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Ah, vocês sabem <3


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    Maraudering Years

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    Mensagem por Admin Sáb Abr 09, 2016 10:34 pm

    Rebecca, que terminava de guardar os potinhos com as sobras do jantar, ergueu uma sobrancelha – e o olhar – ao ouvir Sirius falar com a irmã.

    “Prometo que te compensarei, Monty”?

    Primeiro: ela era a Monty, e não a Ay.

    Segundo: Como assim, recompensar?!?

    Rebecca arregalou os olhos enquanto a imagem de Sirius e de sua irmã, juntos, dançava em sua imaginação. Ela fez uma careta, e se enfiou entre os dois, jogando uma colher suja na pia.

    - Aposto que o papai vai adorar te ouvir falando assim, Sirius.

    Ela voltou para a mesa, ignorando o olhar da irmã grudado em suas costas.

    - Até que demorou bastante tempo, na verdade...
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    Mensagem por Admin Sáb Abr 09, 2016 10:45 pm

    Remus levantou lentamente os olhos até a figura esbelta de Emmeline Mackenzie e, Merlin, até aquele movimento parecia doer demais.

    Quando se encostara naquele canto, ficara torcendo para que não precisasse atender nenhum cliente – talvez, se ele ficasse quieto, tivesse uma chance de aguentar o dia inteiro – mas, novamente, aquele não estava sendo um bom dia para Remus Lupin.

    -De-Desculpe, senhora – a voz embolada e fraca dele denunciava a fraqueza que sentia, e ele ainda precisou fechar os olhos por um instante antes de prosseguir (por que a loja tinha que estar girando?) – Em que posso ajudá-la?

    - O que há com você, rapaz? – apesar da pergunta, a impaciência era notável na voz de Mackenzie.

    Remus respirou fundo, só então notando que a jovem senhora à sua frente estava acompanhada de ninguém mais, ninguém menos que Maeve.

    - Eu.. não estou me sentindo muito bem, mas é passageiro.

    - Pois bem – a loira, quase que uma imitação mais velha de Maeve, ajeitou a bolsa no braço, empinando o nariz – se não está se sentindo bem, não deveria estar trabalhando. Eu quero a biografia de Celestina Warbeck, e é melhor que seja rápido.

    Remus acenou quase que imperceptivelmente, e tomou impulso na parede para que pudesse buscar o livro (que, obviamente, estava a apenas alguns metros de distância). Antes que descolasse completamente o corpo do ponto em que se escorara, no entanto, a livraria girou mais uma vez à sua frente, e seu tórax se dobrou, em resultado, liberando o pouco ainda indigesto de café da manhã que ele tomara mais cedo.
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    Mensagem por Mary McDonald Sáb Abr 09, 2016 10:48 pm

    Sirius franziu a testa e depois de refletir alguns segundos – por Godric, ele sempre ficava meio lerdo após o jantar – ele finalmente entendeu a insinuação de Rebecca.
     
    - Não seja mente poluída, Becca. – ele girou os olhos, sorrindo. Merlin, olha só a imagem que ela tinha dele... – Acho que já fui expulso de casa o suficiente por toda uma vida.
     
     E ele voltou a olhar para Ayala:
     

    - Mas sério...se um dia você precisar de um favor, conta comigo. – ele enxugou as mãos no pano de prato – Principalmente se quiser se vingar de alguém. 

    Ele piscou o olho para as duas irmãs Montgomery e saiu da cozinha.

    ___

    Sirius colocou a cabeça para fora do banheiro para checar se havia alguém a vista - ele havia esquecido o pijama no quarto - e saiu correndo apressado ao notar que a barra estava limpa.

    Claro que ele não esperava que alguém estivesse deixando a cozinha e indo na mesma direção que ele e seu corpo ainda meio úmido do banho se chocou no de alguém.

    - OOops!

    Ele abriu um dos olhos (havia fechado-os durante o impacto), torcendo para não ser o Sr. Montgomery.


    (Ou seria pior ser uma das meninas?)
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    Mensagem por Admin Sáb Abr 09, 2016 10:58 pm

    As instruções de seu pai haviam sido muito claras: Nada de andar de camisola pela casa enquanto Sirius estivesse com eles. E Rebecca normalmente teria obedecido, mas ela já estava pronta para dormir, e deu sede, e estava calor para usar um roupão, e Sirius estava no banho, de qualquer jeito, dava tempo suficiente de ir à cozinha, beber água e voltar correndo antes que ele desligasse o chuveiro. E ninguém saberia.

    O plano dela era infalível, exceto pelo fato de que ela se esbarrara com alguém na hora de voltar para o quarto.

    - Ouch! – ela levou a mão ao ponto em que batera a cabeça, antes de levantar o olhar e dar de cara com Sirius.

    Um Sirius seminu.

    E ainda coberto por gotinhas de água.

    O rosto de Rebecca esquentou na mesma proporção em que seu queixo caíra, o olhar vagando rapidamente pelo peito nu do rapaz.

    - Desculpe – ela se apressou a desviar o olhar, envergonhada, mas as íris castanhas insistiam em vagar novamente até ele.



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    Mensagem por Mary McDonald Sáb Abr 09, 2016 11:00 pm

    Emmeline saiu esbaforida da livraria (sem o livro), Maeve em seu encalço:
     

    - ... o gerente foi tão irresponsável quanto esse jovenzinho! – ela falava, sem perder a pose – Onde já se viu permitir que uma pessoa adoentada trabalhe? 

    Maeve, que tinha recebido maior parte do conteúdo estomacal de Remus Lupin, apenas ouvia tudo calada.

    Tinha sido nojento? Demais.

    Tinha sido em seus sapatos favoritos? Sim.

    Mas não era nada que um aceno de varinha não resolvesse. A seu ver, a mãe não precisava ter feito todo um escândalo - chamando atenção de outros clientes, por Morgana -, mas Emmeline não era de aceitar as coisas calada. Ainda mais algo que ela considerava de tamanha ofensa como um jovem funcionário despejar o café da manhã na filha.

    A cena aconteceu toda tão rápido que ela nem teve tempo de perguntar a Remus se estava tudo bem - o rapaz ficara mortificado e depois do gerente se aproximar já com desculpas na ponta da língua, ele se retirou. Maeve apenas o observou partir, se apoiando nas prateleiras.

    Ela sabia que ele estava ferrado.

    ...e sentia-se extremamente mal por isso. 

    Ao entrar em seu quarto, ela jogou as sacolas de compra na cama e olhou para a escrivaninha. Devia escrever uma carta ou não? Mas ela nem sabia o endereço dele...mas talvez Regulus pudesse perguntar a Sirius... (e aqui ela se lembrou que Sirius não era mais um Black oficialmente) e depois de ponderar muito, ela desistiu, seu lado racional lhe dizendo para não se meter.

    Merlin, o que estava acontecendo com ela? Seu coração estava mole demais...

    Ela se jogou na cama, frustrada com a mãe e consigo mesma.
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    Mensagem por Mary McDonald Sáb Abr 09, 2016 11:08 pm

    Sirius olhou aflito para a porta do quarto dos pais de Rebecca – e se todo aquele barulho tivesse chamado a atenção de Merton? Ele não tinha nem como se defender...
     
    - Monty – ele pigarreou, tentando não ficar muito convencido com as olhadas que ela estava dando (e tentando, claro, não olhar de volta...mas ele era um rapaz hormonal, por Merlin, então aquela tarefa estava se provando um pouco impossível)  - Eu...boa noite – ele tentou se desvencilhar dela para ir para o quarto, mas ela teve a mesma ideia e os dois ficaram numa quase dança meio desengonçada.
     
    - Ok, chega. – ele riu e segurando-a pelos ombros, a afastou para o lado – Isso nunca aconteceu, certo?
     
    E ele correu para o quarto de Ayala e se encostou na porta fechada.

    Depois de se acalmar, ele respirou fundo. 

    Podia ter sido pior. A toalha dele poderia ter caído, por exemplo....

    (ou ainda: o pai de Becca poderia ter aparecido....)
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    Mensagem por Admin Sáb Abr 09, 2016 11:24 pm

    Bastou que as Mackenzie saíssem da livraria para que o gorducho gerente da Floreios e Borrões adentrasse o estoque, onde Remus se refugiara, com tanta fúria que mais parecia uma força da natureza.

    Remus ouvira os gritos calado, encarando o assoalho – achava que se tentasse encarar o chefe, era capaz de despejar uma nova leva de seu conteúdo estomacal, mas também sabia que ele não devia estar nada feliz com o escândalo feito pela mãe de Maeve.

    - ... Uma das nossas principais clientes! Ela jurou nunca mais colocar os pés aqui dentro! E tudo porque você resolveu aparecer de ressaca! – Remus o fitou, assustado. Ressaca? – Ora, não faça essa cara! Eu vi você tentando convencer todos os seus colegas a cobrirem o seu turno hoje. Mas não conseguiu ninguém e resolveu farrear assim mesmo, não é.

    Remus fez menção de negar – tentar explicar, talvez – mas o gerente não lhe deixou emitir som algum.

    - Eu já tive a sua idade, rapaz, mas eu nunca fui irresponsável desse jeito! Vá pra casa. E nem precisa se dar ao trabalho de aparecer aqui novamente!

    E essa foi a história de como Remus Lupin perdeu o seu primeiro emprego.

    Enquanto andava cabisbaixo até o ponto em que poderia pegar o Noitebus, Remus se lembrava da cara de nojo de Maeve, e do modo superior como a mãe dela lhe olhava todo o tempo. O modo como Emmeline falara dele, enquanto brigava com o gerente, e como, mesmo tendo recebido elogios na semana anterior (“O meu melhor funcionário!”), ele havia sido demitido em apenas um segundo, por causa dos efeitos da Licantropia.

    Só de lembrar da cena em que vomitava, uma nova ânsia o dominou, e ele precisou parar em uma esquina.

    No que ele estava pensando, agindo como se fosse um adolescente normal?


    ___


    Remus dormira a tarde inteira e uma boa parte da noite, e estava quase convencido a não procurar outro emprego de verão. De que adiantaria, se seria demitido novamente na próxima lua cheia? Mas aí o rapaz se lembrou dos pais, e de como a família se desfizera das economias, pouco a pouco, por causa dele. Ele não podia decepcioná-los, não agora.

    No dia seguinte, Remus acordou no horário habitual e foi para o Beco Diagonal, os classificados de empregos devidamente circulados embaixo do braço.

    O primeiro lugar em que parou – um bufê – tinha como dona uma cliente regular da Floreios e Borrões, que adorava as dicas literárias do rapaz. Em menos de 10 minutos Remus estava recebendo lições de como se portar direito em eventos, e de como servir adequadamente.
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    Mensagem por Admin Sáb Abr 09, 2016 11:57 pm

    Rebecca entrou no quarto que dividia com a irmã quase que correndo, apoiando-se na porta fechada. O peito arfava um pouco, e os lhos estava tão arregalados quanto as bochechas estavam vermelhas.

    - O que aconteceu com você?

    Rebecca ergueu os olhos para a irmã, que a encarava, sentada na cama.

    - N-nada...

    - Não parece que não foi nada – o tom maldoso na voz de Ayala era perceptível, e Rebecca corou ainda mais, mas deu ombros, tentando não se entregar muito.

    - Não sei do que você está falando, Ay... – Rebecca se arrastou até a própria cama, tentando evitar contato visual com a irmã.

    - Ou... – Ayala sentou na ponta da cama da irmã, inclinando o corpo para a frente e se apoiando em um dos braços – O Sirius esqueceu de levar a roupa para o banheiro de novo, e você encontrou com ele lá fora...

    Rebecca corou um pouquinho mais, e aquilo parecia divertir a irmã, que segurava o riso.

    - Aposto... – ela continuou – que você o viu recém saído do banho, só de toalha, e ficou se imaginando passando a mão pelo peitoral dele... Enfiando os dedos nos cabelos negros....

    Rebecca arregalou os olhos para a irmã, o terror espantado em seu rosto.

    - Ayala!!! – Becca não sabia o que a assustava mais: a irmã saber aquilo, ou a irmã pensar aquilo sobre o Sirius.

    Ayala se entregou à gargalhada, e sacudiu a cabeça.

    - Becca, você gosta dele!

    - CLARO QUE NÃO! – Rebecca gritou, mas logo cobriu a boca com as mãos. Se continuasse fazendo escândalos, acordaria o pai a qualquer minuto.

    - Você gosta deleee – Ayala cantarolou sussurrando.

    - AYALA!!

    Naquele momento – antes que Rebecca pudesse acordar os vizinhos – Catherine abriu a porta do quarto das filhas:

    - Meninas... O que está acontecendo aqui?

    Becca olhou horrorizada da irmã para a mãe e logo depois apenas desviou o olhar.

    - Nada, mãe, eu só tava brincando com a Becky.

    Catherine olhou desconfiada de uma filha para outra e suspirou, cansada.

    - Ok, mas já está tarde. Melhor vocês irem dormir. Agora.

    Rebecca se enviou sob o lençol, dando graças à Morgana por sua mãe ter aparecido.


    ***


    - O que vocês vão fazer hoje? – Catherine perguntou na manhã seguinte, enquanto todos almoçavam (era uma tradição da família fazer as refeições juntos).

    - Eu pensei em ir nadar um pouco na represa - Becca respondeu, dando uma garfada despreocupada em seu purê de batatas.

    - É uma ótima ideia. Você também vai, Sirius?

    Rebecca precisou dar um cutucão em Ayala para que a irmã parasse com o risinho irritante.
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    Mensagem por Mary McDonald Dom Abr 17, 2016 9:03 pm

    - Vocês não vão precisar de mim no pub? – Sirius olhou para os pais de Rebecca. Estava tão calor naqueles dias que a ideia de nadar na represa era tentadora.
     
    - Hoje é dia de semana, querido, então o movimento não vai ser muito grande. Pode ir – a sra. Montgomery respondeu e Sirius não pode deixar de sorrir, aliviado.
     
    No meio da tarde, ele seguiu para a represa junto das irmãs Montgomery.
     
    (Era impressão dele ou Ayala sorriu de maneira muito esquisita quando ele tirou a camisa? Claro que ele já estava acostumado com aquele tipo de reação,mas havia algo estranho no ar... )
     
    _______
     
    Sirius emergiu na água, os cabelos grudados na testa e sorriu enquanto seu corpo boiava. 
     
    - Monty, tenho que concordar que a ideia de vir aqui foi muito boa. - como ele esperara, a água geladinha era deveras refrescante.

    Ele jogou o cabelo para trás e encarou a amiga:
     

    - Quer apostar quem chega na outra margem primeiro? - e ele esperou pela reação dela. Sabia que Rebecca era muito competitiva - e ele também, por Merlin - e por isso adorava apostar trivialidades com ela. - O perdedor tem que realizar um desejo do ganhador.
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    Mensagem por Mary McDonald Dom Abr 17, 2016 9:22 pm

    Maeve sentia as maçãs do rosto doendo pelo tanto de sorrisos forçados que distribuíra do começo da noite até aquele momento. Sim, ela estava feliz por sua festa de aniversário ter dado certo e sim, ela adorava ser bajulada pelos amigos da família, mas ser a anfitriã da festa não era nada fácil.


     
     Como aniversariante e personagem principal daquela noite, ela tinha que sair cumprimentando convidado por convidado e por Merlin, ela sabia que não devia ter deixado o pai convidar as pessoas – ela mal sabia quem eram alguns dos amigos dele.
     



    Depois de recepcionar os Potter (ela teve que segurar o riso ao ver a tentativa de James Potter de domar os cabelos rebeldes), ela pediu licença e saiu para os jardins para se sentar um pouco perto da fonte que havia ali - seu local favorito, depois do próprio quarto. Tirou os sapatos e massageou um dos pés, enquanto suspirava pesadamente.




    Seu vestido fora feito sob medida na Madame Malkin - era preto e com um corte que a valorizava - e seus cabelos loiros caíam sob um de seus ombros. Ela estava linda, como todos fizeram questão de lhe dizer, mas por que continuava se sentindo vazia?



    (Desde sua última ida ao Beco Diagonal, ela vinha se sentindo daquele jeito)


    Maeve ergueu os olhos para o céu e soltou outro suspiro ao ver a lua minguante brilhando no céu e ficou tão distraída pela beleza do cenário que não escutou o barulho de passos amassando a grama.
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    Mensagem por Admin Ter Abr 19, 2016 6:34 pm

    Não. Não, não, não e não. Definitivamente não. Aquilo não estava certo.

    Rebecca sabia como era estar interessada por Sirius desde basicamente o começo dos tempos, mas ela sempre entendeu que aquele sentimento era errado. Sirius e ela não tinham absolutamente nada em comum: ele era imaturo, irresponsável, irritante e... tão cabeça dura que às vezes doía. Ela aprendera desde cedo a suprimir o que sentia por ele (e o fazia tão bem que, por vezes, acreditava realmente que apenas o odiava), e na última semana – assim como quando Acantha e ele namoravam – foi apenas natural colocar aquela... quedinha de lado.

    E tudo teria continuado do mesmo jeito, se Sirius Black não fosse o tipo de pessoa que anda pela casa vestindo apenas uma toalha.

    Pela primeira vez na vida, Becca sabia como era ser amiga de Sirius. Trabalhar juntos no pub e morar na mesma casa estava fazendo com que ela visse um lado diferente do garoto rebelde, insolente e insubordinado: um lado dedicado, divertido e... leve – em nada parecido com o grifinório irritante com quem ela convivia durante as aulas.  Pela primeira vez na vida, Becca sabia como era admirar Sirius.

    E, ainda assim, tudo teria continuado do mesmo jeito, se Ayala não fosse o tipo de pessoa que percebe que você está afim de um cara e fica soltando risinhos e te olhando esquisito.

    (Becca percebeu que encarava Sirius enquanto ele tirava a camisa por causa dos risos que a irmã tentava controlar. Desviando o olhar, ela tratou de se despir mais rapidamente e entrar logo na água. Talvez o geladinho amenizasse o corado de suas bochechas)


    *****


    “O perdedor tem que realizar um desejo do ganhador.” – Sirius a desafiou, mas antes que Rebecca pudesse respondê-lo, a voz de Ayala, que estava sentada à margem, se fez ouvir:

    - Hey, vocês dois!

    Becca e Sirius se viraram para encarar a garota, que já havia recolhido todos os seus pertences.

    - Eu vou voltar para ajudar a mamãe com algumas coisas. Vocês se comportem, sim? – com uma piscadinha, a morena girou nos próprios calcanhares e começou a percorrer a trilha que a levaria de volta até a vila.

    Rebecca revirou os olhos, impressionada com a sutileza da irmã, e se virou lentamente na direção de Sirius. A outra margem era distante, mas ela sabia que dava conta de chegar lá – nadava naquela represa desde que se entendia por gente, as chances de Sirius vencê-la eram mínimas.

    - Melhor se preparar pra perder – ela sorriu e queimou a partida, largando na frente dele.

    Becca sabia que o melhor era ganhar distância logo no começo, antes que cansasse de nadar. Por isso, bateu braços e pernas tão forte quanto possível – podia sentir Sirius logo em seu encalço, e se ela se esforçasse só mais um pouquinho...

    Sem nenhum aviso prévio, a perna direita de Rebecca deu um estirão, a dor da cãibra tão intensa que, antes que percebesse, ela afundava na parte mais funda da represa.
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    Mensagem por Admin Ter Abr 19, 2016 7:48 pm

    Remus era o membro dos Marotos com mais habilidade para manter a calma, mas, naquela sexta-feira – apenas uma semana desde que começara a trabalhar para a Madame Greer –, ele achava que podia ter um treco a qualquer minuto.

    Um dos motivos para que Remus estivesse uma pilha de nervos era o fato de que ele precisava servir todos os seus colegas de classe – bem, ao menos aqueles que Emmeline e Fergus Mackenzie considerassem bons o suficiente para frequentar a própria casa – e aquilo incluía Nott, Macmillan e Carrow, que com certeza não perderiam a chance de humilhá-lo. E embora acreditasse que todos os trabalhos honestos eram dignos, ele não sabia se ia se sentir tão confortável assim sem poder revidar.

    O outro motivo por que Remus estava nervoso é por estar trabalhando para Emmeline Mackenzie. A última vez em que se encontrara com a mãe de Maeve havia sido desastrosa, e ele temia que ela o reconhecesse. Provavelmente, ela não ficaria nada satisfeita sabendo que o rapaz que vomitara em seus sapatos de luxo estava servindo bebidas e comidas pela sua casa (a quem Remus estava enganando, ele conhecia os bruxos ricos de famílias tradicionais: ela definitivamente não ficaria nem um pouco feliz com aquilo)

    O terceiro motivo – e definitivamente o mais importante – era a própria Maeve. Remus não se importava de que ela o visse trabalhando em uma livraria, afinal de contas, ela amava livros tanto quanto ele; mas a ideia de encará-la usando um uniforme de garçom fazia com que seu estômago desse cambalhotas.

    E aquilo não era nem um pouco legal.


    Remus se manteve à distância todo o tempo, mas, ainda assim, quando seus olhos pousaram na aniversariante, seus joelhos falharam um pouquinho (o que quase derrubou as flutes de champanhe que ele trazia em sua bandeja), e sua mão livre imediatamente tocou o bolso magicamente expandido, onde o presente que ele trouxera estava guardado.

    Merlin, onde ele estava com a cabeça?

    Pelo resto da noite, Remus se manteve furtivamente de olho em Maeve e, quando ela se esgueirou até o jardim, ele se viu mais uma vez agindo por instinto (Por Grodric, era como se ele estivesse intoxicado!) e seguindo-a até o lado de fora.

    - Um brinde pelo seu aniversário? – Remus se aproximou, incerto, as mãos segurando firmemente as bordas da bandeja, onde duas taças de champanhe borbulhavam lentamente.

    Um sorriso ansioso brincou em seu rosto. Se Maeve o veria – era inútil continuar fugindo dela pelo resto da noite – era melhor que eles estivessem sozinhos.

    - ... Parabéns, Mav.


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    Mensagem por Mary McDonald Qui Abr 21, 2016 12:39 pm

    “Um brinde pelo seu aniversário?” – a voz de Remus Lupin se fez ouvir em meio ao silêncio do enorme jardim dos Mackenzie. Maeve se sobressaltou – por que todas as vezes que os dois se encontravam ele sempre a pegava desprevenida? – e pousou seus olhos azuis no colega, tentando entender o que diabos ele estava fazendo ali.
     
    Ela demorou alguns minutos até notar o uniforme dele e a bandeja com as flutes de champanhe.
     
    Ela se levantou e caminhou até onde ele estava parado. Se alguém visse a cena de fora, veria apenas a aniversariante se servindo de bebida.
     

    - Obrigada, Remus.  – ela deu um gole na bebida, ainda sem tirar os olhos dele. - Hoje o seu estômago está no lugar, acredito? - ela fez menção à última vez em que eles haviam se visto. Não guardava mágoas do episódio (na verdade, ficara bem preocupada com o rapaz).

    Ela deu uma olhada no rosto dele, o analisando. Mesmo à pouca luz, ele aparentava estar bem mais saudável - ao contrário da última vez em que o vira (pálido e suando frio)

    A memória do último encontro dos dois na Floreios & Borrões a deixou subitamente envergonhada - o modo como a mãe reagira...ah, por Merlin!

    - Eu sinto muito se a minha mãe... - ela suspirou e passou a mão pelos longos cabelos - Te causou algum problema.
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    Mensagem por Mary McDonald Qui Abr 21, 2016 1:01 pm

    - HEY! – Sirius gritou indignado quando Rebecca saiu nadando em disparada antes que ele pudesse dizer “JÁ!”.

    Como estava em desvantagem, o rapaz bateu os braços e pernas com toda força e quando deu por si, já estava no encalço da colega.
    Ele não podia deixar ela ganhar e perder a chance de torturá-la.


    Reunindo toda sua concentração, Sirius fez o máximo de esforço para ultrapassá-la e sem se dar conta que Rebecca estava em apuros, ele passou na frente dela.
     
    Assim que sentiu sua mão tocando a margem, Sirius emergiu da água, ofegante e abriu um sorriso enorme ao notar que Rebecca não estava lá do lado dele. Aquilo só podia significar uma coisa...
     
    - Vitória para Sirius Black – ele comemorou.
     
    Um minuto se passou e nada de Rebecca dar sinal de vida. A alegria de Sirius deu espaço, então, para a preocupação. Ele olhou ao redor, tentando encontrar a colega e viu uma movimentação estranha na parte mais funda da represa.
     
    - Merda... – ele falou e saiu nadando até onde ele via algumas bolhas de ar se formando. Com a destreza e força que só a adrenalina permitiriam, Sirius a puxou pelos braços e nadou de volta para o outro lado.
     
    Uma vez fora da água, ele encarou o corpo gelado dela sem saber o que fazer. Os lábios dela estavam roxos ou era impressão dele...?
     
    Sirius deu um puxão no próprio cabelo, tentando pensar numa solução. Sua varinha estava guardada dentro de seu malão (menores de idade não podiam realizar magia fora de Hogwarts), Ayala já devia estar muito longe...ah, meleca!
     
    ...como é que tio Alphard havia o ensinado a fazer, naqueles casos? Pensa, Sirius, Pensa!
     
    Sirius conseguiu, então, ouvir a voz grave do tio lhe explicando: "Se o Reg se afogar e não estivermos por perto, Sirius, você tem que esticar a cabeça dele assim e encostar a boca na dele..."  O Sirius de 10 anos, é claro, se contentou em fazer uma careta “Eu não vou beijar o Reg!”
     
    Depois dessa luz, Sirius fez como o tio havia lhe explicado e alguns minutos depois de encostar os lábios nos de Rebecca (céus, ela estava tão gelada) a garota virou para o lado e tossiu uma quantidade significativa de água.
     

    - Becca! – ele gritou, aliviado e a abraçou. Só então percebeu que estava chorando de alívio.
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    Mensagem por Admin Qui Abr 21, 2016 1:43 pm

    A apreensão de antes deu lugar a um sorriso envergonhado quando Maeve mencionou a última vez em que eles sem encontraram, e Remus sentiu o estômago dar mais uma daquelas voltinhas (por Merlin?!).

    - Eu é que tenho que te pedir desculpas, Maeve. – a cena embaraçosa da Floreios e Borrões dançou na mente de Remus, e ele se viu apertando com um pouco mais de força a beirada da bandeja – Eu... sinto muito pelo seus sapatos. E... por tudo, na verdade.

    Um suspiro pesado escapou dos lábios dele. Por Godric, estar com ela ali, no jardim de uma casa infinitamente maior e mais luxuosa que a dele... Estar usando um uniforme que deixava muito claro o seu papel na sociedade (isto é, se ele tivesse sorte) e vê-la naquele vestido... (a secura que ele sentia aumentar na boca enquanto seus olhos passeavam pelo corpo dela era normal?)

    Tudo aquilo só aumentava a sensação de inadequação dentro dele. De repente, todo o ímpeto e coragem que o impulsionaram a segui-la até ali o abandonaram, deixando sozinho o garoto tímido que Mackenzie só conhecia de vista.

    Com uma olhadela por cima do ombro – garantindo que não havia ninguém à espreita – Remus reuniu forças para fazer o que pretendia.

    - Eu... Eu queria te dar uma coisa – ele apoiou a bandeja sobre o banco, e puxou um pequeno saquinho de veludo do bolso de seu avental – Não é nada demais, eu só...

    Ele respirou fundo mais uma vez, e mexeu no saquinho – era impressão sua ou as mãos estavam suadas? –, antes de estendê-lo para Maeve.

    - Com certeza não é nada tão caro quanto o resto dos presentes que você vai receber hoje, mas... Eu lembrei de você quando vi.
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    Mensagem por Admin Qui Abr 21, 2016 2:04 pm

    Mesmo abraçada a Sirius, Rebecca ainda tossia um pouco, a respiração ofegante. A sensação de estar se afogando ainda a atormentava, e demorou vários minutos até que ela percebesse que estava em segurança.

    - Parece que você venceu - ela brincou, sorrindo fraquinho e se afastando somente o suficiente para conseguir ver o rosto dele – Obrigada, Sirius.

    Rebecca jamais saberia se era efeito do pouco tempo que passara sem oxigênio, ou se foi um ímpeto de gratidão, ou mesmo se eram apenas os hormônios falando mais alto, mas, antes que percebesse, ela estava aniquilando a distância entre os dois, colando os lábios de Sirius aos seus.
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    Mensagem por Mary McDonald Qui Abr 21, 2016 2:29 pm

    O alívio de Sirius logo deu lugar a confusão quando os lábio de Rebecca se juntaram aos dele.

     Não é que ele achasse aquilo ruim, mas a prioridade dela era respirar e não se envolver em atividades que a fariam perder o fôlego novamente... (pelo jeito ela ainda não estava batendo bem das ideias, eh?)

    Sirius decidiu que, naquele momento, ele devia ser o responsável ali  (quem diria!) e antes que desse ouvido aos seus hormônios, ele a segurou pelos ombros e a afastou, com delicadeza.


    - Você precisa se aquecer, Monty. – ele correu até onde as roupas deles estavam e trouxe a camiseta que usava até pular no lago, envolvendo-a antes que ela pudesse protestar ou se esquivar.

    Depois de descansarem mais um pouco, os dois voltaram para a casa e decidiram, num acordo mútuo, não contar sobre o incidente daquela tarde a ninguém - nem mesmo a Ayala.

    Depois do jantar, Sirius lavava os pratos com Rebecca - ela estava meio calada e então ele decidiu puxar assunto:

    - Então, Monty...acho que você ganhou a aposta, eh? - ele a empurrou de leve com o ombro - Se não tivesse... - pigarro - Enfim. Estarei a seu dispor por uma semana. 

    E para fins dramáticos, ele fez uma reverência.
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    Mensagem por Admin Qui Abr 21, 2016 3:07 pm

    - Não precisa disso, Sirius...

    Rebecca sorriu fraquinho com a reverência dele, mas logo voltou a esfregar a pilha de pratos à sua frente. Ela se sentia envergonhada pelo que tinha acontecido mais cedo – onde ela estava com a cabeça para beijá-lo? - e, definitivamente, não estava nada animada com a confirmação daquilo de que sempre suspeitara: ele nunca olharia para ela daquela forma. Nem depois do beijo do terceiro ano, ou da madrugada após a morte do Alphard, e muito menos depois daquela tarde.



    A semana passou antes mesmo que Rebecca percebesse. Determinada a não fazer mais papel de tola, ela evitava ao máximo passar mais tempo que o necessário com o Sirius. Ainda assim, em uma atitude que ela lia puramente como uma preocupação excessiva pós-quase-afogamento, ele aparecia por perto toda vez que ela precisava carregar algo pesado ou fazer algum dos serviços que todo mundo sabia que ela odiava.

    Evitar Sirius Black entre aulas, monitorias, jogos de quadribol e fofocas sem pé nem cabeça em Hogwarts parecia fichinha perto da tentativa de evitar o garoto no quarto ao lado do seu. Ele estava literalmente em todos os lugares, e por mais que ela tentasse se comportar normalmente perto dele, nada parecia normal.

    Sempre que podia, Rebecca enfiava um livro embaixo do braço e fugia para o seu banco favorito na praça perto de casa. Embaixo de uma árvore frondosa, o lugar era perfeito para matar o tempo.

    Naquela tarde, enquanto ela tentava ler as páginas já gastas de seu livro favorito, Sirius se aproximou e, sem se anunciar, sentou ao seu lado. Becca o encarou com curiosidade e, depois de alguns segundos de silêncio, respirou fundo e fechou o livro, sem marcar a página (não fazia diferença, ela não prestava atenção no que lia há bastante tempo).

    - Você precisa parar de tentar me forçar a usar a aposta – ela abriu o livro em uma página qualquer, mas não conseguiu ler uma única palavra inteira antes que seu olhar vagasse para um ponto qualquer no chão.

    Respirando fundo, ela o encarou novamente:

    - Não é como se você pudesse me dar o que eu quero.
    Dando de ombros, ela voltou a correr os olhos, sem foco, pela página aberta em seu colo.
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    Mensagem por Mary McDonald Qui Abr 21, 2016 5:16 pm

    Maeve pegou o saquinho que Remus lhe estendia e o abriu com cuidado, a curiosidade fazendo seu coração acelerar.
     
    Um pingente bem delicado em formato de livro caiu na palma de sua mão.
     
    - É tão bonito – e ela estava sendo sincera. De todos os presentes caros que lotavam sua cama de dossel, aquele com certeza era o mais bem direcionado a ela.  – Olha só..o livro abre! – ela sorriu ao notar aquele pequeno detalhe.
     
    - Obrigada, Remus. – ela apertou a mão dele e olhou ao redor dos jardins.  Estavam sozinhos, mas mesmo assim ela não queria arriscar...

    ...Maeve o puxou pela mão na direção de uma das muitas árvores bem podadas que haviam ali e quando estavam escondidos pela figura majestosa da mesma, ela o beijou no rosto, aproveitando que o salto alto a deixava quase da mesma altura que ele.
     

    - Obrigada, mesmo.

    Ela sempre ficava meio sentimental no seu aniversário e o fato de Remus ter perdido tempo comprando algo pensando nela - mesmo que não a altura do que ela estava acostumada - fazia um carlozinho gostoso subir em seu peito.
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    Mensagem por Admin Qui Abr 21, 2016 11:06 pm

    Remus arregalou os olhos para Maeve. Ele estava feliz porque ela tinha gostado do presente, mas mesmo assim não esperava ser arrastado até a orla do bosque próximo e, definitivamente, não esperava que elanse inclinasse sobre ele e beijasse o seu rosto.

    Por um reflexo, Remus envolveu a cintura da menina, segurando-a perto do próprio corpo. Um sorriso genuíno envolveu os lábios do rapaz e ele suspirou, aliviado. Qualquer que fosse a imagem que Maeve tivesse dele, não tinha sido alterada pela bandeja que ele carregava ou pelo uniforme que ele vestia.

    - que bom que você gostou, Mav - ele sorriu mais um pouco, os olhos brilhando ao passear pelo rosto dela.

    Merlin, ele se sentia tão bem com ela!

    Erguendo uma das mãos e afastando uma mecha dos cabelos loiros, ele se encheu de coragem, e inclinou o rosto aos poucos, diminuindo a distância entre eles.

    Não havia uma coisa em Maeve - os olhos azuis, os lábios bem delineados pelo batom claro, as ondas leves no cabelo loiro... Não havia uma única coisa que não fosse completamente inebriante.

    E Remus há muito se sentia inebriado.
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    Mensagem por Mary McDonald Sex Abr 22, 2016 1:59 am

    - Bom, se o que você quer é dinheiro eu realmente não posso ajudá-la no momento – Sirius a cutucou com o cotovelo, esperando por uma reação mais positiva.


    Há dias ele vinha sentindo que Rebecca preferia a presença da Lula Gigante a dele – mas não era como nos velhos tempos quando os dois se odiavam e sim como se ele tivesse feito algo que a magoara profundamente.


    Ele franziu a testa ao notar a reação apática da garota – de olhar para o livro sem ler as páginas (ele não era burro e podia ver que os olhos dela não se moviam pelos parágrafos).



    - Becca...o que você quer? – ele pousou a mão na dela. – É bom você me dizer...senão eu vou ficar preocupado e vou ficar te perguntando isso até o fim das férias.

    Ele puxou o livro das mãos dela:

    - Você sabe que eu sou bom nessas coisas.
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    Mensagem por Admin Sex Abr 22, 2016 3:00 pm

    - Devolve o meu livro, Sirius... - Rebecca suplicou, se inclinando sobre ele para alcançar a publicação que ele afastava do alcance dela.

    Não importava quantas investidas fizesse em direção a ele, a diferença de altura se aliava aos braços longos do batedor, e ela estava em permanente desvantagem nas tentativas de recuperar o livro.

    - Sirius... É sério... Devolve...

    A competitividade de Rebecca sempre falava mais alto naquelas horas, e o dom dele de tirá-la do sério era bem eficiente: ela estava definitivamente sem paciência.

    - Droga!

    Mesmo se levantando, ele ainda conseguia desviar dela, e becca se deu por vencida:

    - É um beijo! - ela gritou, exasperada, e automaticamente sentiu as bochechas corarem.

    Desviando o olhar e cruzando os braços ao redor do próprio corpo, ela desviou o olhar dele, sentindo-se completamente envergonhada.

    - você foi o único garoto que eu já beijei, ok? - ela revirou os olhos, e, incapaz de encará-lo, fitou um ponto qualquer à distância - e sempre... Sempre foi um acidente.

    Rebecca esfregou uma das mãos no rosto, como se aquele gesto fosse ajudá-la a organizar os pensamentos.

    - eu sei que eu não sou a menina mais bonita ou a mais divertida que a gente conhece, mas... Seria legal saber como é um beijo de verdade.
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    Mensagem por Mary McDonald Seg Abr 25, 2016 12:19 am

    Sirius ficou tão chocado com a confissão de Rebecca que abaixou o livro lentamente, encarando a garota como se a estivesse vendo pela primeira vez.

    - Monty... – foi o único som que ele foi capaz de emitir. Sua cabeça girava – o que ele devia falar? Merlin, o que ele devia fazer? Se soubesse que era aquilo que ela queria lhe pedir, ele teria ficado na dele (não é que a ideia de beijá-la fosse abominávell, mas agora eles eram amigos e ele não queria arruinar aquilo...) – Monty, eu... – ele pigarreou.

    Sirius se aproximou dela e entregou o livro em suas mãos e antes que pudesse dizer mais alguma coisa, ela murmurou um “esquece, Sirius” e o deixou ainda boquiaberto pra trás.

    Vê-la se afastar só aumentou o peso na consciência dele.


    Ele precisava se redimir. Ele queria se redimir...mas como ela havia bem notado, os beijos deles eram sempre acidentais e mesmo que tivessem sido experiências boas, ele não sabia como chegar nela (parecia que Rebecca Montgomery era imune aos charmes dele).

    Merlin, o que ele havia feito...?

    ***

    Na semana seguinte, Sirius e Ayala saíram para comprar um presente para Rebecca - o aniversário dela seria dali a alguns dias e a família Montgomery queria, além de uma festinha surpresa, presenteá-la com algo bacana.

    Os dois entraram numa loja de jóias e enquanto Ayala era apresentada pela atendente às mais variadas opções de brincos e colares, Sirius andou pela loja, já se sentindo entediado.

    Foi quando seus olhos pousaram em uma presilha de cabelo e ele sorriu para si mesmo, tendo uma ideia.

    Meia hora depois, ele e a Montgomery mais velha deixavam a loja - um pouco mais pobres, mas satisfeitos com suas escolhas (sim, Sirius decidira levar um presente, apesar dos protestos de Ay de que não era necessário...ele devia tanto a Rebecca que não se importava, de verdade).

    O rapaz encarou o pequeno pacote em suas mãos e sorriu. Mal via a hora de entregá-lo (e ver qual seria a reação dela).
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    Mensagem por Admin Qui Abr 28, 2016 9:46 pm

    Aniversários na casa dos Montgomery costumavam ser verdadeiramente especiais, começando já pelo café da manhã - onde o bolo fofinho era apenas um figurante ao lado das comidas favoritas do aniversariante – e no aniversário de Rebecca não foi diferente.

    Embora, na tradição bruxa, o aniversário de dezesseis anos de uma garota fosse o mais importante - a ocasião de apresentá-la à sociedade -, Rebecca tinha decidido que não faria uma festa. Seria um gasto desnecessário de dinheiro, e, além do mais, aquele era um costume antiquado, mesmo. Seria bem melhor aproveitar o dia ao lado da família – o combinado era de passar o dia na represa e, embora Becca ainda estivesse um pouco temerosa desde o quase afogamento, não queria quebrar aquele costume que se moldava nos últimos anos.

    Assim que abriu a porta do quarto que agora dividia com Ayala, o cheiro das panquecas e dos biscoitinhos de canela invadiram suas narinas, e o sorriso – que andava meio raro desde que se envergonhara daquele jeito com Sirius – ocupou o seu lugar no rosto da menina. Becca amava aquelas pequenas tradições da família.

    Depois de receber abraços e felicitações de todos, ela se juntou a eles em um desjejum que não deixava nada a desejar aos banquetes de Hogwarts. Por Morgana, nada estragaria sua felicidade!

    Exceto, talvez, a notícia de que precisaria passar o dia ajudando a madrinha em sua loja de roupas. Apesar de um pouco decepcionada pelos planos frustrados, a garota não reclamou: amava a madrinha, e ajudar a família era a regra número um na vida de Becca.

    ****

    Os grandes olhos castanhos se levantaram preguiçosamente da revista que Becca lia, sentada ao balcão, e se esticaram até a porta, onde a sineta que anunciava a chegada de um novo cliente acabara de tocar. Pelo portal entalhado com a figura de pequenas ninfas passou um jovem casal, e a garota os expiou com curiosidade. Havia algo no caimento das vestes ou no modo como andavam que denunciava prontamente a origem abastada de ambos, bem como uma incrível aura de beleza que os circundava. Era quase hipnotizante.

    - Não sei porque você está tão empolgada com isso, Bellatrix – o rapaz, com suasas feições aristocráticas e um sedoso cabelo negro, tinha uma voz suave, que puxava os Rs aqui e ali, denunciando um leve sotaque francês.

    - Ora, Dolphus – a moça devia ter mais ou menos a idade de Rachel, a irmã mais velha de Becca, e passava as mãos de forma entediada pelas roupas no mostruário. Algo de estranhamente familiar emanava dela.

    Mas o quê?

    – Se Sirius e Andrômeda não reivindicarem a herança em até três meses – ela continuou, e a menção ao nome de Sirius fez com que Becca passasse a prestar mais atenção na conversa do que no casal em si. Não era um nome tão comum assim -, os bens do Alphard serão divididos entre os irmãos, como deveria ter sido desde o início... – ela puxou um vestido roxo da arara e o esticou, analisando-o. Um sorriso convencido curvou os lábios fortemente pintados, e ela se virou novamente para o jovem ao seu lado:

    - E é claro que o papai não terá nenhuma desculpa para nos dar o casamento que eu mereço. Juro por Merlin que se eu o escutar falando que precisa equilibrar os custos por causa do casamento da Narcisa, sou capaz de degolar aquela fedelha.

    O queixo de Rebecca caiu. Não era possível que Sirius e Alphard (e, bem, Narcisa) em uma mesma conversa fosse uma mera coincidência. Aquela moça era uma Black, e era extremamente difícil para a garota acreditar que ela estava mais preocupada com uma festa de casamento do que com o primo (por Morgana! Sirius malmente tinha um galeão para chamar de seu! Ele poderia estar na rua, agora!). E Merlin, aquilo queria dizer que os próprios pais dele estavam tentando usurpar uma herança que era dele por direito?

    E pensar que eles têm orgulho da própria família.

    - Mas isso não é assunto para tratarmos em uma loja de roupas, é claro – correndo os olhos pela boutique (os olhos! Eles eram tão cinzentos quanto os de Sirius. Era isso que ela achou conhecido!), a morena analisou Rebecca de baixo a cima com um desdém patente:

    - Ei, você! – ela gritou, por fim, fazendo com que Rebecca desse um pulo no próprio lugar antes de se aproximar, correndo – Me traga um preto desse.

    Depois de Becca mostrar pelo menos metade dos vestidos da loja, Bellatrix e Rodolphus saíram abarrotados de sacolas. Dinheiro definitivamente não parecia um problema para os dois. (Mas Becca via Sirius dando duro todos os dias, e sabia que qualquer dinheiro era bem-vindo para o rapaz.) Não via a hora de correr para casa e contar o que ouvira ao amigo.

    Enquanto descia do Noitibus andante – uma sacola com o emblema da loja, contendo o vestido que a madrinha lhe dera de presente, firmemente agarrada – ela tinha apenas uma coisa na mente: conversar com Sirius. As coisas ainda estavam esquisitas entre os dois - mas também, ela fazia questão de se colocar em situações embaraçosa, e...

    - SUUURPRESAAAAA! – Becca piscou algumas vezes, em choque: O Hipogrifo Dourado estava cheio, vários rostos conhecidos espalhados pelo bar, e das paredes e do teto surgiam toda sorte de decorações festivas em azul, a sua cor favorita.

    Vários abraços depois, sua mãe sugeriu que ela subisse para se arrumar (a que Acantha fez coro dizendo que “eu distraio todo mundo!”), e que logo mandaria Ayala, para ver se Rebecca precisava de ajuda.

    Becca subiu as escadas correndo – mal podia acreditar que os pais tinham lhe feito uma festa surpresa! – e tentou se arrumar da forma mais rápida que conseguisse (sem nem perceber que deixara uma fresta da porta aberta).

    Seu plano teria dado certo, se o vestido que ganhara da madrinha não tivesse um zíper bem no ponto inalcançável das costas.

    A menina estava engajada em uma espécie esquisita de dança – cheia de braços e contorcionismos - para tentar fechar o vestido, quando um ruído à porta do quarto chamou sua atenção.

    - Ay... – ela girou nos calcanhares, aliviada por finalmente conseguir ajuda; mas seu semblante logo tomou ares de susto, e suas bochechas coraram.

    Não era Ayala à porta.

    - Sirius... – Rebecca murmurou, as bochechas ardendo de vergonha e os braços instintivamente segurando a parte da frente do vestido.

    - Eu... Eu não consigo fechar o zíper – ela explicou, quase sem poder encará-lo – você... – as íris castanhas finalmente se ergueram até ele – você se importa?

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    Mensagem por Admin Seg maio 16, 2016 9:47 pm

    A música alegre, porém, suave, ecoava na grande sala de estar da família Mackenzie, enquanto diversos convidados aproveitavam o coquetel em homenagem à filha caçula do casal, Maeve. Garçons perfeitamente indumentados circulavam bandejas cheias das mais finas comidas e das melhores bebidas, possivelmente estragando o apetite de todos para o verdadeiro banquete que se seguiria.

    Walburga Black trocou um aperto de mão com um antigo parceiro de negócios da família, desculpando-se por precisar se afastar com um sorriso reservado apenas a ocasiões sociais nos lábios. O marido e o filho há muito tinham se dirigido às próprias obrigações naquela noite, e era a vez de ela seguir o próprio script.

    Os passos suaves e lentos eram interrompidos apenas por um eventual aceno de cabeça a um ou outro conhecido, enquanto os olhos escrutinavam todo o ambiente, computando e julgando todos os detalhes à sua volta.

    O lustre precisa ser limpo com mais afinco. Péssima escolha de vestido. Desde quando é aceito um bruxo se apresentar me público usando uma peruca? Muita coragem de uma escória como você de se apresentar em um evento como esse, Potter.

    O brilho do interesse iluminou os olhos da bruxa no momento em que avistou seu alvo. Parando um garçom que passava ao seu lado – a camisa meio amassada do rapaz prendeu sua atenção e, por uma fração de segundo, ela imaginou que o conhecia de algum lugar - Walburga pegou uma taça de vinho e se aproximou da sua anfitriã.

    Emmeline Mackenzie parecia tentar disfarçar uma bronca na filha, mas se conteve ao observar a aproximação da sra. Black.

    - Ótima festa, Emmeline. Está tudo perfeito. – Walburga entregou a taça de vinho recém colhida do rapazinho mal arrumado à amiga e sorriu – Como sempre, é claro.

    Emmeline foi educada, mas Walburga podia dizer que era apenas essa a extensão da simpatia da sra. Mackenzie. A aliança entre as famílias era apenas mais uma coisa que Sirius tinha conseguido envenenar.

    Disposta a não abrir mão de seu objetivo, a bruxa pousou os olhos sobre a aniversariante.

    - Parabéns, Maeve. Você se tornou uma jovem muito bonita. – a bruxa ofereceu um de seus raros sorrisos à menina - Não me admira que o Regulus passe tanto tempo com você.
    Walburga trocou um rápido olhar significativo com Emmeline, e observou as bochechas de Maeve ganharem tons mais avermelhados. A filha dos Mackenzie não teria pulso para corrigir seu primogênito, de qualquer forma. Ao menos aquela fogueira havia sido pulada.

    - Ele estava te procurando, a propósito. Disse que queria entregar seu presente pessoalmente.

    Assim que a garota se afastou, Walburga voltou-se novamente para Emmeline:

    - Você fez um ótimo trabalho com ela, Emme.

    - uhumn – a bruxa acenou com a cabeça, dando um gole de sua taça – é uma pena que isso não impediu que o nome dela quase fosse arrastado para a lama por causa do seu filho, Burga.

    Walburga engoliu em seco e fitou o líquido arroxeado na própria taça, enquanto escolhia cuidadosamente as palavras que usaria. Se ela pudesse ao menos se vingar de mais aquela humilhação causada por aquele traidor do próprio sangue...

    - Mais uma vez, eu sinto muito pelo acontecido, Emmeline. Mas você sabe que há maçãs podres em todas as árvores... – o sutil lembrete de que a própria árvore genealógica dos Mackenzie havia sido corrompida no passado era argumento suficiente para captar a atenção da anfitriã - Nossa escolha foi puramente porque o Regulus não era o nosso herdeiro oficial. Agora que isso não é mais um problema, fica evidente que ele é a melhor opção que Maeve poderia ter. E nos dá a segurança de que os dois serão bem tratados, visto que já são bem apegados.

    Emmeline concordou com um movimento de cabeça.

    - Imagino que Orion e Fergus estejam conversando neste exato momento? – Walburga perguntou, bebericando do vinho.

    - Sim, eles estão há algum tempo no escritório.

    Walburga seguiu o olhar da sra. Mackenzie, vendo que ele recaia sobre os filhos das duas, e sorriu. Seu discurso estava fazendo efeito.

    - Eles já são próximos, Emme. Regulus é a melhor opção para Maeve sob todos os aspectos. Será muito pior se descobrirmos que os dois são mais íntimos do que imaginávamos justo após eles se casarem com outras pessoas. Nenhuma das nossas famílias poderia conter um escândalo desse porte.


    ****

    Logo após o jantar, Fergus Mackenzie se ergueu, fazendo com que todos os convidados se silenciassem.

    (Walburga sorriu confiante a Orion.)

    - Gostaríamos de agradecer a presença de todos. Além de ser o aniversário de dezesseis anos de Maeve, hoje é também um dia importante para toda a nossa família – o pai fez um aceno para que a garota se levantasse, ao que ela fez.

    Passando o braço pelos ombros da filha, ele continuou:

    - Regulus? – o jovem Black também se aproximou levando consigo uma caixinha de veludo que Walburga lhe empurrara por baixo da mesa – Gostaríamos, os Black e os Mackenzie, de oficializar o noivado entre Regulus e Maeve.

    O barulho de pratos se chocando um ao outro desviou a atenção de Fergus para um dos garçons que retiravam a louça da mesma, mas, com um pigarro, ele logo retomou o seu discurso.

    - Hoje se inicia uma parceria para uma vida toda, bem como provavelmente o casal mais encantador de toda a sociedade bruxa – Fergus sorriu para a filha e ergueu a taça de champanhe – A Maeve e Regulus!

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