R E B O O T
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Maraudering Years 2
Mary McDonald- Mensagens : 380
Data de inscrição : 07/07/2014
- Mensagem nº2
Re: Maraudering Years 2
1o de Setembro, 1971
A Plataforma 9 ¾, àquela altura da manhã, já estava apinhada de gente e uma cacofonia de sons preenchia o ar - o apito do trem misturava-se ao burburinho das conversas dos estudantes e seus familiares e ao miado e piado de seus respectivos animais de estimação. Dominic e Guinevere Mackenzie estavam em um canto mais afastado de toda a balburdia e correria, se despedindo da filha de 11 anos, Maeve. A garotinha de 11 anos, no entanto, estava empolgada demais para dar a devida atenção aos pais, porém era educada o suficiente para fingir que os escutava - não é como se eles estivessem falando alguma novidade...ela sabia perfeitamente que devia levar os estudos a sério e fazer amizades com as pessoas certas. O que importava, naquele momento, é que ela estava indo pra Hogwarts. Finalmente.
- Seja uma boa garota - Guinevere ajeitou a gravata de seu uniforme com carinho e sorriu, encostando a testa à da filha. - E escreva. Certo?
Maeve sorriu de volta, cheia de afeição.
- Tá bom. - ela abraçou a mãe e depois o pai e só não correu para subir no Expresso de Hogwarts porque seus bons costumes a impediam.
Depois de se acomodar em seu vagão e dar um último tchau para os pais, Maeve ficou observando as pessoas pela janela, cheia de curiosidade. Reconheceu alguns rostos familiares no meio daquele monte de gente - os Potter, os Black, os Weasley...mas foi uma família desconhecida, bem próxima à janela de seu vagão, que tomou sua atenção.
-... você sabe que não precisa ir se não quiser. - a mãe dizia, enquanto abraçava o filho. Mais um primeiranista, pelo jeito.
A resposta do garoto foi baixa demais para ela ouvir, mas ela sabia que ele estava negando aquela proposta absurda. Quem em sã consciência deixaria para trás a oportunidade de ir para Hogwarts?
O apito do Expresso soou mais uma vez e o pai do garoto decidiu intervir.
- Vamos, Hope, ele precisa embarcar.
Os três terminaram suas despedidas e Maeve desviou os olhos antes que um dos três percebesse que ela estava bisbilhotando.
Lá pelo meio da viagem, Maeve encontrou Narcissa Black e as duas passaram o resto da viagem juntas. Os Black e Mackenzie eram famílias antigas do mundo bruxo e as duas já se conheciam dos vários jantares e festas pomposas que eram forçadas a ir pelos pais e Maeve agradeceu por isso, pois se não fosse Narcissa ela provavelmente passaria o resto da viagem deveras entediada.
~
- Mackenzie, Maeve - a professora McGonnagall a chamou e Maeve foi até o banco, o coração quase saindo pela boca. Além daquele ser o momento mais esperado da noite, todos os presentes estavam olhando para ela e, bom, ela não podia evitar ficar nervosa.
O Chapéu Seletor tampou toda sua visão e ela segurou os cantos do banco, ansiosa pela análise dele.
"Esforçada e inteligente. Você se daria bem na Corvinal" - uma vozinha que parecia diferente da dela falou em sua mente. O coração de Maeve deu um solavanco. Corvinal era a casa de sua mãe. - "Mas você também é cheia de ambição...hm..." - o objeto encantado voltou a ficar em silêncio até que pareceu se decidir.
- SONSERINA! - ele anunciou. A casa de seu pai. Nada mau, ela pensou, enquanto se dirigia para a mesa mais ao canto direito. Alguns dos alunos mais velhos a cumprimentaram educadamente e ela sorriu, tímida.
Nada mau mesmo.
A Plataforma 9 ¾, àquela altura da manhã, já estava apinhada de gente e uma cacofonia de sons preenchia o ar - o apito do trem misturava-se ao burburinho das conversas dos estudantes e seus familiares e ao miado e piado de seus respectivos animais de estimação. Dominic e Guinevere Mackenzie estavam em um canto mais afastado de toda a balburdia e correria, se despedindo da filha de 11 anos, Maeve. A garotinha de 11 anos, no entanto, estava empolgada demais para dar a devida atenção aos pais, porém era educada o suficiente para fingir que os escutava - não é como se eles estivessem falando alguma novidade...ela sabia perfeitamente que devia levar os estudos a sério e fazer amizades com as pessoas certas. O que importava, naquele momento, é que ela estava indo pra Hogwarts. Finalmente.
- Seja uma boa garota - Guinevere ajeitou a gravata de seu uniforme com carinho e sorriu, encostando a testa à da filha. - E escreva. Certo?
Maeve sorriu de volta, cheia de afeição.
- Tá bom. - ela abraçou a mãe e depois o pai e só não correu para subir no Expresso de Hogwarts porque seus bons costumes a impediam.
Depois de se acomodar em seu vagão e dar um último tchau para os pais, Maeve ficou observando as pessoas pela janela, cheia de curiosidade. Reconheceu alguns rostos familiares no meio daquele monte de gente - os Potter, os Black, os Weasley...mas foi uma família desconhecida, bem próxima à janela de seu vagão, que tomou sua atenção.
-... você sabe que não precisa ir se não quiser. - a mãe dizia, enquanto abraçava o filho. Mais um primeiranista, pelo jeito.
A resposta do garoto foi baixa demais para ela ouvir, mas ela sabia que ele estava negando aquela proposta absurda. Quem em sã consciência deixaria para trás a oportunidade de ir para Hogwarts?
O apito do Expresso soou mais uma vez e o pai do garoto decidiu intervir.
- Vamos, Hope, ele precisa embarcar.
Os três terminaram suas despedidas e Maeve desviou os olhos antes que um dos três percebesse que ela estava bisbilhotando.
Lá pelo meio da viagem, Maeve encontrou Narcissa Black e as duas passaram o resto da viagem juntas. Os Black e Mackenzie eram famílias antigas do mundo bruxo e as duas já se conheciam dos vários jantares e festas pomposas que eram forçadas a ir pelos pais e Maeve agradeceu por isso, pois se não fosse Narcissa ela provavelmente passaria o resto da viagem deveras entediada.
~
- Mackenzie, Maeve - a professora McGonnagall a chamou e Maeve foi até o banco, o coração quase saindo pela boca. Além daquele ser o momento mais esperado da noite, todos os presentes estavam olhando para ela e, bom, ela não podia evitar ficar nervosa.
O Chapéu Seletor tampou toda sua visão e ela segurou os cantos do banco, ansiosa pela análise dele.
"Esforçada e inteligente. Você se daria bem na Corvinal" - uma vozinha que parecia diferente da dela falou em sua mente. O coração de Maeve deu um solavanco. Corvinal era a casa de sua mãe. - "Mas você também é cheia de ambição...hm..." - o objeto encantado voltou a ficar em silêncio até que pareceu se decidir.
- SONSERINA! - ele anunciou. A casa de seu pai. Nada mau, ela pensou, enquanto se dirigia para a mesa mais ao canto direito. Alguns dos alunos mais velhos a cumprimentaram educadamente e ela sorriu, tímida.
Nada mau mesmo.
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Data de inscrição : 06/03/2016
- Mensagem nº3
Re: Maraudering Years 2
Ansiedade de Separação. Este era o nome técnico para os solavancos que reviravam o estômago do pequeno Remus Lupin ao ponto de quase provocar-lhe vômito. Talvez ele não tivesse idade suficiente para compreender o conceito, que conhecera enquanto ouvia entrevistas na rádio trouxa com a mãe, mas com certeza sentia seus efeitos.
Mesmo assim, ir para Hogwarts continuava sendo tudo o que ele queria. Ouvira as histórias do pai, os relatos de Dumbledore e as memórias de cada um dos vendedores que conhecera no Beco Diagonal. Sonhara por noites seguidas com o castelo - é bem verdade que alguns destes sonhos tornaram-se pesadelos em que sua licantropia era descoberta já na primeira noite, mas, de modo geral, a escola aparecia para ele como um lugar repleto de novas aventuras. E novos possíveis amigos.
Amigos. Ele queria muito saber como era ter amigos.
As crianças eram barulhentas. Remus não estava acostumado a interagir com outras crianças de onze anos, de modo que se sobressaltou quando, mal se acomodando em uma das cabines ainda vazias, foi interpelado por um garoto negro com um pequeno black power.
- Hey, tem dois garotos apostando corridas de sapos e o sapo de um deles tá completamente bêbado, você quer ver?
Mesmo estando sozinho, o pequeno Remus Lupin olhou sobre o ombro, certificando-se que o garoto falava mesmo com ele.
- Ahm... - hesitou um pouco, antes de respirar fundo e oferecer um sorriso - Pode ser! - largou o malão no compartimento e enxugou as mãos nas surradas calças caqui, antes de oferecê-la em cumprimento ao outro garoto - Eu sou o Remus. Lupin.
- Jordan Williams - o rapazinho sorriu, retirbuindo o aperto de mão - Cicatriz legal!
Autoconsciente, Remus ergueu a mão à bochecha, onde uma linha fininha, quase invisível, colava a pele rasgada na última transformação. Mas Jordan não lhe deu espaço para insegurança ou autopiedade:
- Vem! Eu aposto cinco nuques que um monitor vai impedir eles de fazerem isso.
***
O que quer que tivesse causado a explosão da coisa gosmenta no meio da corrida de sapos, tinha uma espécie de grude muito eficaz, porque ainda pendia da orelha esquerda de James Potter, o garoto que começara toda a confusão com os bichos e que parecia convencido demais, se você perguntasse a Remus ou a Jordan. Foi pela cara de Potter e pelo sussurro que tomou conta de todo o Salão Principal quando alguém-Black foi escolhido para a Grifinória que Lupin teve noção de quão séria era aquela cerimônia. A menina loira sorteada para a Sonserina minutos antes parecia chocada, bem como a maior parte dos alunos mais velhos. Estalando um a um os nós dos dedos, Remus só desejou ser acolhido em alguma das casas. Qualquer uma.
***
Lupin...
A voz grave do chapéu ecoou dentro da sua cabeça, e Remus respirou fundo para susprimir o pequeno susto que teve. Mas o silêncio que se seguiu foi quase tão assustador.
Perspicaz, o objeto falou, por fim, como seu pai. Vejo que você tem brilho no olhar... A Corvinal seria uma ótima casa para você... Mas há algo mais... Aventura...
O chapéu pareceu soltar um risinho e, dentro do peito, o coração do menino compunha uma verdadeira harmonia de percussão.
Você é leal e tem vontade de viver... Descobrir coisas novas...Cérebro e nervos... Grifinória!
Ele só percebeu que a última palavra tinha sido dita para todos quando a professora McGonagall tirou o chapéu de sua cabeça, sob a saraivada de palmas e assovios. Com as bochechas quentes, seguiu até a mesa vermelha e dourada, onde se sentou ao lado de uma garotinha ruiva, que se apresentou como Lily Evans.
Mesmo assim, ir para Hogwarts continuava sendo tudo o que ele queria. Ouvira as histórias do pai, os relatos de Dumbledore e as memórias de cada um dos vendedores que conhecera no Beco Diagonal. Sonhara por noites seguidas com o castelo - é bem verdade que alguns destes sonhos tornaram-se pesadelos em que sua licantropia era descoberta já na primeira noite, mas, de modo geral, a escola aparecia para ele como um lugar repleto de novas aventuras. E novos possíveis amigos.
Amigos. Ele queria muito saber como era ter amigos.
As crianças eram barulhentas. Remus não estava acostumado a interagir com outras crianças de onze anos, de modo que se sobressaltou quando, mal se acomodando em uma das cabines ainda vazias, foi interpelado por um garoto negro com um pequeno black power.
- Hey, tem dois garotos apostando corridas de sapos e o sapo de um deles tá completamente bêbado, você quer ver?
Mesmo estando sozinho, o pequeno Remus Lupin olhou sobre o ombro, certificando-se que o garoto falava mesmo com ele.
- Ahm... - hesitou um pouco, antes de respirar fundo e oferecer um sorriso - Pode ser! - largou o malão no compartimento e enxugou as mãos nas surradas calças caqui, antes de oferecê-la em cumprimento ao outro garoto - Eu sou o Remus. Lupin.
- Jordan Williams - o rapazinho sorriu, retirbuindo o aperto de mão - Cicatriz legal!
Autoconsciente, Remus ergueu a mão à bochecha, onde uma linha fininha, quase invisível, colava a pele rasgada na última transformação. Mas Jordan não lhe deu espaço para insegurança ou autopiedade:
- Vem! Eu aposto cinco nuques que um monitor vai impedir eles de fazerem isso.
***
O que quer que tivesse causado a explosão da coisa gosmenta no meio da corrida de sapos, tinha uma espécie de grude muito eficaz, porque ainda pendia da orelha esquerda de James Potter, o garoto que começara toda a confusão com os bichos e que parecia convencido demais, se você perguntasse a Remus ou a Jordan. Foi pela cara de Potter e pelo sussurro que tomou conta de todo o Salão Principal quando alguém-Black foi escolhido para a Grifinória que Lupin teve noção de quão séria era aquela cerimônia. A menina loira sorteada para a Sonserina minutos antes parecia chocada, bem como a maior parte dos alunos mais velhos. Estalando um a um os nós dos dedos, Remus só desejou ser acolhido em alguma das casas. Qualquer uma.
***
Lupin...
A voz grave do chapéu ecoou dentro da sua cabeça, e Remus respirou fundo para susprimir o pequeno susto que teve. Mas o silêncio que se seguiu foi quase tão assustador.
Perspicaz, o objeto falou, por fim, como seu pai. Vejo que você tem brilho no olhar... A Corvinal seria uma ótima casa para você... Mas há algo mais... Aventura...
O chapéu pareceu soltar um risinho e, dentro do peito, o coração do menino compunha uma verdadeira harmonia de percussão.
Você é leal e tem vontade de viver... Descobrir coisas novas...Cérebro e nervos... Grifinória!
Ele só percebeu que a última palavra tinha sido dita para todos quando a professora McGonagall tirou o chapéu de sua cabeça, sob a saraivada de palmas e assovios. Com as bochechas quentes, seguiu até a mesa vermelha e dourada, onde se sentou ao lado de uma garotinha ruiva, que se apresentou como Lily Evans.
Mary McDonald- Mensagens : 380
Data de inscrição : 07/07/2014
- Mensagem nº4
Re: Maraudering Years 2
Sirius Black parou em frente a escadaria de sua casa e enquanto cogitava se pulava vários degraus de uma vez ou não - ele e o irmão mais novo estavam brincando de pique-esconde e ele faria de tudo para ganhar- o elfo doméstico da família, Monstro, se materializou ao seu lado, quase matando-o do coração.
Ele fez questão de dizer aquilo em voz alta, mas o elfo apenas fez uma reverência exagerada, quase como se não desse a mínima.
- O mestre quer vê-lo na sala de estudos - a criatura falou e o garoto de 11 anos engoliu em seco. Ele só via o pai durante as refeições e o único cômodo em que ele e o irmão eram proibidos de entrar era o escritório. O que será que ele queria?
Sirius passou a manga da camiseta pela testa para enxugar o suor e desceu as escadas, um degrau de cada vez, ficando nervoso a cada passo. Será que estava em apuros? Não...provavelmente não...ele saberia se estivesse, é claro. A mãe faria questão de gritar (e seu pai provavelmente deixaria que ela resolvesse)
Ele bateu na pesada porta de madeira e só entrou quando escutou o pai dar permissão.
- Chamou, senhor? - ele perguntou, enquanto observava a figura alta e aristocrática do pai andar pra lá e pra cá.
Orion Black parou de andar e encarou o filho primogênito, que era quase uma cópia dele.
- Você vai embarcar para Hogwarts amanhã. - ele disse, sem tirar os olhos do garoto. - Como herdeiro dos Black, você tem uma reputação a zelar, Sirius. - Orion passava a maior parte do tempo longe da casa do Grimmauld Place, mas sabia que o filho tinha uma certa predileção em causar confusão. - Espero que saiba disso.
Sirius se segurou para não revirar os olhos. Sim, ele sabia disso. A mãe também fizera questão de passar a semana lhe lembrando daquele fato.
- Sei, senhor. - o tom de voz dele tinha um quê de petulância, mas ou Orion não percebeu ou fingiu não se importar.
- Não esperamos menos do que total excelência - os olhos cinzentos dele brilhavam. - E fique ao lado de suas primas.
Ugh. Como se ele fosse perder seu precioso tempo andando com Bella, Domeda e Cissy (ele estava naquela fase em que achava garotas idiotas).
Orion o dispensou e Sirius subiu correndo as escadas e aproveitou para dar um susto em Reg.
~
Monstro terminou de colocar o malão dele no trem e Sirius respirou fundo antes de embarcar, murmurando um "tchau" para o elfo doméstico. A mãe de Sirius, aparentemente, estava com mais de uma de suas crises de enxaqueca e deu ao elfo a missão de levá-lo até a Plataforma 9 3/4. Regulus foi o único que pareceu se importar de verdade com o fato de que ele passaria o resto do ano fora e quase não o largou quando os dois se despediram.
Mesmo estando acostumado com a alienação dos pais, Sirius não podia evitar olhar com uma certa inveja para os alunos que recebiam abraços carinhosos e demorados de seus progenitores. E por não gostar de se sentir assim, ele desviou os olhos e foi procurar um vagão.
Estava passando pelo corredor, desviando dos alunos mais velhos quando seus olhos pousaram num vagão onde três garotos jogavam o que parecia ser snap explosivo. Uma garota ruiva estava encostada à janela, ignorando-os.
- Posso me juntar a vocês? - ele perguntou, sem a menor vergonha.
Um garoto de cabelos negros e bagunçados o encarou por cima dos óculos e deu de ombros. Sirius se sentou no banco em frente a ele e ficou observando-os jogar, dando palpites aqui e ali. Dali a alguns minutos, um outro garoto magricela e de nariz torto entrou no compartimento e começou a conversar com a ruiva.
... é melhor você entrar para a Sonserina. - o recém chegado falou alto o suficiente para que o restante o ouvisse.
- Sonserina? - o garoto sentado em frente a Sirius falou, subitamente interessado no papo dos dois. Mas Sirius notou um quê de descrença na voz dele - Quem quer ir para a Sonserina? Acho que eu desistiria da escola, você não? - ele estava mesmo pedindo a opinião dele?
Sirius não riu.
- Toda a minha família foi Sonserina.
- Caramba. E eu que pensei que você fosse legal.
E Sirius se permitiu rir.
- Talvez eu quebre a tradição - certo. Seus pais provavelmente iriam buscá-lo pessoalmente caso aquilo acontecesse. - Para qual você iria se pudesse escolher?
- "Grifinória, a morada dos destemidos!" Como o meu pai.
O magricela soltou um muxoxo.
- Algum problema?
- Não - retrucou, debochado - Se você prefere ter mais músculo do que cérebro...
Sirius girou os olhos, cansado do ar de superioridade daquele garoto.
- E para onde está esperando ir, uma vez que não tem nenhum dos dois? - ele não conseguiu segurar a própria língua. Dali a alguns minutos, a ruiva e o tal do Severo estavam dando o fora dali, em meio às risadas.
- Céus, ela não precisava ficar tão ofendida. Eu sou James Potter... - James esticou a mão para ele e só então Sirius se deu conta de que os dois ainda não haviam se apresentado. E se ele bem se lembrasse, os Potter eram uma família bem ativa na comunidade bruxa.
- Sirius Black... - e ele sabia que James reconhecera seu sobrenome também, mas os dois resumiram o jogo de snap explosivo. Naquela idade, não ligavam lá muito para política.
Lá pelo meio da corrida, James e Sirius decidiram colocar os sapos de estimação dos outros dois garotos do compartimento para apostarem corrida. Só que algo gosmento explodiu, manchando-os de verde e eles caíram na risada, junto com os expectadores.
~
Só enquanto esperava na fila para ser chamado para a frente do Salão Principal é que Sirius se permitiu ficar nervoso. Passou a viagem se divertindo tanto que não teve tempo para pensar na cerimônia...mas ali estava ele e, Merlin, ele seria o próximo...
Ele sabia que, assim como sua prima Narcissa, o Chapéu Seletor não demoraria para colocá-lo na Sonserina. Ele era um Black, afinal de contas. (mas mesmo sabendo seu destino, o coração dele insistia em martelar no peito)
"Outro Black, hmm...? Acho que já sei onde colocá-lo" - a voz do Chapéu preencheu a mente dele e Sirius tamborilou os dedos na perna. Foi naquele momento que a vozinha de James Potter veio em sua mente "Grifinória, a morada dos destemidos!"
Não seria legal se ele realmente pudesse mudar a tradição?
"...mudar?" - o Chapéu falou e pareceu ponderar - "Posso ver que há uma certa vontade em ser diferente...ambição, sim....mas também coragem, muita coragem"
E então o Chapéu decidiu. Sirius já estava pronto para se levantar e se juntar à mesa verde e prata...
- GRIFINÓRIA! - o objeto mágico anunciou e Sirius não foi o único a ficar espantado: todo o resto do Salão ficou em silêncio e ele foi para a mesa vermelha e dourada quase que sem respirar. O que ele tinha feito? Merlin...
Alguns alunos o aplaudiram e ele sorriu, sem jeito e ficou encarando o tampo da mesa com interesse, ignorando os sussurros e olhares curiosos que lhe lançavam.
Seus pais iam matá-lo. Definitivamente.
Ele fez questão de dizer aquilo em voz alta, mas o elfo apenas fez uma reverência exagerada, quase como se não desse a mínima.
- O mestre quer vê-lo na sala de estudos - a criatura falou e o garoto de 11 anos engoliu em seco. Ele só via o pai durante as refeições e o único cômodo em que ele e o irmão eram proibidos de entrar era o escritório. O que será que ele queria?
Sirius passou a manga da camiseta pela testa para enxugar o suor e desceu as escadas, um degrau de cada vez, ficando nervoso a cada passo. Será que estava em apuros? Não...provavelmente não...ele saberia se estivesse, é claro. A mãe faria questão de gritar (e seu pai provavelmente deixaria que ela resolvesse)
Ele bateu na pesada porta de madeira e só entrou quando escutou o pai dar permissão.
- Chamou, senhor? - ele perguntou, enquanto observava a figura alta e aristocrática do pai andar pra lá e pra cá.
Orion Black parou de andar e encarou o filho primogênito, que era quase uma cópia dele.
- Você vai embarcar para Hogwarts amanhã. - ele disse, sem tirar os olhos do garoto. - Como herdeiro dos Black, você tem uma reputação a zelar, Sirius. - Orion passava a maior parte do tempo longe da casa do Grimmauld Place, mas sabia que o filho tinha uma certa predileção em causar confusão. - Espero que saiba disso.
Sirius se segurou para não revirar os olhos. Sim, ele sabia disso. A mãe também fizera questão de passar a semana lhe lembrando daquele fato.
- Sei, senhor. - o tom de voz dele tinha um quê de petulância, mas ou Orion não percebeu ou fingiu não se importar.
- Não esperamos menos do que total excelência - os olhos cinzentos dele brilhavam. - E fique ao lado de suas primas.
Ugh. Como se ele fosse perder seu precioso tempo andando com Bella, Domeda e Cissy (ele estava naquela fase em que achava garotas idiotas).
Orion o dispensou e Sirius subiu correndo as escadas e aproveitou para dar um susto em Reg.
~
Monstro terminou de colocar o malão dele no trem e Sirius respirou fundo antes de embarcar, murmurando um "tchau" para o elfo doméstico. A mãe de Sirius, aparentemente, estava com mais de uma de suas crises de enxaqueca e deu ao elfo a missão de levá-lo até a Plataforma 9 3/4. Regulus foi o único que pareceu se importar de verdade com o fato de que ele passaria o resto do ano fora e quase não o largou quando os dois se despediram.
Mesmo estando acostumado com a alienação dos pais, Sirius não podia evitar olhar com uma certa inveja para os alunos que recebiam abraços carinhosos e demorados de seus progenitores. E por não gostar de se sentir assim, ele desviou os olhos e foi procurar um vagão.
Estava passando pelo corredor, desviando dos alunos mais velhos quando seus olhos pousaram num vagão onde três garotos jogavam o que parecia ser snap explosivo. Uma garota ruiva estava encostada à janela, ignorando-os.
- Posso me juntar a vocês? - ele perguntou, sem a menor vergonha.
Um garoto de cabelos negros e bagunçados o encarou por cima dos óculos e deu de ombros. Sirius se sentou no banco em frente a ele e ficou observando-os jogar, dando palpites aqui e ali. Dali a alguns minutos, um outro garoto magricela e de nariz torto entrou no compartimento e começou a conversar com a ruiva.
... é melhor você entrar para a Sonserina. - o recém chegado falou alto o suficiente para que o restante o ouvisse.
- Sonserina? - o garoto sentado em frente a Sirius falou, subitamente interessado no papo dos dois. Mas Sirius notou um quê de descrença na voz dele - Quem quer ir para a Sonserina? Acho que eu desistiria da escola, você não? - ele estava mesmo pedindo a opinião dele?
Sirius não riu.
- Toda a minha família foi Sonserina.
- Caramba. E eu que pensei que você fosse legal.
E Sirius se permitiu rir.
- Talvez eu quebre a tradição - certo. Seus pais provavelmente iriam buscá-lo pessoalmente caso aquilo acontecesse. - Para qual você iria se pudesse escolher?
- "Grifinória, a morada dos destemidos!" Como o meu pai.
O magricela soltou um muxoxo.
- Algum problema?
- Não - retrucou, debochado - Se você prefere ter mais músculo do que cérebro...
Sirius girou os olhos, cansado do ar de superioridade daquele garoto.
- E para onde está esperando ir, uma vez que não tem nenhum dos dois? - ele não conseguiu segurar a própria língua. Dali a alguns minutos, a ruiva e o tal do Severo estavam dando o fora dali, em meio às risadas.
- Céus, ela não precisava ficar tão ofendida. Eu sou James Potter... - James esticou a mão para ele e só então Sirius se deu conta de que os dois ainda não haviam se apresentado. E se ele bem se lembrasse, os Potter eram uma família bem ativa na comunidade bruxa.
- Sirius Black... - e ele sabia que James reconhecera seu sobrenome também, mas os dois resumiram o jogo de snap explosivo. Naquela idade, não ligavam lá muito para política.
Lá pelo meio da corrida, James e Sirius decidiram colocar os sapos de estimação dos outros dois garotos do compartimento para apostarem corrida. Só que algo gosmento explodiu, manchando-os de verde e eles caíram na risada, junto com os expectadores.
~
Só enquanto esperava na fila para ser chamado para a frente do Salão Principal é que Sirius se permitiu ficar nervoso. Passou a viagem se divertindo tanto que não teve tempo para pensar na cerimônia...mas ali estava ele e, Merlin, ele seria o próximo...
Ele sabia que, assim como sua prima Narcissa, o Chapéu Seletor não demoraria para colocá-lo na Sonserina. Ele era um Black, afinal de contas. (mas mesmo sabendo seu destino, o coração dele insistia em martelar no peito)
"Outro Black, hmm...? Acho que já sei onde colocá-lo" - a voz do Chapéu preencheu a mente dele e Sirius tamborilou os dedos na perna. Foi naquele momento que a vozinha de James Potter veio em sua mente "Grifinória, a morada dos destemidos!"
Não seria legal se ele realmente pudesse mudar a tradição?
"...mudar?" - o Chapéu falou e pareceu ponderar - "Posso ver que há uma certa vontade em ser diferente...ambição, sim....mas também coragem, muita coragem"
E então o Chapéu decidiu. Sirius já estava pronto para se levantar e se juntar à mesa verde e prata...
- GRIFINÓRIA! - o objeto mágico anunciou e Sirius não foi o único a ficar espantado: todo o resto do Salão ficou em silêncio e ele foi para a mesa vermelha e dourada quase que sem respirar. O que ele tinha feito? Merlin...
Alguns alunos o aplaudiram e ele sorriu, sem jeito e ficou encarando o tampo da mesa com interesse, ignorando os sussurros e olhares curiosos que lhe lançavam.
Seus pais iam matá-lo. Definitivamente.
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- Mensagem nº5
Re: Maraudering Years 2
Aos onze anos de idade, Rebecca Montgomery não conseguia se lembrar de algo que quisesse tanto quanto ir para Hogwarts. Por isso, a ansiedade de descobrir cada canto do castelo martelava seu peito ferozmente. Queria finalmente conhecer o cenário das histórias dos pais, bem como conferir os segredos contados por Ayala, a irmã do meio. A caçula só sentia um frio na barriga quando dava ouvidos à irmã mais velha, Rachel, uma Sonserina que acabara de sair da escola. As masmorras e as pessoas da casa verde e prata pareciam horríveis.
Naomi e Merton Montgomery divertiam-se com o modo curioso e responsável da filha. Por noites seguidas, precisaram tirar os óculos tortos e os livros da escola dos braços da pequena Rebecca, que tinha tanta pressa para saber tudo o que pudesse sobre o castelo ou sobre as matérias que estudaria que pegava no sono maravilhando-se com as páginas. Becca até mesmo já pronunciava corretamente boa parte dos feitiços que aprenderia antes do Natal, e só não se aventurar com a varinha porque sabia que aquilo era errado.
O trem apareceu na estação de Hogsmead – não fazia sentido ir a Londres apenas para retornar à cidade em que morava – e os Montgomery começaram a despedir. O vapor da locomotiva e barulho de crianças e adolescentes desembarcando já preenchiam o ar da plataforma quando Merton desfez o abraço com Rebecca e lhe encarou por um instante, disfarçando os olhos ligeiramente marejados.
- Te amo, joaninha.
O sorriso da menina foi tão grande que suas bochechas empurraram para fora do lugar a armação dos enormes óculos que usava, mas antes que ela pudesse responder, ouviu risadinhas desdenhosas atrás de si.
- Joaninha – dois garotos riram antes de sair correndo pela plataforma.
Rebecca murchou instantaneamente, as palavras maldosas de sua irmã ecoando por sua cabeça. Hogwarts vai te devorar em um segundo! . Engoliu em seco e fitou a mãe, que lhe sorriu apaziguadora.
- Você vai ficar bem, filha...
Embora Becca quisesse ficar um pouquinho mais com os pais, Hagrid, o meio-gigante que sempre era simpático ao visitar o pub da família, começou a reunir os primeiranistas para os barquinhos.
- Oi! – a garota de cabelos loiros ao seu lado se apresentou – Eu sou a Acantha. Você nasceu bruxa? Eu só descobri que era bruxa no mês antes do mês passado e foi tão legal! Meus pais nem acreditaram e--
****
O chapéu seletor disse que ela era Corajosa. Becca nem acreditava direito naquilo enquanto conhecia a torre da Grifinória, com suas almofadas aconchegantes e poltronas enormes.
- Eu tenho uma ideia! – Um garoto de cabelos negros completamente bagunçados e de óculos falou, assim que entraram no salão comunal – uma rodada de histórias de terror. É meio que um teste. Pra saber quem é corajoso de verdade! Quem ficar com medo, pode se mudar pra Lufa-Lufa amanhã cedo!
Naomi e Merton Montgomery divertiam-se com o modo curioso e responsável da filha. Por noites seguidas, precisaram tirar os óculos tortos e os livros da escola dos braços da pequena Rebecca, que tinha tanta pressa para saber tudo o que pudesse sobre o castelo ou sobre as matérias que estudaria que pegava no sono maravilhando-se com as páginas. Becca até mesmo já pronunciava corretamente boa parte dos feitiços que aprenderia antes do Natal, e só não se aventurar com a varinha porque sabia que aquilo era errado.
O trem apareceu na estação de Hogsmead – não fazia sentido ir a Londres apenas para retornar à cidade em que morava – e os Montgomery começaram a despedir. O vapor da locomotiva e barulho de crianças e adolescentes desembarcando já preenchiam o ar da plataforma quando Merton desfez o abraço com Rebecca e lhe encarou por um instante, disfarçando os olhos ligeiramente marejados.
- Te amo, joaninha.
O sorriso da menina foi tão grande que suas bochechas empurraram para fora do lugar a armação dos enormes óculos que usava, mas antes que ela pudesse responder, ouviu risadinhas desdenhosas atrás de si.
- Joaninha – dois garotos riram antes de sair correndo pela plataforma.
Rebecca murchou instantaneamente, as palavras maldosas de sua irmã ecoando por sua cabeça. Hogwarts vai te devorar em um segundo! . Engoliu em seco e fitou a mãe, que lhe sorriu apaziguadora.
- Você vai ficar bem, filha...
Embora Becca quisesse ficar um pouquinho mais com os pais, Hagrid, o meio-gigante que sempre era simpático ao visitar o pub da família, começou a reunir os primeiranistas para os barquinhos.
- Oi! – a garota de cabelos loiros ao seu lado se apresentou – Eu sou a Acantha. Você nasceu bruxa? Eu só descobri que era bruxa no mês antes do mês passado e foi tão legal! Meus pais nem acreditaram e--
****
O chapéu seletor disse que ela era Corajosa. Becca nem acreditava direito naquilo enquanto conhecia a torre da Grifinória, com suas almofadas aconchegantes e poltronas enormes.
- Eu tenho uma ideia! – Um garoto de cabelos negros completamente bagunçados e de óculos falou, assim que entraram no salão comunal – uma rodada de histórias de terror. É meio que um teste. Pra saber quem é corajoso de verdade! Quem ficar com medo, pode se mudar pra Lufa-Lufa amanhã cedo!
Mary McDonald- Mensagens : 380
Data de inscrição : 07/07/2014
- Mensagem nº6
Re: Maraudering Years 2
Ver um montão de comida se materializando - empadão, purê de carne, peixe e fritas, torta de chocolate - foi o suficiente para distrair Sirius do problema que enfrentaria com a família por ter sido selecionado para a Grifinória. Com certeza, depois do jantar, ele poderia ir até o diretor Dumbledore pedir para ser novamente avaliado pelo Chapéu Seletor.
Ele se serviu não só uma, mas duas vezes de empadão e ficou lançando olhares furtivos na direção da mesa dos professores, pensando em como faria para se aproximar do diretor. Será que uma re-seleção era mesmo possível?
Assim que a comida sumiu dos pratos e antes que algum dos alunos pudesse bocejar ou cair dormindo ali mesmo, os monitores convocaram os primeiranistas para segui-los até suas respectivas Salas Comunais e a mente de Sirius foi novamente ocupada. Ele tinha que segui-los, ou ficaria sem ter onde dormir à noite...ele poderia resolver tudo na manhã seguinte, depois de uma boa noite de sono, não é mesmo?
Eles subiram vários lances de escada - Sirius quase tropeçou num degrau, mas seus reflexos rápidos o impediram. James Potter riu ao seu lado e ele fez uma careta - e foram parar no sétimo andar, em frente ao retrato de uma mulher com vestes pomposas.
- Prestem atenção na senha, meninos - falou o Monitor - Suco de Abóbora.
- Sejam bem vindos, queridos - disse a Mulher Gorda no retrato e este se abriu, permitindo a passagem dos alunos.
O Salão Comunal da Grifinória se localizava no que aparentava ser uma das torres mais altas do castelo, e era uma sala circular, cheia de poltronas vermelhas e douradas e tinha uma lareira mais ao canto, que tornava o ambiente totalmente aconchegante. Nem mesmo Grimmauld Place emanava aquele calorzinho…
Depois de escutarem mais algumas instruções, o Monitor deixou os primeiranistas de lado e James Potter teve a brilhante ideia de reunir todos para contarem histórias de terror. Eles se sentaram em uma rodinha e, como tinha sido ele quem tinha dado a ideia, Potter foi o primeiro a contar uma história absurda sobre um morto-vivo.
- Inferi...são as criaturas mais horripilantes, mas há relatos sobre sua existência… - ele disse, a voz num sussurro teatral. Enquanto contava a história, Sirius podia imaginar nitidamente como era a criatura e, Merlin, se aquilo existisse mesmo ele com certeza sairia correndo na direção oposta, chorando pela mãe. Desviou os olhos do colega e encarou uma garota sentada a sua frente. Ela mordia os lábios e parecia estar amedrontada. Sirius não sabia se queria rir da cara de corajosa que ela tentava fazer ou de suas trancinhas ou da postura perfeita dela.
Mais outros dois meninos contaram histórias e, por incrível que pareça, nenhum dos alunos se levantou com medo (era mais por orgulho do que por outra coisa). Antes que pudessem terminar a história sobre bichos-papões, o Monitor foi até eles e os enxotou pra cama.
O dormitório dos garotos era tão aconchegante quanto a Sala Comunal, com 4 camas de dossel e Sirius se jogou numa das camas próxima a enorme janela. Só depois de se aninhar embaixo das cobertas é que ele voltou a pensar sobre sua situação.
Agora que estava ali, ele não tinha mais tanta certeza se queria mesmo mudar pra Sonserina.
~
Na manhã seguinte, Sirius comia seu cereal calmamente quando as corujas chegaram carregando o correio matinal. O rapazinho servia-se de mais suco quando uma carta vermelha caiu em seu colo.
- É melhor você abrir isso lá fora, Black - um aluno mais velho falou assim que reconheceu aquele envelope. Sirius o encarou, confuso - Isso é um Berrador...você não vai querer que ninguém mais escute, pode apostar.
Sirius saiu correndo e assim que alcançou o hall de entrada, a voz estridente de sua mãe se fez ouvir. Ela perguntava o que diabos ele havia feito, pontuava que estava deveras insatisfeita e ele queria mesmo matá-los de desgosto? Se Orion e ela soubessem, tinham mandado ele direto pra Durmstrang.
Ele voltou para o Salão Principal cabisbaixo e com as orelhas vermelhas.
- Bacon, Black? - James Potter ofereceu assim que ele voltou a se sentar. Parecia saber que ele estava chateado.
- Valeu, Potter. - ele sorriu fraquinho e se serviu.
(no fundo, sabia que já tinha feito a sua escolha)
Ele se serviu não só uma, mas duas vezes de empadão e ficou lançando olhares furtivos na direção da mesa dos professores, pensando em como faria para se aproximar do diretor. Será que uma re-seleção era mesmo possível?
Assim que a comida sumiu dos pratos e antes que algum dos alunos pudesse bocejar ou cair dormindo ali mesmo, os monitores convocaram os primeiranistas para segui-los até suas respectivas Salas Comunais e a mente de Sirius foi novamente ocupada. Ele tinha que segui-los, ou ficaria sem ter onde dormir à noite...ele poderia resolver tudo na manhã seguinte, depois de uma boa noite de sono, não é mesmo?
Eles subiram vários lances de escada - Sirius quase tropeçou num degrau, mas seus reflexos rápidos o impediram. James Potter riu ao seu lado e ele fez uma careta - e foram parar no sétimo andar, em frente ao retrato de uma mulher com vestes pomposas.
- Prestem atenção na senha, meninos - falou o Monitor - Suco de Abóbora.
- Sejam bem vindos, queridos - disse a Mulher Gorda no retrato e este se abriu, permitindo a passagem dos alunos.
O Salão Comunal da Grifinória se localizava no que aparentava ser uma das torres mais altas do castelo, e era uma sala circular, cheia de poltronas vermelhas e douradas e tinha uma lareira mais ao canto, que tornava o ambiente totalmente aconchegante. Nem mesmo Grimmauld Place emanava aquele calorzinho…
Depois de escutarem mais algumas instruções, o Monitor deixou os primeiranistas de lado e James Potter teve a brilhante ideia de reunir todos para contarem histórias de terror. Eles se sentaram em uma rodinha e, como tinha sido ele quem tinha dado a ideia, Potter foi o primeiro a contar uma história absurda sobre um morto-vivo.
- Inferi...são as criaturas mais horripilantes, mas há relatos sobre sua existência… - ele disse, a voz num sussurro teatral. Enquanto contava a história, Sirius podia imaginar nitidamente como era a criatura e, Merlin, se aquilo existisse mesmo ele com certeza sairia correndo na direção oposta, chorando pela mãe. Desviou os olhos do colega e encarou uma garota sentada a sua frente. Ela mordia os lábios e parecia estar amedrontada. Sirius não sabia se queria rir da cara de corajosa que ela tentava fazer ou de suas trancinhas ou da postura perfeita dela.
Mais outros dois meninos contaram histórias e, por incrível que pareça, nenhum dos alunos se levantou com medo (era mais por orgulho do que por outra coisa). Antes que pudessem terminar a história sobre bichos-papões, o Monitor foi até eles e os enxotou pra cama.
O dormitório dos garotos era tão aconchegante quanto a Sala Comunal, com 4 camas de dossel e Sirius se jogou numa das camas próxima a enorme janela. Só depois de se aninhar embaixo das cobertas é que ele voltou a pensar sobre sua situação.
Agora que estava ali, ele não tinha mais tanta certeza se queria mesmo mudar pra Sonserina.
~
Na manhã seguinte, Sirius comia seu cereal calmamente quando as corujas chegaram carregando o correio matinal. O rapazinho servia-se de mais suco quando uma carta vermelha caiu em seu colo.
- É melhor você abrir isso lá fora, Black - um aluno mais velho falou assim que reconheceu aquele envelope. Sirius o encarou, confuso - Isso é um Berrador...você não vai querer que ninguém mais escute, pode apostar.
Sirius saiu correndo e assim que alcançou o hall de entrada, a voz estridente de sua mãe se fez ouvir. Ela perguntava o que diabos ele havia feito, pontuava que estava deveras insatisfeita e ele queria mesmo matá-los de desgosto? Se Orion e ela soubessem, tinham mandado ele direto pra Durmstrang.
Ele voltou para o Salão Principal cabisbaixo e com as orelhas vermelhas.
- Bacon, Black? - James Potter ofereceu assim que ele voltou a se sentar. Parecia saber que ele estava chateado.
- Valeu, Potter. - ele sorriu fraquinho e se serviu.
(no fundo, sabia que já tinha feito a sua escolha)