por Admin Dom Abr 24, 2016 9:11 pm
Assim que a menina se afastou, Regulus sentou no banco, a cabeça girando de um lado para o outro, procurando quem pudesse ter presenciado aquele momento... vergonhoso. Por sorte, nenhuma alma viva parecia transitar pelos jardins do castelo além de McDonald e ele.
Ufa.
Embora ninguém jamais duvidasse de uma versão dos fatos em que ela o havia beijado, Regulus ainda corria o risco de ser execrado por toda a Sonserina. Não importava quem tivesse iniciado o contato, ele ainda havia beijado uma sangue-ruim.
Argh.
McDonald sumiu pela pesada porta do castelo, e Regulus ainda se demorou mais algum tempo no jardim. Que merda que ele tinha feito? O garoto passou as mãos pelos cabelos, bagunçando os sempre tão bem alinhados fios negros, e bufou. Por que tinha mania de ser tão impulsivo?
(Isso só lembrava aquela vez, logo no início do primeiro ano de Sirius em Hogwarts, em que ele comentara na mesa de jantar que a Grifinória não parecia uma opção tão ruim... Sempre agindo antes de pensar, Regulus, sempre agindo antes de pensar.)
A lembrança da expressão assustada de McDonald, logo antes do beijo, arrancou um risinho do garoto. Definitivamente, aquela sangue-ruim o divertia.
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Naquele jantar, enquanto Imogen resmungava sobre quão injusto era o fato de ela não poder jogar quadribol (“Reg, você precisava ver, nosso goleiro é tããão ruim! Eu sou mil vezes melhor que ele, sério! E o apanhador que te substituiu é ridículo ele demorou mil novecentos e setenta e cinco anos para pegar o pomo! Por que eles podem jogar e eu não?”), o olhar de Regulus vagou até a mesa da Grifinória, onde Evans e McDonald conversavam.
Por Salazar, se a menina desse com a língua nos dentes...
- Eu sei, Im, mas isso é entre você e seus pais - ele deu de ombros – não tem nada que eu possa fazer.
***
Embora vez ou outra lembrasse do beijo – e risse sozinho das expressões de terror de McDonald – Regulus achou por bem – de sua sanidade e de sua reputação – evitar qualquer contato desnecessário com a ruiva. Os deveres e suas respectivas instruções eram trocados por corujas, e ele a ignorava durante as aulas como em todos os anos anteriores.
Até aquela quarta-feira.
No fim da aula, Slughorn pediu a Regulus e a Mary para que aguardassem em seu lugar. Quando todos os demais alunos haviam saído, ele caminhou em frente à bancada ocupada pelos dois, as mãos cruzadas nas costas e o olhar severo.
- Sr. Black, o senhor é de minha casa. Por favor, esclareça à srta. McDonald sobre quais são minhas posições acerca de trapaceiros.
As sobrancelhas de Regulus se uniram em estranhamento, e ele piscou algumas vezes antes de responder:
- O senhor os despreza.
- Exatamente – Slughorn parou de caminhar e encarou Reg. Colocando dois pergaminhos sobre a mesa, ele continuou – Então o senhor poderia me explicar por que ajudou a senhorita McDonald a trapacear?