa beber. Pra valer.

    - Pode crer, garota. - ela forçou um sorriso.

    ***

    Quando Remus apareceu para perguntar porque ela não estava na cozinha ela simplesmente fingiu não vê-lo e continuou bebendo, deixando para que Wren lidasse com o irmão.

    A tequila  tinha feito a mágoa dela se transformar em raiva e ela não queria nem olhar na cara dele.  Nem respirar o mesmo ar que ele. E queria, mais que tudo, dar um soco em Elisa.

    Sirius, Wren e Lexie se entreolharam quando viram ela mostrar a língua para as costas de Remus, mas não falaram nada.

    E ela continuou bebendo.
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    Mensagem por Admin Sex Jul 15, 2016 4:07 pm

    Valentine Jones definitivamente não era o tipo de garota que virava shots de tequila numa sexta-feira à tarde, e isto parecia ser um fato para toda a equipe do Irish Pub – até mesmo Harry encarava meio preocupado a tia Tin virar aqueles copinhos e fazer careta logo depois.

    - Hey – Wren falou para o garotinho assim que Tin começou a desabafar com Lexie – melhor você ir brincar lá em cima, sim? – e o desceu do balcão.

    Harry ainda ensaiou falar alguma coisa para Tin – a tia parecia que precisava de um chocolate -, mas resolveu obedecer Wren.

    ***

    Remus cortava algum legumes com força. Wren não podia ter simplesmente dado folga para Valentine, sem consultá-lo. Além do mais, Tin tirara uma folga para beber? No meio da tarde? Aquilo não fazia o menor sentido.

    Por sorte, o movimento estava fraco.

    Por sorte – ele pensou quando olhou para Elisa ao seu lado, separando a carne em poções do tamanho certo – ele podia contar com a ajuda de Lis.

    (Mas nada daquilo fazia com que ele deixasse de estranhar o rompante de Valentine)

    ***

    Wren podia ter brigado com Remus assim que Tin confirmou que tinha ficado mal por causa da Elisa, mas, para isso, ela precisaria estar falando com o irmão - o que não aconteceu até mais tarde, quando o fiscal da vigilância sanitária apareceu no pub. Depois de guiá-lo pelas dependências do bar, ela o levou até a cozinha.

    O magro fiscal deixou o Irish Pub apenas alguns minutos depois, entregando uma notificação de inadequação na cozinha, uma multa e ordem para que o bar não abrisse por uma semana.


    - O que significa isso? – Wren entrou na cozinha pisando duro, esticando o papel que o fiscal lhe entregara – “Condições impróprias de higiene e manipulação dos alimentos?” – ela leu.

    - Foi um descuido, Wren - Remus respondeu sem encarar a irmã.

    - Um descuido?! – A voz de Wren subira alguns tons – Remus, que merda que aconteceu aqui?

    - A Elisa estava com o cabelo solto.

    Wren encarou a cunhada e soltou um riso seco, sem graça:

    - Tinha que ser você.

    - Wren – Remus a alertou, e a irmã bufou, raivosa.

    - Sabe o que eu acho engraçado, Remus? Que eu vi você brigar com a Valentine várias vezes por causa do menor fio de cabelo que escapasse da touquinha, mas sua namorada pode desfilar pela cozinha sem se preocupar com nada?! A gente vai ficar fechado, Remus! Pagar uma multa que a gente não tem como pagar e é a sua cozinha que vai sair no jornal como insalubre!

    Remus entendia a frustração da irmã. Nunca, em toda a sua carreira, uma cozinha por que ele tivesse passado havia sido fechada, e aquilo era uma crise grave. Se ele pudesse, já teria chutado alguma coisa. Ao mesmo tempo, a conversa de mais cedo com Elisa ainda era fresca em sua mente. Ele não podia deixar que Wren falasse daquele jeito com Lis.

    - Não é culpa da Elisa, Catherine.

    -Ah, não é?

    - Não! – Ele também subiu o tom de voz em alguns decibéis – Se a Valentine estivesse trabalhando, a Elisa não precisaria ficar na cozinha comigo.

    Wren riu seco mais uma vez.
    - Você fala como se essa vaca tivesse algo melhor pra fazer do que puxar o seu saco e infernizar a vida da Tin! Aliás – e aqui, ela encarou Elisa – O que diabos você fez com ela hoje? – e, como não obtivesse resposta, se virou novamente para Remus – Porque a Valentine veio trabalhar hoje, Remus. Assim como ela tem vindo todos os dias desde que a gente abriu isso aqui. Mesmo nos seus piores dias. Mesmo nos dias em que eu não tinha paciência pra você, era a Tin que ficava aqui do seu lado, te aguentando.

    Os olhos azuis correram até Elisa, e um sorriso irônico se abriu nos lábios de Wren.

    - Enquanto algumas pessoas fizeram questão de te abandonar.

    Aquela última frase de Wren antiugiu Remus como um soco no estômago.

    - Você quer ser um babaca, Rem, tudo bem. Mas você vai ser um babaca com a sua namorada, ok? Deixa a Tin fora das suas confusões. E isso aqui – ela sacudiu o papel e o deixou sobre a bancada – você arranjou, você resolve.


    No salão, Tin parecia muito mais bêbada do que Wren já a vira, mas definitivamente disposta a baber mais.

    - Ok, já que vamos sair daqui em horário comercial... querem ir lá pra casa? A gente pede alguma coisa e... – ela sorriu com um comentário de Tin – Sim, Tin, a gente bebe mais. Mas pelo menos você vai estar perto da sua cama, ok?

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    Mensagem por Mary McDonald Sex Jul 15, 2016 5:43 pm

    A tensão sexual entre Wren e Sirius era tão palpável que Lexie estava começando a se sentir desconfortável na presença dos dois.

    Céus, até o mínimo dos toques fazia os dois se retesarem (eles estavam assistindo a um filme na sala dos Lupin e encostaram as mãos ao se esticarem pra pegar a pipoca na mesinha de centro)

    Se retesarem, caramba.

    Feito dois adolescentes.

    Ela girou os olhos e decidiu que ela e Wren precisariam ter uma conversinha sobre como um homem e uma mulher que estão atraídos um pelo outro devem agir de verdade (de preferência num quarto, mas ela não ia julgar). Sabia que só assim poderia acabar com aquele comportamento bizarro dos dois. (Talvez devesse falar com Sirius também...?)


    Enquanto ponderava suas opções a porta da casa se abriu e ela só ergueu os olhos da TV (Marlin e Dory estavam navegando com as tartarugas, a parte preferida dela) ao ouvir a voz de Valentine.

    - Oi pessoal! Que filme vocês tão assistindo?

    - Procurando Ne- a voz dela morreu quando ela reparou no novo visual da amiga. - O que aconteceu com o seu cabelo?

    - Ah... - Tin sorria e ela ficou feliz ao notar que não parecia fingimento - Eu decidi mudar um pouco. Radicalizar.

    Sim, ela tinha radicalizado. Pra valer. As madeixas longas e onduladas foram cortadas na altura do queixo, um lado mais assimétrico que o outro. Aquele corte era tão...Valentine Jones. 

    - Você arrasou, gata! - Lexie fez joinha com as duas mãos para ela.

    - Adorei, tia Tin! - Harry concordou - Mas por que um lado tá maior que o outro?

    Tin riu e se sentou ao lado dele no sofá:

    - A mulher do salão ia cortar direitinho, mas eu achei legal e pedi pra deixar. - ela explicou - Gostou mesmo?

    - Aham! - e os dois começaram a prestar atenção no filme.

    Quando Remus entrou na casa, apenas Harry e Sirius o cumprimentaram - Wren, Lexie decidiram que ele merecia a lei do silêncio e Tin...bem, Tin vinha fingindo que ele não existia também, o que era super estranho (mas aceitável. A namorada dele era uma vaca). 

    Lexie se perguntou, enquanto se esticava para pegar pipoca, se o novo visual de Tin tinha alguma coisa a ver com a bebedeira de dias atrás (diabos, o que tinha sido todo aquele papo de "cansei de ser tão eu"?) e ficou curiosa pra saber o que mais viria.

    ***

    Lexie estava deitada de barriga pra cima e encarava o teto quando Tin entrou no quarto dela torcendo as mãos nervosamente:

    - Que nervosismo é esse, garota? - ela se divertiu – Parece até que veio declarar seu amor pra mim.

    Valentine riu e sentou na beira da cama dela.

    - Lexie...eu quero fazer uma tatuagem. – ela falou – Você vai comigo?

    - Uau. Você quer realmente decidiu radicalizar, huh?  Que tal um piercing também?

    Tin encolheu os ombros, ponderando a ideia por uns segundos:

    - Eu topo!

    - Uau. – Lexie já estava de pé e procurava pela jaqueta – É claro que eu vou. Isso vai ser demais.
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    Mensagem por Admin Sex Jul 15, 2016 6:31 pm

    De longe já tinha dado para notar que a casa estava cheia – mas a casa dos Lupin vivia cheia, principalmente agora, que o Pub estava fechado. Por isso, não foi surpresa alguma dar de cara com Sirius e Harry assim que entrou em casa, além das três mulheres que aparentemente haviam decidido que ele não existia.

    - Tina, você cortou o cabelo! – a voz estridente de Elisa fez com que todos levantassem a cabeça  - até mesmo Remus, que rolava sua cadeira até o quarto olhando para baixo.

    Só que em vez de olhar para Elisa, as íris azuis se focaram em Valentine.

    Os cabelos de Tin – sempre tão longos e comportados – estavam ligeiramente desalinhados em um corte moderno que definitivamente não tinha a menor sombra da figura quase maternal que ela adotava sempre e que chamava muito mais atenção para os lábios carnudos e para os grandes olhos azuis. Remus sentiu sua boca secar – Valentine estava ainda mais bonita que antes (se é que aquilo era possível).

    Ele provavelmente a teria encarado por mais tempo, se Elisa não apoiasse uma das mãos em seu ombro e continuasse a falar com a morena:

    - Adorei! – a voz de Elisa era tão falsa que até Harry franziu o cenho – Ficou meio tortinho, né? Combina bastante com você...

    - O que você está fazendo aqui? – Wren perguntou para Elisa.

    - A Lis vai dormir aqui hoje, Wren – Remus respondeu, sem coragem de encara Valentine novamente.

    - Eu achei que tivesse deixado claro que não queria essa vaca aqui.

    - Tia Wreeen – Harry ralhou, baixinho – não pode usar palavra feia!

    - A casa também é minha, Wren.

    A loira revirou os olhos e murmurou um “claro”. Assim que Remus e Elisa desapareceram pela porta do quarto dele, ela se virou para os amigos – principalmente para Tin, que parecia ter murchado um pouquinho:
    - Vocês ligam se a gente terminar de assistir lá em cima?

    ***

    Demorou pouco para que Harry pegasse no sono – antes mesmo que o filme terminasse – e Wren logo os levou de volta para casa. Colocar Harry na cama já era um ato tão rotineiro que eles o executavam em perfeita sincronia: Sirius o deitava e, às vezes, trocava as roupas do menino por um pijama repleto de bolinhas douradas aladas, enquanto ren tirava seus sapatos e o cobria.

    - Então... Wren começou a falar quando fechava a porta de Harry atrás de si – quais os planos para essas férias improvisadas?

    Eles desciam as escadas conversando.

    - Você não parece o tipo de pessoa que passa o tempo livre assistindo desenhos e dormindo no sofá, Black – ela provocou e riu – a Lexie tava tentando me convencer a ir pra casa de praia dos meus pais... A gente sempre fugia pra lá quando era adolescente, e aquelas paredes viram algumas das nossas melhores festas. Com essa história da Elisa lá em casa, tô começando a achar que vai ser uma boa fugir de novo...

    Ela aceitou a garrafinha de água que Sirius lhe oferecia e deu um gole.

    - O Harry vai passar a semana em Surrey, certo? Você quer ir?
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    Mensagem por Admin Qui Jul 21, 2016 4:33 pm

    Depois de Sirius concordar que a praia poderia ser uma boa ideia, Wren e ele ainda conversaram mais - sobre a frustração dela de ficar com o bar fechado a semana toda, sobre as ideias que ela tinha para reformar o lugar, sobre o novo álbum de uma banda de que os dois gostavam, sobre a recém descoberta paixão de Harry pelo rock’n’roll (e sobre como era bonitinho vê-lo cantar algumas letras erradas) e sobre como mães das outras crianças do parquinho a que eles o levaram olhavam esquisito para eles.

    - É sério! – Wren riu da careta de Sirius – metade daquelas mulheres parecia ter medo de que fôssemos oferecer drogas aos filhos delas e a outra metade tentava esconder o interesse nos seus incríveis olhos cinzentos e no seu sorriso espetacular – ela brincou e riu mais um pouco.

    Assim que o próprio riso cessou um pouco, as íris azuis se detiveram em Sirius por um instante e, ao reparar nas covinhas que se formavam sob a barba por fazer e no modo como ele flexionava o braço ao coçar a nuca, meio envergonhado, ela se arrependeu de ter chamado a própria atenção para a aparência do rapaz.

    Se o olhar fixo e o fato de que ela aparentemente se esquecera de respirar não fossem indício suficiente de que Droga, porque ele tem que ser tão bonito?, a inconsciente mordida que ela dava no lábio inferior lhe entregava completamente.

    A boca de Sirius parecia tão convidativa que ela se esquecera completamente de todos os motivos que tinha usado para se convencer de que eles precisavam ser apenas amigos e estava prestes a aniquilar a distância entre eles – inclinando o corpo milimétrica e incertamente em sua direção – quando o toque de mensagem de seu celular tocou.

    Com um movimento rápido, ela puxou o aparelhinho para perto e desbloqueou a tela, revelando a foto enviada por Lexie: rodeada por desenhos e fotos de tatuagem, Tin estava deitada em uma maca, com um tatuador debruçado sobre ela.

    - Uau... –ela exclamou baixinho, e se virou para Sirius, apologética – Desculpa, eu... tenho que ir.


    ***

    Três cervejas estavam erguidas na cozinha dos Lupin.

    - À tatuagem da Tin – Wren puxou o brinde e Lexie e Tin bateram suas garrafas levemente contra a dela – Ficou ótima, Tin – a loira falou depois de dar o seu gole – mas você devia ter m chamado pra ir junto.

    Aquilo parecia ter ativado alguma coisa na cabeça de Valentine, porque a morena arregalou os grandes olhos em espanto.

    - Oh, Merlin, eu preciso contar pra Melissa! Já volto! – e, como um furacão, ela saiu correndo do cômodo.

    Lexie e Wren sorriram.

    - Eu sabia que você era má companhia, Alexandra Liebermann – Wren ergueu as sobrancelhas em um falso drama – A pobre da Tin não teve a menor chance.

    - OI! – Lexie se fez de ofendida – Foi ideia dela!

    As duas beberam perdidas nos próprios pensamentos por um tempo, até que a morena quebrou o silêncio.

    - Você acha que a Tin me daria uma chance?

    Wren encarou a amiga por alguns instantes, surpresa.

    - Qual é, não me olha com essa cara! – Lexie revirou os olhos – Ela é bonita, divertida e deuses, eu não achei que ela escondesse um corpo tão bonito embaixo daqueles vestidos!

    - Lex... – a voz de Wren estava repleta de reticências – É que... Eu não sei se você faz o tipo dela...

    Uma sobrancelha castanha se ergueu:

    - Eu sei que eu não sou nenhum Remus Lupin.

    - Eu sempre achei que a Tin fosse bem... hétero, é isso só isso.

    Lexie encolheu os ombros e deu mais um gole da cerveja.

    - Talvez ela tenha cansado disso, também. – Lexie sorriu e deu uma piscadela para a amiga.

    Wren sorriu de volta, mas, enquanto tomava um gole da própria garrafa, chegou à conclusão de que as coisas estavam ficando complicadas demais por ali.

    ***

    - Senhoras e senhor, bem vindos ao seu resort pelos próximos dias – Wren abriu porta da Casa de praia com uma reverência exagerada – Escolham seus aposentos sabiamente, já que temos mais quartos que pessoas.




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