por Admin Seg Jul 04, 2016 4:28 am
- Nada que não seja explicado pela física ou por uma falta de atenção patológica – ela riu e se espreguiçou um pouco – Hey, a Tin fez uma sobremesa que parece maravilhosa, quer um pedaço antes de ir?
Os dois foram até a cozinha conversando sobre como Harry era um menino ótimo, mas o sorriso no rosto de Wren murchou assim que eles entraram na cozinha.
A primeira coisa que os olhos azuis viram foi Valentine encurralada contra o balcão da pia por Lyall, que mantinha os braços como um cercado ao redor dela. Não precisava de muito esforço para ver que a jovem estava desconfortável com a proximidade não requisitada, e que o pai de Wren e de Remus tinha aquele olhar nojento que homens conseguem destinar a mulheres. Mesmo sem ouvir o que ele falava para ela, o estômago de Wren se contorceu de nojo.
- Tin – ela chamou, alto, fazendo com que tanto a funcionária quanto o pai a olhassem (o pai sequer se dando ao trabalho de se afastar de Valentine de forma apropriada) – O Remus tava me perguntando por você – olhando fixamente para o pai, ela continuou – é melhor você ir lá dentro ver o que ele quer.
Assim que Valentine saiu, Wren peitou Lyall.
- O que você pensa que está fazendo?
- Ora, Catherine...
- Ora é o caralho! Você não consegue ficar um fim de semana sem dar em cima de ninguém?
Lyall soltou um risinho irônico e sacudiu a cabeça.
- Você devia me tratar com mais respeito, Catherine – o tom de voz dele era calmo e ameaçador, e Wren recuou um pouco, os olhos ainda estreitos em uma careta de desprezo.
- A Valentine está fora dos seus limites.
Lyall riu e cruzou os braços.
- E por que isso, Catherine? É ela que está te comendo essa semana?
Os punhos de Wren se fecharam enquanto ela tentava controlar a raiva que borbulhava dentro dela.
- Você sabe que não – ela deu um passo em direção a ele, inconsciente do fato de que a luz da cozinha começava a tremelicar – Você sabe muito bem que é o seu filho que tem sentimentos pela Valentine, e eu sei disso porque a sua mulher me perguntou quem era ela, e isso só pode dizer que o Remus a mencinou pelo menos umas dez vezes na última vez em que foi a Londres, porque menos que isso e vocês jamais teriam prestado atenção.
Wren começava a ficar vermelha com a raiva.
- Você é maluca – ele sibilou, chegando perto demais dela.
- E você é um babaca, egoísta, arrogante – a voz de Wren começava a crescer quando foi interrompida pelo sonoro estalar da mão de Lyall contra o rosto da filha.
- É melhor você calar sua boca, ou eu acabo com essa brincadeira de barzinho em dez segundos.
Wren ainda arfava com ódio do pai quando ele saiu da cozinha, e de repente, todas as taças que tinham sido usadas no jantar e ainda estavam no escorredor começaram a se quebrar sozinhas.