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Ah, vocês sabem <3


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    Mensagem por Admin Ter Jun 14, 2016 4:44 pm

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    Mensagem por Admin Ter Jun 14, 2016 6:13 pm

    O cheiro de éter impregnava todos os cantos, mas mal era percebido. Enquanto Wren Lupin cruzava os corredores alvos do melhor hospital que o dinheiro poderia pagar, algumas cabeças se viravam para acompanhá-la, estranhando as roupas da menina (as mesmas que ela usara para sair com os amigos na noite anterior). Os olhos azuis procuravam por todos os lados – o enfermeiro tinha lhe dito que era ali, tinha que ser ali, ela não tinha entendido errado...

    Quando finalmente avistou os pais, na sala de espera da cirurgia, as lágrimas que vinham embaçando sua visão correram tão livres quanto os seus pés.

    - O que aconteceu? Cadê ele?

    - O que você está fazendo aqui? – Lyall havia se erguido para encarar a filha. Não havia uma gota de carinho ou preocupação em sua voz, apenas a aspereza normalmente dedicada à sua caçula.

    - Eu vim pelo meu irmão.

    O fiapo de voz que saíra pela sua garganta foi logo encoberto pela voz de sua mãe:

    - Lyall, agora não é hora.

    Hope parecia tão preocupada quanto o marido e tão chorosa quanto a filha, mas logo a acolheu em um abraço.

    - Como ele está?

    - Nós – uma pontada surgiu no peito de Wren com a falha na voz de sua mãe - ainda não sabemos. Ele está em cirurgia há algumas horas.

    Percebendo que as pernas de Hope falhavam, a jovem a ajudou a se sentar novamente em uma das pálidas cadeiras, ocupando ela mesma um assento vazio.

    - Desculpe só chegar agora.

    - Se você estivesse em casa, em vez de se embriagando em qualquer esquina, teria sido avisada mais cedo.

    Wren franziu os olhos, mas, em respeito ao aperto que a mãe dava em sua mão, manteve-se calada diante do comentário do pai. Não era hora para aquilo.


    ***

    Remus Lupin era o orgulho da família. Carregava consigo algumas das melhores qualidades de seus pais – um verdadeiro ganhador da loteria genética. Desde criança, era sempre elogiado pela forma educada e gentil com que se dirigia a todos, enaltecido pelos seus feitos acadêmicos e louvado pelo seu desempenho na natação. Era um rapaz de poucos, mas muito próximos amigos, e com alguns talentos artísticos.

    Não foi com muita surpresa que sua irmã ou os amigos receberam a notícia de que Remus desejava enveredar pela gastronomia. A profissão era a cara dele e embora algumas combinações de suas invenções culinárias parecessem meio absurdas, ele sempre servia verdadeiros banquetes aos seus convidados.

    Seus pais, no entanto – que desejavam que ele continuasse com a tradição da família e levasse a diante o já centenário escritório de advocacia dos Lupin – somente aceitaram plenamente a escolha do filho quando ele se tornou capa de algumas revistas especializadas, sendo considerado “A grande promessa da Gastronomia”.

    A noite passada tinha sido um ponto fora da curva na vida de Remus: Após uma acalorada discussão com o dono do restaurante em que trabalhava – que culminou com a sua demissão – o jovem dirigiu atormentado pelas ruas de Londres. Sem perceber que o semáforo fechara, o carro que ele dirigia chocou-se com outro em um cruzamento, levando-o à emergência daquele hospital.

    Com apenas 28 anos de idade, Remus Lupin estava entre a vida e a morte.

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    Mensagem por Mary McDonald Ter Jun 14, 2016 6:44 pm

    Sirius - ou melhor, Almofadinhas, o grande cão negro - ocupava um canto da cela da prisão de Azkaban, esperando as horas passarem. A forma animaga  dele era a única maneira que ele encontrara de escapar do efeito negativo dos Dementadores, a única maneira dele manter a sanidade naquele lugar horrendo e nefasto. O fato de que ele sabia não ser culpado também o ajudava a ter um fiozinho de esperança.

    A orelha de Almofadinhas se mexeu quando ele ouviu passos pelo corredor da prisão - Dementadores não tinham pés e ele se empertigou mais ainda quando notou que a pessoa, quem quer que fosse, se aproximava da cela dele.

    Ele se transformou novamente no homem de 27 anos, sua forma original e aguardou. 

    - Dumbledore - ele disse, a voz saindo rouca e fraca pela falta de uso. O diretor de Hogwarts o encarava do outro lado, uma presença serena e luminosa. O coração de Sirius acelerou e ele se aproximou das barras da cela, cheio de expectativa. O que quer que Alvo Dumbledore tivesse a dizer era muito importante - senão ele não teria se dado o trabalho de aparecer ali pessoalmente. Certo?

    - Sirius...tenho uma boa notícia.

    Peter Pettigrew, pelo que parecia, havia sido capturado após ser visto em um pub e ao ser interrogado havia se declarado culpado por delatar o segredo dos Potter e planejar o próprio 'assassinato' para incriminar Sirius Black. 

    Ou seja, Sirius era completamente inocente. 

    E a partir dali, um homem livre.
    -----

    Sirius já estava fora de Azkaban há dois dias e ainda não conseguia se acostumar com aquela sensação de liberdade. Tinha passado seis anos preso e era surreal voltar às ruas - as pessoas lhe lançavam olhares esquisitos e desconfiados, mas ele não ligava. Não depois de tudo que havia passado. 

    Depois de comprar vestes novas - Merlin, como ele estava precisando! - ele saiu da loja e assim que pôs os pés na rua sentiu um pingo de chuva lhe atingir em cheio na testa, depois outro e outro...até que ficou encharcado.

    Ele apenas abriu os braços e gargalhou.

    Como era bom ser livre!
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    Mensagem por Admin Ter Jun 14, 2016 9:04 pm

    Os dias que se seguiram ao acidente de Remus eram insuportáveis para Wren. Primeiro, pela agonia de não saber se a recuperação do irmão se daria plenamente; segundo, pelas longas horas que ela era obrigada a passar ao lado da família.

    Não havia problema algum com sua mãe – Hope sempre fora o lado mais brando dos progenitores, e, de qualquer forma, estava feliz demais por seu filho estar novamente acordado -, mas estar no mesmo cômodo em que seu pai era sufocante. Não havia abertura ou mesmo conveniência, e ainda assim ele sempre dava um jeito de fazer com que a filha se sentisse mal.

    Não que alguma vez houvesse sido diferente: Lyall não fazia outra coisa que não criticá-la. Wren até tentava agradá-lo de vez em quando – motivo pelo qual cursara três semestres inteiros da faculdade direito –, mas nada que fizesse parecia surtir efeito. Dois anos antes ela desistira completamente de conviver com a família – bem como de cursar a quarta faculdade que tentava – e, desde então, vivia como podia, pulando entre empregos durante o dia e entre festas durante à noite.

    (O que ninguém sabia, e ela não admitia de jeito nenhum, é que a mãe ainda lhe dava uma gorda mesada escondida do pai.)


    Naquela tarde chuvosa de terça-feira, semanas depois do acidente, Remus finalmente receberia alta. A notícia de que ele ficara paraplégico abalou toda a família, e Wren fizera questão de estar ali para apoiá-lo, ainda que a versão amargurada de seu irmão fosse terrivelmente parecida com seu pai.


    Lyall retornou ao ritmo normal de trabalho assim que o filho voltou para casa. Hope dedicava todos os seus esforços para o bem-estar de Remus, e Wren sempre ia tentar distraí-lo; sempre fazendo questão de ir embora antes que o pai retornasse. Nem sempre funcionava, como ela estava prestes a descobrir.

    O barulho do carro fez com que ela levantasse de um salto e se despedisse correndo do irmão. Estava se esgueirando na ponta do pé, mas deu de cara com o pai.

    - É melhor voltar pro quarto do seu irmão – ele disse, sem tirar os olhos dos papéis que tinha nas mãos – eu preciso falar com vocês.


    - Como vocês sabem, os pais de sua mãe morreram alguns meses antes do – ele olhou para o filho e engoliu em seco, sem saber que palavras usar.

    - Antes do maldito acidente – Remus falou, sem se importar em fingir que não estava chateado por estar preso a uma cadeira de rodas.

    - Isso. – o pai pigarreou, sem jeito – o testamento só foi encontrado hoje. Seu avô deixou tudo para vocês dois.

    Wren sorriu e deu uma cutucada em Remus, tentando fazê-lo reagir com algo mais que a apatia regular.

    - Incluindo o bar que ele geria. Foi o último desejo dele que o bar ficasse na família por pelo menos dois anos após sua morte. E isso é responsabilidade de vocês agora.

    - Rá! – Wren riu, arrancando os papeis das mãos do pai e correndo os olhos por eles – é a sua chance de ter sua própria cozinha, Rem!

    - Não seja estúpida! – os dois falaram em uníssono, e ela encolheu os ombros em resposta.

    - Você não está morto... – ela sussurrou, mais pra si que para os homens da família.

    - Vocês vão ter que dar um jeito de gerir isso sozinhos. Eu não vou colocar um centavo naquela pocilga – o pai voltou a falar, em seu tom grave de sempre – e tem mais uma coisa – aqui, ele olhou diretamente para Wren – agora que você tem como se sustentar, sua mãe está terminantemente proibida de te dar um tostão sequer.



    Foi difícil convencer Remus de que se mudar para o interior era uma boa coisa. Claro que ele poderia ter ficado na casa dos pais, sendo mimado eternamente pela mãe, mas Wren conseguiu convencê-lo de que jamais conseguiria fazer aquilo sozinha – e, no fim das contas, ele decidiu, era muito melhor ir para um lugar onde ninguém o conhecesse. A vergonha seria menor.


    A viagem de carro tinha sido extremamente cansativa, mas Wren ainda estava animada para sair e rever os lugares que não via desde a infância. E para beber – Por Deus, ela precisava de uma boa dose de uísque. Como Remus preferiu dormir, ela saiu sozinha, prometendo que voltava cedo e que deixaria o celular ligado.


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    Mensagem por Mary McDonald Ter Jun 14, 2016 9:37 pm

    Sirius se olhou no espelho do banheiro, checando sua nova aparência. Tinha cortado os cabelos por conta própria (nada mau, por sinal) e feito a barba e agora que estava sem os pêlos lhe cobrindo a cara ele finalmente notou como estava magro e pálido. Não lhe admirava que as pessoas ficassem lhe olhando de canto de olho, como se ele fosse surtar a qualquer momento.

    Ele teria todo o tempo do mundo para mudar aquilo. Ele sorriu para seu próprio reflexo e ficou feliz ao notar que ainda lembrava um pouco o jovem de 21 anos bonitão que outrora ele aparentara ser.

    Ele pegou sua jaqueta de couro - tinha comprado vestes com o dinheiro que o Ministério lhe deixara para ele se virar por uns tempos (bom, tinha sido culpa da incompetência deles que ele havia sido preso, nada mais justo) - e gritou um "ATÉ LOGO!" para Tom, o dono do Caldeirão Furado (a estadia dele ali também era cortesia do Ministério).

    Ele saiu para a Londres trouxa e ficou zanzando pra lá e pra cá até encontrar um pub que lhe chamou a atenção com o quadro do prato da noite: Peixe e Batatas, seu favorito. Ele salivou um pouco e como havia trocado um pouco dos galeões que recebera por dinheiro trouxa, entrou no local, decidido a pedir o prato de que tanto sentira falta. E uma cerveja. Ou um whisky. Ou até mesmo uma tequila.

    Quando o prato chegou ele quase comeu o peixe com as mãos, mas se controlou ao ver que a garçonete lhe encarava. Ele sorriu amarelo e esticou o braço para pegar os talheres.

    _______

    Ele estava na quarta caneca de cerveja quando o sininho do pub anunciando um novo cliente soou. Ele ergueu o olhos e perdeu o fôlego ao ver a garota magnífica que adentrara o local: loira, alta e extremamente bonita. Ela parecia brilhar mesmo à pouca luz e Sirius teve que se obrigar a desviar os olhos dela. Não queria ser preso por parecer um esquisitão que fica encarando garotas.

    Terminou a cerveja e ficou ponderando se deveria pedir outra....

    ...e claro que ele decidiu que sim. 

    Levantou-se e foi até o bar - o local já estava um pouco mais lotado que antes e os clientes disputavam a atenção dos garçons, por isso ele resolveu se poupar do trabalho e só se deu conta de que a garota bonita estava ao seu lado quando os dois acenaram para o barman ao mesmo tempo.

    - Você primeiro. - ele sorriu, educado e se sentiu autoconsciente. Pelo menos ele tinha se livrado de todo o cabelo, então não parecia tão desajustado assim. Ou pelo menos ele esperava. Ele aguardou a moça fazer seu pedido - Uma caneca de cerveja pra mim, por favor.

    Enquanto aguardava seu pedido, ele ficou olhando para a garota de soslaio. Ela parecia ser um pouco mais nova que ele e ele não sabia se devia puxar assunto. Sobre o que diabos iria falar? Todos aqueles anos presos o deixaram um pouco desajeitado para qualquer tipo de contato social. E ele não falava com uma garota desde seus 21 anos...por Merlin...ele havia perdido tanto tempo naquele maldito lugar! E por um crime que não cometera!

    A garota percebeu que ele a encarava porque virou o corpo na direção dele.

    - E então...vem sempre aqui? - ele se odiou pela maneira como sua voz soou rouca, como se não a usasse a muito tempo e depois mais ainda como a frase soou para seus ouvidos. Uma cantada barata - Eu sou novo aqui... - ele logo adicionou, para se redimir - Não conheço muito o vilarejo.

    Ele encolheu os ombros torcendo para ela não levá-lo a mal.

    ___________

    Sirius acordou naquele dia com uma ressaca daquelas - a cabeça doendo, a boca seca e o mundo girando e só depois que sua visão se acostumou com claridade do quarto é que ele percebeu que não estava no seu quarto do Caldeirão Furado e sim em um outro hotel qualquer.

    Flashes da noite anterior - cabelos loiros, sorrisos, doses de tequila, a boca dele passando pelo pescoço de alguém- passaram por seus olhos e então ele viu as roupas jogadas no chão do quarto e ligou os pontos. A garota do bar e ele tinham...

    ...bom, pelo menos ele não tinha perdido o jeito. Certo? 

    Ele olhou para o lado da cama e então notou que havia um bilhete no lugar onde deveria estar sua...companheira de bebedeira.

    "Tive que ir embora. Assuntos familiares.
    Me liga.
    (xx)xxx-xxxx"
    - W.

    E Sirius franziu a testa, não por ela ter dado no pé (ele estava planejando fazer aquilo primeiro, é óbvio), mas sim porque não entendia o que ela queria dizer com "me liga". Ele não tinha telefone (e nem sabia se ainda se lembrava como usar um).
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    Mensagem por Mary McDonald Ter Jun 14, 2016 10:03 pm

    Valentine Jones era uma pessoa otimista por natureza e é por isso que naquela manhã de Quarta ela acordou num pulo e decidiu que as coisas seriam diferentes e que ela conseguiria um maldito emprego.

    Depois de tomar um banho ela abriu a porta do armário e passou alguns bons minutos apenas de calcinha e sutiã decidindo o que iria vestir. Quando seus olhos azuis pousaram num vestido roxo - sua cor favorita - ela sorriu, satisfeita. Sim. Se queria atrair coisas boas ela precisava começar usando coisas que a deixassem confortável e que a fizessem acreditar em si mesma.

    Saiu do quarto cantarolando e pronta pra preparar umas panquecas quando Melissa, sua colega de quarto a parou no meio do caminho:

    - O que diabos você está vestindo? - Mel questionou.

    - Apenas um vestido da minha cor favorita pra dar sorte! Vou atrás de emprego hoje.

    - E quem te falou que roxo combina com essa meia calça amarela? Merlin, Tin.  - Mel girou os olhos - Você não precisa de sorte...precisa parecer profissional. - e Melissa a puxou pelo braço até o próprio quarto para evitar aquele desastre iminente e depois de alguns protestos por parte dela, Mel conseguiu com que a amiga  vestisse uma saia justa e blazer pretos.

    - Eu me sinto uma idiota - Valentine disse ao se olhar no espelho. O roxo realçava sua personalidade cativante e aquela roupa...a fazia parecer séria demais.

    - Você parece uma mulher adulta que tem controle da própria vida - Mel a segurou pelos ombros e a empurrou na direção da porta - Uma mulher que vai conseguir o emprego. Boa sorte, Jones.

    Valentine fez um joinha com a mão antes de seguir em direção às escadas.

    ____

    Acontece que conseguir um emprego aos 25 anos sem qualificação alguma era difícil tanto no mundo bruxo quanto no trouxa - ela chegou aquela conclusão depois de ser rejeitada pela terceira vez. Merlin! Ela só queria trabalhar como cozinheira ou algo do tipo - cozinhar era um de seus poucos talentos - mas ninguém parecia precisar de um cozinheiro no momento (não alguém sem experiência como ela). Nem mesmo de um ajudante de cozinha. Ou alguém pra fazer a faxina (àquela altura do campeonato ela aceitaria qualquer coisa)

    Depois de ser rejeitada pela última vez ela ficou vagando pela cidade, desanimada. Só tinha conseguido até então
    uns sorrisinhos amarelos e simpáticos e promessas vazias de que entrariam em contato assim que sobrasse alguma vaga (ela sabia que era mentira)

    Ela sentiu uma gota de chuva lhe atingir a cabeça e olhou para o céu, notando as nuvens cinzentas que agora bloqueavam o sol.

    - Ótimo. Era o que me faltava - ela correu e se escondeu embaixo de uma marquise qualquer. E foi então que ela viu o papel pregado na parede da loja onde procurara abrigo e sorriu ao ver o 'procuramos assistente de cozinha' - Obrigada, Universo! - ela olhou para o céu e sorriu, entrando no pub em seguida - Olá? - chamou. O local parecia vazio.

    Ela cruzou os dedos e chamou mais uma vez - mais alto agora por causa da chuva:

    - Oláááá?! - ela olhou para a data do anúncio (vai que o local estivesse abandonado e ela tivesse lido errado) e foi então que constatou que era recente - Er...com licença?

    Uma garota surgiu de uma porta aos fundos do bar. Loira e alta. 

    - Boa tarde - ela sorriu, sem fôlego e logo ficou com vontade de correr para a frente de um espelho para checar a própria aparência - Eu vim pelo anúncio... - e mostrou o papel em sua mão. - Vocês ainda estão entrevistando?

    Ela virava uma matraca quando ficava nervosa. E a aparência daquela garota era deveras intimidadora e droga, ela deveria ter usado o vestido roxo e não aquele terninho da Melissa que era uns dois números menor que suas roupas usuais e que a faziam andar de maneira engraçada (ela não sabia lidar com roupas justas).
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    Mensagem por Admin Ter Jun 14, 2016 11:42 pm

    O reflexo no fundo de uma frigideira mostrava um Remus Lupin um tanto quanto abatido. As recém adquiridas olheiras se somavam à sombra permanente em seu olhar e à barba por fazer. A linha fina de uma cicatriz marcava a linha do cabelo, e os quilos perdidos nos últimos meses afundavam um pouco a sua bochecha.

    Bufando de frustração, ele largou a frigideira em cima do balcão, e girou as rodas de sua cadeira de rodas de modo que pudesse dar uma olhada ao redor. A maior parte das bancadas, armários e utensílios tinham sido rebaixados, ficando na altura ideal para um cadeirante. Virtualmente, ele poderia fazer qualquer coisa ali. Na vida real, no entanto, aquilo parecia ridículo.

    - A porra de uma cozinha para crianças – ele resmungou amargamente, e largou a cabeça em seu encosto.

    Suas pálpebras se fecharam sobre os olhos castanhos e ele respirou fundo. Aquelas duas ações já eram tão comuns desde o acidente que ele sequer percebia que as fazia. No começo, ele torcia para que fosse tudo apenas um sonho ruim que acabaria no instante exato em que ele abrisse os olhos.

    Agora, sua única intenção era ter uma folga daquela maldita realidade em que ele não era mais ninguém.





    Wren achou graça da jovem à sua frente. A conexão foi imediata, apesar do terninho quero-ser-advogada. Ela se vestia como alguém que procurava emprego em um escritório, e não em uma cozinha, e se movia como uma adolescente que ingerira doce demais. Ainda assim, a caçula dos Lupin resolvera dar-lhe uma chance.

    A energia da garota era incrível – todos esses trejeitos ao falar, e aqueles enormes e expressivos olhos azuis - e mesmo que ela fosse a primeira pessoa a aparecer procurando por aquela vaga, não havia dúvida alguma de que ela era perfeita para o cargo.

    - Meus parabéns, o trabalho é seu! – esticando a mão, ela cumprimentou Valentine com entusiasmo.

    (Não que Wren soubesse algo sobre cozinha, mas a garota era bacana, e eles bem que poderiam se aproveitar de um pouco de positividade ali.)

    - Você pode começar agora? Nós queremos reabrir hoje à noite, mas parece que o trabalho está se multiplicando – Wren sorri e passa o antebraço pela testa, secando o suor – eu vou te apresentar pro meu irmão, tecnicamente é ele que é o seu chefe.

    Desviando das mesas, ela guiou a novata até a cozinha. Distraída pelo fato de que as coisas estavam dando certo no primeiro dia de trabalho de verdade, ela sequer percebeu que bloqueava o campo de visão de Valentine.

    - Hey, Rem, eu encontrei a ajudante perfeita para você!

    - Eu disse que não vou fazer isso, Wren... – a voz grave e meio rouca demonstrava a impaciência de seu dono.

    - Besteira, Rem! – ela se moveu, apoiando as mãos na cintura - Você é o melhor cozinheiro que eu conheço, e a mamãe não adaptou essa cozinha inteira à toa.

    Balançando os cabelos para trás, ela caminhou até o irmão e se agachou para ficar na altura dele.

    - Hey.

    Embora Remus desviasse o olhar, ela fez muito esforço para encarar o irmão. Quando finalmente conseguiu, sua voz era firme, porém baixinha.

    - Eu não consigo sem você, ok? Por favor.

    Depois de alguns segundos, Remus suspirou e girou as rodas de sua cadeira para manobrá-la até ficar de frente para Valentine.

    - Você tem experiência?

    - Tin, esse é o Remus – Wren interrompeu antes que o mau humor do irmão contagiasse a mais nova funcionária do bar e se levantou – Rem, essa é Valentine. Trate-a bem, ok?

    Com um sorriso confiante, ela apertou o ombro do irmão.

    - Seja educado! – ela sussurrou e deu um beijo na bochecha dele, logo antes de ir até Tin e sussurar um “boa sorte” acompanhado de uma piscadela.

    Era melhor que aqueles dois se entendessem...
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    Mensagem por Mary McDonald Ter Jun 14, 2016 11:57 pm

    Valentine estava impressionada com a própria sorte: ela simplesmente havia parado no lugar certo na hora certa. Catherine Lupin -ou Wren, como ela tanto enfatizara durante a entrevista das duas (que mais pareceu uma conversa entre amigas, diga-se de passagem) - a contratou sem demora e puxa, ela podia sair dançando de tanta alegria.

    As duas foram andando em direção a cozinha e Valentine foi se sentindo curiosa a cada passo que dava, torcendo para que o chefe dela fosse tão legal quanto a irmã (e Wren era tão legal que ela duvidava que o irmão pudesse ser diferente)

    Wren os apresentou e não foi o fato do rapaz estar numa cadeira de rodas que lhe chamou a atenção (ou o olhar severo dele) e sim o nome dele.

    - Remus...Lupin?- ela falou ao se lembrar do sobrenome de Wren, os olhos arregalados por trás dos óculos  - Remus Lupin era simplesmente o ídolo misterioso dela - ela tinha um caderno cheio de recortes com receitas dele e era por sua causa que ela se inspirara para largar seu trabalho monótono no Ministério para se tornar uma cozinheira. - Ai meu Merlin! - ela se lançou na direção dele e apertou a mão do rapaz. - Eu sou sua fã....Raios e trovões...eu não acredito na minha sorte.

    E ela continuou a tagarelar:

    - Eu sou a Valentine Jones. Pode me chamar de Tin. Muito prazer.

    Os olhos azuis dela brilhavam de empolgação.
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    Mensagem por Admin Qua Jun 15, 2016 12:24 am

    Remus estreitou os olhos para Valentine, estranhando toda a energia e a empolgação da menina. Mas que coisa, parecia que ela ia entrar em combustão a qualquer momento.

    - Não sei o que você sabe sobre mim, mas eu obviamente não sou mais essa pessoa.

    Puxando a mão do enlace dela, ele começou a rolar sua cadeira de rodas, ficando de costas para a jovem e mexendo nos armários.

    (A verdade é que ele estava tentando fugir do olhar tão intenso dela. Desde o acidente, ele se incomodava se qualquer pessoa que não fosse da família o encarasse durante muito tempo).

    - Onde você trabalhou antes?

    A resposta dela foi recebida com tanto choque que ele se torceu o pescoço para observá-la, os olhos castanhos quase saltando da órbita.

    - Lugar nenhum? A maluca da minha irmã te contratou e você não tem experiência alguma? – a pergunta dele era pausada e, por tudo o que há de sagrado, se ele pudesse andar, teria se levantando e sacudido Wren pelos ombros.

    Mas ele não podia. E também não sabia se podia cozinhar sozinho. Aquela garota com ares de professorinha infantil era a única ajuda que ele tinha agora, então ele ia ter que se virar. Com um suspiro, ele a encarou novamente.

    - Eu quero ver o que você sabe fazer. Um prato. Qualquer um. Pode usar o que quiser da dispensa.
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    Mensagem por Mary McDonald Qua Jun 15, 2016 12:58 am

    Valentine ficou um pouco - ou melhor,  MUITO -  intimidada com o jeito carrancudo de Remus Lupin: o modo como ele havia puxado a mão do toque dela, o modo como ele falara pra ela preparar um prato num tom autoritário.

    Ela tirou o blazer, prendeu os cabelos e caminhou até a dispensa, escolhendo os ingredientes que lhe chamaram a atenção. 

    - Confesso que gosto mais de cozinhar sobremesas - ela falava enquanto levava os ingredientes de volta para perto do fogão - Mas eu aprendi a fazer um macarrão que... - e ao notar a falta de interesse de Remus ela parou de falar e se concentrou na tarefa a sua frente, cantarolando aqui e ali ao cortar e separar as coisas.

    Meia hora depois ela colocava a panela em cima da mesa e servia uma pequena porção para seu futuro chefe (se ela convencesse as papilas gustativas dele, claro), as mãos suando frio de nervoso. Enquanto se inclinava sobre a mesa para pegar os talheres, ela escutou um barulho característico de pano rasgando.

    A maldita saia de Mel rasgara na parte da perna (nada que ela não pudesse concertar com magia, mas não podia usar a varinha ali na frente de Lupin)

    Com o rosto vermelho ela pegou o blazer e o amarrou na cintura, fingindo ter tudo sobre controle.  Parou novamente ao lado de Remus e ficou olhando ele degustar seu prato, cheia de expectativa.
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    Mensagem por Admin Qua Jun 15, 2016 1:10 am

    O cheiro de comida gostosa tomou conta da cozinha, e ia melhorando a cada nova ação de Valentine. Remus sentira necessidade de se intrometer aqui e ali – ela fazia várias coisas como uma amadora -, mas manteve-se apenas espectador. Queria saber exatamente o que e como ela conseguia fazer.

    O prato que ela servira tinha aparência de comida caseira: uma massa com um molho branco. Não foi de encher os olhos – ele teria empratado aquilo de uma forma completamente diferente -, embora também não causasse repulsa.

    O sabor lhe era conhecido – o queijo escolhido, as castanhas, a pimenta... Mas havia um leve toque adocicado no fundo.

    - Esta é uma receita minha? – ele questionou, o prato apoiado no colo e o garfo suspenso no ar.


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    Mensagem por Mary McDonald Qua Jun 15, 2016 12:47 pm

    - Eu guardei todas as suas receitas num caderno - ela falou, orgulhosa. - Eu disse que era uma fã.

    Ela torceu as mãos:

    - E então...o que achou? - por favor, não diga que está ruim... se Remus Lupin lhe dissesse que ela não tinha talento para cozinhar ela estaria perdida (e provavelmente precisaria de algum tipo de terapia pra superar o trauma de ser rejeitada por ele) - Eu coloquei um pouco de mel só pra dar um toque a mais.
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    Mensagem por Admin Qua Jun 15, 2016 9:33 pm

    Remus soltou um risinho pelo nariz – muito mais desdenhoso que simpático – e remexeu a comida no prato.

    - Mel. – a ruguinha entre as sobrancelhas castanhas demonstrava que as engrenagens criativas da cabeça dele estavam trabalhando fervorosamente.

    Aquele era um prato simples, do começo de sua carreira, e do qual ele não se importara de manter segredo. Era peculiar por sua explosão de sabor, mas nada tinha em comum com os pratos refinados que ele produzira nos últimos anos. Uma das receitas que menos lhe chamava atenção quando revistas e jornais publicavam o passo-a-passo de uma de suas criações.

    E mesmo assim, ele jamais pensara em acrescentar mel – um ingrediente tão comum e que se harmonizava tão bem com os demais.

    A assinatura forte e marcante dele tinha sido substituída por uma delicadeza que lhe era completamente estranha.

    Remus podia sentir a ansiedade de Valentine aumentando, mas ele precisava de mais uma garfada antes de ter certeza.

    - Você é boa nisso – ele acenou com a cabeça, encarando os grandes olhos castanhos da jovem – Mas ainda tem muito a melhorar.




    Quando o calendário anunciou uma semana desde que o Irish Pub havia sido finalmente aberto, parecia que um caminhão tinha passado por cima de Wren. Ela estava acostumada a virar noites com os amigos, em bares exatamente como aquele, mas jamais dedicara um único minuto a pensar em como era cansativo trabalhar em um negócio como aquele.

    As horas eram longas – principalmente quando Remus resolvia acordá-la cedo porque precisava de ingredientes frescos – e, embora o movimento ainda não estivesse dos melhores, era meio febril dar conta do balcão sozinha.

    Mas ela não podia mentir: ela amava a adrenalina de se dedicar a algo com potencial para dar certo. Era exatamente por isso que ela estava tão feliz por cada um dos clientes que entravam no Pub no primeiro sábado de verdade deles.




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    Mensagem por Mary McDonald Qui Jun 16, 2016 12:56 pm

    Após uma semana de trabalho no The Irish Pub a única certeza que Valentine Jones tinha é que Remus Lupin a detestava: ele vivia corrigindo cada coisinha que ela fazia e lá pelo terceiro dia de trabalho a mandou comprar um uniforme porque não achava as cores vibrantes ou as combinações de roupa dela profissionais o suficiente para uma cozinha (e ela obedeceu porque...bem...ele era seu chefe)
     
    Com as críticas ela conseguia lidar - ela era mesmo inexperiente e precisava de uns toques aqui e ali, ossos do ofício e tudo o mais. O problema mesmo é que ele não sorria - não de verdade e pelo que ela se lembrava das entrevistas ele costumava ser um rapaz bem humorado e não aquele tirano carrancudo que a deixava meio intimidada. 
     
    - O que você esperava, Tin? – Melissa falou naquele tom de voz que se usa quando se quer explicar algo óbvio - O cara está preso numa cadeira de rodas. Ele tinha um grande futuro pela frente e de repente....PUF. Nada. 
     
    - Bom, quando você coloca as coisas dessa maneira... - ela encolheu os ombros e deu um gole no seu chá. - Mas se ele sorrisse seria mil vezes mais atraente. - ela suspirou - Eu só não entendo porque ele não gosta de mim.
     
    - Dê um tempo ao rapaz - Melissa a empurrou de leve, sorrindo - Ele está apenas se acostumando com toda essa sua...energia.
     
    Melissa estava certa: era tudo uma questão de costume e dali a pouco ela e Remus conseguiriam se dar bem e trabalhar em harmonia. Ela só esperava que aquilo não levasse muito tempo...
     
    - I'm walking on sunshineeee - ela cantarolou enquanto tirava uma vasilha de molho da geladeira. Estava de bom humor aquele dia: seu cabelo estava bonito (pra variar),  tinha encontrado uma nota de 50 mangos no caminho pro trabalho e uma senhora elogiara a meia calça roxa que ela escolhera. – And it’s time to feel good...
     
    Ela se virou com a vasilha nas mãos e levou um susto tão grande com a proximidade de Remus Lupin (aquela cadeira dele era muito silenciosa) que deixou o objeto cair...no colo dele.
     

    - Oh...mer...meleca! – ela exclamou (Valentine não gostava de falar palavrão). - Me desculpa... - ela se segurou para não puxar a varinha e limpar a blusa e as calças dele com um simples feitiço - E-eu vou pegar um pano. 


    Ela se aproximou dele novamente e começou a esfregar a camisa dele freneticamente:


    - Eu não te vi...digo, eu não vi o senhor aí. - ela tratou de se explicar. Que melega de trasgo! Tanto otimismo pra nada...


    Última edição por Mary McDonald em Qui Jun 16, 2016 7:48 pm, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Admin Qui Jun 16, 2016 3:33 pm

    Voltar à ativa era uma experiência mais estafante do que Remus imaginou que seria. Nos seis meses após o seu acidente, ele sequer pensou em entrar em uma cozinha – todo o seu envolvimento no Irish Pub tinha sido obra de Wren e de sua mãe, que insistiam que ele não podia esperdiçar seus talentos – e aquela primeira semana drenado boa parte da sua energia.

    Se ambientar a uma nova cozinha era um desafio comum na vida de qualquer cozinheiro, mas, para Remus Lupin, aquela investida era ainda mais difícil. Ele precisava aprender os seus limites de locomoção, entender que não era tão fácil assim cruzar o ambiente com uma panela fumegante e, além de tudo relacionado à sua nova condição, ele ainda precisava lidar com toda a energia acumulada de Valentine.

    Não que a menina fosse uma má ajudante – na verdade, Remus reconhecia nela muito potencial (o que, em um mal dia, o irritava um pouquinho), mas a garota era uma verdadeira bagunça na cozinha: Sua técnica era fraca e o seu modo de trabalho, desorganizado.

    Algumas vezes por dia, ele pensava em demiti-la – normalmente, quando ela estragava uma panela inteira porque o pote de sal escapara de sua mão, ou quando ela insistia em tagarelar o tempo inteiro, ou, ainda, em momentos como aquele, em que ela derrubara um pote inteiro de molho de tomate em seu colo -, mas toda vez que provava um novo prato, se surpreendia em como aquela forma quase anárquica de preparar as coisas sempre resultava em uma comida saborosa.

    Além disso, ele se prometera que iria embora assim que treinasse alguém para assumir o fogão do Pub. Se Wren estava satisfeita com aquela contratação, ela que lidasse com a personalidade de Jones no futuro.

    - Merda! – Remus resmungou.

    O molho havia manchado de vermelho todo o branco de seu dólmã e de sua calça, e ele suspirou. Quando Valentine se inclinou sobre ele com um pano que mais espalhava a sujeira que limpava, ele segurou seu pulso com força, obrigando-a a olhar em seus olhos.

    - Isso é uma cozinha, não um karaokê.

    Laragando-a, ele manobrou da forma mais rápida que pôde a sua cadeira de rodas até o salão, onde Wren carregava um pesado engradado de cervejas.

    - Eu preciso falar com você – Remus usava aquele tom sério e autoritário de quem estava acostumado a mandar.

    - Pode esperar um pouco? Eu preciso encher o freezer.

    - Eu quero que você a demita.

    Wren apoiou o engradado em uma mesa e contou até três antes de responde-lo.

    - Eu não vou demitir a Tin, Remus.

    - É Valentine. – ela a corrigiu – Ela é sua funcionária, e não sua amiga.

    Wren cruzou os braços e o encarou seriamente – se aquela discussão acontecesse antes do acidente, ela já o teria mandado pastar, mas vinha tentando ser uma irmã melhor desde então.

    - Eu não sei quantas pessoas você conhece em Godric’s Hollow, mas acho que ela ser a única já é o suficiente para considerá-la uma amiga. Ela fica.

    - Você não entende nada de gerenciar uma cozinha!

    Apoiando as mãos nos braços da cadeira dele, Wren o encarou.

    - No lugar da Valentine, eu teria desistido de trabalhar com você no primeiro dia. Ela fica.

    Dando o assunto por encerrado, ela voltou a pegar o engradado.

    - Você é uma irresponsável! Eu não me meto nas suas decisões sobre o bar!

    - Pode se meter no que quiser, Remus! Mas, antes, você precisa parar de agir como o papai!

    ***

    A sugestão de Wren de que Remus se metesse nas decisões do bar foi acatada. Se a irmã decidia com ele iria trabalhar, ele faria o mesmo com ela.

    Todas as entrevistas foram agendadas para o turno da manhã: era Wren quem fechava o pub todas as noites, o que significava que ela dormia sempre até tarde. Entrevistando os candidatos nesse horário, ela jamais desconfiaria de nada.

    - Então... Sirius Black, certo?
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    Mensagem por Mary McDonald Qui Jun 16, 2016 4:03 pm

    Algumas pessoas diriam que era uma loucura mórbida morar numa casa onde um assassinato havia acontecido, mas Sirius não tinha escolha: ou ele morava ali na casa dos Potter ou iria para a casa de seus pais no Largo Grimmauld. Ele preferia muito mais morar ali em Godric's Hollow, em meio às lembranças dolorosas de James e Lily do que voltar para a Mui Nobre e Antiga casa dos Black.
     
    Ele ficou surpreso em saber que a casa ainda estava intacta - ele achava que a encontraria em ruínas - e as diversas fotografias remanescentes ainda se espalhavam pelos cômodos, meio gastas pelo tempo e ver os sorrisos nas fotos fez o coração dele apertar de saudade.
     
    - Foco, Sirius Black - ele disse para si mesmo e decidiu que precisava tornar aquele lugar habitável novamente. Sacou a varinha, fez alguns feitiços aqui e ali e depois de uma hora tirando poeira, trocando os móveis de lugar ele se deu por satisfeito.
     
    As fotografias continuaram no lugar de sempre.
     
    __
     
    Dumbledore é quem tinha lhe dado a ideia de se mudar para lá e ele aceitou porque não aguentava mais o quarto do hotel – não é que o Caldeirão Furado fosse um lugar horrendo, mas Sirius precisava de uma casa, um lugar só dele. E mesmo mortos, James e Lily vieram em sua ajuda: tinha herdado a casa deles caso algo lhes acontecesse.
     
    {ele também tinha a guarda oficial do filho dos dois, mas Dumbledore lhe falou que aquela questão seria um pouco mais complicada de se resolver}
                                                         

    E foi pelo afilhado que Sirius resolveu procurar um emprego – mas aonde? Ele não tinha qualificação nenhuma,tinha sido arrancado de seu treinamento de auror há 7 anos e apesar de ser muito talentoso com magia, ele sabia que aquilo não seria suficiente.

    E foi então que ele viu um anúncio num pub ali perto e resolveu se arriscar. Era aquilo ou nada.

    ___

    - Sirius Black  - ele apertou a mão do rapaz a sua frente e respondeu as perguntas que ele lhe fez com naturalidade. Trabalhar como barman não seria tão difícil assim, sem contar que Sirius era experiente quando o assunto era bebida.

    Quando a entrevista terminou ele aguardou a resposta de Remus com um pouco de expectativa.
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    Mensagem por Admin Qui Jun 16, 2016 4:30 pm

    Black tinha quase nenhuma qualificação (o que o tornava perfeito para a função de atrapalhar Wren), mas parecia disposto a trabalhar. Ao fim da entrevista, Remus tirou um minuto para pensar antes de dar de ombros e decidir que, sim, Sirius Black seria o novo funcionário do Irish Pub.



    Wren acordara um pouco mais tarde que o habitual, mas se apressara para chegar ao Pub – tinha um carregamento de bebidas para receber, e bem, ninguém poderia fazer aquilo por ela. Assim que abriu a porta, tirou os óculos escuros e observou curiosa a cena que se passava na outra ponta: Remus apertava a mão de um rapaz de cabelos cumpridos.

    - Olá... – ela se aproximou, o cenho ligeiramente franzido – você é o rapaz da distribuidora? Mil desculpas pelo atraso, eu deixei o carro aqui ontem à noite e...

    - Não, Wren – Remus a interrompeu – este é Sirius Black – Wren e o rapaz trocaram um rápido cumprimento antes que ele conhecesse – ele é o nosso novo barman.

    - Quê? – Os olhos azuis dela se arregalaram – Remus, como assim? Você não pode contratar ninguém sem me avisar!

    - Ah, não posso?

    A jovem revirou os olhos, entendendo onde ele queria chegar.

    - Ótimo! Bem vindo à equipe!

    As madeixas loiras se balançaram atrás dela quando a jovem girou nos calcanhares e saiu novamente pela porta de entrada, batendo-a atrás de si.

    Desde que parara de fumar, no começo da segunda faculdade, Wren se prometera que nunca mais voltaria àquele vício. Ter que ser a filha forte, no entanto, tinha tornado aquilo impossível. Ela não conseguia animar Remus, lidar com a pressão dos pais para que o bar desse certo e ser completamente responsável pela primeira vez sem uma válvula de escape era impossível.

    As mãos brancas tremelicavam um pouco pelo frio enquanto tentavam acender o cigarro quando o ranger da porta chamou sua atenção novamente. O rapaz que Remus contratara – Black, certo? – passava por ela, vestindo agilmente sua jaqueta de couro.

    - Onde você está indo?


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    Mensagem por Mary McDonald Qui Jun 16, 2016 4:39 pm

    Sirius quase engasgou com a própria saliva ao ver Wren ali. Ele se lembrava vagamente dela e da noite que eles haviam passado juntos e pela reação dela ela parecia não se lembrar de nada.

    Wow. Ela realmente estava um passo a frente dele no quesito desinteresse.

    E ele decidiu que era melhor que as coisas continuassem daquele jeito - ele precisava do emprego e não queria ser despedido por não ter ligado no dia seguinte ou algo do tipo: apertou a mão dela, simpático e franziu a testa quando a garota girou nos calcanhares e saiu do pub.

    - Acho que ela não gostou muito de mim - ele comentou com Remus.

    - Ela vai superar. Você começa hoje. 

    E de repente Sirius decidiu que precisava de um cigarro. Ele pediu licença e saiu do pub:

    - Onde você está indo? - a voz de Wren o chamou.

    - Eu preciso de um cigarro - ele deu de ombros e balançou a cabeça para tirar o cabelo que caíra sobre seus olhos.
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    Mensagem por Mary McDonald Qui Jun 16, 2016 4:49 pm

    Valentine saiu do banheiro dos funcionários do pub amarrando seu avental nas costas e parou ao ver que Remus tentava alcançar um ingrediente numa prateleira mais alta da geladeira. A cozinha era toda adaptada para ele, mas isso não significava que o local estava livre de empecilhos para um cadeirante.

    Ela se aproximou dele:


    - Posso ajudar?- ela se prontificou,mas o olhar dele foi tão duro que ela encolheu os ombros e se dirigiu para a  mesa onde alguns ingredientes já se encontravam prontos para serem cortados. Decidiu começar pelos tomates e quando deu por si estava cantarolando uma música baixinho.

    Depois de terminar o primeiro tomate ela olhou para trás e viu que Remus ainda estava parado em frente a geladeira. Talvez ela pudesse...

    ...ela sacou a varinha do bolso do uniforme e lançando um feitiço silencioso ela trouxe o pote que ele tentara alcançar para mais perto da mão dele. 

    Tá, era uma trapaça, mas ela não podia deixar o pobrezinho ali o dia todo! E ele recusava qualquer ajuda dela, então nada mais justo, eh? E ele não precisava saber de nada. 

    Antes que ele se virasse, ela guardou a varinha novamente e recomeçou sua cantoria.
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    Mensagem por Admin Qui Jun 16, 2016 4:52 pm

    - Não tem nenhum lugar para comprar aqui perto – sua mão foi engolida pela bolsa novamente, e ela jogou a carteira para ele, voltando a tentar acender o cigarro.

    O isqueiro faiscava algumas vezes, mas não preenchia nenhuma chama.

    - Porcaria... – ela resmungou, sacudindo-o e, antes que tentasse novamente, a mão pálida de Sirius estava à sua frente, o isqueiro aceso.

    Wren se inclinou um pouquinho para usar a chama dele, e deu um trago.

    - Obrigada - a fumaça que saía de sua boca serpenteava pelo ar, e só então ela prestou atenção no rapaz.

    Sirius era bem alto, e, ela não podia negar, bonito. Não parecia exatamente forte, mas com certeza teria muito mais facilidade para carregar barris de chope que ela tinha.

    - Sirius, certo? Desculpe lá por dentro. Quando você começa?
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    Mensagem por Mary McDonald Qui Jun 16, 2016 5:00 pm

    A voz de Sirius saiu um pouco engraçada por causa do cigarro no canto da sua boca:

    - Começo hoje mesmo. - ele tragou o cigarro e viu a fumaça subir em espirais - Nossa. Senti falta disso... - ele suspirou. Fumar sempre fora algo prazeroso pra ele - ele tinha começado só para irritar os pais, mas depois o cigarro se tornou a marca registrada dele junto com sua jaqueta de couro e ele simplesmente não conseguiu mais largar o vício, mesmo que Lily insistisse para que ele parasse. 

    Ele sorriu ao lembrar da melhor amiga.

    - Opa...parece que os barris de cerveja chegaram. - ele falou depois de alguns minutos de silêncio. Jogou o cigarro no chão e pisou em cima, apagando-o. Ele tirou a jaqueta de couro e a amarrou na cintura. - Vamos lá?

    Quando ele deu por si estava fechando o bar junto com Wren.

    - Até amanhã, chefe. - ele piscou para ela antes de seguir o caminho oposto ao dela.
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    Mensagem por Mary McDonald Qui Jun 16, 2016 5:32 pm

    Valentine estava tirando uns bolinhos do forno - ela prometera Wren que faria alguns - quando a voz do novo ajudante do pub a distraiu:

    - Onde deixo isso? - o rapaz perguntou. Ela ainda não conseguia arranjar um tempinho para conhecê-lo uma vez que sempre ficava atolada de serviço na cozinha.

    Ela se virou e a pessoa parada na porta da cozinha fez com que ela derrubasse a travessa de bolinhos no chão.

    - Black? - Sirius e ela tinham estudado em Hogwarts na mesma época e por mais que ele fosse uns anos mais velho os dois fizeram parte do mesmo grupo de amigos. Ele era inteligente e engraçado e depois de sete anos ainda tinha aquele mesmo charme misterioso da adolescência e não havia como não reconhecê-lo.

    Ela teria ficado realmente feliz em vê-lo se não fosse o fato de que ele tinha traído os melhores amigos dele.

    - O que diabos você tá fazendo aqui? - ela falou e pela primeira vez desde que começara a trabalhar ali o tom de voz dela era raivoso.

    Sirius deixou a caixa com os vegetais em cima do balcão e a analisou. Mesmo depois de todos aqueles anos era impossível não reconhecer Valentine Jones e seus enormes olhos azuis.

    - Você não tem lido os jornais, Tin?  - ele sorriu.

    Valentine franziu a testa:

    - Não me chame assim! - ela ralhou - O que diabos você tá fazendo aqui? - ela perguntou novamente.

    - Eu fui inocentado. - Sirius olhou para os lados. Ali não era o local apropriado para falar daquilo. - Podemos conversar depois se você quiser.

    - Eu...- Valentine se abaixou para juntar os bolinhos que havia derrubado - eu tenho mais o que fazer, se você não se importa.

    Sirius encolheu os ombros. Teria que dar um tempo pra ela processar aquela informação.

    Ela se ergueu novamente, os nós dos dedos brancos enquanto segurava a travessa com força.

    - E pode deixar os vegetais aí que eu mesma guardo. 

    Ela largou a travessa no balcão e enterrou o rosto nas mãos, as lágrimas fazendo seus olhos arderem. Céus, James e Lily...a guerra... 

    Ela tinha decidido se afastar do mundo bruxo só para não se lembrar daquela época assustadora e na maior parte do tempo ela conseguia não pensar naquilo - era por isso que era tão positiva - mas agora com Sirius Black de volta...

    O barulho de rodas no chão de madeira chamou sua atenção e ela ergueu os olhos marejados, vendo Remus Lupin
    entrar na cozinha.

    - Eu... - ela secou os olhos na barra do avental - Eu vou guardar as coisas - e se adiantou para a caixa,a cabeça baixa para ele não reparar na choradeira dela.
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    Mensagem por Admin Qui Jun 16, 2016 8:00 pm

    A inauguração oficial do The Irish Pub só aconteceu um mês depois de os irmãos Lupin abrirem as portas pela primeira vez. A equipe era pequena, mas bem azeitada: Sirius e Wren eram uma dupla e tanto no balcão – os drinks eram saborosos e o fato de que os dois eram bem bonitos duplicava tanto o consumo de álcool quanto o valor das gorjetas – e embora Remus ainda pegasse no pé de Valentine, o cardápio deles era sempre executado com perfeição (Wren apelidara as criações do irmão como “comida de boteco com um twist hipster”, mas os clientes não pareciam reclamar).

    A festa era aberta a todos, e Hope, Lyall e alguns poucos amigos antigos viriam de Londres apenas para aquilo, e por mais empolgados que os irmãos estivessem, os nervos também estavam à flor da pele: Wren esperava pela saraivada de críticas do pai e Remus dera alguns chiliques ao menor sinal de que os pratos estivessem errados.



    Foi com um enorme sorriso no rosto que Wren trancou a porta da frente assim que o último cliente saiu. A noite tinha sido um sucesso, e ela tinha certeza de que eles tinhas conseguido faturar o esperado para a semana inteira.

    A maior parte das luzes já tinham sido apagadas, e a sombra que as cadeiras erguidas sobre as mesmas lançavam eram quase todas oriundas dos postes na rua. No fundo do salão, no entanto, uma mesa reunia todos os responsáveis pelo sucesso daquela noite.

    - Sério – Wren disse logo após tomar um gole de sua caneca – Vocês foram o máximo, muito obrigada!

    Remus riu sob a respiração, dando uma garfada no petisco que Valentine e ele prepararam para aquela comemoração impromptu.

    - É só a vigésima vez que você fala isso, Wren.

    A jovem loira revirou os olhos.

    - Não é toda noite que a gente consegue o faturamento da semana inteira, Rem!

    Em um gesto despreocupado, ela refez o nó que segurava seus cabelos em um coque e voltou sua atenção para Sirius.

    - Você precisa aquele lance com as garrafas qualquer hora dessas – ela fez um gesto com as mãos que lembrava o malabarismo porque todas as clientes (solteiras ou não) suspiraram naquela noite.

    Remus, por sua vez, focara sua atenção em Valentine.

    - Que molho é esse que você fez? – já era a quarta vez que ele se servia da molheira, e ainda não tinha identificado os ingredientes (e aquilo era muito, muito bom).


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    Mensagem por Mary McDonald Qui Jun 16, 2016 8:12 pm

    - Aquele meu truque foi um sucesso, não? - Sirius se vangloriou enquanto colocava uma perna em cima da mesa adotando sua pose displicente.  – Já estou pensando no próximo...um truque de mágica. - e ele sorriu de lado antes de dar um gole em sua cerveja.

    Ele fingiu não ver quando a mão de Valentine vacilou na molheira, derrubando-a (os dois ainda não haviam conversado e a jovem o tratava com uma frieza nada característica para ela, mas Sirius sabia que uma hora ela acabaria aceitando a inocência dele)

    - E você desafiando aquele cara pra ver quem virava a caneca mais rápido? Foram as 10 pratas mais fáceis que já vi alguém faturar - ele riu com a lembrança.

    Wren era uma boa chefe e realmente não se lembrava dele e da noite que eles haviam passado juntos - e, sinceramente, por ele ela jamais se lembraria.

    Não é que Sirius fosse tímido ou algo do tipo (Merlin, longe disso), ele só não queria que as coisas se tornassem esquisitas entre eles...ainda mais porque eles tinham uma sintonia enorme atrás do balcão e bem, parte do sucesso do pub era por causa deles dois.

    Ele encarou a jovem sentada ao seu lado e chegou a conclusão de que mesmo que ele não tivesse sido contratado ela teria sido plenamente capaz de atrair clientela sozinha. Ela era mesmo muito, muito bonita e descolada e qualquer cara pagaria para ver uma garota como aquela lhe servindo uns drinks deliciosos.



    Valentine ficou nervosa com a pergunta de Remus e mais nervosa ainda quando ouviu Sirius mencionar a palavra 'mágica': a mão dela criou vida própria e derrubou a molheira na mesa.

    - Oh, saco - digo, sacola! - ela murmurou e pegou vários guardanapos para limpar a bagunça causada por sua falta de destreza. Ela lançou um olhar carrancudo a Sirius, que era a imagem do conforto com os pés jogados em cima da mesa. Aquele idiota. 

    - Eu...eu coloquei mel. - ela falou a primeira coisa que lhe veio a mente, mas a verdade é que ela havia trapaçeado e usado alguns ingredientes do mundo bruxo no molho. 

    Ela evitou olhar para Remus.

    - Olha só...sua bebida acabou, vou pegar mais - ela se levantou, apressada e foi até o  freezer para pegar uma cerveja para ele e outra para ela - só Merlin sabia como ela precisava e merecia um bom drink.

    Antes que ela pudesse colocar a cerveja no porta copos da cadeira de rodas a mão de Remus se fechou sobre seu pulso, impedindo-a.
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    Mensagem por Admin Qui Jun 16, 2016 8:30 pm

    Wren riu, lembrando os dois clientes que entraram em uma disputa idiota pela sua atenção.

    - Funciona quando você quer que eles te paguem uma bebida, também – ela deu de ombros e tomou mais um gole do seu copo, ligeiramente convencida.

    Desde muito nova, ela aprendera que homens eram extremamente fáceis de manipular, e, bem, se ela tinha que lidar com imbecis machistas o tempo todo, por que não se aproveitar daquilo? (Claro que ela nunca fazia nada demais – só flertava aqui e ali )

    - Hey – ela deu um tapinha leve na perna dele – eu vou lá fora fumar, você vem?



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