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Ah, vocês sabem <3


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Sarah Nipps
Rodolphus Lestrange
Emma Malfoy
Regulus Black
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    Emma Malfoy
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    Mensagem por Emma Malfoy Seg Out 12, 2015 5:12 pm

    A maioria das meninas de dezessete anos ficaria extremamente animada com a possibilidade de ser convidada a uma festa. Mesmo que fosse uma festa dada por um de seus professores. E se fosse uma situação normal, Emma também ficaria animada. Porém, o tempo que ficaria presa sendo interrogada pelo professor e aturando outros alunos que, aparentemente, adoravam ser bajulados, poderia ser muito mais bem aproveitado se estivesse trancada na biblioteca estudando os livros sobre viagem no tempo.

    Emma nunca havia se dedicado tanto a alguma coisa, e a sensação de não chegar a lugar algum apenas a frustrava. Para completar, se pegava observando Lestrange várias vezes ao dia e era uma luta interna.

    “Por Salazar, Malfoy. Controle seus hormônios, ele é só um garoto bonito!” – ela berrava silenciosamente para si mesma, toda vez que se pegava pensando nele, ou em seu sorriso, ou em seus braços fortes...

    Um elfo passou com uma bandeja apoiada em sua cabeça e, sem pensar duas vezes, ela puxou uma das taças de suco de abóbora, fazendo a criaturinha se desequilibrar por um segundo.

    - Desculpe... – ela sussurrou um sorriso nervoso.

    O pequeno elfo sorriu, encantado pela bruxa lhe dirigir a palavra, e seguiu seu caminho. Emma olhou em volta, certificando-se de que ninguém estava reparando nela, e discretamente derrubou o conteúdo de uma garrafinha em seu suco. O cheiro do álcool subiu imediatamente, enquanto se misturava com o conteúdo da taça.

    Enfrentar aquela festa sozinha seria intragável. Ainda mais imaginando que na festa dos Marotos, onde Sarah provavelmente estaria, não teria necessidade de esconder whisky de fogo.

    - Pode guardar um pouco para mim também?

    Malfoy quase engasgou, se segurando para que a bebida não saísse pelo nariz.

    - Por Salazar, Lestrange! – A loira xingou, deslizando a mão pelo seu vestido branco, certificando-se de que não havia manchado.

    A menina usava saltos, que pareciam deixar suas pernas mais longas, expostas pelo curto vestido branco. Em seus ombros, um casaco verde, no mesmo tom do emblema da Sonserina, lhe protegia. Para completar a produção, a loira havia deixado ondas perfeitas em seus cabelos loiros e um cordão de prata que se destacava em seu colo. Havia precisado controlar a vontade de usar a tiara de Narcisa Black, que continuava escondida no fundo do seu malão.

    - O que foi? – Rodolphus perguntou, sempre sorrindo, e só então ela reparou no quão bonito ele estava naquela noite.

    Por um segundo a jovem vacilou, o fitando quase que com admiração. Parecia impossível que aquele homem se tornasse um assassino tão frio.

    - Você precisa parar de se aproximar assim. – Emma resmungou, cruzando um dos braços sobre sua barriga, a outra mão segurando a taça erguida no ar.

    - Desculpe, mon cher... Não era minha intenção. – Rodolphus era, certamente, o rapaz mais elegante do sétimo ano. E parecia saber disso.

    - Qual a sua intenção afinal, Lestrange? – ela perguntou, o encarando de frente, esperando uma resposta sincera.
    Sarah Nipps
    Sarah Nipps
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    Mensagem por Sarah Nipps Seg Out 12, 2015 7:29 pm

    Quando, na quarta-feira que sucedeu a discussão, tanto Abby quanto Emma avisaram que não iriam à reunião do “clube de leitura”, Sarah agradeceu aos deuses. A semana estava apenas no meio, mas a garota estava tão cansada que seus músculos doíam tanto quanto se tivesse jogado quadribol contra um time profissional.

    A verdade é que ela não dormia bem há alguns dias.

    Começou na segunda-feira, e acontecia sempre do mesmo modo: bastava Sarah pegar no sono que as imagens começavam a se formar.



    Ela estava no escuro armário de vassoura com um corpo contra o seu, seu coração batendo acelerado. A diferença é que, desta vez, não era medo – era outra coisa que ela sentia. Não havia uma mão sobre sua boca, mas sim em sua nuca, dedos entranhados em seu cabelo. Sentia a respiração do estranho ficar mais pesada, e o hálito quente antecedia um beijo que Sarah jamais experimentara antes.

    A mão em sua nuca dava pequenos puxões em seus cabelos, coordenados com a intensidade do beijo. A outra mão, antes livre, passeava pela sua perna, dando pequenos apertões sob a saia. O estranho parecia saber o que fazer, e Sarah respondia com a mesma intensidade, a respiração falhando vez ou outra quando ele mordia seus lábios ou beijava sua nuca.

    Quando as mãos do estranho alcançavam os botões de sua blusa – ela nunca estava usando o cardigã do uniforme escolar – abrindo-os ansiosamente, a porta se abria, inundando o armário de luz, fazendo com que ela pudesse ver o dono das mãos e dos beijos e das mordidas.

    À sua frente, Sirius Black sorria – ir-re-sis-ti-vel-men-te – uma das mãos apoiadas na parede atrás de Sarah, seu corpo ainda perigosamente perto do dela.

    - Olá, Aussie!




    E era aí que ela acordava, buscando o fôlego que perdia durante o sonho.

    Quando, na quarta-feira que sucedeu à discussão de Emma e Abby, Sarah cochilou sobre sua edição de “Mistérios do Tempo”, não foi diferente. A garota acordou assustada, resmungando consigo mesma, e foi tomar uma ducha na expectativa de... Se acalmar.

    Ansiosa, começou a cantarolar “Heart it races” (sem lembrar que aquela música não seria lançada até 2007), esperando que a letra a fizesse esquecer.

    Olá, Aussie!

    Obviamente, sem muito sucesso.

    Logo após seu banho, lembrou-se do pufoso que Emma lhe dera, e que ela tinha negligenciado durante todo o dia, mas não o encontrou em nenhum lugar do dormitório. Por esse motivo, Sarah resolveu descer ao salão comunal, naquela noite de quarta-feira, confiante de que encontraria seu bichinho e voltaria para o quarto. Desceu do jeito que estava – um short jeans e uma camiseta vários números maior que ela, e o cabelo preso de qualquer jeito num nó.

    Antes mesmo de alcançar o último degrau, tomou um susto quando a voz a chamou.

    - Aussie! Sua bolinha de pêlos está me atacando.

    Sarah sentiu seu joelho falhar um pouquinho. Sirius Black estava sentado confortavelmente em um dos sofás do Salão comunal, seus braços por sobre o ombro de Marlene McKinnon, cuja cabeça estava apoiada no ombro do rapaz num ajuste perfeito. No outro ombro de Sirius, a pequena bolinha peluda rosa-choque parecia ter encontrado um lugar bem aconchegante para ficar.

    Peluda traidora -  a garota não pôde evitar pensar, enquanto se aproximava do casal para recuperar o bichinho. Evitou a todo custo encará-los.

    - Ahm...já deu um nome pra ele? Ou ela? - Sarah deu de ombros - Devia chamá-la de Sirius para sempre lembrar de mim...

    Marlene deu um tapa no braço do rapaz, rindo, e Sarah não pôde deixar de olhá-los (a voz de Sirius dizendo “Olá, Aussie!” ecoando em sua mente) e uma pontada de inveja da facilidade com que Marlene lidava com ele atingiu a garota.

    - Seu convencido! Ignore ele, Nipps. Ele bateu a cabeça quando criança ou algo do tipo.

    - Hey! - Sirius empurrou a "namorada" de leve com o ombro, rindo.
    Ok. Isso já é demais. Sarah pensou numa resposta qualquer para poder sair logo dali e, dando de ombros, murmurou algo como “Ah, bem...vou pensar no seu caso, Black” e se afastou antes que enlouquecesse com a cena.

    A garota se sentou numa poltrona vazia próxima à lareira e, claramente perturbada – pelo sonho, pela cena que vira e por Sirius sempre estar por perto – começou a afagar seu bichinho vigorosamente.

    Precisava arranjar um nome para ela urgentemente, porque “Pequena traidora” ia ser difícil de explicar por aí.

    Antes que o mau humor de Sarah evanescesse completamente, um rapaz se aproximou, sentando na poltrona imediatamente ao lado da que ela ocupava.

    - Oi, Sarah! – a essa altura, a garota já reconhecia a voz de Peter Pettigrew há alguns quilômetros de distância, então ela apenas suspirou e encarou seu interlocutor.

    - Sim? – Peter pareceu um pouco desconcertado com a resposta monossilábica, mas respirou fundo e desatou a falar.

    - Os marotos vão dar uma festa essa sexta, agentesempredáuma festa emrespostaaoSlughorn, o professor de poções, eésempremuitodivertido, eagenteachouque você devia ir, entãotemtodasas informações aqui. – Porque Peter falava extremamente rápido, Sarah só conseguiu entender alguns pedaços do que ele disse, mas, mesmo assim, alcançou o pergaminho que Peter lhe oferecia.

    - Obrigada pelo convite, Pettigrew. – Ela queria até perguntar se entendera certo ”Uma festa em homenagem ao professor de poções, é isso?”, mas não estava com ânimo para conversar com ninguém no momento. Abaixou a cabeça e continuou a afagar seu bichinho, ignorando que o rapaz permanecia ao seu lado.

    - Acho que vou te chamar de Mira, sua traidorazinha!


    *****


    Foi só na tarde de sexta-feira, quando Mary comentou que Lily estava quase fazendo chantagem emocional para que a sextanista a acompanhasse à festa de Slughorn que Sarah finalmente pôde tirar suas dúvidas sobre o pedaço de pergaminho perdido em sua bolsa.

    Mary lhe explicou sobre o Clube do Slug, seus frequentes encontros e festas e também sobre a contra-festa que os Marotos davam toda vez que tomavam conhecimento de algum rendez-vous do professor esnobe.

    Sarah ficou mais satisfeita ao saber que era uma festa normal – os Marotos fazerem uma homenagem a um professor realmente soava errado – mas isso não resolveu seu dilema sobre ir ou não à festa.

    Tinha sido abandonada pelo sonho na noite anterior, o que a deixava muito mais tranquila, mas ainda não era o suficiente para ter certeza se era mesmo uma boa ideia se embebedar com Sirius Black por perto.

    Naquela noite, Sarah estava pronta para ir para a cama quando todas as suas colegas de quarto se arrumaram e saíram – Mary para a festa de Slughorn e Carlota e Michelle para a Contra-festa.- Em meia hora no silêncio sepulcral de seu quarto – nem mesmo o zumbido constante do salão comunal podia ser ouvido – Sarah já estava extremamente entediada. Olhou ao redor do quarto, à procura de algo que a inspirasse a continuar lendo seu livro sobre viagens no tempo (até agora, inútil) e tudo o que encontrou foi Mira, dormindo confortavelmente ao seu lado, e a bagunça que as meninas deixaram para trás em suas camas e penteadeiras.

    Com um suspiro, levantou-se e começou a revirar seu armário, na esperança de achar algo adequado para uma festa em 1978. A garota experimentou um terço do armário, e acabou se decidindo um short e uma blusa pretos, completos com um blazer com pequenas mandalas em tons de cinza. Simples, mas eficiente. Fez uma maquiagem básica – olhos quase sem nada e um batom vermelho – soltou o cabelo e colocou o primeiro salto que viu - um scarpin preto. Catou o papel que Peter lhe dera e, antes que desistisse da ideia, foi em direção à festa.

    Se ia se sentir miserável, melhor que fosse com um pouco de álcool.


    *****



    Do lado de fora do corredor que o bilhete de Peter indicava, o silêncio era tanto que a garota se perguntava se não havia caído em mais uma peça dos marotos. Rezava para que não, enquanto tentava encontrar a sala correta. O bilhete trazia a hora, o local (corredor do quinto andar) e um rabisco que dizia “armadura / Lesma verde”. Sem entender nada, Sarah continuava a andar pelo corredor. Quando estava quase aceitando ter feito papel de palhaça, avistou uma armadura solitária alguns passos à frente. Caminhou até ela, e tentou abrir a porta imediatamente ao seu lado, sem sucesso. Será que precisava procurar por uma Lesma Verde, também?

    - Armadura, ok – a garota pensou alto – Mas... Lesma Verde?

    Ao som da segunda expressão, a porta se destravou com um “clic” e Sarah se aproximou para tentar abri-la novamente, dessa vez conseguindo entrar.

    A sala – tão grande quanto tantas outras em Hogwarts – estava bem cheia, de alunos de várias faixas etárias e de várias casas. A música era alta – Hobgoblins? Hate Potion? A garota não tinha certeza do que tocava – e a maior parte das pessoas estava com uma bebida na mão.

    Era a primeira vez que Sarah ia a uma festa dentro de Hogwarts, e, de repente, a noite parecia cheia de promessas. Sarah abriu um sorriso, se movendo por entre os demais alunos.
    Mary McDonald
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    Mensagem por Mary McDonald Seg Out 12, 2015 9:00 pm

    - Impressão minha ou Regulus Black acenou pra você? – Lily perguntou curiosa, ao notar aquela breve interação.

    -Ele acenou, não acenou? – Mary mordeu os lábios, incerta. Estivera encarando Regulus quando os olhos dos dois se encontraram e ele sorriu lindamente, erguendo a taça de suco em sua direção.

    Aquele sorriso dele fazia mal ao seu pobre coração e, portanto, deveria ser proibido (sim, ela havia lhe falado que ele deveria sorrir mais, mas isso fora antes de perceber os efeitos colaterais que aquele gesto causava nela).

    - Então...qual é a dele? – Lily acenou para o elfo doméstico que carregava a bandeja com suco.

    - Nós somos....amigos. – resumiu. Sabia que Lily, de todas as suas amigas, compreenderia sua inusitada amizade com o Sonserino.

    - Entendo. Mas tome cuid... – Lily foi interrompida pela voz do professor Slughorn chamando seu nome e Mary riu ao ver a amiga fechar os olhos e respirar fundo antes de se virar para dar atenção a ele (a mais velha gostava do mestre de Poções, óbvio, só não concordava com tanta bajulação).

    Sozinha, Mary decidiu andar pela festa, observando as pessoas que ali estavam. A maioria era da Sonserina e muitos lhe lançavam olhares de desprezo, mas ela sabia que eles não arriscariam o pescoço provocando uma sangue ruim com vários professores por perto.

    Encostou-se numa parede no canto mais afastado e menos iluminado do local e soltou um suspiro pesado. Pelas barbas de Merlin! Se soubesse o quanto aquela festa seria entediante (só o que via eram pessoas se bajulando aqui e ali) teria ido direto para a “contra-festa” dos Marotos.

    - Você parece estar se divertindo. – Regulus aproveitou que ela estava ali, longe dos olhares dos demais, para puxar conversa.

    - Puxa, à beça! – ela falou, sarcástica e tomou um pouco do suco.

    - Você está diferente hoje, McDonald. – o rapaz falou, após alguns minutos de silêncio entre eles.

    - Hmm, acho que é o cabelo. – ela passou uma das mãos conscientemente pelo cabelo. Tinha usado uma poção alisante que Alice lhe indicara para domar os fios e estava usando-os soltos naquela noite – E as roupas, também. – olhou para baixo. Marlene lhe emprestara um vestido que, se não fosse aquela ocasião, ela nunca se pegaria usando: era rosa claro, com um decote avantajado que ela disfarçara usando um casaco. – As meninas me convenceram a usar e eu...

    - Ainda bem que elas conseguiram – ele pegou um dos fios do cabelo dela entre os dedos.

    Mary sentiu as bochechas esquentarem com aquele gesto e olhou pela sala pra checar se alguém estava prestando atenção na cena. Ninguém estava, ainda bem. Sabia que as pessoas poderiam interpretar errado aquele gesto e a prima maluca de Regulus estava lá, o que era pior...

    - Não se preocupe. A Bella está bufando no pescoço do noivo por aí. – Regulus disse, ao notar a postura preocupada da garota. Ainda brincava com o cabelo dela.

    - Ah, sim. – ela soltou a respiração que não percebera ter prendido. – Você também não está nada mal, Black.

    Os dois sorriram um pro outro.

    Mary sentiu o rosto esquentar mais uma vez ao notar os olhos do rapaz pousarem no decote dela (foi questão de segundos, mas ela percebeu). No fundo, ela estava feliz sim por ter aceitado as dicas de moda das amigas. Primeiro porque nem Melloni conseguira zombar dela (apenas falara um "você consegue ser normal quando quer, McWeirdo”) e Segundo porque estava apreciando a reação de Regulus.

    Ela não era muito acostumada a ter a atenção dos meninos - principalmente de meninos bonitos como ele – e era uma sensação legal ser admirada daquela maneira.

    - Mary, precisamos ir pra festa do Potter... – Lily se aproximou dos dois, sem perceber a presença de Black. O rapaz soltou o cabelo dela como se tivesse levado um choque e os olhos verdes de Lily se arregalaram de surpresa ao notar aquilo – Oh...estou atrapalhando algo?

    - Não, não... – Mary corou e olhou para Regulus – Te vejo na aula?

    - Sim, nos vemos em Runas – ele sorriu e acenou para um elfo doméstico se aproximar.

    Mary acenou mais uma vez para ele e se afastou junto com a amiga. Se ele fosse outra pessoa, o teria convidado pra ir pra festa também...mas Regulus, além de ser Sonserino, não tinha um bom relacionamento com um dos anfitriões da festa, então o convite seria em vão.


    (Mas no fundo, no fundo, queria que ele pudesse ir pra se divertir junto com ela)

    - Você e Regulus Black são apenas amigos, Mary? - Lily perguntou, enquanto as duas caminhavam para o local onde seria a contra-festa. - Certeza?

    - Eu não gosto dele! - ela disse, defensivamente.

    - A negação é o primeiro passo... - Lily cantarolou.

    - Experiência própria, Lily?

    Foi a vez de Lily corar.

    Rindo, Mary parou em frente a porta que ficava ao lado da armadura solitária e falou a senha.

    - Isso sim que é festa de verdade! - exclamou ao ver a animação das pessoas.
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    Mensagem por Sirius Black Seg Out 12, 2015 10:22 pm

    - Então, como estou? –Marlene tirou os olhos da revista que lia e olhou para o namorado da cabeça aos pés: Sirius vestia uma calça social preta, uma camiseta branca e um colete azul marinho por cima desta. Para completar o look usava um chapéu coco e óculos de sol. Extremamente ridículo, porém ainda assim deveras atraente.

    - Ridiculamente lindo – ela riu.

    - Então vamos, milady? – ele a ajudou a se levantar e entrelaçou o braço no dela e juntos, partiram para o local da festa.

    ***

    A festa já rolava a alguns minutos quando Sirius viu Remus chegar acompanhado da intercambista da Lufa lufa, Abby. Cutucou James e apontou para os dois:

    - Deveríamos ser bons anfitriões e dar as boas vindas?

    - Mas é claro, Almofadas. Vamos lá. – os dois se aproximaram do casal. – Aluado! Anny!

    Remus girou os olhos com a animação dos amigos:

    - É Abby. – disse e suspirou resignado por ter amigos tão abelhudos – Abby, estes são Sirius e James.

    - Ah, claro, já ouvi falar muito de vocês! Prazer.  – a garota disse, apertando a mão deles.

    - Espero que tenha escutado coisas boas. – Sirius sorriu, fazendo uma reverência.

    - Então, Anna, fique à vontade. E divirta-se! – James entregou uma taça na mão da garota – E por favor, juízo vocês dois.

    - Não façam nada que eu não faria! – Sirius ergueu o óculos escuro e piscou para eles. Remus se limitou a girar os olhos antes de se afastar. – Ele vai nos matar depois, não vai?

    - Com certeza! Olha ali o Mundungus Fletcher...ele está me devendo dinheiro... – James se afastou, deixando-o sozinho (Marlene estava com as amigas). Sirius correu os olhos pela festa, cumprimentando os convidados com um aceno de cabeça, mas não viu a pessoa que procurava.

    Avistou Rabicho conversando com o pessoal do Clube do Xadrez e se aproximou:

    - Rabicho...! – puxou o amigo para um canto e passando o braço por cima do ombro dele, perguntou – Você convidou a Sarah Cooper, certo?

    - Sim.

    - Certeza?

    - Absoluta, Almofadinhas. Entreguei o convite nas mãos dela...por que? Ela chegou? – Peter olhou pela sala, ansioso para vê-la.

    - Ainda não... – e, desapontados com aquela informação, os dois amigos se separaram mais uma vez.

    ***
    - Vira! Vira! Vira! – Sirius estava no meio da roda, brincando de virar shots de whisky de fogo com mais alguns alunos. Tomou um gole do último copo que restava e sentiu a bebida descer ardendo pela garganta.

    - E o ganhador é Sirius Blaaaack! – Peter gritou, erguendo o braço do amigo. – Por favor, Sr. Black, algumas palavras?

    - Quero dizer que a bebida dos deuses não é a ambrosia e sim o whisky de fogo! – as pessoas ao seu redor gritaram concordâncias e o aplaudiram. O rapaz tirou o chapéu coco da cabeça, agradecendo e se afastou da multidão.

    O mundo estava girando, porém ele não se importava. Sentia-se leve, feliz...!

    Olhou para a porta e viu a pessoa que secretamente esperara a festa toda: Sarah.  Olhou-a de cima a baixo (as vantagens de estar de óculos escuro era que mais ninguém perceberia) e engoliu em seco ao reparar na aparência dela: um short (as pessoas na Austrália usavam roupas curtas como aquela? Não que ele estivesse reclamando...) e uma blusa pretos, completos com um blazer cheios de pequenos desenhos que ele, naquele estado, não conseguia reconhecer. Os cabelos castanhos-escuro dela estavam soltos e jogados por cima de um dos ombros. Mas foi nos lábios dela que focou sua atenção, por fim.

    Os lábios da garota estavam pintados de vermelho e extremamente convidativos (mais que o normal). Sirius sentiu-se ligeiramente sóbrio ao notar aquele detalhe e roubando uma taça de um aluno próximo dele, se aproximou da intercambista. (sem se dar conta que ele era a última pessoa com quem ela queria interagir naquela noite, depois de Rabicho)

    - Aussie! – entregou a taça nas mãos dela, encostando os dedos nos dela sem querer. – Você veio!

    - Obrigada – ela agradeceu pela bebida e franziu a testa ao ver a roupa dele.

    - Como estou? – ele girou na frente dela.

    - Ridículo – ela riu, a contragosto. – Mas gostei do chapéu.

    - Espera só até você ver o James...! – ele completou, animado. – Então...vamos jogar “vire o whisky”? Acabei de ganhar o primeiro round...

    - Ah, bem...vou dar uma volta por aí primeiro – e dizendo isso, Sarah se afastou, deixando um confuso Sirius para trás. Qual era a dela, afinal?

    Sirius viu Marlene caminhando em direção a ele e, decidindo tirar da cabeça o comportamento estranho da australiana, puxou a namorada para dançar.


    Última edição por Sirius Black em Ter Out 13, 2015 2:15 am, editado 1 vez(es)
    Abby Lovegood Scamander
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    Mensagem por Abby Lovegood Scamander Ter Out 13, 2015 1:27 am

    Já era sexta feira, dia da festa dos Marotos, e Abby ainda não sabia o que vestir. Por Merlim, o que é que esse povo de 1978 usava em festas?As únicas roupas de festa que ela trouxera no malão, e mesmo assim, porque a mãe insistira, foram dois vestidos de baile, mas que não serviam para uma festa informal.
    Queria ter pensado nisso antes, mas passara a semana remoendo o tombo que levara por conta do feitiço de Emma, aquela que se achava a rainha da cocada preta. A vontade que tinha era de colocar poção purgante na bebida da garota... se ela se achava uma rainha, pronto, ia ficar sentada no trono o tempo todo...
    Ah, mas que uma hora ia ter volta, ia. Ainda bem que não precisava olhar pra cara daquela entojada esta noite, pq duvidava muito que ela aparecesse na festa dos Marotos.
    - Abby, hey, Abby... que é que vc está parada aí, olhando pro nada? Já são seis horas! Daqui há pouco o Lupin vem te buscar e vc ainda nem se arrumou!
    - Se eu te disser que não tenho nada pra usar... você acredita?
    - Como assim, não tem nada pra usar?
    - Não tendo, ué! Ele me convidou depois da visita à Hogsmead, eu não tenho roupa apropriada pra ir. Só roupa pra bater mesmo!
    - Roupa pra bater? - a outra estranhou.
    - Ahn... é só um modo de dizer, lá na Austrália... quer dizer roupa pra andar por aí, sabe?
    - Ah sim... se for por isso, você pode usar um dos meus! A gente usa o mesmo número, né?
    - Você faria isso?
    - Claro, somos amigas, não? Você me salvou de um vexame maior em Hogsmead.
    - Nada que você não faria por mim. Mas... falando sério agora. Você jura que gosta mesmo do tal do Snape? Porque, sinceramente, não dá pra entender!
    - Acho que sim... bem... olha só, ele é super interessante.
    - Interessante em que sentido, Breslin?
    - Ele é misterioso, caladão... difícil de conquistar...
    - Isso pq todo mundo vê que ele já arrasta um comboio de vassouras pela Lily Evans. Igualzinho ao Potter.
    - Lily Evans... não sei o que ele vê nela!
    - O que você acha do Lovegood?
    - O esquisito?
    - Ah, vá... ele não é esquisito! Não reparou como ele tem os olhos bonitos, depois que ele tosou aquela cabeleira? E olha, ele tem um sorriso bonito, que faz umas covinhas...
    - Você tá a fim do Lupin ou do Lovegood? Decida logo, porque estou ficando confusa!
    - Eu não estou a fim do Lovegood! Eu só estou tentando te mostrar, que alguma coisa ele tem de especial, pro efeito da sua poção ter recaído nele!
    - Recaiu nele pq ele foi o primeiro cara que eu bati os olhos após tomar o raio da poção! Vamos encerrar o assunto e olha... - tirou um vestido do armário - esse aqui vai ficar ótimo em você. Usa com essa sandália aqui.
    Abby pegou o vestido e o sapato, e foi tomar banho.
    Começou a pensar que tinha de trabalhar rápido. Pelo que sabia da história dos avós, que ele lhe contara, já era para Xenophilius ter ido com Pandora à primeira visita do ano à Hogsmead, e aquilo não acontecera. E a Malfoy ainda lhe vinha com a história de que "eles vão ficar juntos de qualquer jeito"... Jeito é o que daria naquele nariz dela...
    Já sacara também, que a coisa de Pandora era homem difícil, que não dava mole pra ela. Tinha de convencer o avô a esnobar Pandora. Quem sabe a tática ao contrário daria certo?
    Voltou para o quarto, colocou o vestido e começou a trançar o cabelo, de um lado, puxando pra prender.
    Quando acabou, pegou a caixinha de jóias no malão, e puxou deles os brincos em forma de beringela que sua mãe tinha lhe dado. Sua avó os tinha dado a ela quando tinha 5 anos. Nunca os usava, mas achou que combinavam com aquela roupa.
    - Ah, por Merlim, que brincos lindos!!!
    Ela deu um salto no banquinho da penteadeira, de susto. Será que dera mancada, e a avó tinha os brincos iguais? Igual o que acontecia com a tiara da entojada?
    - Gostou? Ganhei da minha mãe.
    - Eu amei! São tão diferentes!
    - Pois são seus! - disse, num impulso. - Assim que voltar hoje, eu te entrego.
    - Não, que é isso? Sua mãe te deu, é muito importante manter as coisas na família!
    - Digamos que elas estarão em família. Você me recebeu tão bem aqui, que é quase minha irmã!
    Pandora lhe abraçou.
    - Assim eu fico até emocionada! Mas vamos parar de bobeira, que vc precisa acabar de se arrumar, se maquiar, pq aquele pão do Lupin daqui a pouco está aqui para te pegar pro encontro de vocês.
    Pão? Que negócio era aquele de pão?
    - Já disse que não é um encontro...
    - O carinha te convida, vem te buscar, e vai entrar acompanhado com você numa festa, cheia de outras meninas? Pode ter certeza, é um encontro. No fim da noite você é quem vai me dizer.
    - Você vai, não vai?
    - Não sei... quem me interessa não vai estar lá.
    - Sinceramente... para de sofrer por quem não te quer. Como vc disse. Vai ter montes de outras meninas na festa, assim como um monte de outros caras? Se vc tem tanta certeza assim que o Snape é o certo, enquanto não dá certo, pq não tenta a sorte com os errados?

    *************************

    Quinze minutos depois, ela saia pela abertura dos barris, para encontrar Remus à sua frente, com uma rosa nas mãos.
    - Pra mim? Obrigada, não precisava...
    - É sua primeira festa no castelo. Achei apropriado.
    Ela pegou a rosa, entremeou na trança, e agradeceu o rapaz com um beijo no rosto, aceitando o braço que lhe era oferecido.
    No caminho para a festa, Remus foi contando algumas curiosidades sobre o castelo. Algumas ela sabia, outras não.
    Quando estava com ele, parecia que o tempo corria mais leve, ela nem sentia passar. Gostava de ver o sorriso nos lábios dele, aquecia seu coração, se é que ela podia dizer assim, e lamentava, porque sabia que ele não sorriria assim por muito mais tempo. Ao final daquele ano, seriam tempos muito pesados, muito sombrios.
    Olhou para o rapaz, guardando a lembrança dele assim: sereno, sorridente... lindo...
    Ainda estava embevecida, olhando pra ele, e nem percebeu que haviam chegado ao local, e ele dissera a senha para entrar na festa.
    Arregalou os olhos ao entrar no ambiente, já cheio de alunos. Nunca, em todos os seus anos em Hogwarts, vira uma festa como aquela. Realmente, os Marotos sabiam se divertir...
    – Aluado! Anny!
    Ela olhou Sirius e James, que se dirigiam a eles. Anny? Quem era Anny?
    Remus, com aquele ar de "quem pode com eles?", rebateu.
    - É Abby. Abby, estes são Sirius e James.
    - Ah, claro, já ouvi falar muito de vocês! Prazer.
    - Espero que tenha escutado coisas boas. – Sirius sorriu, fazendo uma reverência.
    - Então, Anna, fique à vontade. E divirta-se! – James colocou uma taça de algo que ela supôs ser bebida alcoólica em sua mão – E por favor, juízo vocês dois.
    - Não façam nada que eu não faria! – Sirius ergueu o óculos escuro e piscou para eles.
    Remus colocou a mão no seu ombro, adentrando a festa, parando vez ou outra para cumprimentar alguém, e apresentando-a.
    Umas duas ou três meninas a olhavam como se quisessem matá-la, e outras pessoas não falavam, mas pareciam se surpreender ao ver Remus acompanhado.
    As meninas ela podia compreender. Afinal, Remus era popular, inteligente, cavalheiro, bonito... que garota não gostaria de estar com ele?
    Deu um gole na bebida e teve um acesso de tosse.
    - Eu devia ter lhe avisado. Se nunca tomou uísque de fogo, deveria ir devagar.
    - Agora eu sei que porque isso se chama uísque de fogo!
    - Temos hidromel e rum de groselha vermelha também. Quer?
    - Eu aceito. Melhor começar com algo mais fraco, rs...
    A festa tinha enchido muito mais.
    - Me dá a sua mão, assim a gente não se perde um do outro!
    Ela colocou a mão na do rapaz, que entrelaçou os dedos nos dela, e foi abrindo caminho no meio da multidão, que contava quanto tempo James estava bebendo um jogo de "Vire o whisky". Ainda viu, de relance, Sarah entrando na festa.
    - Prontinho. Uma taça de hidromel.
    Ela se virou para Remus, que se serviu de hidromel também.
    Iam ambos beber, quando James, já bem animado do tal jogo, que por sinal, havia ganho, entrou no meio dos dois, abraçando-os junto a ele, disse:
    - Vocês sabem da tradição de que os casais recém casados deveriam consumir esta bebida aí que vcs irão tomar, durante o primeiro ciclo lunar após as bodas para nascer um filho varão? Daí que veio a tradição da lua de mel! Quero ser padrinho do seu primeiro filho, Aluado!
    Abby corou dez tons de vermelho com a insinuação.
    - James, você... você.. não tem jeito! Vai procurar a Lilian, vai... acho que só ela pra dar jeito em você! Vamos, Abby!
    Ele a pegou pela mão, levando-a em direção ao outro lado da sala. E Abby não pode deixar de pensar no fato em que James não seria padrinho do filho de Remus... mas sim, Harry, seu filho.
    Remus Lupin
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    Mensagem por Remus Lupin Ter Out 13, 2015 7:41 pm

    Remus descia as escadarias de Hogwarts quase que correndo. Estava ansioso, e sentia suas mãos suarem, mesmo evitando racionalizar o motivo daquilo.

    A verdade – e ele sabia disso, embora não admitisse de forma alguma, nem para si mesmo – é que aquele era o seu primeiro primeiro-encontro. Claro que já tinha ficado com algumas garotas antes – duas, no total – mas sempre era o caso de a garota chegar nele. Seu primeiro beijo, inclusive, tinha sido um beijo roubado três anos antes, em uma das primeiras Contra-festas que os Marotos tinham dado. Mas aquela era a primeira vez que Remus chamava uma garota para sair.

    O rapaz se dirigia para o porão, onde sabia ficar a entrada para o salão comunal da Lufa-Lufa. Parte dele se oferecera para buscar a garota por medo de que ela não acertasse encontrar a sala da festa – Hogwarts pode ser confusa para novatos! – e parte dele se oferecera pura e simplesmente porque era uma desculpa para passar mais tempo com ela.

    Antes de chegar ao nível do porão, Remus tirou um pelo rosa-choque grudado no seu paletó – ”Merlin, aquele pufoso da Cooper está em todos os lugares!”

    Na verdade, o paletó não era seu. A última vez que comprara roupas novas tinha sido no quarto ano, e crescera de lá para cá. Como não queria criar mais uma despesa para os pais, James (aquele entre os amigos cujo tamanho era mais parecido com o de Remus e cuja coleção de roupas sociais era ridiculamente extensa) ofereceu um paletó emprestado. A peça de vestuário serviu quase que bem ( Lupin era mais alto e mais magro que o amigo), e os rapazes teriam arriscado um feitiço de ajuste, mas ficaram com medo de estragar definitivamente o blazer.

    Naquele momento – em que o Maroto descia o último lance de escadas até seu destino – ele se sentiu extremamente autoconsciente, e desejou que tivessem tentado o feitiço. No exato instante em que o pé direito de Remus tocou o solo do porão, sentiu um volume aparecer no bolso interno de seu blazer. Já parado em frente aos barris que cobriam a entrada da Lufa-Lufa, ele resolveu checar o que estranhamente aparecera em seu bolso – uma rosa branca, amarrada em um pequeno pedaço de pergaminho.

    “Não nos envergonhe.
    Faça a pequena Alana feliz.
    Ass: Mamãe Almofadinha e Papai Pontas”

    Remus riu, vendo a caligrafia de James no papel, e fez uma anotação mental de xingar os amigos depois. Foi só o tempo de enfiar o bilhete no bolso que os barris começaram a se mexer.

    Abby estava linda, usando um vestido florido e a franja presa numa trança lateral.

    - Pra mim? Obrigada, não precisava...

    Ele sequer havia percebido que ainda estava com a rosa na mão, mas, quando Abby sorriu ao pousar seus olhos nela, não pareceu uma ideia ruim.

    ”Nova anotação mental: agradecer aos caras.”

    - É sua primeira festa no castelo. Achei apropriado. – céus, como ela era bonita!

    Ela pegou a rosa, entremeou na trança, e agradeceu o rapaz com um beijo no rosto, aceitando o braço que ele lhe oferecia.

    O caminho para o quinto andar tinha sido tranquilo – o perfume cítrico da garota, sua voz, o modo como seus olhos se abriam um pouco mais a cada curiosidade sobre o castelo que ele lhe contava, sua risada.... Tudo nela lhe causava uma enorme sensação de tranquilidade. Era quase como.... Estar em casa depois de uma longa viagem.

    Quando entraram na Contra-festa – ”Merlin, tem muito mais gente aqui dessa vez!”, Abby ainda tinha seu braço enrolado ao seu, e permaneceu assim até que James e Sirius se aproximaram deles – chamando-a de vários nomes errados, para variar.  Mas o importante mesmo, o que fez o coração do rapaz saltar um batimento foi no momento em que, tentando alcançar a mesa com bebidas, Abby sorriu e alcançou sua mão, com a maior naturalidade, para que eles não se perdessem entre a multidão.

    Remus sentiu vontade de beijá-la ali mesmo.

    -  Vocês sabem da tradição de que os casais recém casados deveriam consumir esta bebida aí que vcs irão tomar, durante o primeiro ciclo lunar após as bodas para nascer um filho varão?  - James apareceu literalmente do nada, abraçando Abby e o amigo ao mesmo tempo - Daí que veio a tradição da lua de mel! Quero ser padrinho do seu primeiro filho, Aluado!

    Filho. A fala de James caiu sobre Remus como um banho de água fria, fazendo-o se lembrar de quem era e de porque não saía em encontros ou namorava. Desconcertado, o rapaz usou uma desculpa qualquer para sair do radar de James, e deu um longo gole de seu hidromel.

    No que ele estava pensando? Um licantropo numa festa com uma garota. Claro.

    De repente, ele voltara a ficar autoconsciente e ansioso, e evitou o olhar de Abby por alguns segundos, fitando a festa ao seu redor. Um novo grito de “Vira! Vira! Vira!”  indicava que uma nova disputa de Vira-Whisky começava. Mais no meio, um grande grupo de alunos dançavam animadamente a música que Lino Thomas tocava, movendo a picape com sua varinha. Só percebeu que estava prendendo a respiração quando Sarah Cooper se aproximou, cumprimentando-o e a Abby. ele aproveitou a deixa e procurou os amigos.

    - Aluaaaaaadoooooo – James passou um braço pelo ombro do amigo, batendo sua taça com a do amigo – cadê a Sra. Lupin, cara?

    - Pontas... – Remus fez uma careta. Queria brigar com o amigo, queria gritar com alguém, queria sair correndo dali. O que ele tinha na cabeça, para convidar uma garota para uma festa?

    - Ué – Peter se afastava de uma discussão acalorada sobre o melhor time de quadribol, e se aproximava deles – cadê seu encontro?

    - Não é um encontro - quase grunhindo – Não devia ter deixado vocês me convencerem a convidá-la.

    James e Peter trocaram um olhar significativo.

    - Nãããão, Aluado. Olha aqui, você precisar relaxar, cara!

    - É, relaxa, Remus!

    - Que mal tem aproveitar uma festa? Você precisa é beber mais. Vai, vira sua bebida – James começou a empurrar um pouco a mão do amigo que, virando os olhos, virou todo o seu hidromel. James tomou a taça da mão do amigo, oferecendo a sua própria no lugar – vai, vira essa também.

    - Sério, Pontas?

    - Aluado, meu caro, siga o mestre. Alguém entende mais de festas e de garotas aqui?

    -... Sirius?

    - Hey! Isso é ofensivo, ok? E de qualquer jeito, Almofadinha é um cão encoleirado agora – James olhou para a ponto na multidão em que vira Sirius pela última vez, dando de ombros – vai, bebe.

    Remus soltou um risinho e bebeu todo o conteúdo da taça de James.

    - Agora – James trocou a taça na mão de Remus pela de Peter, ainda cheia (não sem que o menor não reclamasse antes) – você vai lá, vai aproveitar a festa e vai nos deixar orgulhosos! – Virando o amigo, ele quase o empurrou em direção a Abby.

    - Melhor manter um olho neles?

    - Com certeza, Rabicho. Sua função hoje, ok? – com dois tapinhas no ombro de Peter, o líder dos marotos olhou ao redor – Agora, cadê aquela ruiva...
    Abby estava sozinha no mesmo ponto em que ele a deixara, e sorriu ao vê-lo se aproximar.

    Remus não sabia se era efeito do sorriso ou efeito do álcool, mas a verdade é que estava se sentindo bem mais confortável. Talvez James estivesse certo – era só uma festa. Por que não aproveitar?

    - Eu amo essa música! Dança comigo? – Antes que o rapaz pudesse responder, Abby já o puxava pelo braço para a pista de dança.

    ” If you change your mind, I'm the first in line
    Honey I'm still free
    Take a chance on me
    If you need me, let me know, gonna be around
    If you got no place to go when you're feeling down”



    A música era um ritmo dançante que ele nunca ouvira antes – desconfiava de que Thomas estava mesclando músicas bruxas e trouxas – mas Abby cantava a plenos pulmões, e ele tentava acompanha-la, dançando desajeitadamente.

    Uma alegria inexplicável se apoderou dele e, antes que percebesse, Remus sorria e dançava sem travas.


    ******

    Remus abraçava Abby pela cintura, e, no meio de todo o barulho, luzes e fumaças, eles andavam abraçados, em direção à mesa das bebidas.

    - Hidromel? – Abby fez que não com a cabeça e Remus teve a impressão de que ela já estava mais alegrinha do que ele.

    - Água está bom.

    - Reeeemmieeeeeeeee – Peter levantava uma taça, enquanto cambaleava até o amigo. Remus tentou escanear o lugar de onde o mais baixo vinha, e viu Sirius e Marlene rindo, obviamente da bebedeira do baixinho.

    - Hey, Rabicho! Tudo bem aí cara?

    - Eu zó... bibi um pouco dimaz.

    Remus riu – Peter realmente ficava engraçado bêbado.

    - Melhor maneirar, cara. Toma, bebe essa água.

    - Brigad. Zabe, sssszua namorad é bunita. – Remus sentiu o rosto ficar quente de vergonha. Inclinou um pouco o rosto para Abby, sem encará-la.

    - Quer voltar a dançar? – Ela sorriu (era quase como se percebesse que ele ficara desconcertado) e, entrelaçando seus dedos aos dele, puxou-o para a pista de dança, onde era a vez de uma música mais lenta tocar.

    ” Come back my love, don't stay away
    I need your loving every day
    I love you so, well I want you to know
    I need your love so badly”



    O casal dançava junto, e Remus podia sentir o perfume de Abby quando a girava e trazia para perto. Era seguro afirmar que estava feliz.


    *****

    - Ahmn... Remus... Você se importa se eu te deixar um pouco sozinho? – As palavras de Abby o pegaram de susto. Estavam sentados em um sofá, num canto, conversando amenidades.

    - Não... Claro que não! – a garota sorriu e depositou um beijo em sua bochecha.

    - Eu já volto.

    Por alguns minutos, viu a garota se afastar em direção a Pandora, e suspirou. Estava realmente feliz.
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    Mensagem por Sirius Black Ter Out 13, 2015 9:14 pm


    ***PONTO DE VISTA DO JAMES***

    A visão de James estava turva àquela altura da festa, mas ainda assim ele aceitava jogar “vire o whisky” com quem lhe desafiasse. Estava disputando aquela última rodada do jogo com Mundungus Fletcher – o safado apostara dinheiro -  e após ganhar e recuperar a grana que lhe era sua por direito, resolveu dar um tempo. Viu Remus servindo-se de hidromel e foi até o amigo, abraçando ele e Abby. Estava tão feliz pelo amigo que decidiu compartilhar um pouco de seu vasto conhecimento com o casal:

    - Vocês sabem da tradição de que os casais recém casados deveriam consumir esta bebida aí que vocês irão tomar, durante o primeiro ciclo lunar após as bodas para nascer um filho varão? Daí que veio a tradição da lua de mel! – e, animadamente, completou -  Quero ser padrinho do seu primeiro filho, Aluado.

    Em seu nível de consciência aquilo era algo perfeitamente normal de se dizer a um casal no primeiro encontro, porém o amigo não achou aquilo tão legal quanto ele:

    - James, você... você.. não tem jeito! Vai procurar a Lily, vai... acho que só ela pra dar jeito em você! Vamos, Abby! – e se afastou  com a australiana.

    - Ué, só tava tentando ajudar... – deu de ombros e juntou-se ao pessoal do time de Quadribol, pegando mais uma bebida no caminho.

    Depois de alguns minutos ele viu Remus se aproximar desacompanhado e foi até o amigo pra saber qual era o problema.

    - Aluaaaaaadoooooo –passou um braço pelo ombro do amigo, batendo sua taça na dele– cadê a Sra. Lupin, cara?

    - Pontas... – Remus fez uma careta.

    - Ué – Peter se afastou de uma discussão acalorada sobre o melhor time de quadribol, e se aproximou deles – cadê seu encontro?

    - Não é um encontro – o mais alto grunhiu – Não devia ter deixado vocês me convencerem a convidá-la.

    James e Peter trocaram um olhar significativo. Sabiam que Remus havia entrado no modo crise “eu não mereço ser amado pois sou um lobisomem”.

    - Nãããão, Aluado. Olha aqui, você precisar relaxar, cara! – James se apressou a dizer. O amigo tinha ficado tão feliz com aquele encontro...não podia desanimar agora!

    - É, relaxa, Remus! – Rabicho concordou.

    O problema de Remus é que ele precisava se soltar mais um pouco para aproveitar aquela oportunidade! E por que não usar o álcool a seu favor?

    - Que mal tem aproveitar uma festa? Você precisa é beber mais. Vai, vira sua bebida – empurrou um pouco a mão do amigo que, virando os olhos, virou todo o seu hidromel. Tomou a taça de sua mão logo em seguida, oferecendo a sua própria no lugar – vai, vira essa também.

    - Sério, Pontas? – Remus ergueu uma sobrancelha.

    - Aluado, meu caro, siga o mestre. Alguém entende mais de festas e de garotas aqui?

    -... Sirius?

    - Hey! Isso é ofensivo, ok? E de qualquer jeito, Almofadinha é um cão encoleirado agora – James olhou para a ponto na multidão em que vira Sirius pela última vez, dando de ombros – vai, bebe.

    Remus soltou um risinho (viu? Já estava fazendo efeito!) e bebeu todo o conteúdo da taça oferecida.

    - Agora – James trocou a taça na mão de Remus pela de Peter, ainda cheia (não sem que o menor não reclamasse antes) – você vai lá, vai aproveitar a festa e vai nos deixar orgulhosos! – girou o corpo do amigo e o empurrou na direção onde Abby estava.

    - Melhor manter um olho neles? – Peter encarou as costas do amigo.

    - Com certeza, Rabicho. Sua função hoje, ok? – deu dois tapinhas no ombro de Peter e olhou ao redor do local – Agora, cadê aquela ruiva... – toda aquela conversa servira para lembrá-lo de que ele também precisava agir.

    Não demorou para encontrar Lily conversando com as amigas a um canto e, ajeitando os óculos que haviam ficado tortos em seu rosto, caminhou decidido na direção do grupinho. Ao se aproximar, viu Mary McDonald cutucar Lily, apontando para ele com a cabeça.A ruiva, que estava de costas,virou e olhou para ele, tomando para si a aparência do rapaz.

    Aquele olhar dela o fez engolir em seco.

    - Evans...! Tudo certo? Tem bebida suficiente aí? – apontou para a taça na mão da garota.

    - Ah, sim, Potter...tudo certo. – a ruiva falou e soltando uma risadinha, adicionou – Gostei da gravata borboleta.

    -Estou bem charmoso, eh? – ele ergueu os óculos que tinha enfeitiçado para ficarem escuros e levantou as duas sobrancelhas pra ela.

    Lily soltou mais uma risadinha e James sorriu, satisfeito com aquela reação. Parecia que o álcool deixava-a mais tolerante a ele.


    ” Come back my love, don't stay away
    I need your loving every day
    I love you so, well I want you to know
    I need your love so badly”


    - Eu adoro essa música! - ela falou, animada e puxou o rapaz pela mão - Vem, vamos dançar!

    James arregalou os olhos e a seguiu, boquiaberto. Ós óculos escorregaram para a ponta de seu nariz, mas ele não fez questão de ajeitá-los tão preocupado que estava em não tropeçar nos próprios pés. Se Sirius visse sua cara naquele momento daria risada até a próxima vida deles.

    - O que você está fazendo parado aí, Potter? - Lily girou os olhos e colocando as mãos dele em sua cintura, começou a dançar, obrigando-o a fazer o mesmo.

    Após alguns minutos de dança desengonçada ele resolveu aproveitar aquela oportunidade - a Lily sóbria nunca mais toparia ficar tão próxima dele daquele jeito - e começou a fazer uma dancinha ridícula, arrancando risadas da garota.

    - Potter...o que v-você está fazendo? - ela perguntou, em meio aos risos.

    - Mostrando meus passos de dança! - ele riu, fazendo-a girar.

    A música animada terminou, dando lugar a uma música mais lenta. James e Lily pararam de dançar e o rapaz passou a mão pelo cabelo, nervoso.

    Ia perguntar se ela lhe daria a honra de mais uma dança quando a ruiva falou, de repente:

    -Precisoiraobanheiro!- e ela se afastou, empurrando as pessoas para ter passagem.


    *****

    ALGUNS MINUTOS DEPOIS...

    James decidira tomar um ar do lado de fora da festa. O comportamento de Lily havia bagunçado sua cabeça e ele, temendo por sua sanidade, precisava colocar seus sentimentos em ordem.

    - Ela estava bêbada, Potter...!  - disse para si mesmo em voz alta, para se convencer daquilo - Mas dizem que pessoas bêbadas fazem as coisas que não tem coragem de fazer sóbrias...Ahhhhh! Caramba...vou ficar doido por causa dela.

    - Por causa de quem? - ele se virou para trás e lá estava a culpada por sua futura vaga na ala mental do  St. Mungus.

    - Lily - ele passou a mão pelo cabelo. - Digo...Evans.

    - Potter...o que você fez comigo? - o tom de voz dela era acusador.

    - Como assim?

    - Você colocou algo na minha bebida?

    Ao entender o que ela estava insinuando, sentiu raiva:

    - Evans, você me conhece e sabe que não usaria de tal artifício pra te conquistar...eu não sou tão desesperado assim! – seu orgulho estava ferido por ela ter sugerido aquilo.

    - Então por que eu estou me sentindo assim? – a garota passou a mão pelos longos cabelos ruivos. – É como se eu estivesse louca...

    - Louca? Você? Eu que o diga...uma hora você me trata bem, na outra você age como se eu fosse o culpado por todos os problemas do mundo...eu estou farto disso! - ele tirou os óculos escuro, estreitando os olhos para ela (em parte porque era míope, em parte para dar impacto à emoção que sentia).

    Os dois estavam tão compenetrados naquela pequena discussão que nem perceberam que estavam próximos um do outro.

    - Você...eu...essa sua gravata ridícula....! – Lily cerrou os punhos, frustrada. James era tão alto que ela tinha que erguer o pescoço para olhá-lo.

    - Estamos falando em códigos agora? – ele girou os olhos.

    Eles então ouviram a armadura solitária ranger.

    - Quem está aí? - perguntaram, em uníssono e não obtiveram resposta. Devia ser apenas um fantasma.

    - Vou voltar pra festa e terminar de encher a cara. - James decidiu parar de perder tempo com aquela discussão ridícula.

    - Hmpf! Pois eu também!

    Os dois pararam em frente a porta:

    - Lesma verde! - falaram a senha juntos e fizeram careta um pro outro ao notarem aquela sincronia. Entraram na festa batendo os pés e se separaram.

    Do lado de fora, Severus Snape saiu de detrás da armadura de lábios crispados e punhos cerrados. Por que Lily - sua Lily -  estava interagindo com o patético do Potter?

    Enciumado, o moreno decidiu dar um fim à festa rídicula dos Marotos.
    Sarah Nipps
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    Mensagem por Sarah Nipps Ter Out 13, 2015 10:21 pm

    Sarah parou um segundo para olhar ao seu redor, mas a profusão de pessoas e luzes não ajudou para que ela completasse sua missão da noite – fugir de Sirius Black. Antes que pudesse perceber que o rapaz se aproximava, ouviu o apelido que ele lhe dera sendo chamado.

    - Aussie! – podia ter certeza de que seu coração quase saiu pela boca. O garoto trazia uma taça na mão, e completava a bossa de seu chapéu e óculos escuros com um típico sorriso Sirius Black. Quando ele lhe entregou a taça, seus dedos se tocaram brevemente, e um flash do sonho passou pela mente da menina – Você veio!

    - Obrigada – ela agradeceu pela bebida e abaixou o olhar, para não encará-lo, mas, ao fazer isto, reparou na roupa do menino e franziu a testa.

    - Como estou? – ele girou na frente dela, que precisou prender um suspiro.

    - Ridículo – ela riu, a contragosto. Era incrível que, mesmo com aquela roupa, ele ficasse tão bonito – Mas gostei do chapéu.

    - Espera só até você ver o James...! – ele completou, animado. – Então...vamos jogar “vire o whisky”? Acabei de ganhar o primeiro round...

    - Ah, bem...vou dar uma volta por aí primeiro – Ficar bêbada com Siriu Black por perto. Péssima, péssima ideia.

    Munida do copo que Sirius lhe oferecera, Sarah começou a andar, pela festa, desviando dos grupos que se formavam e dos casais dançantes. Tentava tirar sua mente do rapaz, e, por isso, ia prestando atenção em tudo ao seu redor.

    A luz era baixa, mas o suficiente para que se visse bem. Algumas esferas iluminadas giravam pelo teto, lançando luzes azuis e verdes nos convidados. No fundo da sala, sobre o que parecia ser um pequeno palco, um aluno do quinto ano, que ela reconheceu como sendo Lino Thomas, comandava um conjunto de picapes com a sua varinha. Os discos dançavam no ar, trocando-se sem que o rapaz intervisse, e os controles da mesa de mixagem se moviam sozinhos. Sarah nunca tinha visto nada como aquilo.

    A garota avistou Abby perto da mesa de bebidas, e se aproximou para cumprimentá-la. Era bom ter alguém conhecido por perto (principalmente alguém com quem você não vinha tendo sonhos eróticos.)

    - Abby, oi! Não sabia que você vinha! – Foi só então que a garota percebeu que a outra estava acompanhada de Remus Lupin – Ahn, oi, Lupin! – o rapaz, que por alguma razão parecia um pouco mais pálido que o habitual, cumprimentou-a e pediu licença, se afastando em direção a James Potter.

    - Amei o vestido! – Sarah continuou, animada.

    - Mesmo? Talvez a Malfoy possa te emprestar – Abby parecia... irritada?

    -Shhh, Abby! – Sarah olhou em volta, garantido que ninguém ouvira o sobrenome da terceira garota – você sabe que a gente não pode usar os sobrenomes em público.

    - Na verdade, a única coisa que eu sei é que aquela... metida de uma figa me azarou e você não fez nada.

    - Abby, o que você...

    - Olha, Sarah, eu tenho coisas melhores a fazer, sim? Te envio minha pesquisa por coruja. Por que você não vai aproveitar a festa com a sua amiguinha? – dando as costas, a lufana deu alguns passos de distância da grifinória, e parou num ponto qualquer se balançando com a música.

    Sarah a fitou, atônita. “Mais um pouco e o veneno fura o chão”, resmungou, e virou sua taça de hidromel.

    Era só o que faltava: ficar no meio do fogo cruzado. Respirou fundo, melhorou sua postura e caminhou, decidida a procurar algo mais forte que hidromel.

    Peter Pettigrew se esbarrou nela – e graças a Merlin não a reconheceu – se enfiando no meio de um grupo grande. Em alguns segundos ele apareceu por sobre a cabeça dos estudantes – provavelmente em cima de uma cadeira ou algo do tipo – e começou a fazer barulho. A cena chamou a atenção da garota, que parou para observar.

    - Aaaaatenção, senhoras e senhores! Chamando para mais uma rodada de Vira-Whisky! Quem vem, quem vem...

    Hã. Vira-whisky? Era exatamente de whisky de fogo que ela precisava.

    - EU! – ela falou alto, e alguns convidados se viraram para encará-la. Peter apurou os olhos para ver quem falava, mas não conseguiu. A garota começou a se espremer entre o grupo (podia jurar que ouviu um “Vai nessa, Cooper!” de alguém por quem passou), até alcançar seu centro. Descobriu que sim, Peter estava sobre uma cadeira e, logo ao lado dele, uma mesa já bem suja de bebida derramada, sobre a qual havia uns 20 copos de shot, no momento vazios.

    - C-cooper? – Peter desceu de sua cadeira, ficando alguns centímetros mais baixo que Sarah (graças ao salto que ela usava).

    - Hey, Pettigrew! Como se joga isso?

    - Melhor você não jogar... é... é... Muito whisky! – Sarah riu, sem conter sua pontinha de desdém pelo rapaz.

    - Então, eu vou jogar contra quem nessa rodada? – Peter, um tanto desconcertado pela resposta da menina, voltou a subir na sua cadeira.

    - Vira-whisky, senhoras e senhores! Já temos nossa primeira desafiante, diretamente das terras da Austrália... Sarah Cooper!

    - Eu vou, rabicho! – Sirius apareceu ao lado de Sarah, que deu um pulinho de susto. Sem encará-la, ele continuou – Achei que você ia dar uma volta primeiro.

    Sarah logo olhou para frente, encarando dois garotos da Corvinal e um grifinório (que ou tinha 14 anos ou era pequeno demais para o seu tamanho), que se apresentavam para a disputa, e deu de ombros.

    - Não tinha muita coisa para ver.

    - Ouch.

    Peter enchia os pequenos copos com Whisky de fogo, um tanto quanto displicente. Ela só conseguiu lamentar todo aquele esperdício.

    - Ok, cinco shots para cada um. Quem acabar primeiro vence! Se passar mal logo depois, perde o título!

    - Certeza de que vai fazer isso, Aussie?

    - .... Quando eu contar no três...

    - Só estaria mais certa se fosse tequila – ela deu de ombros e piscou. Sirius riu e ela espelhou a ação, satisfeita pelo efeito que causara nele.

    - ... Dois... Três... Vai!

    Sarah começou a beber, virando os copos de vez. Ouvia os gritos de “Vira! Vira! Vira!” Ao seu redor, e percebia que seus concorrentes se mexiam ao seu lado, mas não tinha como prestar atenção neles. O Whisky descia rasgando, mas a sensação era boa, e ela fazia questão de jogá-lo já no começo da garganta.

    Um, dois, três – aqui ela ouviu gritos de “Vai Cooopeeeeer!” – quatro, cinco. Quando Sarah bateu o copinho na mesa, Sirius fazia o mesmo, ao seu lado. Ela olhou para ele e para os oponentes: O garoto grifinório desistira no primeiro shot, um dos corvinais desistiu no terceiro e o outro ainda estava no quarto. Ela voltou a olhar Sirius, os olhos bem abertos.
    - Eu venci? – Sirius deu de ombros, um sorriso largo no rosto.

    - Acho que a gente empatou, Aussie.

    A garota procurou suporte em Peter, o juiz do jogo.

    - Bem, eu... eu nunca vi isso antes, mas... acho que vocês... empataram!

    - Eu devia ter apostado na garota! – Ela ouviu Mundungus Fletcher gritar, e deu risada.

    - É a primeira vez que uma garota vence nesse jogo, Austrália!

    - É a primeira vez que uma garota joga esse jogo... – acrescentou Peter.

    Sarah sentiu o mundo girar um pouco, e o estômago revirar de leve com todo aquele álcool, mas estava feliz. Respirou fundo, para não passar mal.

    - Você está bem? – Sirius segurou-a pela cintura, falando baixo, só para ela, que balançou a cabeça afirmativamente, sorrindo.

    Quando reconheceu os primeiros acordes de One way or another, do Blondie, Sarah jogou a cabeça um pouco para trás.

    - Yaaay, eu amo essa música!

    - Então é melhor a gente dançar! – Sirius usou a mão na cintura dela para puxá-la para a pista de dança. A garota o acompanhou dando uma leve corridinha e começou a se balançar.


    “One way or another I'm gonna find ya
    I'm gonna getcha getcha getcha getcha


    Sarah dançava, mexendo o corpo sensualmente.

    One way or another I'm gonna win ya
    I'm gonna getcha getcha getcha getcha

    A garota cantava a música palavra por palavra, por vezes sem tirar os olhos do rapaz à sua frente.

    One way or another I'm gonna see ya
    I'm gonna meetcha meetcha meetcha meetcha

    Ela brincava com o cabelo enquanto dançava, por vezes fechando os olhos.

    One day, maybe next week
    I'm gonna meetcha, I'm gonna meetcha, I'll meetcha

    Por todo o tempo de duração da música, era quase como se só houvessem eles dois em toda a festa.

    I will drive past your house
    And if the lights are all down
    I'll see who's around

    No dia seguinte – quando ela lembrasse de flashes daquela noite – ela teria que negar para sai mesma que estava tentando seduzir Sirius Black.

    Logo quando a música acabou, Sarah ria (ah, os efeitos do álcool...) e, pedindo licença a Sirius, foi até o banheiro.

    O banheiro conjugado à sala era composto de duas cabines individuais, duas pias e, sobre elas, um enorme espelho. Depois de usar o seu box, a garota se olhou no espelho enquanto lavava as mãos. Deixando os pensamentos vagarem, decidiu ouvir os conselhos do álcool: Ia se divertir para valer nessa festa. Ela merecia, vai...

    Arrumou o cabelo com as mãos e tirou o batom vermelho do bolso do blazer.

    – Nossa, mas ela é muito esquisita! Será que as pessoas se vestem daquele jeito na Austrália?

    Quando ouviu o nome do país, a garota parou de retocar sua maquiagem e apurou os ouvidos. Três garotas diferentes pareciam conversar do lado de fora.

    – Sério, você já viu como ela evita todo mundo? Às vezes eu pego encarando a Lily, como se odiasse ela. Quem odeia a Lily?

    - E ela faz sempre questão de ficar sozinha, já perceberam? É só a gente chegar e ela sai.

    - Ai, gente, não é bem assim...

    - Sh, Mary,  você é muito boazinha. Enfim, de todo jeito, eu conversei com ela no outro dia, e perto do Sirius ela parecia bem normal

    - Ih, Lene...

    - Será que a Lily ainda vai demorar muito?


    Sarah se desligou da conversa lá fora quando o som de alguém vomitando na cabine ao lado da que ela acabara de vagar chamou sua atenção. Pela conversa das meninas, só podia ser Lily Evans.

    Se olhando mais uma vez no espelho, a menina respirou fundo. Pisando duro, alcançou a maçaneta da porta, abrindo-a de vez. Abriu um enorme sorriso (obviamente, tão grande quanto falso) para Alice, Marlene e Mary, paradas do lado de fora.

    - Boa noite, meninas! – podia ser o álcool falando, mas, já que não tinha conseguido se manter despercebida, naquele momento ela resolveu parar de se esconder do mundo – ótima festa, não?

    Sem esperar resposta, se misturou aos demais á procura de diversão.

    *****

    De repente, a sala começou a esvaziar. Era perto de dez horas – horário do toque de recolher aos finais de semana – e uma parte considerável dos alunos não quis arriscar de ser pego vagando por aí depois do horário. A população da festa foi reduzida à metade - aparentemente a metade mais animada - e Sarah achou que era melhor participar deste grupo. Havia bebida, havia comida, havia música e ela estava afim de se divertir. Depois dava um jeito de voltar à torre da Grifinória.

    A festa continuou durante mais algum tempo. Tinha conversado com algumas pessoas durante a noite, sugerira músicas para o DJ e dançara bastante. Quando bateu o cansaço, sentou-se um momento para descansar (e tirar os sapatos) e viu que os marotos estavam bem próximos.

    Peter dormia no sofá, a boca aberta. Sarah lembrou de ouvir alguém dizer que ele tinha passado mal, mas não prestara atenção. Em pé, ao lado dele, os outros três marotos pareciam discutir algo importante - falavam baixo, com expressões preocupadas e olhavam frequentemente para um pedaço de pergaminho que um deles segurava. A garota começou a prestar atenção neles. De repente, Remus falou algo e Sirius acenou afirmativamente, partindo em direção ao pequeno palanque de Lino Thomas.

    James e Remus passaram pela garota, apoiando um Peter semi-consciente. Os três seguiram em direção a porta de saída sala. Assim que o Sirius alcançou o DJ e falou algo em seu ouvido, este arregalou os olhos, e Sarah pôde ler o que seus lábios falavam com espanto:

    McGonnagal?

    Ok. Aquilo não podia ser um bom sinal. A música cessou imediatamente, e o Maroto ao lado de Thomas pigarreou.

    - Então, meus caros. Eu tenho uma boa e uma má notícia para dar. - Sarah olhou para a porta, procurando pelos demais marotos, mas não os encontrou - A boa notícia é que esta foi a melhor festa que já fizemos até hoje – algumas pessoas deram gritinhos de incentivo – e a má... É que aparentemente nossa querida vice-diretora está a caminho daqui, com o mala velha do Filch.  – a maior parte dos alunos se olhou, meio desesperada – Então, eu sugiro que vocês saiam ordenadamente... Pela direita, porque eles estão vindo pelo corredor à esquerda.

    Sarah sentiu os efeitos do álcool a abandonarem. Ela sabia que provavelmente não daria tempo de alcançar a porta – ela estava do outro lado do salão, e havia pelo menos três dezenas de pessoas para sair pela porta. Calçou os sapatos e se levantou calmamente, cruzando o salão como se não tivesse urgência alguma em sair dali.

    No tempo em que a garota levou para atravessar a sala, ainda havia apenas dois ou três alunos entre ela e a porta. No instante seguinte, a esguia figura da professora McGonnagal apareceu bloqueando a passagem, usando um robe para cobrir sua camisola, e aparentando estar furiosa.

    Sarah prendeu a respiração e olhou à sua volta. Além dos alunos entre ela e a professora Minerva - ela não conseguiu identificá-los, mas depois descobriria se tratar de um dos corvinais com quem jogou Vira-Whisky e de Xenophilus Lovegood - continuavam na sala apenas Sirius, Lino Thomas e sua namorada, que também se aproximavam da porta.

    A única coisa que passou pela cabeça da garota foi um palavrão.


    Última edição por Sarah Nipps em Qui Out 15, 2015 6:23 pm, editado 3 vez(es)
    Rodolphus Lestrange
    Rodolphus Lestrange


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    Mensagem por Rodolphus Lestrange Qui Out 15, 2015 1:30 pm

    .

    - Qual a sua intenção afinal, Lestrange?

    Rodolphus estreitou os olhos, um pequeno sorriso se formando no canto de sua boca. O cabelo de Emma emoldurava seu rosto em suaves ondas, e sua expressão desafiadora fazia com que a menina ficasse ainda mais bonita. Os olhos afiados, a bochecha rosada e a boca...

    Mon Dieu... Como explicar o que ele realmente queria?

    - Srta. Richmond, Sr. Lestrange -  o corpulento professo de poções se aproximou deles – Fico feliz com a sua presença.

    Salvo pelo gongo. Não é como se a garota realmente quisesse ouvir o que ele desejava. Não ali, não assim.

    Rodolphus quebrou o contato visual com a garota à sua frente, acenando para o professor. A mera figura de Horace Slughorn fez com que ele lembrasse porque sempre evitava aquelas reuniões. Por Salazar, como ele odiava toda aquela adulação. Slughorn era um ótimo professor, é verdade, mas era irritantemente frívolo e interesseiro, então o sonserino nunca teve muita paciência para aquele tipo de... Fête des fous.

    O rapaz desviou o olhar do professor por alguns segundos – ” É um prazer receber uma aluna tão distinta, e de uma terra tão distante...” – e encarou Emma, um sorriso involuntário crescendo em seu rosto. A imagem da sexta-feira anterior lhe surgiu à mente.

    Merlin, como ele queria outra dose de Emma Richmond.

    - Há alguém que eu gostaria de apresentar-lhes – Slughorn nunca ia parar de falar? Naquele momento ele puxava uma bruxa para perto.

    A mulher em questão era consideravelmente distinta – assim como boa parte dos convidados, tudo nela exalava riqueza: seus cabelos perfeitamente arrumados em um penteado formal, suas vestes em tons escuros de azul, o broche que ela usava. A única coisa que parecia destoar em sua aparência eram os óculos com grossas armaduras pretas.  Rodolphus estava acostumado a medir outros bruxos (talvez seja essa a primeira lição que se aprende em famílias nobres e puro-sangue), e, mesmo se considerando um ótimo fisionomista, não se lembrava de tê-la visto antes.

    - Esta é Hope Tymee. A Srta. Tymee foi minha aluna há alguns anos, e coordena um departamento de pesquisa no Instituto Superior de Teoria Mágica. Talvez possa interessá-la, Srta. Richmond. Percebi que você é de longe uma das alunas mais aplicadas da nossa casa, e a nossa querida Hope já publicou alguns livros. Diga-me, Srta. Tymee, qual é mesmo seu campo de estudo?

    A bruxa pareceu um pouco desconcertada e ajeitou o óculos em seu rosto. Rodolphus só conseguia desejar se livrar logo daqueles dois palermas.

    - Bem, eu... Em linhas gerais, nós estamos testando algumas teorias sobre, ahmn, Magia aplicada a ciência trouxa. Buracos de minhoca, mais especificamente.

    - Bruaco de... minhoca? Curioso, curioso... – Slughorn não conteve sua cara de decepção, seu lábio inferior tremendo ligeiramente (decerto esperava que a ex-aluna estivesse envolvida com algo melhor que... minhocas).

    Rodolphus levantou uma sobrancelha. Então, o palerma do Slughorn estava se associando com entusiastas de trouxas? Patético. E Buracos de minhoca? Isso é algo de que relevância para o mundo bruxo?  

    Com aquela informação – Que o mestre de poções definitivamente achara perturbadora – os dois bruxos se afastaram, com desculpas quaisquer, finalmente realizando o desejo de Rodolphus: deixa-lo a sós com Emma.

    Enquanto Slughorn e Tymee se afastavam, Dolphus deu um gole em seu suco de abóbora, observando o salão à procura de Bellatrix. Seria muito mais fácil se a morena não estivesse por perto, mas ele não demorou muito a encontrá-la do outro lado da sala, parecendo conversar com Narcisa, mesmo quando seus olhos estavam, na verdade, travados no rapaz e na garota loira com quem ele conversava.

    Bella e sua possessividade definitivamente lhe davam nos nervos, mas, ali à sua frente estava o seu alvo, e ele precisava arrancar tudo o que conseguisse da garota. Literalmente . Abriu sorriso mais charmoso.

    - O que estávamos falando, Chérie?

    - Eu perguntei qual era sua intenção. – Emma parecia irritada, e era exatamente o que ele precisava evitar.

    - No momento – olhando nos olhos de Emma, ele se aproximou, tocando em seu cotovelo – evitar que você fique com a sua taça vazia.  – com um sorriso, ele pegou a taça da garota e se inclinou para sussurrar em seu ouvido – Eu volto logo.

    Rodolphus se afastou, indo em direção ao pequeno bar montado para ocasião, onde um bruxo era responsável por servir bebida alcoólica aos convidados que não tivessem aulas no castelo. Enquanto ele tentava subornar o bartender, percebeu por sua visão periférica que uma bruxa se apoiara no balcão, logo ao seu lado. Suspirou, impaciente, e esperou que o bruxo se afastasse antes de dirigir a palavra a ela. Reconheceria o forte perfume em qualquer lugar.

    - O que você quer, Bellatrix? – o bruxo tomara o cuidado de não olhar diretamente para ela. Precisava manter as aparências e se Emma o visse conversando com a mais velha das Black ele com certeza não teria mais chance alguma.

    - Eu me perguntava como anda o seu plano, querido... Não me parece estar tendo muito sucesso. Começo a me perguntar se você compreende a importância disto. Tenho certeza de que... o lord acharia ótimo ter um braço na Austrália. Ou, você sabe – ainda pela visão periférica, ele pode ver os olhos da garota se arregalarem. “Lunática”, pensou.. – matar uma espiã. Isso seria mesmo ótimo – ela ria, como se tivesse pensado no melhor cenário possível para a situação – Não vou precisar designar outra pessoa para essa missão, vou?

    Bellatrix definitivamente sabia como tirá-lo do sério.

    - Você vem de um antro de pirados, Bella, mas nem mesmo você é maluca o suficiente para atravessar meu caminho. – Naquele momento, o rapaz se aproximava com as duas taças de Rodolphus - Nós dois sabemos que eu dou conta deste assunto.

    Sem dizer mais nada, ele se apoderou das taças e se afastou, indo em direção ao lugar que ocupava anteriormente com Emma. Sentia os olhos da noiva cravados em suas costas, mas não se importava.  Bellatrix não era o que ocuparia sua mente pelo resto da noite.

    Emma não estava no lugar em que a deixara, e isso o deixou igualmente frustrado e instigado. Se a garota realmente ia querer brincar de gato e rato, ele estava mais do que feliz em assumir seu papel de caçador.

    Olhou ao redor da sala, e localizou Emma sentada no assento sob a janela. Encontrá-la não foi difícil, uma vez que a luz da lua garantia um brilho único a ela. Mesmo apenas sentada, a garota era incrivelmente sexy – o contorno de suas pernas cruzadas tirou Rodolphus de seu foco por um instante.

    Caminhou com destino a ela, sem se importar em desviar dos demais – os outros é que fizessem isso por ele – e conseguiu determinar o momento exato em que ela tomou nota de sua presença.

    - Que faites-vous si seul??

    - O que eu estou fazendo tão sozinha é aproveitando a minha solidão, Lest... Rodolphus.

    Estranho, porque Emma se recusaria a usar seu sobrenome? De toda forma, o rapaz ofereceu-lhe a taça que trazia.

    - Achei que champanhe seria uma bebida mais apropriada para você.

    A garota respirou fundo e aceitou a bebida.

    - Novamente: o que você deseja, Rodolphus?  

    Ele levantou uma sobrancelha e sorriu – um desses sorrisos que ele sabia que eram irresistíveis.

    - É uma má coisa querer uma boa companhia numa festa horrenda?

    Touché. A menina tentou reprimir um sorriso. Finalmente.

    - ... Ou talvez uma boa companhia em algum lugar mais interessante?  - ele se aproximou um pouco mais dela – O castelo fica especialmente bonito à noite.

    - Rodolphus, eu já disse que...

    - Eu sei – ele a interrompeu. Não entendia porque a menina apresentava tanta resistência. Ele era charmoso, interessante... e assim como todas as garotas do castelo, ele também sabia disso. A própria Emma tinha dado uma demonstração disso, na semana anterior. Mas, no momento, nenhum de seus encantos parecia surtir efeito sobre ela – é um passeio inofensivo.

    Ela parecia medir suas opções, então ele continuou falando:

    - Você não vai preferir ficar nessa festa, vai? Olha ao seu redor! Um bando de bajuladores, esperando sua vez de fazer contatos e subir na vida... Pfft. S’il vous plaît! – ele se aproximou um pouco mais olhando-a nos olhos e falando num tom mais baixo, sua voz ficando quase rouca – prometo que você se divertirá muito mais se aceitar meu convite.

    Emma mordeu o lábio inferior – Mon Dieu... – e, finalmente, acenou afirmativamente.

    Rosolphus sorriu, encostando sua taça levemente na dela, como em um brinde. Logo após, como um bom cavalheiro, ele estava segurando a porta da sala enquanto dava passagem a Emma.


    ******


    Os dois caminhavam pelos corredores há algum tempo, em silêncio. Rodolphus pensava numa forma de quebrar novamente o gelo com a garota – de repente tão retraída – e começava a se preocupar com a possível aparição do aborto do Filch. Se bem que... Nada que um feitiço bem executado não resolve.

    De repente, lembrou-se de uma sala que já lhe garantira bons momentos antes, sem que ninguém desconfiasse; e começou a direcionar o passeio deles para lá.

    A sala de adivinhação era ideal por algumas razões – primeiro, porque era muito confortável, com todas as suas almofadas e tapetes; segundo, porque ninguém gostava de estar lá durante o dia, então o zelador apenas assumia que isso se aplicava também à noite e terceiro, porque poderiam ficar à vontade. E isso era o que Rodolphus mais queria no momento: ficar à vontade com a garota ao seu lado.

    Não demoraram para chegar ao seu destino, uma vez que já estavam no andar certo. Rodolphus mais uma vez segurou a porta para que Emma pudesse entrar.

    - A Sala de Advinhação? – Emma parecia meio incrédula e um tanto quanto desconfiada. O rapaz sorriu, dando de ombros.

    - Ninguém nunca vem aqui, então é um lugar tranquilo para passarmos o tempo. Achei que você talvez quisesse outra bebida – com um aceno de sua mão, uma garrafa de uísque e dois copos curtos apareceram na mesa no centro da sala. Emma levantou uma sobrancelha – Digamos que eu seja muito bom em conjurar algo uma vez que sei onde está, e que o responsável por sua segurança seja um péssimo bartender. – Ele sorriu e piscou para a menina – Me acompanha?
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    Mensagem por Mary McDonald Sex Out 16, 2015 1:26 pm

    - Eu adoro essa música! Vem, vamos dançar – Mary ouviu Lily exclamar enquanto puxava um James Potter confuso na direção da pista de dança. Mary, Alice e Marlene eram as únicas testemunhas daquela cena inusitada, uma vez que os demais alunos estavam ocupados demais bebendo para prestar atenção no casal.

    - Será que o Potter dá conta da “Lily-4-drinks”? – Mary perguntou para as duas amigas, sem tirar o olho dos dois. “Lily 4 drinks” era como a Monitora-Chefe ficava após 4 drinks: mais alegrinha e mais chegada a um contato físico.

    - Se ele não tiver um ataque do coração por estar tão próximo dela, acho que ele sobrevive – Alice soltou uma risadinha.

    - Já sei! – Mary exclamou, puxando a câmera fotográfica de dentro da bolsa (enfeitiçada, pra caber mais coisas) que levara. – Temos que registrar esse momento único. A Lily sóbria nunca vai acreditar nisso... – e após receber o apoio das outras duas, tirou uma foto do casal (James estava fazendo uma dança ridícula bem na hora).

    Quando a música mudou para uma mais lenta, Mary jurou que tiraria outra foto dos dois abraçadinhos, porém Lily saiu correndo...em direção ao banheiro.

    - Ihhhh.... – as três se entreolharam e seguiram a amiga.

    - Eu falei pra ela não beber o whisky de fogo com tanta pressa – Mary suspirou e, sabendo que Lily poderia demorar, começou a prestar atenção nas pessoas ao seu redor.  Tinha que admitir: os Marotos sabiam dar uma festa. O local estava lotado e as pessoas dançavam, riam...o ambiente estava muito mais legal que o da festa do Clube do Slug.

    Os olhos castanhos-claro de Mary pousaram num casal se beijando a um canto e seus pensamentos vagaram até um certo rapaz de cabelos negros e olhos cinzentos que ela secretamente queria que estivesse ali, dançando e se divertindo com ela.

    “Oh não!” – ela chacoalhou a cabeça e focou sua atenção de volta nas amigas.

    -.....! Será que as pessoas se vestem daquele jeito na Austrália?

    Marlene e Alice estavam, definitivamente, falando sobre sua nova colega de quarto.

    – Sério, você já viu como ela evita todo mundo? Às vezes eu pego encarando a Lily, como se odiasse ela. Quem odeia a Lily?- Alice arregalou os olhos e Marlene concordou com a cabeça.

    - E ela faz sempre questão de ficar sozinha, já perceberam? É só a gente chegar e ela sai. – aquilo era verdade. Sarah era uma pessoa muito reservada e que, com frequência, se isolava (até mesmo dos alunos da própria casa).  Mas Mary sabia que a garota não o fazia de propósito e que devia estar se sentindo deslocada naquele ambiente novo. Era tudo questão de dar tempo ao tempo.

    - Ai, gente, não é bem assim...- ela disse, se intrometendo na conversa.

    - Sh, Mary,  você é muito boazinha. Enfim, de todo jeito, eu conversei com ela no outro dia, e perto do Sirius ela parecia bem normal – Marlene deu de ombros, mas Mary notou um certo tom de ciúme na voz dela.

    - Ih, Lene...

    - Será que a Lily ainda vai demorar muito? – Mary decidiu mudar de assunto. Não queria que Marlene pensasse muito sobre o namorado e outra garota....que bem faria, afinal?

    A porta do banheiro se abriu e as três se viraram com expectativa, esperando ver Lily-sóbria. Porém, não era a amiga ali e sim Sarah...

    ...que sorria de uma maneira que Mary nunca a vira fazendo até então.

    - Boa noite, meninas! – ela exclamou, animada – ótima festa, não? – e sem esperar resposta, se afastou.

    - Ela escutou tudo, não foi? - Alice perguntou, observando-a se afastar.

    Naquele momento Lily apareceu na porta, aparentando já estar mais recuperada.

    - O que o Potter fez comigo? - ela conjurou um copo de água e tomou um longo gole - Já volto. - entregou a taça para uma Mary confusa e se afastou.

    Alguns minutos depois, Frank Longbottom chamou Alice para dançar e Marlene decidiu ir atrás do namorado também.

    Mary, no entanto, não ficou sozinha por muito tempo: Benjy Fenwick (um aluno do 6o ano da Grifinória) a chamou para tirar uma foto dele e dos amigos e logo várias pessoas lhe pediram para fazer o mesmo também. Ela agradeceu pela distração, pois se ficasse parada e sozinha pensaria em Regulus e na maneira como ele a olhara mais cedo...

    (...e também ficaria imaginando eles dançando todas as músicas lentas que tocavam).

    ____________________________


    Mary estava em seu quinto copo de hidromel da noite (alguém empurrara-o em sua mão em algum momento) quando de repente, a música cessou.

    - Então, meus caros. Eu tenho uma boa e uma má notícia para dar. – Lino Thomas falou, a voz ampliada - A boa notícia é que esta foi a melhor festa que já fizemos até hoje – ela gritou e aplaudiu, junto com algumas pessoas – e a má... É que aparentemente nossa querida vice-diretora está a caminho daqui, com o mala velha do Filch.  – Mary sentiu o sangue gelar com aquela notícia. Se McGonnagal visse que mais da metade dos alunos da Grifinória estava ali......- Então, eu sugiro que vocês saiam ordenadamente... Pela direita, porque eles estão vindo pelo corredor à esquerda.

    Ela terminou seu drink e caminhou em direção a porta. Soltou um palavrão baixinho ao ser empurrada e uma vez no corredor, saiu correndo. Alguns alunos desapareciam atrás de tapeçarias, outros encontravam passagens secretas e salas pra se esconder. Ela só correu e correu até parar num andar que, em seu nível de (leve) embriaguez, não conseguia reconhecer.

    Continuou caminhando até esbarrar com tudo numa armadura.

    Soltou outro palavrão.

    - McDonald? – a armadura falou.  Por que diabos estava escutando a voz de Regulus Black? Ela desejava tanto vê-lo que estava começando a delirar?

    - Black? – ela piscou e viu que não era uma armadura e sim o próprio rapaz ali.

    - O que aconteceu? Por que a pressa?

    - Alguém dedurou a festa...a McG e o Filch... - ela resumiu os fatos. A explicação fizera melhor sentido em sua cabeça.

    - Você está bêbada, McDonald? - ela estava alterada demais para perceber o tom de irritação na voz dele.

    -Eu?! Claro que não...estou suuuuuper sóbria.  - ela encolheu os ombros, sorrindo. - E o que você está fazendo no corredor...de algum andar do castelo? - olhou ao redor. Realmente não sabia onde estava.

    - Eu sou Monitor - o rapaz respondeu.

    - Então...boa noite, Sr. Monitor. - Mary se preparou para seguir seu caminho, porém tropeçou nos próprios pés. Toda aquela corrida e a bebedeira a deixaram tonta (ou talvez a visão do rapaz a deixasse meio fraca nas pernas...)

    Regulus a segurou pela cintura para evitar que ela caísse.

    Mary, sentindo o coração acelerar com a súbita proximidade do rapaz, o encarou.

    - Eu te acompanho até o Salão Comunal...pelo jeito você está perdida. - ele falou num tom de voz tão baixo que fez um arrepio subir por sua espinha.

    - N-não precisa... - Mary sentiu o rosto ficar vermelho e agradeceu aos céus pela pouca luminosidade do local.

    - Eu insisto.

    Ela fez um aceno positivo com a cabeça.

    Nenhum dos dois, no entanto, fez menção de se mover dali.


    Última edição por Mary McDonald em Sáb Out 17, 2015 2:15 pm, editado 4 vez(es)
    Emma Malfoy
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    Mensagem por Emma Malfoy Sáb Out 17, 2015 10:55 am

    Emma jogou a cabeça para trás, fazendo os cabelos loiros se sacudirem junto com a sua gargalhada.

    - É sério, precisou que o Slughorn defendesse o coitado do Snape, como se ele tivesse alguma culpa! O Filch simplesmente entrou na sala, derruou toda a poção do Severus, ficou coberto de verrugas e ainda queria aplicar uma detenção! - Rodolphus tinha um enorme sorriso nos lábios enquanto narrava a história. - Levou horas para convencer o Filch de que o Snape só estava estudando e que na verdade ele que tinha atrapalhado tudo.

    A Torre de Adivinhação era coberta de grandes almofadas espalhadas pelo chão. Uma delas, totalmente vermelha, se destacava, localizada sob uma janela enorme no teto, usada para admirar o céu a olho nu em noites estreladas. Havia um feitiço de proteção para que, mesmo em dias de chuva, a água não invadisse e molhasse a sala de aula.

    Emma e Rodolphus estavam sentados sobre um dos grandes e macios tapetes, as pernas cruzadas e a garrafa de Whisky de fogo pela metade entre eles. Os sapatos da menina já estavam esquecidos próximos a mesa da professora e eles haviam perdido totalmente noção da hora.

    Malfoy se sentira relutante em ficar a sós com Lestrange. Não confiava nele e muito menos em si mesma. Mas a cada gota que a bebida vermelha diminuia da garrafa, suas preocupações pareciam ir embora tmbém.

    Precisava concordar com Rodolphus que a festa de Slughorn estava extremamente tediosa. Ela teria voltado ao dormitório se demorasse mais alguns minutos, mas saber que as outras meninas estavam se divertindo em uma festa de verdade, com bebida de verdade, enquanto ela estava tendo apenas mais uma noite tediosa no castelo, havia incentivado a aceitar o convite do sonserino.

    Para sua surpresa, Lestrange não havia tentado nenhuma gracinha até então e eles conversavam amenidades, que a cada gole, pareciam ser mais engraçadas.

    - Então, você não tem nenhuma história engraçada da Australia pra contar? - Lestrange perguntou, tirando seus sapatos e os jogando para longe.

    Ele já havia afrouxado a gravata e estava apenas com a camisa branca com as mangas arregaçadas. Mesmo com a luz fraca da sala, iluminada apenas pelo luar e algumas velas próximas a mesa da professora, ela conseguia admirar como os musculos de seus braços se mexiam com os movimentos.

    Sentindo a boca seca, Malfoy tornou a encher seu copo com Whisky, dando de ombros.

    - Não somos de outro mundo, sabia Lestrange? - com o copo já cheio, Emma olhou ao redor, gesticulando. - Na verdade, diria que é bem parecido com tudo isso aqui.

    Ela ousou brincar com as palavras, dando um gole em seguida enquanto o encarava.

    - E quanto as outras meninas? Vocês são amigas? Quero dizer, foram selecionadas para casas bem diferentes. Imagino que as personalidades também sejam divergentes...

    Emma fez uma careta com a observação.

    - Bem, não temos separações assim na Australia. - Ela colocou o copo novamente sobre o chão. - E não somos exatamente amigas. Não me entenda mal, a Sarah é até gente boa...

    Diante da expressão de confusão do rapaz, ela explicou.

    - Sarah é a Grifinória. A outra é a Abby. - Emma torceu o nariz e Lestrange caiu na gargalhada.

    - Acho que essa não é tão gente boa assim, ham?

    - Não merece nem mesmo que a gente perca tempo falando dela. - Emma resmungou, pegando seu copo e terminando a bebida em um gole.

    - Não sabia que você bebia como gente grande, Richmond. - O rapaz tinha um sorriso torto nos lábios.

    Malfoy realmente se sentia levemente tonta, mas queria esquecer que aquele ali era Rodolphus Lestrange, que ela estava em 1974, que qualquer coisa que falasse poderia mudar o rumo daquela guerra que estava se iniciando. A guerra, por sinal, era outra coisa que ela queria esquecer.

    - Esta noite, eu bebo. - Ela deu de ombros, se servindo mais uma vez.

    Antes que tivesse a chance de beber, Emma apoiou o copo ao lado da garrafa. Apesar da grande janela no teto e a brisa fresca da noite que entrava, ela sentia todo o seu corpo fervendo, como efeito do alcool. O casaco verde ainda estava sobre seus ombros e ela tentou tirar, se atrapalhando. Para tentar facilitar seus movimentos, a loira se colocou de pé e imediatamente sentiu a sala girar.

    Sua cabeça estava abaixada, os olhos fitando os próprios pés descalços, e antes que seu corpo tombasse para o lado, ela sentiu braços fortes a segurarem pela cintura. Quando ergueu o rosto, os fios loiros caindo para trás e liberando sua vista, ela enxergou o rosto de Rodolphus bem próximo ao seu. Suas bochechas imediatamente esquentaram mais e ela apoiou as mãos sobre o peito do rapaz, recuperando o equilibrio.

    - Obrigada. - ela sussurrou, duvidando por um segundo que algum som tivesse realmente saído de seus lábios.

    Apoiando uma das mãos em suas costas para mantê-la firme, Rodolphus levou a outra mão até sua jaqueta, tirando-a com uma facilidade que Emma invejou. Imediatamente seus braços, que pareciam pegar fogo, sentiram o frescor da brisa aliviarem o calor.

    Sem desviar os olhos dos dela, o sonserino jogou a jaqueta em cima do grande puff vermelho.

    - Acho melhor você se deitar um pouco.

    Emma concordou com um gesto da cabeça e com a ajuda dele, deitou no maior puff da sala, que conseguia ser maior que sua cama no dormitório do sétimo ano. Deitada ali, os olhos cinzentos fitavam o céu estrelado com admiração. Ela sentia o ar fresco entrando em suas narinas, lhe trazendo alívio pela breve tontura. Ao seu lado, o puff se movimentou, indicando que Lestrange também havia deitado.

    Os dois adolescentes ficaram em silencio por longos segundos, apenas admirando o céu de um ângulo perfeito. Emma ainda se sentia bêbada, porém sabia que não iria mais perder o equilibrio se tentasse se levantar mais uma vez.

    - Sente saudade da Australia? - a voz rouca de Rodolphus quebrou o silêncio.

    - Sim. - Emma respondeu em um sussurro, pensando em Hogwarts de 2014. Ela virou a cabeça para o lado, admirando o perfil de Rodolphus.

    Ele estava com o rosto virado para o céu, a luz azulada do luar o deixando ainda mais belo.

    - Mas acho que vou sentir saudade daqui também, quando voltar. - Era a primeira vez que aquele pensamento havia lhe ocorrido, mas estava sendo sincera.

    Rodolphus tinha o dom de mexer com ela como nenhum outro rapaz havia conseguido antes. Pensar em voltar para o seu tempo com a certeza de que nuna mais o veria lhe doía o estômago.

    Emma voltou seu rosto para as estrelas e, talvez fosse efeito do whisky de fogo, da saudade de casa, ou do modo como o sonserino a fazia sentir. Mas sem pensar nas consequencias, apenas no que seu corpo lhe pedia para fazer, ela tocou a mão dele, entrelaçando seus dedos.

    Os olhos cinzentos não piscaram, mas não se desviaram das estrelas. Ela apenas aproveitou a sensação quando a mão firme de Rodolphus correspondeu ao seu toque. Podia sentir o olhar dele lhe encarando, mas não ousava olhar para outra coisa que não fosse o céu sobre eles.

    O puff se mexeu sob ela, indicando que o rapaz estava se remexendo, e de repente o rosto de Rodolphus surgiu sobre o seu. Ele havia deitado de lado, de modo que podia encará-la por cima. Seus dedos longos deslizaram pelo rosto de Emma em uma carícia e a menina sabia o que viria a seguir.

    A mão dele deslizou até tocá-la na nuca, o rosto inclinou para frente e os lábios se tocaram em um beijo delicado. Emma sentiu todo o seu corpo reagir com aquele gesto. Sua mão livre o tocou no quadril, achando uma brecha da camisa para tocar a pele de Rodolphus. Emma podia sentir o peso do corpo do rapaz se inclicando cada vez mais na sua direção. Quando as bocas se separaram para buscar ar, a voz de Emma quebrou o silêncio.

    - Amassos na sala de adivinhação, Rodolphus? Você é tão clichê. - Apesar da observação, Emma tinha um sorriso divertido nos lábios.
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    Mensagem por Regulus Black Sáb Out 17, 2015 1:35 pm

    Se as festas de Slughorn eram chatas normalmente, Regulus não entendia porque estava tão frustrado com aquela em particular.

    Depois da visão de Mary McDonald tão belamente arrumada e encantadora, o rapaz chegou a ter esperanças de que sua noite fosse melhorar. Ainda tinha a sensação do toque da pele dela em seus dedos e o perfume delicado dos cabelos.

    Black havia tido um momento de intimidade com McDonald, tomado pelo impulso e por um formigamento por todo seu corpo. Parecia que tinha a necessidade de tocá-la e que só aquilo o acalmaria. Era como se aquela fosse apenas uma bela moça que havia despertado seu interesse, e não uma grifinória, muito menos uma nascida trouxa.

    Não era comum ver o Sonserino fazendo investidas em outras meninas pelo Castelo. Ele já havia beijado duas meninas antes, mas nunca havia realmente se apaixonado. Todas aquelas sensações que Mary McDonald começava a despertar eram inéditas ao rapaz.

    Quando a Grifinória deixou a festa, Regulus sentiu seu estômago afundar. A sensação de estar novamente sozinho no castelo, mesmo rodeado de pessoas, o invadiu brutalmente. Ele era um rapaz solitário, mas estava começando a se acostumar com a companhia de McDonald em algumas aulas que, voltar a se sentir daquela forma era muito doloroso.

    Black se arrastou pela festa de Slughorn e, quando as primeiras pessoas começaram a se manifestar para partir, ele aproveitou para se retirar, com a desculpa de que teria treino de Quadribol logo na manhã seguinte. O professor, um grande fã da performance do rapaz em campo, o incentivou a ir descansar e ter uma boa noite de sono.

    Estava perto do horário de se recolher, mas com o cargo de monitor, Regulus sabia que poderia se arrastar mais um pouco sem que tivesse grandes problemas com Filtch. Apenas usaria a desculpa de que estava na festa do professor de Poções e o mesmo confirmaria.

    O rapaz andou a esmo pelos corredores do castelo, desejando que aquela sensação pesada em seu peito fosse embora. Regulus tirou o terno, jogando-o por cima de um dos ombros. Ele ja havia perdido noção do tempo quando virou a esquina de um corredor para o outro e sentiu seu corpo se chocar contra outra pessoa.

    Ele logo descartou a possibilidade de ser Filtch, pois não havia nem mesmo perdido o equilibrio com o encontrão. Logo viu que a pessoa era muitos centímetros mais baixa e, quando a mesma ergueu o rosto, seu coração falhou uma batida. Quando os batimentos cardíacos voltaram ao normal, todo o peso pareceu ter desaparecido.

    - McDonald? - ele perguntou, tentando conter a felicidade na voz.

    - Black? - a menina disse em resposta, se afastando alguns passos para olhá-lo.

    - O que aconteceu? Por que a pressa? - instintivamente, Regulus olhou por cima do ombro da menina, como se Melloni ou alguma outra pessoa fosse sugir, provocando a sextanista.

    - Alguém dedurou a festa... a McG e Filch...

    As frases soltas da grifinória fizeram Black franzir a testa. O que ela estava tentando dizer? Que não era Melloni que poderia aparecer atrás dela, mas sim a vice diretora e o zelador? Regulus imediatamente se lembrou da festa que Mary havia ido. Ela abandonara a festa de Slughorn, o abandonara, para ir naquela festa.

    Imediatamente ele se sentiu emburrado. Ela estava em uma festa. Arrumada, bonita. Em uma festa com meninos e bebidas. E o pior, havia deixado ele para trás, preferindo "a festa dos Marotos".

    - Você está bêbada, McDonald? - ele perguntou, tentando esconder a irritação que dera lugar a felicidade momentanea.

    -Eu?! Claro que não...estou suuuuuper sóbria. - ela encolheu os ombros, sorrindo. - E o que você está fazendo no corredor...de algum andar do castelo? - olhou ao redor. Realmente não sabia onde estava.

    Agora Regulus tinha certeza que ela estava bebada e aquilo não o deixava nada satisfeito. E se ela tivesse se agarrado com algum outro menino durante a festa? Não que fosse da conta dele, mas parecia ter um monstrinho no interior do seu peito que reprovava aquilo.

    - Eu sou Monitor. - respondeu, tento na ponta da língua a resposta que usaria com o zelador.

    - Então...boa noite, Sr. Monitor. - Mary se preparou para seguir seu caminho, porém tropeçou nos próprios pés.

    Instintivamente, Regulus se jogou na frente da menina, a puxando pela cintura. No ato de protegê-la, acabou trazendo-a mais para perto de seu corpo, voltando a sentir aquele perfume gostoso de seus cabelos.

    A ideia da menina se afastar novamente era pior do que aquela irritação repentina. Se ele pudesse prolongar mais um pouco o momento ao lado dela, ele o faria.

    - Eu te acompanho até o Salão Comunal...pelo jeito você está perdida.

    - N-não precisa...

    - Eu insisto.

    Ela fez um aceno positivo com a cabeça. Nenhum dos dois, no entanto, fez menção de se mover dali. Levou alguns segundos até Regulus perceber que ainda tinha a mão firme na cintura da grifinória, e apesar de ter essa consciencia, ele prolongou mais alguns poucos segundos até finalmente soltá-la.

    Quando percebeu que a menina podia ficar sobre os próprios pés sem cair, Regulus recuou um passo apenas para retirar o terno de seu ombro. Sem dizer uma palavra, ele o jogou por cima de Mary, lhe agasalhando.

    Apenas com um sorriso, Regulus inclinou a cabeça na direção que deveriam seguir. Os dois caminharam em silêncio por alguns minutos até a voz de McDonald cortar o corredor.

    - Não tem medo que a gente acabe tropeçando na McG?

    Regulus encolheu os ombros, parecendo despreocupado.

    - Temos a festa do Slughorn como álibi, não há com o que se preocupar.

    Com um "ah...", a menina voltou a ficar em silêncio. Desta vez, foi a voz de Regulus que ecoou.

    - Então... Como estava a festa? - perguntou, olhando pelo canto do olho para a menina, na esperança de descobrir se acontecera algo. - Pelo seu estado, muito boa, imagino.
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    Mensagem por Sirius Black Sáb Out 17, 2015 2:09 pm

    Os oito alunos pegos no flagra  estavam agora parados em frente a mesa da professora McGonnagal e a mestre de Transfiguração os encarava, as narinas infladas de raiva. Sirius olhou ao redor: de todos, ele era o mais calmo (estava acostumado a levar bronca, afinal). Xenophilius Lovegood e Matthew Davis estavam encolhidos a um canto, envergonhados pelos pontos que com certeza perderiam para a Corvinal; Pandora Bresling estava com o rosto vermelho e inchado e parecia que voltaria a cair no choro a qualquer momento; Abby tentava conjurar um lenço para ela; Lino abraçava a namorada, Donna Tyler e Sarah encarava os próprios pés, cabisbaixa.

    Sirius pegou na mão dela, num gesto de consolo.

    - O que vou fazer com os senhores, hm? - McGonnagal perguntou, rispidamente. Cara, a situação toda seria bem menos assustadora se ela gritasse com eles. Aquele tom de voz baixo e calmo era bem pior do que uns belos gritos. –  Nem sei quantas regras quebraram hoje...burlaram o horário estipulado...consumiram bebida alcoólica...

    A professora sabia muito bem que havia mais gente envolvida naquela festinha, porém quantas detenções teria que distribuir se pegasse todos os culpados? Quantos pontos cada casa perderia?  Não valia à pena. Por hora se preocuparia em punir os alunos que pegara em flagrante.

    - Uma semana de detenção para todos. - ela disse, decidida -  E 20 pontos a menos para a Corvinal, Grifinória e Lufa-lufa....

    O rosto de Sirius se iluminou. 20 pontos não era nada...!

    - 20 pontos de cada um. - a professora falou ao ver a expressão esperançosa dele.

    Lovegood e Davis choramingaram.

    Pandora, Abby, Lino e Donna arregalaram os olhos.

    Sarah soltou a mão de Sirius e começou a roer a unha, preocupada.

    20 pontos de cada era muito...ugh. A Grifinória teria que batalhar muito para recuperar aquela pontuação e garantir seu lugar na disputa pela Taça das Casas.

    Sirius fechou a cara. Não era para aquilo ter acontecido...era pra tudo ter transcorrido bem, como nas outras vezes. Alguém tinha dedurado a festa e ele ia descobrir o culpado.

    -Estão liberados. - a professora os dispensou. - Ah, e Sr. Black....

    Sirius olhou para trás:

    - Não esqueça da regra.

    O rapaz apenas concordou com a cabeça, entendendo o recado. A “regra” se referia a um parágrafo de “Hogwarts: uma história” sobre punições: o aluno que acumulasse 72 detenções seria expulso de sua atividade extracurricular preferida (no caso de Sirius, era o Quadribol) ou, dependendo do caso, expulso da escola. Sirius possuía, até então 71 detenções (contando com esta 1 semana). Infelizmente teria que começar a andar na linha e tomar mais cuidado para não ser pego.

    -Uma semana de detenção? Ah, a Emma vai me matar...! – ele ouviu Sarah resmungar.

    - Tudo bem aí, Aussie? – ele falou, aproximando-se dela.

    - Tudo uma beleza! – o sarcasmo era evidente na voz dela.

    - Não está mais aqui quem perguntou... – ele ergueu as mãos, rindo.

    Os 4 (ele, Sarah, Lino e Donna) logo alcançaram o Salão Comunal da Grifinória. O casal se despediu dele e de Sarah e cada um seguiu para seu dormitório. Sirius encarou a morena emburrada ao seu lado.

    - Ah, qual é, Aussie...- ele a empurrou de leve com o ombro. – Pelo menos valeu à pena. Você é a rainha do Vire o Whisky!

    Aquilo, pelo menos, serviu para arrancar um sorriso dela.

    - Eu arrasei, não arrasei? – ela perguntou, sorrindo.

    -Ah, com certeza... – ele sorriu de volta e se aproximou dela, colocando uma mecha solta do cabelo dela atrás de sua orelha.

    Sarah parou de sorrir e ele se perguntou o que tinha feito de errado.

    -...boa noite, Black! – ela disse e subiu as escadas para o dormitório feminino correndo.

    Quando ela iria parar de fugir dele?

    - Sirius? - uma voz o chamou. Ele olhou para trás e viu Marlene erguendo-se do sofá. Aparentemente a namorada o havia esperado - e cochilara no meio disso (constatara isso pela cara amassada dela).

    - Marlene... - ele sorriu de leve e sentindo-se extremamente culpado por alguma razão, caminhou até ela.

    _______________________

    Sirius não conseguia dormir.

    Pensava na festa, na regra das 72 detenções, em Sarah e no modo como ela havia dançado com ele...o álcool deixando-a mais desinibida, livre,solta....

    Cada dia ele descobria um lado diferente dela e ele se pegava desejando descobrir mais e mais. Infelizmente quanto mais ele tentava se aproximar, mais ela se desvencilhava dele (isso só servia, no entanto, para deixá-lo mais atraído por todo o mistério que era Sarah Cooper).

    Encarando o teto, Sirius prometeu a si mesmo que aproveitaria aquela semana de detenção para desvendar mais ainda aquele mistério.

    E foi pensando no modo como a garota havia dançado ao som de "One Way or Another" (ela parecia estar flertando com ele...não que ele estivesse reclamando) e como os lábios dela pareciam deliciosamente convidativos com o batom vermelho que usava, que ele finalmente pegou no sono.


    Última edição por Sirius Black em Sáb Out 17, 2015 10:01 pm, editado 2 vez(es)
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    Mensagem por Abby Lovegood Scamander Sáb Out 17, 2015 7:26 pm

    Abby, em todos os seus anos de Hogwarts, nunca fora a uma festa como aquela. Primeiro, pq o pessoal da Lufa Lufa não cosstumava dar festas, e segundo, porque ela nunca aceitara convite de rapaz algum para festas em outras casas. Seu máximo foram as festas de Halloween, as quais fora acompanhada de Logan Longbotton, irmão mais velho de Brooke, que se formara no ano anterior.
    Os dois tiveram um namorico, nada sério, não por ele, mas por ela. O pouco tempo dera pra perceber que não havia um sentimento real ali. Logan era bonito, e como o pai, tinha talento para herbologia. Ele só não era O rapaz. Não era aquele que aquecia o seu coração só de o olhar. Não era a pessoa com a qual poderia conversar por horas, sem sentir o tempo passar.
    Nunca se divertira com ele, como estava se divertindo com Remus.
    A noite passava como um foguete, entre dançar, conversar e beber. Era bacana de ver a amizade que Lupin tinha com James, Sirius e... Peter. Não conseguia entender, mas não via, não percebia nada que fosse capaz de indicar que ele fosse capaz de tamanha traição aos amigos. Gostaria muito de saber quais foram os motivos que levaram Pettigrew a se bandear para o lado de Voldemort.
    Sentiu um arrepio ao lembrar que ele estava vivo naquela época. Vivo, e arregimentando seguidores.
    Balançou a cabeça, tentando espantar os pensamentos. Eles estavam sentados em um sofá, e Remus começou a falar sobre um livro que lera recentemente. Ia responder algo, quando viu Pandora, olhando para os lados, como a procurar alguém. E ela não parecia bem...
    - Ahmn... Remus... Você se importa se eu te deixar um pouco sozinho? – Ela perguntou, interrompendo o que o rapaz falava.
    - Não... Claro que não!
    Ela lamentava realmente o deixar. Se sentia muito bem ao lado de Remus. Deu um beijo em sua bochecha, e foi em direção à Pandora.
    - Eu já volto. - e pretendia voltar o mais rápido que pudesse. Mesmo.

    POV PANDORA

    Pandora debateu por umas duas horas se iria ou não iria na festa dos Marotos. Não estava no clima, e tudo aquilo que acontecera no passeio à Hogsmead ainda lhe martelava na cabeça.
    Ela gostava de pensar que era uma pessoa sensata. Com a cabeça no lugar. Que colocava a razão acima do coração. Que sabia escolher bem a pessoa com a qual gostaria de construir uma vida e ter filhos.
    Quando, no ano anterior, começara a notar os rapazes, um em especial, lhe chamara a atenção. Severo Snape, um sonserino, estava sempre concentrado, estudando, não era dado a ficar flertando qualquer uma na escola, como o Diggory ou Sirius Black. Ele tinha seu charme, com aquele ar misterioso, os cabelos negros encobrindo os olhos...
    Concentrara todos os seus esforços, então, em tentar atrair a atenção do rapaz. Mas em vão. Ele só tinha olhos para Lilian Evans.
    Não entendia como a ruiva conseguia desprezar alguém tão empenhado em fazer o melhor na escola. Alguém assim, seria empenhado em fazer algo de bom na vida.
    Não seria como sua mãe, que se apaixonara loucamente por um homem que não conseguia parar em emprego algum, que não dava estabilidade a elas, que as deixara pra seguir um rabo de saia qualquer. Não, a história não iria se repetir com ela. Quando, e se, tivesse filhos, eles teriam a estabilidade de uma vida familiar segura, que teriam um teto em cima da cabeça para se abrigar, e comida na mesa, sempre.
    Conquistaria Snape sim, mas sem usar de artifícios como aquela poção do amor. Devia ter imaginado que iria dar certo. E ainda não entendera como conseguira pegar o copo errado.
    Ainda bem que não se lembrava bem do que acontecera, mas não adiantava nada não lembrar, porque em Hogwarts o que mais corria era fofoca. Sempre havia um pra lhe perguntar do chicote.
    A primeira vez que alguém falara, e ela caíra na idiotice de perguntar pra que iria ter uma chicote, ouvira "pra domar o leãzinho".
    Só podia ser praga da Abby, de tanto falar no Lovegood, a poção tinha de fazer efeito nela, justamente pra ele.
    Não adiantava ficar remoendo as coisas, agora. Pegou um vestido, se arrumou rapidamente e foi pra festa.
    Quase lá chegando, trombou com Snape que, ela jurava, deveria estar na festa de Slughorn. Se armando de coragem, o cumprimentou.
    - Vê se me esquece, garota, larga do meu pé! Não bastou o ridículo que foi você tentar me drogar com uma poção do amor de segunda categoria? Se enxerga!
    O rapaz se afastou, muito irritado, e Pandora ficou ali, em estado de choque. Somente cumprimentara o sonserino, não esperava aquele ataque.
    Sua auto-estima e orgulho foram parar no pé.
    Precisava falar com alguém, desabafar. E só conseguia pensar em Abby.

    ***************

    A festa estava muito cheia e ela não conseguia visualizar a amiga. Pegou um copo de uma bandeja que alguém estava passando, e virou de um gole só, sem se importar qual bebida fosse. O uísque de fogo desceu queimando na sua garganta, e ela pegou outro copo.
    Queria muito poder esquecer o que ouvira de Snape, mas não conseguia. E só conseguia pensar no quanto fora idiota!
    Virou o segundo copo, e pegando um terceiro, avistou, a um canto da sala, Xenofilius em uma conversa com Davis, seu colega de casa, empolgado com alguma coisa, pois mexia muito as mãos, como se quisesse demonstrar algo.
    Até que ele era assim... apresentável...
    Balançou a cabeça, bebendo do terceiro copo. "É um perdedor, Breslin, um sonhador! E sonhadores não são bons partidos!"
    Seus olhos ardiam ainda de vontade de chorar.
    Sentiu uma mão em seu ombro:
    - Está tudo bem, Pandy?
    Ela nem se importou em ser chamada assim, ao ouvir a voz de Abby, e se jogou nos braços da amiga.
    - Ele me humilhou...
    Ia desatar a chorar ali mesmo, a qualquer momento, então ficou agradecida quando Abby a levou ao banheiro da festa.
    Ali, aos borbotões e lágrimas, ela contou o que Snape falara a ela.
    Abby deixou que ela chorasse no seu ombro o quanto precisasse, e então disse:
    - Eu não queria, amiga... mas infelizmente, eu tenho de te falar: eu te disse, não disse? Tem tantos rapazes melhores pra você notar!
    - Puxa, Abby, você podia ser mais sensível, né?
    - Podia. Mas posso ser franca também. Amiga não é pra concordar só com tudo o que a gente diz. Se assim fosse, não se chamaria amiga, se chamaria vaquinha de presépio. Aquela que diz amém pra tudo.
    Pandora até conseguiu rir um pouco. Abby tinha aquele jeito meio doido, mas era um doido do bem.
    - Você não tá achando que tá meio silencioso lá fora, não?
    - Eu acho.
    - Bom, vamos sair. Deixei o Remus esperand...
    -ACHEI MAIS DUAS AQUI, PROFESSORA MINERVA!
    Era o Filch. Estouraram a festa. E Pandora se desesperou, porque nunca, nunquinha na vida, tinha tomado uma detenção. Sua ficha era limpíssima. E pelo jeito, deixaria de ser.
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    Mensagem por Mary McDonald Sáb Out 17, 2015 9:50 pm

    Mary estava com um casaco preto dobrado nos braços e enquanto descia para o café da manhã, pensou no dono deste, Regulus Black, e no encontro inusitado dos dois na noite anterior. Toda vez que se lembrava de quão cavalheiro ele era, sorria, toda derretida:

    ***FLASHBACK***

    - Então... Como estava a festa?  Pelo seu estado, muito boa, imagino. – Regulus perguntou, as mãos no bolso.

    - Muito proveitosa! – ela exclamou, animada.

    -...Como assim?

    E ela desatou a contar sobre o detalhe mais marcante da festa:

    - James e Lily dançaram juntos. – ao ver o rapaz erguer a sobrancelha, completou – Isso foi o acontecimento do ano, ok? Ele é apaixonado por ela e eu acho que ela também gosta dele.... – e se aproximou do rapaz – mas não conte ao Snape. – disse essa ultima parte mais baixo e em tom de confidência.

    Regulus riu de leve.

    - E você, McDonald...também dançou?

    - Pffft....eu? Dançar? Ninguém me convidou... – deu de ombros. Já aceitara o fato de que era invisível para a população masculina de Hogwarts há tempos – E eu não sei se aceitaria. Eu sou um desastre...

    - Entendi.

    - Ah, mas pra compensar, eu tirei várias fotos! – disse, animadamente apontando para a bolsa que carregava. – Oh...acho que chegamos?

    Ela não se importaria em ficar mais um pouco na companhia dele.

    - Sim. É aqui que deixo você... – ele parou no final da escadaria que levava ao 7º andar e ficou olhando pra garota. – Beba um pouco de água antes de dormir, sim?

    Mary sorriu, achando fofa a preocupação dele.

    - Pode deixar. Obrigada pela companhia... – ela empurrou os óculos com a ponta dos dedos.

    - De nada. Boa noite...Mary. – era a 1ª vez que ele a chamava pelo nome e ela se sentiu tão feliz com aquilo que fez algo impulsivo: o beijou no rosto. Eram amigos então aquilo era perfeitamente normal, certo?

    - Boa noite, Regulus. – saiu correndo em direção ao retrato da Mulher Gorda e sem olhar pra trás (não queria ver a reação do rapaz com aquele gesto. E se ele sentisse nojo?).

    Falou a senha e só quando alcançou o dormitório percebeu que ainda estava em posse do casaco do rapaz. Respirou fundo, sentindo o perfume que emanava da peça e sorriu. Nem todo o hidromel que consumira a deixara tão feliz daquela maneira.

    ***FIM DO FLASHBACK***


    Entrou no Salão Principal (estava cedo demais e havia poucos alunos acordados) e ao ver que Regulus já estava à mesa da Sonserina, ficou encarando-o. Quando os olhos dos dois encontraram-se ela apontou para o casaco em seus braços e em seguida para a porta. O rapaz acenou positivamente com a cabeça, entendendo o recado.

    Após uns minutos, encontraram-se embaixo da escadaria principal:

    - Eu só queria...hm... – ela de repente lembrou-se da noite anterior e sentiu-se meio envergonhada – Devolver o seu casaco. Obrigada mais uma vez – entregou o casaco para ele.

    - Você está bem? – ele perguntou, preocupado.

    - Ah, sim. Tomei uma poção mais cedo pra dor de cabeça...mas agora estou com a maior fome! – e o estômago dela inventou de roncar só pra dar mais ênfase ao fato.

    Regulus soltou uma risada ao ver a expressão mortificada dela.

    - Hey! – ela o empurrou, de leve.

    - Vai lá alimentar esse monstro...Mary. – ele disse, a empurrando em direção ao Salão Principal. Mary sentiu o coração acelerar novamente ao ouvir o seu primeiro nome deixando os lábios do rapaz.

    - Certo...vou lá. Obrigada mais uma vez, Regulus. – e ela se afastou.

    Mais tarde naquele dia, quando Lily lhe perguntou por que ela estava cantarolando “Here comes the Sun” ela apenas deu de ombros e disse que era porque estava de bom humor...

    ...o que era verdade. Mas a amiga não precisava saber o motivo de todo aquele bom humor, certo? Porque senão Lily ia ficar insinuando coisas e ela não queria confundir as bolas. Regulus e ela mal haviam se tornado amigos, não tinha porque ela ficar achando que gostava dele.

    (E mesmo que gostasse dele - hipoteticamente claro -  ele não a corresponderia. Afinal, ela era a McWeirdo e ele era bem...Regulus Black).

    - HERE COMES THE SUN, DOOOOO, DO, DO DOOOOOOOOOO – ela voltou a cantarolar, para espantar aqueles pensamentos e também para irritar as amigas ressacadas.
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    Mensagem por Sarah Nipps Dom Out 18, 2015 9:34 am

    A luz do dia encontrara uma brecha nas pesadas cortinas do dossel na cama de Sarah, e a dor de cabeça da menina foi quase que instantânea. Ressaca. Sarah não sabia o que era uma boa ressaca desde que perdera a avó, dois anos antes. Foi uma fase “aventureira”, mas, depois que passou, a menina se prometera que nunca mais beberia tanto. Claro que, como toda adolescente, bebia de vez em quando e adorava cervejas amanteigadas, mas sempre usava de muita cautela. Odiava acordar no dia posterior com a sensação de que perdera o controle – e, é claro, era exatamente como a menina se sentia naquela manhã de sábado.

    Com um gemido, conseguiu fechar a cortina com o pé, e, antes que seu estômago se juntasse à agitação pós-festa que habitava sua cabeça, fechou os olhos e voltou a dormir.



    Uma coisa sobre festas é que elas faziam o tempo passar mais rápido. Naquele sábado, por exemplo, Sarah dormiu demais e foi uma das últimas alunas a almoçar. A tarde, já curta, foi usada para terminar alguns trabalhos e o cansaço acumulado fez com que ela fosse dormir cedo. No domingo, à parte das refeições, Sarah Cooper só foi vista brevemente por Michelle Skeeter – que recebeu um olhar mortificante da primeira no exato momento em que seu álbum do Magical Flirt começou a tocar. Com medo de receber na cabeça um dos pesados livros espalhados na cama da australiana, a caçula dos Skeeter rapidamente desligou seu som e desceu para o Salão Comunal.

    Antes que Sarah percebesse, já era segunda-feira – e, graças à Merlin, ela conseguira evitar as duas coisas que mais queria: Sirius Black e as fofocas sobre a Contra-festa. Ela não contava, é claro, com a habilidade de Hogwarts de render um assunto.

    Foi uma das primeiras alunas a chegar à sala de transfiguração, e escolheu um lugar logo à frente. Queria ter certeza de que a Professora Minerva entenderia que ela estava arrependida. Isso e, bem, ela poderia manter uma distância segura dos Marotos, de Lily Evans, de Marlene McKinnon e de Alice Griffiths.

    Não se arrependia da decisão de parar de se esconder (o álcool às vezes acerta, sabe?). Só não estava a fim do drama adolescente regular – a imagem de Marlene e Alice falando dela no banheiro da festa a visitou algumas vezes, bem como Sirius Black segurando sua mão ou arrumando seu cabelo – nem estava muito a fim de todo o drama “Oh, meu deus, estas pessoas estão mortas e eu estou perdida no meio dos anos 70”. Só por um dia, ela queria prestar atenção na sua aula de transfiguração e aprender o suficiente sobre transformação interespécies.

    Voltar a 2014. Obter “O” e “E” nos N.I.E.Ms. Conseguir entrar no programa de Trainee do Ministério da Magia. Essas precisavam ser suas prioridades.

    Claro que não era fácil executar nada disso tendo detenção todas as noites, pelos próximos sete dias.



    Que Argus Filch não era o mais esperto dos bruxos, isso todos sabiam, mas, ainda assim, era meio tocante a forma como volta e meia o zelador metia os pés pelas mãos – e aquela segunda-feira foi uma dessas mágicas ocasiões. Sete dos oito alunos se encontraram pontualmente com o funcionário em questão no Hall principal e, enquanto este fazia um silêncio dramático, encarando-os longamente com um irritante tremelique em seu olho direito, Sarah olhou para as ampulhetas acima da cabeça de Filch – porque, honestamente, a aparência dele lhe era repugnante.

    O placar da Taça das Casas estava incrivelmente desproporcional: a Sonserina reluzia suas jades acima de todos, indicando que a casa estava em primeiro lugar. Logo depois, estavam as safiras da Corvinal e, empatados em último lugar, os diamantes e os rubis da Lufa-Lufa e da Grifinória, respectivamente.  A menina sentiu uma pontada de culpa, que teria durado mais, não fosse o último dos alunos ter chegado exatamente naquele momento.

    - Ah, então é aqui que vocês se esconderam! – Sirius deslizou sobre os próprios pés, parando numa pose ridícula – Estive te procurando por todos os lados, Arguie!

    - Black! – rosnou o zelador, mancando até ficar de frente para o rapaz – Acho melhor começar a chegar na hora, ou eu mesmo lhe aplico a outra detenção.  – Sarah sentiu um tom de ameaça em sua voz, mas, novamente, ele não era sempre assim?

    - Pois bem! – Filch mancava em frente aos alunos (um pequeno e castanho filhote de gato tentando acompanhar seus passos), tal qual um general mandando sua tropa para o desfiladeiro – É bom saber que eu quero todas as tarefas muito bem feitas... Ou vocês ficarão comigo por mais algumas semanas... É uma pena que A professora McGonagall não tenha aceitado minhas sugestões de castigo.

    Sacundindo a cabeça negativamente, ele lançou um olhar de reprovação para um ponto acima da cabeça dos alunos, e Sarah não resistiu dar uma espiada. Pela escada logo atrás deles, desciam Lily Evans, James Potter e Amos Diggory. Monitores. É claro que, se Filch não podia torturar os alunos, ele preferia não perder seu tempo com eles.

    - Já não era sem tempo – Filch continuou rosnando – Potter! Vá embora! Não confiaria em você para aplicar uma detenção nem mesmo em uma lesma – James deu de ombros, piscou para Lily e voltou a subir as escadas – Você, você e você! – Filch apontou para três alunos aleatoriamente, que acabaram sendo Abby, Pandora e Xenophilus (momento em que Sarah teve certeza de que o zelador metera os pés pelas mãos)  – acompanhem a Evans. Você, você e você – Lino, Donna e Matthew – virão comigo. Hagrid precisa de ajuda na floresta. E você, Black! A Professora McGonagall requisitou especificamente que você começasse a semana limpando troféus – Sadismo. Definitivamente era sadismo que se ouvia na voz de Filch. Sarah ficou esperando a sua vez de receber um castigo, mas, de repente, o zelador alcançou seu gatinho e virou as costas, como que numa liberação automática. Depois de um breve período de consideração, a menina pigarreou.

    - Senhor... Filch? – O zelador se virou e a encarou, estreitando os olhos (e, novamente, o tremelique no olho direito), como se ela não estivesse ali antes – Eu, erhm... O que eu devo fazer?

    Com um balançar de cabeça e um gesto solto, ele lhe respondeu“Vá com o Diggory”.

    “Vá com o Diggory”, Sarah pensou “Belo jeito de dizer ‘vá com o Black’, universo!”.

    Subindo os degraus rapidamente – Sirius já estava ao lado do monitor – ela sorriu e alcançou a mão que o Lufano lhe oferecia.

    - Prazer, Amos Diggory.

    - Prazer, Sarah Cooper.

    - Vira-Whisky – o rapaz sorria – eu soube.

    Sarah corou um pouco, e Sirius, ao seu lado, riu.




    A sala de troféus ficava no terceiro andar. Como uma boa fã de quadribol, a menina já estivera ali algumas vezes, vendo todas as fotos e as premiações dos torneios da escola, e, embora houvesse cerca de três décadas de troféus faltando entre sua última visita – em 2013 – e o ano de 1978, a sala parecia exatamente igual, coberta do chão ao teto de reluzentes taças, estatuetas e placas.

    Logo que chegaram, Amos Diggory deu uma desculpa qualquer – algo como alergia à poeira – que na verdade soava como “Eu tinha um encontro marcado” e disse que voltava dali a algum tempo para checá-los. Como nem Sarah nem Sirius pareciam dispostos a prendê-lo ali, depois de cinco minutos o rapaz loiro tinha sumido pela porta.

    - Então... Bem vinda à Hogwarts, Aussie! – Sirius ria, num tom jocoso – Posso fazer as honras? – O rapaz puxava sua varinha.

    - O que você vai fazer?

    - Limpar tudo, ué.

    - Sirius, não! – ela segurou a base da varinha, para impedi-lo de usá-la (suas mãos se tocaram brevemente, mas ela decidiu ignorar isso) – Você realmente acha que a McGonagall não perceberia/

    - Ela é uma bruxa, não uma vidente, sabe...

    Sarah o encarou seriamente, uma sobrancelha levantada. Ele virou os olhos.

    - Tá bem, tá bem... - enquanto ele guardava sua varinha, a menina se afastou - Merlin, Aussie, você tem muitas facetas, sabia?

    - Como assim? – ela evitava encará-lo, mexendo nos materiais de limpeza dispostos sobre uma mesa de canto.

    - Bem, numa noite você é a rainha do Vira-Whisky, na outra, a senhorita certinha. Isso é confuso.

    Sarah revirou os olhos.

    - Melhor começar a trabalhar – e, ainda sem encará-lo, ela jogou uma flanela em sua direção.

    - Ouch! – preocupada que pudesse tê-lo machucado (acertado no olho ou algo assim), ela se virou, e era a primeira vez em que ela realmente olhava para Sirius Black naquela noite. Por um segundo, pôde sentir o lugar em que ele tocara no seu rosto, após a bronca de McGonagall, formigar um pouco.

    Sirius Black realmente era um garoto bonito.




    Marlene McKinnon era uma garota bonita. Sarah pensava nisso na quinta-feira à tarde, enquanto a professora de artes falava algo sobre a fase azul de um bruxo pintor de que a garota nunca ouvira falar antes. Marlene pegava a mesma eletiva, e estava sentada algumas fileiras à frente, na diagonal de Sarah, de modo que esta não precisava sequer virar a cabeça para ver o cabelo louro e perfeitamente ondulado da colega de classe.

    Marlene McKinnon era uma dessas garotas que acordam bonitas – Sarah a tinha visto uma manhã qualquer, quando entrou no dormitório do sexto ano para falar com Mary, ainda de pijama e de cabelos bagunçados, e ela parecia tão bonita quanto depois das religiosas camadas de maquiagem. Tirando aquela manhã específica, Marlene McKinnon estava sempre arrumada. Marlene McKinnon era uma garota divertida, suas amigas a adoravam e ela sorria abertamente. Marlene McKinnon era uma ótima aluna de artes.

    Marlene McKinnon era a namorada de Sirius Black.

    Aquele último pensamento fez com que o estômago de Sarah se embrulhasse um pouquinho, e a garota tentou focar sua atenção na professora.

    - ... Os últimos sessenta anos de sua carreira foram marcados por um traço...

    Mas logo seus pensamentos divagaram até a noite de Segunda-feira.





    Sarah e Sirius agora trabalhavam em silêncio. Sarah já tinha lembrado que esquecera de avisar Emma da sua detenção, já tinha se desesperado com a ideia de Xenophilus, Pandora e Abby juntos a semana inteira e já tinha cantarolado mentalmente uma canção grudenta que Michelle Skeeter questão de ouvir todos os dias no dormitório mas, agora, ela apenas lia os nomes nos troféus que limpava e tentava se lembrar se sabia algo sobre os torneios em questão. Poucos foram os nomes que acionaram alguma memória, mas, quando pôs as mãos na taça de 1955, ela não se conteve.

    - Uau! – Seus olhos brilhavam, e ela passou os dedos pelos entalhes, sentindo o relevo frio do metal.

    - Tudo bem aí, Aussie?
    - É a taça de 55! - Ela sorriu, mostrando o troféu para ele. Sirius deu de ombros.

    - Um bom ano, acho. Grifinória venceu, certo?

    - Você tá brincando, né? – Ela desceu do banquinho que usava como apoio para alcançar as prateleiras mais altas – 55 foi o melhor ano de todos!  - a menina sentia a excitação crescer dentro dela - A partida final foi icônica! Um clássico! 10 horas de jogo, o placar virou 5 vezes, e Andrews precisou distrair o apanhador da sonserina várias vezes para que a gente pegasse o pomo na hora certa e quatro jogadores foram parar na ala hospitalar, dois deles em coma. As pessoas escrevem livros sobre aquele dia!

    Sirius ria, os braços cruzados.

    - Então quer dizer que você é fã de quadribol, Aussie?

    Sarah suspirou, para fazer cena.

    - Você é jogador principal do time, como você não sabe disso?





    A conversa sobre Quadribol tinha servido para quebrar o gelo que a garota tentava impor. Ela sabia que não podia se aproximar muito de ninguém que tivesse tido um papel importante na Guerra, mas, ainda assim, as três noites anteriores tinham sido as detenções mais divertidas que ela tivera. Não admitia para si mesma, mas, quando a última aula do dia finalmente acabou, ela se sentia animada com a ideia de encontrar Sirius. Quando estavam conversando sobre música e sobre quadribol ou fazendo graça dos nomes nas taças, Sirius Black era apenas um adolescente, assim como ela. Não havia viagem no tempo, não havia guerra, nem indício do futuro sombrio que o aguardava. Era quase como estar em paz.

    Sarah contou os minutos para que desse o horário de sua detenção, mas naquela quinta-feira as coisas não seriam iguais às noites anteriores. Primeiro, porque Filch decidira que era hora de eles pegarem no pesado de verdade, e mandou-os para lavar banheiros (mais especificamente, o banheiro feminino habitado pela Murta-que-geme), e, depois, porque Sirius Black sumiria assim que Amos Diggory os deixasse sozinhos.

    Quando Sarah se deu conta de que o banheiro estava silencioso demais e procurou o rapaz, foi apenas zombada pela Murta:

    - Ele te deixou aqui sozinha, querida... É o que todos os homens fazem... Você não achou que fosse especial, achou?


    Última edição por Sarah Nipps em Seg Out 19, 2015 8:23 am, editado 2 vez(es)
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    Mensagem por Rodolphus Lestrange Dom Out 18, 2015 12:28 pm

    Deitado em sua cama no dormitório masculino do sétimo ano, Rodolphus encarava o teto. Sentada perto de seu pé estava Bellatrix, tagarelando sobre os planos do “Clube de Duelos”, mas a voz de sua noiva lhe servia apenas de ruído branco. A mente do garoto vagava até a sala de Adivinhações. O sorriso de Emma, seu cheiro, os cabelos loiros contra a almofada vermelha. O toque macio de sua pele...

    Salazar, ele queria que aquela noite não tivesse acabado.

    Emma e ele ficaram na sala de adivinhações até que os primeiros raios de sol cortassem o céu. Sentindo o cheiro que exalava do cabelo dela, Rodolphus se sentiu confortável de uma forma que nunca se sentira antes. A menina dormia em seus braços, mas ele encarava o céu do lado de fora e repassava em sua mente os momentos que passaram juntos mais cedo. Emma se aninhou em seu peito, tão adorável que lhe arrancou um sorriso. De repente, uma vontade de protegê-la tomou parte dele, e, reagindo impulsivamente, ele a abraçou.

    Depois de algum tempo assim, Ele começou a acordá-la com pequenos beijos.

    - Que horas são? – ela estava sonolenta, e sua voz, um tanto rouca. – E porque está tão claro?

    Ele sorriu, principalmente por causa da careta que ela fez.

    - Hora de voltar irmos para os nossos quartos.




    Era a noite de domingo e, desde que roubara de Emma um beijo de despedida aos pés da escada que levava aos dormitórios femininos, em um salão comunal completamente vazio, não mais a vira. Em vez disso, estava preso com uma Bellatrix anormalmente tagarela.

    - ...assim, eu disse para ele que nos encontraremos amanhã.

    A voz de Bella invadiu seus ouvidos. Ele piscou algumas vezes, tentando focar sua atenção na garota à sua frente.

    - O que você disse, Bella?

    - Rodolphus! – Bellatrix se levantou, irritada. Ele suspirou, revirando os olhos. Sabia que a noiva odiava não ser o centro das atenções, e já sabia o que esperar – Eu não acredito que você não ouviu nada do que eu falei!

    - É claro que eu prestei atenção, Bellatrix – ele se levantou, já impaciente – não precisa se preocupar, eu encontrarei vocês amanhã, após a ceia – não precisava dos detalhes. Sabia que Lucius também iria, então, era só seguir o amigo. Agora, por Salazar – ele andou até a porta do dormitório e a abriu – eu realmente quero ficar sozinho. Porque você não vai dar as boas notícias aos outros?

    - E sobre a novata?

    Rodolphus suspirou impaciente, apertando mais a maçaneta em sua mão.

    - Bella... – seu tom era quase condescendente, como se falasse com uma criança – você não contaria todos os seus segredos para um estranho, contaria? Richmond é muito reservada. Até agora eu só posso te dizer que ela é Australiana e – puxando pela memória alguma informação sem valor para Bellatrix, ele continuou – e que ela odeia uma das novatas. A lufana.

    A garota soltou um risinho pelo nariz.

    - E quem não odeia...

    Rodolphus apenas suspirou. Com um aceno de cabeça indicando a porta, ele a chamou, insistindo para ficar sozinho.

    - Tudo bem. Até amanhã... Dolphus – com um risinho facilmente caracterizável como “maníaco”, Bellatrix saiu do quarto, e o rapaz fechou a porta atrás dela. Finalmente sozinho.

    Sua mente vagou novamente até Emma. A menina era incrível, e depois dos beijos que trocaram, ele tinha certeza de que queria vê-la novamente.

    *****

    Segunda era o dia mais puxado da semana, com aulas extensas e maçantes de cuja utilidade Rodolphus duvidava sempre. Para que N.I.E.Ms se seu destino já estava bem definido? Lutaria ao lado de Voldemort, pelo certo, e faria parte do alto escalão, ao lado do Mestre, fim. O único motivo para frequentar a escola é porque sempre poderia aprender algo útil para a luta.

    E, bem, agora que conhecera a Emma Richmond, não era nada mal estar sob o mesmo teto que a garota. (Abriu um pequeno sorriso pensando nela, enquanto desviava de um feitiço lançado por Malfoy).

    O Clube de duelos tinha a sua primeira reunião, e a primeira demonstração tinha sido entre Lucius e ele. Uma parte de Rodolphus sabia que bastava que qualquer um naquela sala fosse atingido para disparar uma briga de egos gigantesca. Juntando isso ao fato de que estava cansado, ele não estava realmente se empenhando.

    Uma vez que Bellatrix notou a falta de dedicação do noivo naquela reunião em especial, chamou-o num canto - enquanto Narcisa Black, com certo receio, tentava atacar sem muito jeito o atrapalhado Walden Macnair – e dispensou-o pelo dia, dizendo que preferia que ele não estivesse ali a fazê-la passar vergonha.

    O Rapaz deu de ombros, quase que agradecendo por não precisar estar ali naquela segunda-feira, e resolveu dar uma volta a esmo pelo castelo. Em algum lugar do terceiro andar, viu Emma saindo de uma sala em que ele nunca notara antes. Correu até a garota, sem esforço.

    - Já falei que acho ótimo que a continuemos nos encontrando assim?
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    Mensagem por Regulus Black Dom Out 18, 2015 6:46 pm

    Alguns dias haviam se passado desde a festa de Horário Slughorn. E desde aquela noite, não se passavam 24hs completas sem que Regulus Black não pensasse em Mary McDonald. O Sonserino já estava se acostumando e até admitido para si mesmo que gostava da companhia da grifinória.

    Quando estava perto dela, ele não era o solitário Black com um negro futuro a sua frente. Quando Mary estava aos seus lados durante as aulas ou cruzavam nos corredores, não havia uma guerra se iniciando lá fora.

    Bellatrix o havia convocado pessoalmente para o pequeno Clube de Duelos que acontecia três vezes por semana, e logo no primeiro encontro, Regulus já tinha facilmente derrubado McNair. Seu belo desempenho havia sido um dos fatores para que a prima não gritasse com ele quando o rapaz informou que não apareceria na terceira reunião.

    Se Regulus Black odiava a aula de Runas Antigas pela sua complexidade, ele se tornara um grande fã da professora naquela semana. Vendo seu péssimo desempenho durante as aulas, a mulher intimou que se o sonseirno não começasse a se empenhar mais, não conseguiria assistir ao segundo semestre da matéria. Mesmo o envergonhando diante da turma, a mulher completou sugerindo que McDonald, sua aluna preferida, pudesse lhe auxiliar com a tutoria.

    Era pelas aulas extras com a grifinória que Regulus precisava faltar ao Clube de Duelos aquele dia. Ele havia saído do almoço e corrido até a biblioteca, retirando alguns livros sobre Runas Antigas. De imediato, o rapaz seguiu para uma das muitas salas vazias do castelo, onde McDonald já o aguardava.

    - É impressão minha ou está aprendendo a ser pontual, Mary? - Black já tinha consciência que chamava a menina pelo primeiro nome, mas aquela intimidade, se antes o desagradava, agora só o fazia se sentir mais a vontade ao lado dela.

    - Comece com piadinhas e deixo você sozinho com o dever de Runas.

    Regulus ergueu os olhos da mesa, onde espalhava os livros, sentindo o alivio invadir seu peito ao ver o sorriso da grifiória, indicando que ela estava brincando.

    - Isto é abuso de poder. Está me saindo uma sonserina melhor do que a encomenda... - Regulus assumiu o lugar ao lado de Mary, seus joelhos se tocando quando ele arrastou a cadeira para se aproximar da mesa.

    McDonald torceu o nariz diante do comentário.

    - Sonserina? Jamais!

    Regulus abriu um dos livros, se virou para McDonald com um sorriso brincalhão e puxou de dentro das vestes a caneta que a menina lhe dera de presente.

    - Eu sei, você é boazinha demais para uma sonserina. - Com uma espontaneidade que era nova para Regulus, ele apertou a bochecha de McDonald.

    Ao perceber que a menina havia corado, Regulus pigarreou, tentando se conter. Estava indo longe demais. Se Walburga pudesse ver aquela cena, provavelmente estouraria os pulmões de tanto gritar.

    - Então... - Regulus ia começar a falar, fitando o livro a sua frente, quando de repente seu rosto se iluminou, se lembrando de algo.

    Ele depositou a caneta sobre os pergaminhos e procurou algo em seus bolsos.

    - Estava quase esquecendo! - Após alguns segundos vasculhando o bolso interno do sobretudo, ele depositou sobre a mesa alguns bolinhos que furtara do almoço. - São de chocolate. Espero que goste. São os meus preferidos.

    Regulus deu uma mordida, incentivando a menina a pegar um também. Mary ergueu a mão e analisou o bolinho antes de comer também. Com a voz fofa pela boca cheia, ela balançou a cabeça positivamente.

    - São meux preferidox tambeim.

    O sonserino deixou escapar uma risada anasalada quando viu que a cobertura de chocolate havia grudado na ponta do nariz de McDonald. Ele imediatamente ergueu a mão livre e passou o dedo, limpando o rosto da menina.

    - Não precisa devorar tudo de uma vez, Mary. Eu trouxe bastante.
    Remus Lupin
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    Mensagem por Remus Lupin Dom Out 18, 2015 11:52 pm

    Remus se sentia culpado por ter deixado Abby sozinha na festa, mas não teve tempo para procurá-la. Precisava tirar Peter dali e, sendo James e ele monitores, também não seria nada bonito se a vice-diretora os pegasse festejando no meio do castelo. Esperara que, pelo menos, a menina conseguisse fugir com os demais alunos, mas quando Sirius lhe contou que ela também ficara de detenção, a culpa cresceu ainda mais dentro dele. Tentou encontra-la durante o fim de semana, mas a garota parecia não estar em parte alguma, então ele guardou as desculpas para quando se vissem.

    Ele até pensou em esperar por ela em frente à entrada da Lufa-Lufa, mas entre cuidar da ressaca de Peter, atender à reunião emergencial dos monitores chefes (McGonagall tinha certeza que eles deviam saber da festa, então não foi nada agradável, e agora as rondas tinham sido intensificadas) e os primeiros sinais de que a lua cheia se aproximava, aquela ideia foi descartada.

    Embora a vontade de Remus fosse encontrar-se com a menina o quanto antes – pensava sobre a noite de sexta-feira com bastante frequência, seu corpo começou a reagir ao ciclo lunar já na manhã de domingo, e ele decidiu que não queria que ela a visse daquela forma. Sua transformação aconteceria na quinta-feira, e, na terça, ele já estava se sentindo tão pálido e tão fraco que foi preciso faltar aulas para “visitar a mãe adoentada”, desculpa arranjada por Dumbledore para que ele pudesse se distanciar das atividades escolares todos os meses.

    Por via de regra, eram necessários cinco dias de “folga”: os dois primeiros ele passava em uma sala reservada da enfermaria, a que apenas Madame Pomfrey, a enfermeira da escola, tinha acesso. No terceiro dia, aquele em que ocorria a sua transformação, era escoltado pela mesma enfermeira até a Casa dos Gritos, através de uma passagem secreta. Ali, ele passava a noite de lua cheia em sua forma lupina, em companhia dos amigos, todos animagos em suas versões animais. Os dois dias posteriores à transformação eram os piores – as dores pelo corpo, a fraqueza muscular, a enxaqueca constante... Ele os passava novamente na salinha reclusa da enfermaria, sob os olhos atentos da enfermeira (que, a depender do mês, podia forçá-lo a ficar em observação durante mais algum tempo).

    Assim, naquela terça-feira de manhã, munido de um grosso livro de ficção e um pequeno estoque de biscoitos de gengibre (seus favoritos), Remus se apresentou na enfermaria, resignado com a ideia de que passaria os próximos dias quase que sozinho. James, Sirius e Peter se revezaram para visita-lo nos dois dias seguintes, contrabandeando doces para o amigo, numa tentativa obstinada de melhorar seu humor (o que nem sempre funcionava, mas, ainda assim, o rapaz era grato à lealdade e presença constante dos amigos).

    Na quinta-feira, durante o terceiro período, Remus acordou com Peter ao lado da sua cama, tentando equilibrar um prato com bolinhos de caldeirão silenciosamente no criado mudo ao lado da cama.

    - Hey, Pete... – sua voz era rouca e, sentindo um pouco de dor, ele se sentou lentamente – Você não tinha que estar na aula?

    - Eu nunca vou tirar sequer um E em nenhuma dessas matérias – Peter deu de ombros – Faltar uma aula não vai fazer diferença.

    - Rabicho... – Remus balançou a cabeça negativamente, quase que em câmera lenta (a enxaqueca não o deixava fazer mais que isso)

    - Não, Remus, nem começa. Eu sei que o único motivo de eu ter conseguido as matérias avançadas é porque os professores sabem que vocês provavelmente não assistiriam às aulas se não me incluíssem também.

    - Peter, você só precisa se esforçar mais. Aliás, você acha mesmo que a McG faria isso?

    Pettigrew não o respondeu. O garoto apenas deu de ombros.

    - Você parece péssimo, cara!

    - Faz parte do meu charme – com um risinho, ele alcançou a lata de biscoitos de gengibre no criado mundo, e enfiou alguns na boca.

    - Tem visto a... Eu sei que não é Anna, mas o James me confunde sempre.

    - Abby – Remus sorriu, sem muita vontade. Pensar na garota, estando naquele estado, era intensificar as dores de sua licantropia – E não, não a vi. Achei melhor poupá-la de meus encantos na lua cheia.

    Pete deu de ombro, desembrulhando um bolinho.

    - Você ficaram bem juntos. E, bem, não seria ruim se você tivesse uma namorada, sabe...

    Remus riu um pouquinho, as costelas doendo.

    - Quem é você e o que você fez com o Rabicho? – Ao ver que o outro garoto apenas o encarava com uma expressão de dúvida, ele continuou – Normalmente não é você quem fala de garotas, meu caro.

    Peter deu de ombros, os olhos fixos no bolinho, de onde tirava pequenos pedaços com os dedos e os jogava na boca. Lupin aproveitou o silencio do amigo e recostou a cabeça no travesseiro atrás dele, fechando os olhos um pouco.

    - Talvez... Bem, talvez eu esteja interessado em alguém, sabe – quando o mais baixinho cortou o silêncio, o outro apenas sorriu.

    - Rabicho, meu caro, eu já te disse que Carlota Meloni está fora do nosso alcance...

    - Não, não a Meloni! Isso... Passou quando o James ficou com ela – ainda com os olhos fechados, Remus poderia imaginar Peter dando de ombros pela décima vez desde que entrara na sala – É... outra pessoa.

    Aquilo foi o suficiente para atiçar a curiosidade de Remus. Abriu os olhos e encarou o amigo, como quem demanda mais informações.

    - Co...cooper? – Peter oscilou em sua resposta, esperando o julgamento do amigo, mas, antes que este viesse, Madame Pomfrey entrou no cômodo, ralhando por seu paciente estar comendo doce novamente e expulsou o baixinho dali.

    De volta ao silêncio do seu quarto, Remus só pôde pensar em como era uma grande coincidência que um de seus melhores amigos também estivesse interessado em uma garota Australiana.

    E, sem tomar conhecimento do fato, aquela foi a primeira vez em que ele admitiu para si mesmo que estava interessado em Abby.



    ******


    - Eu volto amanhã, no horário de sempre, sim, querido? – Madame Pomfrey o encarava com seus grandes olhos benevolentes. A luz do fim de tarde entrava pelas frestas de madeira nas janelas da Casa dos Gritos, mas era o suficiente para que Remus visse o sorriso amoroso da enfermeira. Àquela altura, Papoula Pomfrey era uma segunda figura maternal para o rapaz. – Tente... Tente não se machucar, sim?

    Depois que ela desaparecera novamente pela passagem secreta, Remus soltou um longo suspiro. Duas horas até sua transformação, e, depois, mais doze daquela provação, e, finalmente, um a folga para seu corpo. Mas só até a próxima lua cheia.


    ******


    Seu corpo doía, a pele ardia em diversos pontos e sua cabeça parecia prestes a explodir. Ainda assim, quando abriu os olhos para reconhecer as cortinas brancas da enfermaria, Remus Lupin suspirou aliviado. Tudo ocorreu sem problemas. Aceitou a poção âmbar que Madame Pomfrey lhe oferecia em uma colher, e voltou a dormir.
    Acordou algumas vezes durante o dia – o sono pós-lua cheia era sempre ou muito agitado ou muito pesado, e naquela sexta-feira seu corpo escolhera o primeiro caminho – mas a familiaridade e a sensação de segurança logo o embalaram novamente.  Foi acordado no que ele imaginou ser o horário da janta, e tomou com gosto a sopa que a enfermeira trouxera, repetindo mais duas vezes, a fome acumulada, e voltou a dormir.

    Ele estava na festa, e dançava distraído com Abby, e se sentia feliz com a mera imagem da garota. De repente, alguém abriu uma das pesadas cortinas que impediam a luz de entrar e de sair, e os raios da lua se espalharam rapidamente pela sala, logo o alcançando. A expressão da menina à sua frente logo passa de encantamento a repulsa, susto, e larga sua mão e sai correndo. O rapaz olha a mão que ela abandonara, mas, em lugar de seus dedos e uhas, há uma enorme pata de lobo.

    Remus acordou sobressaltado, buscando ar. O quarto estava fracamente iluminado, e ele demorou alguns segundos de respiração ofegante para perceber que no canto do quarto estava a garota do seu sonho, só que em carne e osso.

    Abigail Stinson o olhava curiosamente, e uma onda de medo invadiu o peito do rapaz no exato momento em que seus olhares se cruzaram.
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    Mensagem por Abby Lovegood Scamander Seg Out 19, 2015 12:32 pm

    POV Xenophilius

    "Foi no início do ano passado, meu quinto ano, que eu a notei. Cabelos castanhos claros, olhos expressivos e uma boca cheia. Perfeita pra beijar.
    Eu nunca tinha prestado atenção a uma garota antes. Meus objetivos de vida são bem definidos: quero estudar, fazer minhas pesquisas, fundar meu jornal, encontrar um bufador de chifre enrugado, entre outras coisas.
    Mas eu a notei em uma aula de poções. Muito concentrada em tentar fazer uma poção especialmente complicada.
    A luz das velas incidia diretamente no seu rosto, envolvendo-a em uma aura de luz.
    Ela... Abigail Pandora Breslin.
    Por mais de um ano, eu a tenho observado onde quer que vá, ficado atento a cada conversa que envolve o nome dela.
    E, por isso, me convenci de que não tinha chance. Ela era totalmente concentrada em Snape, um sonserino um ano à nossa frente. Seguia-o com os olhos para onde quer que fosse, tentava chamar sua atenção quando pudesse, e minha esperança de que ela me notasse, murchou.
    Até o início desse ano letivo. Quando o acaso colocou ao meu lado, em uma aula conjunta, uma intercambista australiana.
    Se vai dar certo o plano dela de me tornar visível para Pandora? Sinceramente, não sei.
    Só sei que, após o incidente na visita à Hogsmead, quando, de repente, do nada, Pandora estava aboletada no meu colo, passando as mãos em meus cabelos e me chamando de leãozinho, criei um novo ânimo. Na hora fiquei mortificado, vexado, com as pessoas rindo e apontando. Tive vontade de enfiar a mão em alguns rapazes que fizeram comentários nada respeitosos sobre ela, mas nem tive como me mexer, de tão enroscada que Pandora estava em mim.
    Se foi poção do amor, se foram zonzóbulos a confundindo, eu não sei. Só sei que foi bom.
    Agora estou aqui, prestes a começar uma detenção com ela. Limpar as bancadas da sala de poções..."
    - Vai ficar aí escrevendo, ou vai se mexer e começar a limpar essas bancadas comigo, Lovegood?
    Xeno levantou a cabeça do diário que escrevia, e colocou-o a um canto, pegando um pano, juntamente à um preparado químico.
    Trabalharam em silêncio por algum tempo, até que ele puxou conversa.
    - Coisa chata, detenção, né?
    - Humpf... humilhante, isso sim! Minha ficha limpa foi pro espaço!
    - Bem ou mal, estou grato, pois pegamos uma tarefa fácil.
    - Fácil, limpar estas bancadas imundas? Você é louco!
    - Pior seria limpar os banheiros. Acho que você nunca entrou num banheiro masculino, não é?
    - Por Hufflepuff, não!
    - Então, dá até pra ficar feliz de não ter sido designada pra limpar banheiros, não é?
    - Isso não anula a minha indignação! Não entendo como você consegue ficar feliz com algo relativo à uma detenção!
    - Sabe... eu costumo pensar que, ás vezes, as coisas que não fazem sentido agora, serão responsáveis por felicidades futuras. Não perco meu tempo lamentando. Prefiro ser positivo.
    - Pois por mim, você pode ser positivo sozinho! Eu não coloco minhas expectativas em coisas futuras. Prefiro garantir o futuro no momento presente. E uma detenção na minha ficha não vai acrescentar nada positivo!
    - Se você pensa assim...
    Voltou sua atenção novamente para a limpeza particularmente difícil de uma mesa, assoviando.
    - Eu hein... se ele e Abby fossem parentes não seriam tão parecidos... - ele ainda ouviu a menina murmurar.
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    Mensagem por Emma Malfoy Seg Out 19, 2015 2:01 pm

    Os livros que Emma carregava quase foram ao chão quando o corpo dela tremeu de susto. Ela levou a mão livre até o peito, arregalando os olhos para Rodolphus. Havia acabado de deixar a sala que costumava se reunir com Abby e Sarah, havia passado quase toda a última hora sozinha, acompanhada apenas das páginas sobre teorias de viagens no tempo.


    - Assustei? – o rapaz perguntou, exibindo um enorme sorriso nos lábios.


    - Um pouco. – Emma admitiu. – Estava com a cabeça longe.


    - Austrália? – uma das sobrancelhas de Lestrange se ergueu.


    Ele se adiantou alguns passos e parou diante dela, impedindo que continuasse o caminho.


    - Sim, Rodolphus. Sempre Austrália.


    Emma estava se sentindo ligeiramente mal humorada. Desde a festa do professor Slughorn, suas noites não estavam sendo completas. Ela era sempre desperta de algum sonho envolvendo o Sosnerino a sua frente. Malfoy havia passado todo o dia seguinte da festa pensando no que havia feito e nos momentos que tivera ao lado do rapaz, até se convencer de que os Black e os Lestrange jamais permitiram desmanchar o compromisso entre ele e Bellatrix.


    Aquele pensamento fazia seu estômago se contorcer, mas ao mesmo tempo lhe aliviava. Não importava o que fizesse, os dois acabariam juntos e o futuro não sofreria qualquer impacto. O problema de pensar que o futuro estaria preservado era saber que aquele rapaz a sua frente se tornaria um cruel assassino. Parecia irreal pensar que aquele Rodolphus de dezessete anos a sua frente faria tantas atrocidades dentro de alguns anos. Mas Emma não conseguia ver um Comensal da Morte no belo rosto diante de si. Aquele ali, por mais arrogante e de personalidade digna de um sonserino que fosse, ainda estava com as mãos livres de sangue.


    - Você não gosta muito de falar sobre onde você veio, han? – uma das mãos de Lestrange se ergueu, tocando o rosto de Emma em uma carícia.


    - Não há muito o que falar. – Emma encolheu os ombros, permitindo que seu corpo se aproximasse em um passo.


    - Duvido muito disso, Srta. Richmond. – os dedos dele deslizaram até a nuca da menina e Emma se permitiu o beijo que veio em seguida.


    Quando eles se separaram, ainda mantendo a proximidade, os olhos cinzentos brilhavam.


    - Está bem... – ela sussurrou. – O que você quer saber?


    Um sorriso vitorioso iluminou o rosto de Lestrange.


    - Bom, que tal se você deixou alguém lá?


    - Outch. – Emma riu, tentando disfarçar o constrangimento. – Direto ao ponto, hein?


    Ela soltou um suspiro, dando uma breve olhada no corredor para se certificar de que não havia ninguém.


    - Bom, não são apenas os Ingleses que arranjam noivados pré-estabelecidos. – Ela começou, tomando cuidado nas escolhas das palavras para não entregar nada sobre o futuro. – As famílias de Sangue Puro da Austrália também gostam de casamentos escolhidos a dedo.


    Uma sombra pareceu passar pelo rosto de Rodolphus, mas foi tão rápido que Emma achou que talvez estivesse vendo coisas.


    - Você também?


    Ela concordou com a cabeça, mordendo o lábio de ansiedade. Rodolphus ficou em silêncio por alguns segundos antes de abrir a boca com a pergunta seguinte.


    - E como é lá?


    - Como já disse, não é muito diferente que aqui... É apenas mais... – ela se lembrou das manchetes que anunciavam a guerra que estava para se iniciar. – Não é um lugar tão sombrio para se viver, entende?


    - Seus pais?


    A menina soltou um suspiro, já cansada do interrogatório. Bom Rodolphus, meu pai é Draco Malfoy. Filho do seu amigo, Lucius e da Cissy. Sabe, aqueles nossos colegas com exatamente a mesma idade que a gente?


    - Sangue-puro, relativamente conhecidos na Australia. Minha mãe é escritora e meu pai é alquimista.


    Rodolphus parecia satisfeito com as respostas, mas antes que ele tivesse a chance de perguntar qualquer outra coisa, uma sombra apareceu no final do corredor. Emma deu um pulo para trás, se afastando de Lestrange a tempo de Bellatrix Black se aproximar.


    - Dolphus, Richmond...


    Toda vez que via a irmã mais velha de Cissy, Emma ficava impressionada. Ela era muito bonita, os cabelos negros presos em uma trança firme, o uniforme impecável.


    - Black. – A menina sussurrou, apertando os livros contra o peito.


    Sim, e daí que ela tinha medo da bruxa? Qualquer pessoa sã teria.


    - Já convidou a nossa querida colega para o clube, Dolpuhs? – Bellatrix parou diante deles, fazendo a testa de Emma franzir.


    - Clube? – perguntou diretamente a Rodolphus, mas foi Bella quem respondeu.


    - Sim, nosso clube de duelos! A princípio temos apenas alguns alunos da Sonserina, para nos distrair um pouco... Você deveria vir. A não ser que tenha medo de perder.


    A ideia de enfrentar um duelo de varinhas com Bellatrix não a agradava nenhum pouco. Mas apesar do medo, ela ainda era uma Malfoy. E era uma Sonserina. Os integrantes da casa de Salazar podiam não ser conhecidos pela coragem, mas jamais admitiram que eram medrosos tão prontamente. Ela balançou a cabeça, arrancando um sorriso da morena.


    - Ótimo! Nos encontre na última sala das masmorras, sexta, após o jantar.


    ***


    Quando a sexta finalmente chegou, Emma deixou de lado os livros sobre viagens no tempo para se dedicar a uma leitura sobre feitiços que pudesse usar. Ao chegar na sala indicada por Bellatrix, o local já estava ocupado por diversos sonserinos.


    Lucius Malfoy, Narcisa, Bellatrix e Regulus Black. MacNair. Crable. Snape. Dolohov. E os irmãos Rodolphus e Rabastan Lestrange. A menina sentiu os pelos de sua nuca se arrepiarem. Aquilo era mais do que um clube de duelos. Era uma reunião de futuros comensais.
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    Mensagem por Abby Lovegood Scamander Seg Out 19, 2015 7:51 pm

    Abby caminhava pelos corredores em direção à enfermaria, após o jantar daquela noite, para sua antepenúltima noite de detenção.
    Na verdade, nem considerava aquilo como castigo. Era mais como um aprendizado. Madame Pomfrey era muito doce e paciente, e ela estava aprendendo muito sobre os diversos tipos de ferimentos, as poções aplicadas a eles e sobre ministrar as doses corretas em cada caso.
    No tocante ao resto, a semana passara para ela, como se se arrastasse. Talvez por sentir falta de uma certa rotina que estabelecera de sempre trocar uma palavra com Remus durante o dia, fosse para estudar, para comentar sobre algo que ele ou ela havia lido e achado interessante, e até mesmo sentia falta de vê-lo sentado com seus amigos à mesa da Grifinória. Sentia como se algo estivesse faltando, algo muito importante.
    Sabia que fora semana de lua cheia e provavelmente, ele desaparecera por conta de sua licantropia e posterior confinamento na Casa dos Gritos.
    Durante suas pesquisas procurando modos de como poderiam voltar pra casa, pra 2014, ela pesquisara também sobre o mal que afligia Lupin. Efeitos na personalidade, no corpo, particularidades de um lobisomem. Infelizmente, naquela época, Dâmocles Belby ainda não havia inventado a poção Mata Cão, o que significava que a vida de Remus era bem mais difícil naquela época.
    Tivera tempo pra ficar remoendo também, se seu eu de 2014, bem como os de Sarah e o de Emma, haviam desaparecido, ou elas estavam vivendo uma realidade alternativa? E quando voltassem? Voltariam pro exato minuto que sumiram, ou teriam ficado desaparecidas pelo tempo que passassem em 78? Como iriam explicar o que acontecera, às outras pessoas? 
    Como estariam seus pais, seus irmãos, Brooke? Dava angústia não saber o que estava acontecendo no futuro. 
    Chegou à enfermaria, e Madame Pomfrey não estava à vista. Foi bater à porta do gabinete dela, e não tendo resposta, colocou a mão na maçaneta. Poderia ser o caso de ela não ter ouvido?
    Para sua surpresa, a porta estava destrancada e a bruxa não estava lá, tampouco. E isso nunca acontecia. Lembrava bem que ela sempre mantinha aquela porta bem fechada.
    Ia sair de lá, quando notou uma luz suave saindo pela fresta do que parecia a porta de um armário. Curiosa, abriu a porta e, para sua surpresa, ela revelou um pequeno quarto no estilo da enfermaria, onde havia uma cama. E nessa cama, estava deitado Remus, dormindo, o peito nú. Ele estava suando, e haviam alguns ferimentos visíveis, além dele estar um pouco debilitado.
    Ficou parada onde estava, observando-o. Mesmo debilitado, ele era atraente, ela não podia deixar de notar. Teve uma súbita vontade de correr os dedos pelo peitoral dele, sentir a textura da pele, o calor...
    Remus parecia estar sonhando, pois de repente, se agitou e abriu os olhos. Quando a viu, sua expressão se tornou alarmada, ela notou, receosa.
    -Oi... - ela disse.
    Ele a olhou. hesitante.
    - Oi.
    - Senti sua falta, sumido... então era aqui que você estava se escondendo?
    - Eu... - Ele sentou-se , rapidamente, então pareceu sentir dor, pois gemeu.
    Abby se dirigiu ao armário de medicamentos no canto do quarto, pegou algodão, iodo e uma poção curativa para queimaduras e arranhões.
    - Não se mexa. Fique quieto, para que eu possa cuidar disso, ok?
    Calculando mentalmente o peso de Remus, deu uma colher de poção cicatrizadora a ele, ao que ele fez uma cara feia pelo gosto, e depois começou a limpar os ferimentos para não infeccionar.
    - Você sabe, essa semana foi muito movimentada... vou te atualizar das coisas que aconteceram nesse castelo. Pois bem: depois da festa, eu peguei essa detenção, de ajudar na ala hospitalar, e a Madame Pomfrey é um docinho, está me ajudando muito, então tá tudo bem. A Sarah não conseguiu escapar da detenção também, e pelo que eu soube, ela está cumprindo junto com o Black, o seu amigo, lógico, não o irmão dele. Pandora e Xeno foram incubidos de deixar a sala de poções brilhando, mas como sempre, todo dia tem algum aluno que faz alguma coisa transbordar e ela já está ficando louca...
    Abby falava para não dar chance de Remus perguntar o que ela estava fazendo lá, porque não teria uma resposta, e tb tinha medo de que ele questionasse porque ela não estava perguntando porque dele estar ali, já que, supostamente, o que os rapazes falaram a ela, seria de que a mãe dele estaria doente, então ele estava fora, a visitando.
    Pegou uma pomada e começou a passar nas costas dele, delicadamente. Sentiu ele ficar rígido a princípio, depois relaxar sob o seu toque. Passou para a parte da frente, e de repente, ele lhe segurou a mão, olhando para o ponto de contato, como esperando que algo fosse acontecer a qualquer momento.
    Ela também olhou para suas mãos unidas e aquilo lhe pareceu tão certo... nunca sentira, tinha certeza, o que sentia quando estava perto de Remus.
    - É melhor eu ir... não quero que Madame Pomfrey chegue e me veja aqui. É melhor.
    - Sim... é melhor.
    Num impulso, ela subiu a mão para o cabelo de Lupin, se aproximou e lhe deu um leve selinho.
    - Até quando você voltar.
    E saiu dali, fechando a porta. Foi para a enfermaria e não deu dois minutos, Madame Pomfrey entrava, esbaforida. 
    A essa hora, graças a Merlim, ela já estava recomposta, embora o coração batesse acelerado no peito.
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    Mensagem por Sirius Black Ter Out 20, 2015 3:15 am

    Naquela manhã de quinta-feira Sirius, James e Peter desceram até as cozinhas e separaram alguns doces para Remus – a lua cheia seria aquela noite e os três sabiam que o amigo deveria estar se sentindo miserável e um chocolatezinho o ajudaria a se sentir...menos pior. Aluado estava desde o começo da semana de repouso na Ala Hospitalar, já sentindo os efeitos do ciclo lunar em seu corpo (se não fosse Madame Pomfrey para proibi-lo, no entanto, o amigo faria questão de ir a todas as aulas possíveis).
     
    - Ele gosta disso aqui – Sirius pegou alguns bolinhos de caldeirão que um elfo doméstico levara numa bandeja e colocou-os num prato.
     
    - Muito obrigado pela atenção, Hodpy – James disse, agradecendo ao elfo doméstico que os atendeu – a criatura ficou com os olhos marejados diante de toda aquela educação e fez várias reverências antes de se afastar (se pelo menos Kreacher, o elfo doméstico dos Black, fosse bonzinho daquele jeito...) - O que será que acontece se dermos uma peça de roupa a eles? – o Maroto ponderou, vendo a emoção do elfo em ser reconhecido. – Enfim... – o moreno deu de ombros – Petey, hoje é sua vez de levar os doces?
     
    - Sim. – Peter deu uma mordida em um dos bolinhos. – Vô durantxi a aulx de Tranxfiguraxao – o baixinho disse, com a boca cheia de bolo.
     
    -Certeza? A Minnie não vai gostar... – Sirius passou um braço pelo ombro do amigo.
     
    - É mesmo...hoje vamos discutir sobre transfiguração não-verbal.
     
    Peter apenas deu de ombros.
     
    -Eu vou sobreviver.– ele garantiu. – É pelo Aluado.
     
    - Não é sempre que fazemos isso, mas anotaremos tudo que a Minnie falar hoje, certo Jamesie? – Sirius apertou o ombro do amigo e olhou para James, buscando apoio.
     
    - É claro! Farei esse enorme sacrifício por vocês! – James exclamou, todo dramático e os outros dois riram.
     
    – E as detenções com a Cooper, Sirius? – Peter perguntou. Os três dirigiam-se para a 1ª aula do dia, Poções.
     
    Sirius sorriu, lembrando-se das detenções com Sarah. Quando Filch a designou para ser supervisionada por Diggory ele comemorou mentalmente por 2 motivos: primeiro porque Diggory não ficaria no pé deles e segundo porque, como ele havia planejado, teria um tempinho a mais com a australiana. E ele fizera questão de usufruir daquela oportunidade, claro. Conversaram sobre várias coisas (Quadribol, música) e fizeram piadas sobre os nomes estranhos nos troféus...
     
    Todas as noites após as detenções, Sirius visualizava o rosto sorridente da garota ao fechar os olhos e suspirava, satisfeito.
     
    -Até que valeu à pena ficar no limite das 72 detenções, sabia? A Aussie finalmente está mais sociável comigo. Descobri que ela é super fã de Quadribol...
     
    - Jura? – James perguntou, interessado.
     
    - É! Ela até sabia um detalhe que eu nem lembrava mais...sobre a taça de 55.
     
    - 55 foi um ano excelente para a Grifinória! – James disse  – Dez horas de jogo, dois jogadores em coma...Ah, meu coração palpita só de imaginar!
     
    - Ela falou a mesma coisa. – Sirius girou os olhos, ajeitando o cabelo que lhe caíra sob os olhos em seguida. Agora que pensava melhor...como ela, sendo australiana, sabia de tudo aquilo? “As pessoas escrevem livros sobre aquele dia!” – a garota havia exclamado, animada. Será que o tal livro alcançara o continente dela? Sirius decidiu adicionar aquela pergunta à lista “Mistérios sobre Sarah Cooper”. – Enfim....Ela é uma garota bem legal. – ele deu de ombros, por fim.

    (- Você é jogador principal do time, como você não sabe disso?- ela fingiu julgá-lo.
    - O maníaco do Quadribol aqui é o James. – ele deu de ombros – Eu jogo porque...bem...olhe pra isso – e ele flexionou os braços. – Faz sucesso com as garotas.
    Sarah soltou  uma risada.
    - Certo, Black. Vamos limpar aqui, sim, Sr. Conquistador?)

    Ele sorriu quando aquela cena lhe veio à mente.

    James o encarava pelo canto de olho e sorriu como se soubesse de algo ao ver a expressão sonhadora no rosto do amigo.
     
    - Não me olhe assim – Sirius franziu a testa, entendendo bem aquela expressão dele.- Somos amigos, apenas. 
     
    (nenhum dos outros dois percebeu, mas Peter soltou um suspiro aliviado ao ouvir aquilo)
     
    - Sei...
     
    - Olha ali a Evans! – Sirius apontou para a ruiva, numa tentativa de mudar de assunto. Tinham entrado na masmorra onde ocorria a aula de Poções e Lily já se encontrava lá, junto com as amigas.
     
    -Ah, Evans... – James suspirou, mordendo a isca. Sirius acenou para Marlene e piscou ao passar por Sarah. Ficou todo feliz ao ver a garota lhe sorrir de volta e assoviando, separou seu material de Poções.
     
    _____
     
    Por mais que gostasse daquelas detenções (okay, ele gostava mais é da companheira que arranjara), Sirius teria que deixar Sarah Cooper na mão aquela noite, afinal, o bem estar de Remus era sua prioridade. Quando Amos Diggory disse aos dois que tinha esquecido de buscar o casaco no Salão Comunal (outra desculpa esfarrapada, pois o rapaz já estava agasalhado o suficiente), Sirius encarou as costas da garota,ponderando se devia contar a ela – não a verdade, claro, mas pelo menos parte dela.
     
    Mordeu os lábios, e decidindo que era melhor não, saiu silenciosamente do banheiro. Explicaria tudo a Sarah depois (teria que pensar numa desculpa bem convincente) e torcia para que ela aceitasse o que quer que ele inventasse. Não seria tão difícil assim ela perdoá-lo, certo? Afinal não a deixaria tão na mão assim...ela teria apenas que secar o chão do banheiro aqui e ali (não levaria nem 5 segundos se ela usasse magia).

    Ignorando a consciência pesada, Sirius alcançou a sala onde tinha combinado de se encontrar com Peter e James, porém apenas Peter aguardava no local.

    - Acho que o James ainda está preso na Monitoria... – Peter explicou ao ver o olhar questionador dele.

    - Ah, é verdade...Sempre esqueço que ele é Monitor Chefe – Sirius sentou-se em cima de uma mesa e se forçou a não pensar em Sarah.  

    Os dois ficaram alguns minutos em silêncio, olhando ansiosos pela janela. A lua cheia já lançava seus raios pálidos sobre o gramado de Hogwarts.

    - Ch...cheguei! – um James sem fôlego disse, escancarando a porta da sala.

    - Finalmente! - Peter exclamou - A transformação já deve ter começado há algum tempo - ficara tão ansioso esperando pelos amigos que roera todas as unhas.

    James soltou um palavrão e tirou a capa da invisibilidade do bolso.

    - Foi mal, tive que despistar a Evans... - ele girou os olhos.

    - Vamos logo, Tremendo Chefão!- Sirius entrou embaixo da capa da invisibilidade junto com o amigo e sim, estavam altos demais para o objeto mágico dar conta dos dois, mas eles sobreviveriam.Peter transformou-se em Rabicho e Sirius o depositou em seu ombro e saiu correndo junto com James, desviando das pessoas aqui e ali.

    Alcançaram o Salgueiro Lutador e ao adentrar a passagem que levava até a Casa dos Gritos, Sirius transformou-se em Almofadinhas e James em Pontas e os três adolescentes animagos foram, enfim, fazer companhia ao Sr. Aluado.
    ____________
     
    Sirius Black, James Potter e Peter Pettigrew desceram se arrastando para as aulas daquela manhã de Sexta (os demais alunos se perguntaram o que eles teriam aprontado para estarem naquele estado). Haviam retornado ao castelo bem no comecinho do dia e estavam virados...sem contar um pouco machucados (James e Sirius mancavam um pouco e Peter tinha um olho roxo – porém se fossem até Pomfrey tratar aqueles ferimentos a enfermeira juntaria os pontos e eles ficariam enrascados e colocariam a vida acadêmica de Remus em risco). É claro que se alguém perguntasse se tudo aquilo valia à pena (as horas sem dormir, os machucados, os bocejos, as olheiras, a animagia clandestina, as várias regras que estavam quebrando...) os três responderiam sem pestanejar que sim. Haviam feito uma promessa de que ajudariam Remus como pudessem desde que descobriram sobre seu probleminha peludo no 2º ano...e faziam jus àquela promessa. Aluado valia à pena.
     
    Para a imensa infelicidade deles, o horário da Sexta-feira era lotado de matérias difíceis (ou seja não podiam cochilar em nenhuma delas) e eles passaram o dia tomando poções energéticas para se manterem acordados. Na hora do jantar, sentindo-se extremamente exausto após uma aula dupla de Runas, Sirius juntou-se à mesa da Grifinória e serviu-se de várias porções de empadão de carne em silêncio.
     
    - Lene! – ele acenou ao ver a “namorada” entrar no Salão Principal. Marlene fingiu não escutá-lo e sentou-se bem longe dele. Claro que ele sabia o porquê daquele mau humor todo: seu sumiço na noite anterior.
     
    Depois do jantar, Sirius a puxou para um canto. Se tinha algo que ele odiava era se sentir mal resolvido com alguém. Marlene encarou a parede, emburrada:
     
    - Lene... qual o problema? – ele disse, tentando ser o mais paciente possível.
     
    - Eu não quero soar como uma psicopata – ela cruzou os braços – Mas você sumiu desde ontem a noite, Sirius. Onde se meteu?
     
    Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos. Estava cansado demais pra ter aquele tipo de conversa com ela:
     
    - Na detenção. Depois fui direto pro dormitório masculino.
     
    - Ah é? Por que eu passei no dormitório e não tinha uma alma viva lá...!
     
    - Olha, Lene...eu não estava fazendo nada de errado, okay? Você vai ter que acreditar em mim. – ele olhou bem nos olhos dela – Eu sei que devia ter avisado...
     
    - Ainda bem que sabe! Olha, eu não quero escutar suas desculpas esfarrapadas... – e sem dar tempo ao rapaz de se defender, ela se afastou.
     
    - Mulheres...! – e batendo os pés ele foi em direção ao banheiro da Murta. Depois se resolveria com Marlene.
     
    No meio do caminho encontrou Amos Diggory e o Monitor lhe avisou que teria que limpar o banheiro masculino com Cooper aquela noite. Agradecendo o rapaz, Sirius foi até o local indicado e ao entrar no banheiro viu que Sarah já esfregava o chão, uma careta de nojo no rosto.
     
    - Aussie... – ele pigarreou, chamando a atenção dela.
     
    - Resolveu aparecer hoje, Black? – ela virou de costas pra ele e ele notou que ela fez mais força ao esfregar aquele ponto no chão.
     
    Ele respirou fundo, sentindo-se repentinamente mal humorado com aquela reação fria dela. Já não bastava Marlene...?
     
    - Escuta, Aussie... – ele passou a mão pelo cabelo.
     
    Ela girou nos calcanhares, o encarando:
     
    - É Cooper. Aqui está o esfregão e ali o balde. Vê se não foge hoje, sim?
     
    - Eu não fugi! – ele se defendeu.
     
    - Ah é? Me explica então o que foi aquilo que aconteceu ontem, Black, porque se não estou enganada você deu no pé! O Filch apareceu e eu tive que inventar a maior desculpa esfarrapada...!
     
    Sirius teve vontade de contar toda a verdade ao escutar o tom de voz acusador dela.
     
    - Eu tive que resolver um negócio urgente – falou. Era tudo o que ele podia revelar.
     
    - Eu também tenho várias coisas pra resolver, Black e você nem faz ideia. Nem por isso te abandonei essa semana.
     
    Contra aquilo ele não tinha argumentos.
     
    - Mas pelo jeito você estava se divertindo por aí, egoísta demais pra pensar que eu também tenho mais o que fazer! 
     
    De repente, Sirius perdeu toda vontade de se explicar pra ela. De todas as pessoas, até mais do que Marlene, ele achou que ela entenderia se ele lhe dissesse que era algo urgente.
     
    - Meu amigo precisava mais de mim do que um banheiro imundo! - ele começou a esfregar o chão - Mas acredito que você não saiba o que é isso, já que não faz esforço pra ter amigos, eh, Cooper
     
    Sirius sabia ser cruel quando queria e naquele momento, após o combo noite em claro +  dia exaustivo na escola e diante daquelas acusações, ele estava sem paciência pra ser legal.
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    Mensagem por Mary McDonald Ter Out 20, 2015 2:05 pm

    A infância de Mary McDonald fora marcada por acidentes inexplicáveis e apesar de associar a maioria deles a sua falta de destreza ela crescera isolada das demais crianças de sua idade, o que só servira para piorar sua timidez.  Encontrou uma maneira de se expressar através da pintura e apenas aos 11 anos ela entendeu o motivo de todos aqueles acontecimentos: era uma bruxa e teria um lugar onde poderia ser ela mesma.
     
    No entanto aquele sentimento de que finalmente pertencia a algum lugar não durou por muito tempo.
     
    Aos 14 anos ela começou a se dar conta que era diferente das demais garotas da sua idade: as meninas com quem dividia o dormitório já se interessavam por garotos e maquiagem enquanto ela se preocupava apenas com qual feitiço usar para fazer as fotografias que tirava se moverem (a máquina dela era trouxa, obviamente). Claro que aquilo não a fazia mais especial do que elas, mas ela não podia evitar se sentir deslocada com seus óculos e espinhas enquanto Meloni desfilava pelo dormitório exibindo os primeiros sinais de que a puberdade lhe fizera um bem danado.
     
    Era por conta de todo aquele sentimento de inadequação que ela evitava os garotos: simplesmente não sabia como agir frente ao sexo oposto. 
     
    Só agora, aos 16 anos, ela entendia a afirmativa da mãe de que "todo mundo tem seu próprio timing".
     
    Sim, ela havia demorado, mas finalmente estava se interessando mais pelo assunto romance.
     
    E o culpado de tudo era ninguém menos que Regulus Black.
     
    Estava sentada na sala em que havia combinado de se encontrar com ele, desenhando distraidamente nas margens de uma de suas anotações quando o rapaz entrou na sala. O coração dela acelerou ao vê-lo e ela decidiu ignorar aquilo, para o bem de sua própria sanidade.
     
    - É impressão minha ou está aprendendo a ser pontual, Mary? – ele perguntou, fechando a porta atrás de si.
     
    Sentiu mais uma pontada no peito quando ouviu seu primeiro nome escapar dos lábios dele. Quando ia se acostumar?
     
    - Comece com piadinhas e deixo você sozinho com o dever de Runas. – ela sorriu, girando os olhos.
     
    - Isto é abuso de poder. Está me saindo uma sonserina melhor do que a encomenda... - Mary sentiu o joelho dele tocar o seu por baixo da mesa e teria ficado vermelha se não fosse aquele comentário dele.
     
    - Sonserina? Jamais! – disse, torcendo o nariz.
     
    O rapaz sorriu (ela não queria soar ambiciosa, mas ele parecia sorrir bastante quando estava junto dela). 
     
    Mary ficou extremamente feliz ao vê-lo puxar a caneta que ela lhe dera de presente do bolso. Achou que ele logo descartaria o objeto, mas pelo jeito se enganara.
     
    - Eu sei, você é boazinha demais para uma sonserina.  – e ele fez algo inesperado: apertou as bochechas dela.
     
    Foi por conta daquele contato físico que ela finalmente se deu conta de que o que sentia por ele não era apenas atração. Sentiu o rosto arder diante de tal revelação e notando aquilo, Regulus a soltou.
     
    - Então... – o rapaz começou a falar, fitando o livro a sua frente, quando de repente seu rosto se iluminou, se lembrando de algo. - Estava quase esquecendo! - Após alguns segundos vasculhando o bolso interno do sobretudo, ele depositou sobre a mesa alguns bolinhos que furtara do almoço. - São de chocolate. Espero que goste. São os meus preferidos.
     
    Mary ergueu a mão e analisou o bolinho antes de comer também. Com a voz fofa pela boca cheia, ela balançou a cabeça positivamente.
     
    - São meux preferidox tambeim.
     
    Regulus soltou uma risada ao ver que o rosto dela estava sujo de cobertura e, pela segunda vez aquele dia, ele a surpreendeu erguendo a mão livre para limpar a ponta do nariz dela.
     
    - Não precisa devorar tudo de uma vez, Mary. Eu trouxe bastante. – o rapaz disse. Os dois ficaram se encarando por alguns minutos, em silêncio.
     
    - V-vamos começar? – Mary foi a primeira a quebrar o contato visual. Puxou suas anotações de Runas e os dois começaram a trabalhar.
     
    (mas quando os joelhos voltaram a se tocar novamente por baixo da mesa, nenhum dos dois fez menção de se mover)
    ____
     
    O sol já estava praticamente se pondo quando Regulus largou a caneta em cima do pergaminho, derrotado:
     
    - Acho melhor darmos um temo. – ela disse – Já consigo escutar seu cérebro fritando. - o rapaz apenas concordou, agradecido pela sugestão.
    - Você é mesmo pupila da Babblins...não me deu moleza.
    Ela riu.
    - Não mandei você bombar em Runas.
    - Pelo menos eu não explodo todas as minhas Poções - o tom dele era de brincadeira. Mary apenas se limitou a mostrar a língua pra ele e o ajudou a guardar os livros e pergaminhos. - Mas obrigado, Mary, de verdade. - ele segurou a mão dela.
    - D-de nada... - era a 3a vez que ele a surpreendia só aquele dia.
    - Prometo que vou te compensar tirando a melhor nota em Runas. - ele apertou um pouco a mão dela.
    - Só não pode ser melhor que eu, sim? - ela sorriu. 
    Os dois terminaram de organizar seus respectivos materiais e ao deixarem a sala, se separaram (não poderiam ser vistos juntos, infelizmente).
    Quando o rapaz já não estava mais por perto, Mary encarou a mão que ele havia segurado com um enorme sorriso no rosto e cantarolando a melodia de  "Here comes the sun" foi em direção ao Salão Principal.
    Se sentia bem mais leve após admitir para si mesma que gostava dele.
    (Se ia contar pra ele...bom aquilo era outra história)


    Última edição por Mary McDonald em Seg Out 26, 2015 11:02 pm, editado 2 vez(es)
    Rodolphus Lestrange
    Rodolphus Lestrange


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    Mensagem por Rodolphus Lestrange Ter Out 20, 2015 7:56 pm

    Uma coisa era preciso admitir: Bellatrix Black era uma mulher de muitos talentos. Não que Rodolphus jamais duvidasse daquilo, mas a forma como ela comandava o Clube de Duelos era algo formidável. Naquela sexta-feira, a garota – não, mulher. Bella já não tinha mais a pitada de ingenuidade comum mesmo à mais endurecida das adolescentes. – convencera todos a não mencionar Voldemort, o Natal, ou os planos vindouros, e tudo pela convidada da noite, Emma Richmond.

    Por um breve momento, Rodolphus chegou a imaginar que talvez sua noiva tivesse sentido ciúmes de sua aproximação com a intercambista – não ciúmes romântico, obviamente, pois isto não era do feitio da morena, mas o típico ciúme possessivo e narcisista que era característica comum de todos os sonserinos reunidos naquela sala. A ideia, no entanto, foi logo substituída por uma teoria muito mais realista e verossímil: Aquele convite significava primeiro uma disputa de poder muito clara com o próprio noivo (sim, ela atravessaria seu caminho tantas vezes julgasse necessário) e, depois, uma disputa de poder com Lucius Malfoy (os dois haviam entrado numa espécie de corrida quase que infantil para se mostrar mais eficiente aos olhos do “Mestre”).

    E era o próprio Lucius que, naquele momento, “fazia as honras”, duelando com Emma no centro da sala. Rodolphus, recostado em uma carteira empilhada junto às demais, assistia à cena junto a Rabastan, seu irmão caçula (grosseiramente definível como “uma versão menos aprimorada” do irmão mais velho). No começo, logo quando Bella praticamente arrastou a loira para o meio do grupo, o primogênito dos Lestrange se sentiu um tanto quanto apreensivo pela australiana, mas ela logo se mostrou hábil o suficiente para quase dar uma surra em Lucius. É claro que ela talvez não tivesse chance para Bellatrix, mas a loira parecia lidar bem contra as investidas de seu amigo.

    - Até que ela é boa, han? – a voz áspera de Rabastan cortou os pensamentos do irmão mais velho.

    - Quê?

    - Richmond. Até que ela é boa. Se é que você me entende... – Algo que deveria se assemelhar a um sorriso surgiu no rosto de Rabastan. Rodolphus permaneceu com os braços cruzados, apenas estreitando os olhos para o irmão. É claro que ele sabia o que o irmão queria dizer, mas o que ele não entendia era sua necessidade de ser desagradável. Se perguntava a quem ele tinha puxado, já que discrição era uma característica forte entre o restante da família. – Ah, qual é, Dolphus... Vai dizer que você não pensou a mesma coisa?

    - Rabastan – a voz de Rodolphus era monotônica e ele media bem as palavras – você deveria se ocupar menos analisando garotas e mais desenvolvendo alguma habilidade útil. Da última vez que eu chequei você não era capaz de realizar metade do que ela está realizando. A propósito, você já conseguiu executar algum feitiço não verbal?

    Enquanto vários tons de raiva e de vergonha coloriam a face do caçula, Rodolphus abriu um sorriso tão irônico quanto condescente.

    - Pare de agir como uma criança mal educada, sim, Basty? – O mais velho voltou a observar o duelo, satisfeito consigo mesmo por ter resistido à vontade de alcançar sua varinha e azarar o irmão ali mesmo. Ele e sua maldita mania de ser irritante.

    Boa coisa foi os irmãos Lestrange terem voltado ao seu estado silencioso, pois não tardou muito para que Bellatrix se aproximasse deles.

    - Parece que sua amiguinha australiana é boa com feitiços, Dolphus... – tendo Rodolphus respondido apenas com um aceno de cabeça, ela continuou, com um suspiro meticulosamente calculado – mas se depender da competência de Lucius, esse duelo não acaba nunca... Vou interrompê-los. O que vocês me dizem de uma pequena demonstração entre irmãos?

    Os irmãos se encararam. Embora Rodolphus permanecesse com a expressão impassível – há muito aprendera que a melhor estratégia social era nunca se entregar – Rabastan não escondia a raiva há pouco reprimida.

    - Nós temos treino amanhã cedo, Bella, e ainda não encontramos um batedor reserva. Se eu machucar Basty hoje, o time inteiro acordará cedo para nada.

    Bellatrix soltou um muchocho, claramente desgostosa:

    - Quadribol, claro... Quando vocês verão que há coisas mais importantes no mundo? – Sem esperar uma resposta, ela se afastou, indo em direção à Snape.



    *****

    A semana passou rápido para Rodolphus. Os treinos de quadribol estavam consumindo boa parte de seu tempo – Lucinda Talkalot (a primeira garota na história a ser capitã do time da sonserina) resolveu que aquele seria o ano em que a taça seria deles, e tinha marcado treinos em quase todas as noites. Ninguém estava muito feliz – os jogadores reclamavam de dores pelo corpo, os capitães dos outros times reclamavam que o campo estava sempre ocupado – à exceção, talvez, de Rodolphus, sempre grato pela possibilidade de melhorar sua mira. Mal esperava pela oportunidade de lançar um balaço em direção a um dos jogadores da Grifinória, e contava o tempo para o jogo quase que com o mesmo afinco que contava para ver Emma.

    Sim, porque não era um jogo de quadribol que o impediria de ver a garota. Rodolphus estava começando a descobrir que “engenhosidade” era realmente um traço sonserino: todas as noites, após os treinos, ou mesmo no intervalo entre as aulas durante o dia, ele dava um jeito de encontrar a garota. Sob a arquibancada, em salas vazias, passagens secretas... Todo lugar que não fosse às vistas de Bellatrix era bom o suficiente. Ele tinha que admitir – mesmo se Emma não fosse tão interessante, aquilo de se esconder seria o suficiente para adicionar um tempero à mais à relação.

    Pela primeira vez desde que se entendia por gente, o bruxo se sentia tranquilo. Os planos para o Natal avançavam mais que dragões migrando para se reproduzir; ele estava em ótima forma no quadribol; e havia ao seu lado uma garota que lhe arrancava todo tipo de sorriso.

    Rodolphus terminou de se enxaguar no banheiro do vestiário no campo de Quadribol e, se arrumando rapidamente, foi encontrar com Emma.

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