+4
Sarah Nipps
Rodolphus Lestrange
Emma Malfoy
Regulus Black
8 participantes
Continue :)
Regulus Black- Admin
- Mensagens : 22
Data de inscrição : 05/07/2014
Localização : Sonserina
- Mensagem nº1
Continue :)
Vamos começar?
Regulus Black- Admin
- Mensagens : 22
Data de inscrição : 05/07/2014
Localização : Sonserina
- Mensagem nº2
Re: Continue :)
1º de Setembro de 1978 – Estação de King Cross
Regulus Black sentia seu ombro doer com o aperto da mão de sua mãe, as unhas cravadas em seu suéter fino. Os passos apressados dela o acompanhavam com um pouco de dificuldade, os olhos negros atentos aos trouxas que passavam ao redor.
- Até o fedor... Eu juro que preciso de uma semana inteira para tirar o fedor dessas criaturas do meu cabelo.
O rapaz deu uma rápida olhada por cima de seu ombro, vendo o topo da cabeça da mãe, que era um palmo mais baixa que ele. Os cabelos dela, tão negros quanto os seus, estavam presos em um coque firme e elegante. Seus traços, apesar das várias rugas pela idade e pela careta que fazia, denunciavam o ar aristocrático.
- Eu avisei que poderia ter ficado em casa, mamãe... – Regulus murmurou, avistando de longe as placas 9 e 10 das plataformas.
- E te deixar vir sozinho em seu primeiro dia de aula? Não seja tolo.
Ele soltou uma risada abafada pelo nariz. Era engraçado que Walburga tentasse demonstrar ser a mãe do ano, depois de ter expulsado o filho primogênito de casa.
A mulher poderia não ser a criatura mais maternal do planeta, mas a tradição de levar o filho para embarcar no Expresso de Hogwarts todo ano era algo que fazia questão de manter. Lógico que o passeio a desagradava do primeiro ao último minuto, pois detestava ficar na presença de qualquer trouxa. Regulus se surpreendia todo começo de ano letivo, como a Sra. Black se controlava para não enfeitiçar nenhum dos trouxas que cruzavam seu caminho. Uma vez, um homem teve a audácia de lhe perguntar as horas. O rapaz se lembrava perfeitamente das narinas dilatadas da bruxa, os olhos arregalados e os dedos que, por um segundo, procuraram a varinha escondida nas vestes.
- Acho inacreditável como ainda nos fazem passar por eles... Todo ano! Todo ano!
Walburga não fazia questão de controlar o tom de voz, não se importava que alguém escutasse. Era superior a tudo aquilo.
Uma mulher gorducha, de cabelos cor de ovo, passou ao seu lado, distraída com um aparelho em suas mãos. A Sra. Black a olhou de cima a baixo com uma expressão de nojo.
- O tempo de todos esses imundos está acabando! Todos vocês receberão o que merecem!
A última frase foi dita quase gritando em direção da mulher que acabara de passar. Regulus apertou mais o passo, parando diante da parede sólida entre as plataformas 9 e 10. Sem olhar duas vezes ao redor, mãe e filho atravessaram a parede que, magicamente, deixou de ser tão sólida.
Regulus precisava concordar com a mãe. O cheiro do mundo mágico era muito melhor que da cidade de Londres.
O Expresso de Hogwarts estava parado em seu lugar, e na plataforma, adolescentes se despediam de suas famílias antes de embarcar para mais um ano letivo.
A cabeça de Regulus passou de uma ponta a outra da estação e logo seus olhos negros se fixaram em um pequeno grupo distante o bastante para que ele pudesse observar sem ser notado.
Um casal estava de braços dados enquanto conversavam com um adolescente de óculos e cabelos espetados.
Potter.
O sobrenome ecoou na mente do jovem Black com o mesmo nojo com que Walburga se referia aos trouxas.
O adolescente ajeitou os óculos redondos que lhe escorregavam pelo nariz quando um segundo jovem apareceu. Junto com ele, Regulus sentiu a familiar sensação de soco no estômago toda vez que via Sirius Black.
A mão de Walburga havia deixado o ombro de Regulus para segurá-lo pelo cotovelo, de forma que não precisasse se esticar toda para alcançar o filho. Os olhos dela se focaram no mesmo ponto que Regulus no segundo exato que seu primogênito apareceu. Como se ainda fosse possível, seu rosto se contorceu em uma expressão ainda maior de nojo.
- Arg, aberrações! – Ela murmurou, virando-se imediatamente de costas, se colocando de frente para o único filho de que realmente se orgulhava.
Regulus se esforçou a desviar o olhar do irmão para focar na mãe, mas antes que tivesse a chance de falar alguma coisa, uma sombra apareceu por trás da Sra. Black.
- Nhaaaaaa, meu priminho querido! – A voz de Bellatrix Black era tão estridente quanto a de Walburga. A diferença é que a da jovem bruxa estava sempre carregada de uma felicidade sádica.
Bellatrix Black estava em seu último ano em Hogwarts, e apesar da diferença de apenas um ano entre ela e Regulus, a bruxa fazia questão de tratar do primo como se ele fosse seu bichinho de estimação que precisava ser adestrado.
Ela passou o braço ao redor dos ombros de Walburga com uma intimidade que não agradou a tia, mas continuou encarando Regulus com um risinho debochado.
- Vim apenas entregar um recadinho, Cissy está me esperando no vagão. – Bellatrix revirou o bolso de seu cardigã e entregou ao primo um pedaço de pergaminho amassado. – Sobre o assunto que conversamos durante o verão. A primeira reunião será no passeio a Hogsmead.
A bruxa finalizou com um olhar significativo e Regulus guardou o pergaminho instantaneamente, como se tivesse vergonha que alguém o visse segurando aquilo.
- Obrigado, Bella. – Respondeu o rapaz, formalmente, acenando com a cabeça como se encerrasse o assunto.
A bruxa bufou, fazendo levantar um fio cacheado de seus cabelos que fugira da trança que havia feito. Ela olhou rapidamente ao redor, pronta para se afastar, quando seus olhos se recaíram sobre o primo desertor. O sorriso sádico voltou a preencher seus lábios e ela encarou a tia mais uma vez.
Walburga, ao perceber a intenção da sobrinha, soltou as palavras antes que Bella tivesse oportunidade.
- E Andrômeda, Bella? Você disse que Cissy a estava esperando, mas não vi Andrômeda. – A Sra. Black olhou por cima dos ombros da sobrinha como se procurasse algo, mas com a nítida expressão debochada.
O semblante de Bellatrix passou de atrevido para aborrecido. Ela se soltou da tia no mesmo instante, colocou as mãos na cintura e a encarou quase que ameaçadoramente por dois segundos antes de responder.
- Chegará atrasada. Está tendo uma conversa com o papai.
Sem mais explicações, a jovem se afastou, entrando no trem. Walburga deixou-se sorrir vitoriosa e encarou o filho.
- Conversa com o pai? Aposto que Cygnus a pegou trocando cartas com aquele Tonks novamente.
- Não acho que seja motivo para ficar alfinetando, mamãe. – Regulus a repreendeu, sem encará-la. Não gostava de discordar da mãe, então imediatamente acrescentou. – Andrômeda é uma vergonha para a família tanto quanto Sirius. Não vejo ponto positivo em ter mais um Black manchando nosso sangue. Isso vai além da briguinha entre a senhora e o tio Cygnus.
- Ora, não é uma briguinha, Regulus! Cygnus se achou tão superior quando ficou sabendo de Sirius, como se a culpa fosse minha! “Você não educou bem este rapaz, Walburga” – A mulher resmungou em falsete. – Pois bem, está provando do mesmo veneno!
- São todos traidores do próprio sangue. – Regulus soltou um suspiro, cansado daquele assunto.
- É por isso que precisamos mudar esta situação. – Walburga segurou as mãos de Regulus e desviou o olhar rapidamente para o bolso onde estava guardado o pergaminho. – Mostre que os Black ainda são como seus bisavôs e tataravôs. Mostre que nosso sangue, que nosso poder continua o mesmo.
Regulus sentiu os ombros ficarem mais pesados com as palavras da mãe. Sempre foi ensinado a odiar trouxas, sangues-ruim. Mas depois da decepção com Sirius, Walburga tinha a necessidade de que seu filho caçula não só odiasse a tudo aquilo. Ela tinha a necessidade que Regulus provasse para todos o seu ódio.
Ele soltou suas mãos das da mãe e quase suspirou aliviado quando o trem soou, anunciando a partida em breve.
- Não se preocupe. – O bruxo finalizou, dando dois tapinhas sobre o pergaminho em seu bolso. – Estamos prestes a fazer história.
Regulus Black sentia seu ombro doer com o aperto da mão de sua mãe, as unhas cravadas em seu suéter fino. Os passos apressados dela o acompanhavam com um pouco de dificuldade, os olhos negros atentos aos trouxas que passavam ao redor.
- Até o fedor... Eu juro que preciso de uma semana inteira para tirar o fedor dessas criaturas do meu cabelo.
O rapaz deu uma rápida olhada por cima de seu ombro, vendo o topo da cabeça da mãe, que era um palmo mais baixa que ele. Os cabelos dela, tão negros quanto os seus, estavam presos em um coque firme e elegante. Seus traços, apesar das várias rugas pela idade e pela careta que fazia, denunciavam o ar aristocrático.
- Eu avisei que poderia ter ficado em casa, mamãe... – Regulus murmurou, avistando de longe as placas 9 e 10 das plataformas.
- E te deixar vir sozinho em seu primeiro dia de aula? Não seja tolo.
Ele soltou uma risada abafada pelo nariz. Era engraçado que Walburga tentasse demonstrar ser a mãe do ano, depois de ter expulsado o filho primogênito de casa.
A mulher poderia não ser a criatura mais maternal do planeta, mas a tradição de levar o filho para embarcar no Expresso de Hogwarts todo ano era algo que fazia questão de manter. Lógico que o passeio a desagradava do primeiro ao último minuto, pois detestava ficar na presença de qualquer trouxa. Regulus se surpreendia todo começo de ano letivo, como a Sra. Black se controlava para não enfeitiçar nenhum dos trouxas que cruzavam seu caminho. Uma vez, um homem teve a audácia de lhe perguntar as horas. O rapaz se lembrava perfeitamente das narinas dilatadas da bruxa, os olhos arregalados e os dedos que, por um segundo, procuraram a varinha escondida nas vestes.
- Acho inacreditável como ainda nos fazem passar por eles... Todo ano! Todo ano!
Walburga não fazia questão de controlar o tom de voz, não se importava que alguém escutasse. Era superior a tudo aquilo.
Uma mulher gorducha, de cabelos cor de ovo, passou ao seu lado, distraída com um aparelho em suas mãos. A Sra. Black a olhou de cima a baixo com uma expressão de nojo.
- O tempo de todos esses imundos está acabando! Todos vocês receberão o que merecem!
A última frase foi dita quase gritando em direção da mulher que acabara de passar. Regulus apertou mais o passo, parando diante da parede sólida entre as plataformas 9 e 10. Sem olhar duas vezes ao redor, mãe e filho atravessaram a parede que, magicamente, deixou de ser tão sólida.
Regulus precisava concordar com a mãe. O cheiro do mundo mágico era muito melhor que da cidade de Londres.
O Expresso de Hogwarts estava parado em seu lugar, e na plataforma, adolescentes se despediam de suas famílias antes de embarcar para mais um ano letivo.
A cabeça de Regulus passou de uma ponta a outra da estação e logo seus olhos negros se fixaram em um pequeno grupo distante o bastante para que ele pudesse observar sem ser notado.
Um casal estava de braços dados enquanto conversavam com um adolescente de óculos e cabelos espetados.
Potter.
O sobrenome ecoou na mente do jovem Black com o mesmo nojo com que Walburga se referia aos trouxas.
O adolescente ajeitou os óculos redondos que lhe escorregavam pelo nariz quando um segundo jovem apareceu. Junto com ele, Regulus sentiu a familiar sensação de soco no estômago toda vez que via Sirius Black.
A mão de Walburga havia deixado o ombro de Regulus para segurá-lo pelo cotovelo, de forma que não precisasse se esticar toda para alcançar o filho. Os olhos dela se focaram no mesmo ponto que Regulus no segundo exato que seu primogênito apareceu. Como se ainda fosse possível, seu rosto se contorceu em uma expressão ainda maior de nojo.
- Arg, aberrações! – Ela murmurou, virando-se imediatamente de costas, se colocando de frente para o único filho de que realmente se orgulhava.
Regulus se esforçou a desviar o olhar do irmão para focar na mãe, mas antes que tivesse a chance de falar alguma coisa, uma sombra apareceu por trás da Sra. Black.
- Nhaaaaaa, meu priminho querido! – A voz de Bellatrix Black era tão estridente quanto a de Walburga. A diferença é que a da jovem bruxa estava sempre carregada de uma felicidade sádica.
Bellatrix Black estava em seu último ano em Hogwarts, e apesar da diferença de apenas um ano entre ela e Regulus, a bruxa fazia questão de tratar do primo como se ele fosse seu bichinho de estimação que precisava ser adestrado.
Ela passou o braço ao redor dos ombros de Walburga com uma intimidade que não agradou a tia, mas continuou encarando Regulus com um risinho debochado.
- Vim apenas entregar um recadinho, Cissy está me esperando no vagão. – Bellatrix revirou o bolso de seu cardigã e entregou ao primo um pedaço de pergaminho amassado. – Sobre o assunto que conversamos durante o verão. A primeira reunião será no passeio a Hogsmead.
A bruxa finalizou com um olhar significativo e Regulus guardou o pergaminho instantaneamente, como se tivesse vergonha que alguém o visse segurando aquilo.
- Obrigado, Bella. – Respondeu o rapaz, formalmente, acenando com a cabeça como se encerrasse o assunto.
A bruxa bufou, fazendo levantar um fio cacheado de seus cabelos que fugira da trança que havia feito. Ela olhou rapidamente ao redor, pronta para se afastar, quando seus olhos se recaíram sobre o primo desertor. O sorriso sádico voltou a preencher seus lábios e ela encarou a tia mais uma vez.
Walburga, ao perceber a intenção da sobrinha, soltou as palavras antes que Bella tivesse oportunidade.
- E Andrômeda, Bella? Você disse que Cissy a estava esperando, mas não vi Andrômeda. – A Sra. Black olhou por cima dos ombros da sobrinha como se procurasse algo, mas com a nítida expressão debochada.
O semblante de Bellatrix passou de atrevido para aborrecido. Ela se soltou da tia no mesmo instante, colocou as mãos na cintura e a encarou quase que ameaçadoramente por dois segundos antes de responder.
- Chegará atrasada. Está tendo uma conversa com o papai.
Sem mais explicações, a jovem se afastou, entrando no trem. Walburga deixou-se sorrir vitoriosa e encarou o filho.
- Conversa com o pai? Aposto que Cygnus a pegou trocando cartas com aquele Tonks novamente.
- Não acho que seja motivo para ficar alfinetando, mamãe. – Regulus a repreendeu, sem encará-la. Não gostava de discordar da mãe, então imediatamente acrescentou. – Andrômeda é uma vergonha para a família tanto quanto Sirius. Não vejo ponto positivo em ter mais um Black manchando nosso sangue. Isso vai além da briguinha entre a senhora e o tio Cygnus.
- Ora, não é uma briguinha, Regulus! Cygnus se achou tão superior quando ficou sabendo de Sirius, como se a culpa fosse minha! “Você não educou bem este rapaz, Walburga” – A mulher resmungou em falsete. – Pois bem, está provando do mesmo veneno!
- São todos traidores do próprio sangue. – Regulus soltou um suspiro, cansado daquele assunto.
- É por isso que precisamos mudar esta situação. – Walburga segurou as mãos de Regulus e desviou o olhar rapidamente para o bolso onde estava guardado o pergaminho. – Mostre que os Black ainda são como seus bisavôs e tataravôs. Mostre que nosso sangue, que nosso poder continua o mesmo.
Regulus sentiu os ombros ficarem mais pesados com as palavras da mãe. Sempre foi ensinado a odiar trouxas, sangues-ruim. Mas depois da decepção com Sirius, Walburga tinha a necessidade de que seu filho caçula não só odiasse a tudo aquilo. Ela tinha a necessidade que Regulus provasse para todos o seu ódio.
Ele soltou suas mãos das da mãe e quase suspirou aliviado quando o trem soou, anunciando a partida em breve.
- Não se preocupe. – O bruxo finalizou, dando dois tapinhas sobre o pergaminho em seu bolso. – Estamos prestes a fazer história.
Emma Malfoy- Mensagens : 18
Data de inscrição : 05/07/2014
- Mensagem nº3
Re: Continue :)
1º de Setembro de 2014 – Estação de King Cross
Os passos apressados ecoavam no chão de pedra da estação. Algumas pessoas paravam para ver a menina que corria como se sua vida dependesse daquilo, mas ela não se importava. Os cabelos loiros voavam para trás pela sua velocidade, enquanto alguns grudavam em sua testa e bochecha pelo suor que começava a brotar.
Nas mãos da jovem, o malão pesado que ela empurrava como se não pesasse uma única grama. Sobre o malão com as iniciais “E. M.”, um gatinho completamente branco estava sentado em uma gaiola. Seus olhos, um azul e um verde, estavam arregalados com a velocidade com que sua dona o conduzia.
Os olhos claros de Emma Malfoy passaram brevemente para o relógio pendurado no alto da estação e ela viu que estavam apenas 4 minutos para que o Expresso de Hogwarts desembarcasse.
- Maldito Scorpoius! – Ela esbaforiu sozinha, no instante que atravessava a parede entre as plataformas 9 e 10.
O Expresso de Hogwarts estava zunindo, alertando sua partida.
- Emma! Emma!!! – Uma voz feminina soou às suas costas, enquanto ela jogava seu malão no primeiro vagão a vista, separando apenas o transporte do gatinho branco.
- O que é?!?! – Ela se virou, irritada, encarando uma figura feminina muito parecida com ela, alguns anos mais velha.
Astoria Malfoy vinha correndo alguns passos mais lenta que a filha, trazendo em mãos uma tiara prateada, delicada e muito bonita.
- O presente da sua avó, você se esqueceu! – A mulher se aproximou, colocando-o imediatamente nos cabelos bagunçados da filha, tentando inutilmente arrumá-los.
- Mãe, eu juro que eu vou me arrumar no minuto em que conseguir uma cabine, mas se a senhora não percebeu, o trem tá quase saindo! – A jovem esbravejou, enquanto deixava o vagão das malas com a gaiola do gato em mãos.
- Não seja tão sem educação, Emma! Sua avó lhe presenteou com uma herança de família, seu pai ficaria imensamente chateado se você não a usasse.
Emma parou abruptamente ao ouvir o comentário. Ela não gostava de desagradar ao pai, mesmo que com besteiras. A jovem se virou para a mãe, desta vez mais calma.
- Eu vou usar, tá legal? Mas se eu não embarcar neste minuto, vou usar em casa, e não em Hogwarts!
- Não precisa descontar em mim! – Astoria resmungou, cruzando os braços. Visto de longe, as duas poderiam se passar por duas irmãs brigando, e não mãe e filha.
- Bem, desconte no Scoprius por mim, quando encontrar aquele filho da mãe! – Emma continuou andando ao lado trem, o coração acelerado, em busca de um vagão que não fosse apenas para as malas.
- Olhe o seu linguajar, mocinha! – A voz que soou não veio de Astoria e fez com que, mais uma vez, a jovem congelasse em seu lugar.
Ela se virou para encontrar Narcisa e Draco Malfoy parados, um do lado do outro.
- O que o Scorp fez dessa vez? – Draco perguntou, parando ao lado da esposa e lhe rodeando a cintura com um braço.
Emma bateu o pé no chão, agoniada com cada segundo que passava. Aquele definitivamente não era o melhor horário para ouvir sermão do pai. Antes que ela tivesse a chance de responder, as palavras saíram da boca de Astoria, como uma irmã mais velha que denuncia as artes da caçula.
- Estavam apostando, mais uma vez.
Draco contorceu o nariz em repreensão. Narcisa, por sua vez, sorriu de leve. Depois de tudo que havia passado ao lado do marido e do filho, uma pequena travessura de adolescente não a incomodava tanto como incomodaria alguns anos antes. Era mais satisfatório simplesmente estar ali, naquele ambiente tranquilo, rodeado da família sem perigo iminente.
- Ora Draco, você pode enviar um berrador a qualquer momento, mas não acredito que este seja o melhor momento para educar sua filha.
Emma deu um sorriso torto e correu para abraçar a avó, dando um beijo de despedida em sua bochecha.
- Adorei o presente, vó! – Ela disse, já se afastando e subindo os degraus do trem para entrar em um vagão.
Enquanto a menina se afastava, Narcisa parou ao lado do filho, vendo-a se afastar com um olhar de nostalgia.
- Não seja tão rigoroso como seu pai foi um dia, Draco. Em breve, sua filhinha estará casada, morando em outro país. E você vai desejar ter aproveitado mais esses momentos. Acredite em mim, eu daria tudo para aproveitar momentos que já passaram.
Os passos apressados ecoavam no chão de pedra da estação. Algumas pessoas paravam para ver a menina que corria como se sua vida dependesse daquilo, mas ela não se importava. Os cabelos loiros voavam para trás pela sua velocidade, enquanto alguns grudavam em sua testa e bochecha pelo suor que começava a brotar.
Nas mãos da jovem, o malão pesado que ela empurrava como se não pesasse uma única grama. Sobre o malão com as iniciais “E. M.”, um gatinho completamente branco estava sentado em uma gaiola. Seus olhos, um azul e um verde, estavam arregalados com a velocidade com que sua dona o conduzia.
Os olhos claros de Emma Malfoy passaram brevemente para o relógio pendurado no alto da estação e ela viu que estavam apenas 4 minutos para que o Expresso de Hogwarts desembarcasse.
- Maldito Scorpoius! – Ela esbaforiu sozinha, no instante que atravessava a parede entre as plataformas 9 e 10.
O Expresso de Hogwarts estava zunindo, alertando sua partida.
- Emma! Emma!!! – Uma voz feminina soou às suas costas, enquanto ela jogava seu malão no primeiro vagão a vista, separando apenas o transporte do gatinho branco.
- O que é?!?! – Ela se virou, irritada, encarando uma figura feminina muito parecida com ela, alguns anos mais velha.
Astoria Malfoy vinha correndo alguns passos mais lenta que a filha, trazendo em mãos uma tiara prateada, delicada e muito bonita.
- O presente da sua avó, você se esqueceu! – A mulher se aproximou, colocando-o imediatamente nos cabelos bagunçados da filha, tentando inutilmente arrumá-los.
- Mãe, eu juro que eu vou me arrumar no minuto em que conseguir uma cabine, mas se a senhora não percebeu, o trem tá quase saindo! – A jovem esbravejou, enquanto deixava o vagão das malas com a gaiola do gato em mãos.
- Não seja tão sem educação, Emma! Sua avó lhe presenteou com uma herança de família, seu pai ficaria imensamente chateado se você não a usasse.
Emma parou abruptamente ao ouvir o comentário. Ela não gostava de desagradar ao pai, mesmo que com besteiras. A jovem se virou para a mãe, desta vez mais calma.
- Eu vou usar, tá legal? Mas se eu não embarcar neste minuto, vou usar em casa, e não em Hogwarts!
- Não precisa descontar em mim! – Astoria resmungou, cruzando os braços. Visto de longe, as duas poderiam se passar por duas irmãs brigando, e não mãe e filha.
- Bem, desconte no Scoprius por mim, quando encontrar aquele filho da mãe! – Emma continuou andando ao lado trem, o coração acelerado, em busca de um vagão que não fosse apenas para as malas.
- Olhe o seu linguajar, mocinha! – A voz que soou não veio de Astoria e fez com que, mais uma vez, a jovem congelasse em seu lugar.
Ela se virou para encontrar Narcisa e Draco Malfoy parados, um do lado do outro.
- O que o Scorp fez dessa vez? – Draco perguntou, parando ao lado da esposa e lhe rodeando a cintura com um braço.
Emma bateu o pé no chão, agoniada com cada segundo que passava. Aquele definitivamente não era o melhor horário para ouvir sermão do pai. Antes que ela tivesse a chance de responder, as palavras saíram da boca de Astoria, como uma irmã mais velha que denuncia as artes da caçula.
- Estavam apostando, mais uma vez.
Draco contorceu o nariz em repreensão. Narcisa, por sua vez, sorriu de leve. Depois de tudo que havia passado ao lado do marido e do filho, uma pequena travessura de adolescente não a incomodava tanto como incomodaria alguns anos antes. Era mais satisfatório simplesmente estar ali, naquele ambiente tranquilo, rodeado da família sem perigo iminente.
- Ora Draco, você pode enviar um berrador a qualquer momento, mas não acredito que este seja o melhor momento para educar sua filha.
Emma deu um sorriso torto e correu para abraçar a avó, dando um beijo de despedida em sua bochecha.
- Adorei o presente, vó! – Ela disse, já se afastando e subindo os degraus do trem para entrar em um vagão.
Enquanto a menina se afastava, Narcisa parou ao lado do filho, vendo-a se afastar com um olhar de nostalgia.
- Não seja tão rigoroso como seu pai foi um dia, Draco. Em breve, sua filhinha estará casada, morando em outro país. E você vai desejar ter aproveitado mais esses momentos. Acredite em mim, eu daria tudo para aproveitar momentos que já passaram.
Rodolphus Lestrange- Mensagens : 13
Data de inscrição : 06/07/2014
- Mensagem nº4
Re: Continue :)
1º de Setembro de 1978 – Estação de King Cross
- Mais alguém está sentindo este cheiro de bicho podre? Fecha logo esta porta, Goyle!
A voz de Rabastan Lestrange, áspera e debochada, ecoou pela cabine ocupada somente por alunos da Sonserina. Pela porta entreaberta, um grupinho de alunos lufanos que passava pelo corredor estreitou os olhos, mas nenhum deles teve a ousadia de responder àquela provocação. Era de conhecimento geral que Rabastan e os amigos não precisavam de muitos motivos para azarar colegas mestiços ou de sangue-ruim.
- De fato, o ar fica irrespirável neste trem. – Bellatrix Black completou enquanto analisava as próprias unhas compridas e pintadas de preto – Mas isso logo vai mudar. Em breve o mundo bruxo voltará a pertencer a nós. Somente a nós.
Uma das sobrancelhas do rapaz sentado ao lado de Bella se ergueu. A atenção dele, até então fixa na janela da cabine, voltou-se para o interior da mesma. Ao contrário do irmão mais novo, Rodolphus Lestrange tinha uma voz mais grave, ligeiramente rouca e gostosa de se ouvir.
- Não vejo necessidade disso. Vocês deveriam ser mais discretos.
Os irmãos Lestrange tinham alguns traços em comum, mas Rodolphus era indiscutivelmente mais bonito. O primogênito era mais alto, ao passo que Rabastan era baixinho e estava um pouco acima do peso. O caçula tinha olhos castanhos e daria tudo para ter herdado as mesmas íris negras do irmão mais velho. Rodolphus tinha traços mais nobres, um sorriso galanteador e uma voz grave e muito mais madura que a do irmão.
- Qual é o problema, Dolphus? – Rabastan se empertigou no banco – Virou um defensor de sangue-ruins? Um amante de trouxas?
- É claro que não. – Apesar da acusação grave, Rodolphus manteve a entonação suave e tranquila – Eu apenas acho que não é a hora e nem o lugar para tais batalhas, han? Vamos acabar com todos eles, mas não aqui, não agora, não usando os uniformes de Hogwarts. Há planos muito maiores para todos nós e eu me recuso a agir como uma criancinha revoltada que causa problemas na escola e deve obediência aos professores. Eu quero causar problemas lá fora, como homem.
Muito embora tivesse morado a vida toda na Inglaterra, Rodolphus tinha um leve sotaque francês. O rapaz se esforçava para prolongar as sílabas com “R”, transformava vogais agudas em graves e eventualmente imitava o biquinho que o Sr. Lestrange fazia ao reproduzir alguns fonemas. Rabastan achava aquilo ridículo e sempre girava os olhos quando o irmão exagerava no sotaque, mas havia um inegável charme naquela brincadeira. A voz ligeiramente rouca de Rodolphus ficava ainda mais gostosa naquele sotaque afrancesado.
- Alguém viu o Regulus? – Bellatrix mudou de assunto e olhou ao redor – Eu o encontrei lá fora com a tia Walburga, depois não o vi mais.
- Talvez ele tenha se juntado ao irmãozinho e à turma amante de trouxas. Eu não esperava isso dos Black. Quantos traidores do próprio sangue vocês já tem, Bella? Sirius, aquele seu tio maluco, sua irmã e agora o Regulus... Mais alguma vergonha na ampla coleção de traidores dos Black?
Os olhos cinzentos de Bellatrix se estreitaram e ela chegou a sacar a varinha para defender a honra da família, mas Rodolphus segurou a mão em que ela empunhava a arma e livrou o irmão caçula de ser azarado por uma das melhores alunas de Feitiços de Hogwarts.
- Dobre a sua língua para falar da minha família, Lestrange! Sirius já foi arrancado da nossa árvore e Andromeda terá o mesmo destino se não se endireitar! É isso que os Black fazem com quem ousa manchar o sobrenome. Quanto ao Regulus, ele jamais fará parte deste grupo lamentável. Regulus é um de nós!
- Relaxe, Bella. Basty só estava brincando. – Rodolphus retirou a varinha da mão da futura esposa – Sua tia deve estar atrasando o embarque do Regulus, ele logo vai aparecer por aqui.
Rabastan não abriu mais a boca, mas nem o silêncio dele acalmou os ânimos de Bellatrix. A moça manteve os olhos estreitados e uma expressão homicida, e não relaxou o semblante nem mesmo quando Rodolphus passou um dos braços pelos ombros dela. Foi um abraço frio e mecânico, que só deixou ainda mais evidente que os dois não tinham uma relação muito próxima e afetuosa.
- Seu irmão é insuportável. – Bella não fez questão alguma de falar baixo – Espero que ele não se torne uma presença constante na nossa casa.
- Você será a dona da casa. – Rodolphus abriu um sorrisinho travesso. Ele era inteligente, sabia escolher as palavras certas para agradar Bellatrix e evitar problemas com a futura esposa – Tudo será como você quiser, Bella. Eu não sou capaz de negar nada a você, han?
Uma risada irônica escapou dos lábios de Bellatrix e ela encarou o noivo com o canto dos olhos.
- Por que será que eu não acredito em você, Dolphus? Será porque você é um dissimulado?
- Talvez seja exatamente por isso que somos perfeitos um para o outro, Bella.
Rodolphus sorriu para a noiva e Bellatrix sorriu de volta. Mas não eram sorrisos de um casal apaixonado. Eles tinham plena consciência de que aquele casamento seria uma fria jogada de negócios, mas no fundo não se importavam. Para Bella, bastava saber que teria um marido rico, de sangue puro e sobrenome nobre. E Rodolphus estava satisfeito em garantir uma esposa com as mesmas “qualidades”. Ao menos por enquanto, eles formavam um casal perfeito.
- Mais alguém está sentindo este cheiro de bicho podre? Fecha logo esta porta, Goyle!
A voz de Rabastan Lestrange, áspera e debochada, ecoou pela cabine ocupada somente por alunos da Sonserina. Pela porta entreaberta, um grupinho de alunos lufanos que passava pelo corredor estreitou os olhos, mas nenhum deles teve a ousadia de responder àquela provocação. Era de conhecimento geral que Rabastan e os amigos não precisavam de muitos motivos para azarar colegas mestiços ou de sangue-ruim.
- De fato, o ar fica irrespirável neste trem. – Bellatrix Black completou enquanto analisava as próprias unhas compridas e pintadas de preto – Mas isso logo vai mudar. Em breve o mundo bruxo voltará a pertencer a nós. Somente a nós.
Uma das sobrancelhas do rapaz sentado ao lado de Bella se ergueu. A atenção dele, até então fixa na janela da cabine, voltou-se para o interior da mesma. Ao contrário do irmão mais novo, Rodolphus Lestrange tinha uma voz mais grave, ligeiramente rouca e gostosa de se ouvir.
- Não vejo necessidade disso. Vocês deveriam ser mais discretos.
Os irmãos Lestrange tinham alguns traços em comum, mas Rodolphus era indiscutivelmente mais bonito. O primogênito era mais alto, ao passo que Rabastan era baixinho e estava um pouco acima do peso. O caçula tinha olhos castanhos e daria tudo para ter herdado as mesmas íris negras do irmão mais velho. Rodolphus tinha traços mais nobres, um sorriso galanteador e uma voz grave e muito mais madura que a do irmão.
- Qual é o problema, Dolphus? – Rabastan se empertigou no banco – Virou um defensor de sangue-ruins? Um amante de trouxas?
- É claro que não. – Apesar da acusação grave, Rodolphus manteve a entonação suave e tranquila – Eu apenas acho que não é a hora e nem o lugar para tais batalhas, han? Vamos acabar com todos eles, mas não aqui, não agora, não usando os uniformes de Hogwarts. Há planos muito maiores para todos nós e eu me recuso a agir como uma criancinha revoltada que causa problemas na escola e deve obediência aos professores. Eu quero causar problemas lá fora, como homem.
Muito embora tivesse morado a vida toda na Inglaterra, Rodolphus tinha um leve sotaque francês. O rapaz se esforçava para prolongar as sílabas com “R”, transformava vogais agudas em graves e eventualmente imitava o biquinho que o Sr. Lestrange fazia ao reproduzir alguns fonemas. Rabastan achava aquilo ridículo e sempre girava os olhos quando o irmão exagerava no sotaque, mas havia um inegável charme naquela brincadeira. A voz ligeiramente rouca de Rodolphus ficava ainda mais gostosa naquele sotaque afrancesado.
- Alguém viu o Regulus? – Bellatrix mudou de assunto e olhou ao redor – Eu o encontrei lá fora com a tia Walburga, depois não o vi mais.
- Talvez ele tenha se juntado ao irmãozinho e à turma amante de trouxas. Eu não esperava isso dos Black. Quantos traidores do próprio sangue vocês já tem, Bella? Sirius, aquele seu tio maluco, sua irmã e agora o Regulus... Mais alguma vergonha na ampla coleção de traidores dos Black?
Os olhos cinzentos de Bellatrix se estreitaram e ela chegou a sacar a varinha para defender a honra da família, mas Rodolphus segurou a mão em que ela empunhava a arma e livrou o irmão caçula de ser azarado por uma das melhores alunas de Feitiços de Hogwarts.
- Dobre a sua língua para falar da minha família, Lestrange! Sirius já foi arrancado da nossa árvore e Andromeda terá o mesmo destino se não se endireitar! É isso que os Black fazem com quem ousa manchar o sobrenome. Quanto ao Regulus, ele jamais fará parte deste grupo lamentável. Regulus é um de nós!
- Relaxe, Bella. Basty só estava brincando. – Rodolphus retirou a varinha da mão da futura esposa – Sua tia deve estar atrasando o embarque do Regulus, ele logo vai aparecer por aqui.
Rabastan não abriu mais a boca, mas nem o silêncio dele acalmou os ânimos de Bellatrix. A moça manteve os olhos estreitados e uma expressão homicida, e não relaxou o semblante nem mesmo quando Rodolphus passou um dos braços pelos ombros dela. Foi um abraço frio e mecânico, que só deixou ainda mais evidente que os dois não tinham uma relação muito próxima e afetuosa.
- Seu irmão é insuportável. – Bella não fez questão alguma de falar baixo – Espero que ele não se torne uma presença constante na nossa casa.
- Você será a dona da casa. – Rodolphus abriu um sorrisinho travesso. Ele era inteligente, sabia escolher as palavras certas para agradar Bellatrix e evitar problemas com a futura esposa – Tudo será como você quiser, Bella. Eu não sou capaz de negar nada a você, han?
Uma risada irônica escapou dos lábios de Bellatrix e ela encarou o noivo com o canto dos olhos.
- Por que será que eu não acredito em você, Dolphus? Será porque você é um dissimulado?
- Talvez seja exatamente por isso que somos perfeitos um para o outro, Bella.
Rodolphus sorriu para a noiva e Bellatrix sorriu de volta. Mas não eram sorrisos de um casal apaixonado. Eles tinham plena consciência de que aquele casamento seria uma fria jogada de negócios, mas no fundo não se importavam. Para Bella, bastava saber que teria um marido rico, de sangue puro e sobrenome nobre. E Rodolphus estava satisfeito em garantir uma esposa com as mesmas “qualidades”. Ao menos por enquanto, eles formavam um casal perfeito.
Sarah Nipps- Admin
- Mensagens : 32
Data de inscrição : 05/07/2014
- Mensagem nº5
Re: Continue :)
1º de Setembro de 2014 -Estação King Cross
- Mãe, anda, eu tô atrasada!
Sarah Nipps empunhava seu carrinho apressadamente, sem olhar para trás. Não que estar atrasada fosse novidade para a morena, herdeira da noção de tempo da mesma mãe que, passos atrás, olhava maravilhada para todos e cada um dos detalhes da plataforma 9 3/4. Uma vez por ano, no entanto, Sarah se esforçava para ser pontual. O Expresso de Hogwarts saia exatamente às onze, e se não quisesse perder sua vaga na escola, era melhor estar naquele trem.
Normalmente, a tarefa era mais fácil - além da ansiedade e entusiasmo de um novo ano na escola, Sarah contava como o apoio do pai, que garantia sempre a chegada à Estação com bastante antecedência. "Um bom lugar no trem para uma boa chegada a Hogwarts!" ele dizia sempre, entusiasmado. Naquele ano, no entanto, o pai estava em uma viagem à serviço do Ministério da Magia, e tivera que ir acompanhada apenas da mãe. Talvez porque previsse a possibilidade de se atrasar, pegou "emprestado" o antigo e desgastado vira-tempo que encontrara no escritório do pai, ainda que sem sua autorização. No entanto, como nunca o tinha utilizado antes, não queria confiar muito nessa possibilidade.
- Eu sempre soube que cosias assim existiam, sabe? - a Sra. Nipps olhava ao redor, impressionada pela Plataforma 9 3/4.
Sarah parou de breque, respirou fundo, virou-se para a mãe, encarando-a seriamente enquanto tocava o vira-tempo no bolso da sua jaqueta.
- Mãe, eu te amo - enquanto falava, Sarah caminhava em direção à mãe - mas já é a sexta vez que você vem aqui. Não pode ser tão impressionante assim, né? Você já esteve em festas do Ministério com o papai. E no Beco diagonal. Até mesmo no St. Mungos!
- Minha querida - A Sra. Nipps sorriu amavelmente, fazendo carinho nas bochechas da filha, e olhando-a nos olhos - você não tem ideia de como tem sorte de poder fazer parte desse mundo. Lembre que todas as suas aventuras, e magias e feitiços... Nada disso é ordinário. Você não pode me culpar por me animar por você, pode?
Qualquer um na estação - bem, ao menos alguém que não pertencesse a uma das 28 famílias Puro-Sangue - afirmaria com certeza absoluta que Anna Nipps era uma bruxa. Apesar de trouxa, a mãe de Sarah reunia todas as características comuns do mundo mágico - as vestes peculiares, o jeito de andar...
A expressão dura de Sarah amoleceu. Sabia que a mãe se sentia extremamente especial desde que descobrira que a Magia não só existia no mundo, como dentro da própria casa. Sorriu pra ela e se abraçaram bem no momento em que soou o primeiro apito do trem.
- Preciso ir! Prometo que escrevo!
Desviando de familiares de vários alunos, que esperavam o trem partir, Sarah jogou sua mala no compartimento de bagagens e subiu no trem, à procura da cabine em que estariam seus amigos. Foi o tempo exato da garota entrar na locomotiva e esta soar seu último apito antes de começar a percorrer seu extenso caminho até a estação de Hogsmead. Desviando dos alunos - aparentemente todos ainda estavam em pé - ela foi andando em direção ao primeiro vagão, procurando as amigas pelas portas abertas das cabines enquanto atravessava o corredor.
Era impossível deixar de perceber que poucos eram os lugares disponíveis no trem. Embora algumas cabines estivessem vazias, em todos os assentos havia ao menos alguma bolsa, casaco ou outro pertence que demonstravam que seus donos logo voltariam.
Desde o primeiro ano, quando conhecera as gêmeas Bell, unia-se a elas e a Amelia Tassel, e as quatro usavam a longa viagem para colocar em dia os assuntos da férias. Foi quando Sarah ouviu a inconfundível risada da mais velha das gêmeas, Alya, à sua direita, que finalmente parou de tropeçar em segundanistas. Abriu com força a porta de onde vinha a risada da amiga, pronta para uma palhaçada qualquer, mas desistiu assim que 6 pares de olhos se fixaram nela.
Três rapazes haviam se juntado às meninas. Sentada á janela estava Berenice, a filha tímida dos Bell. À sua frente, um rapaz tímido e ligeiramente mais novo que os demais parecia desconfortável, encolhido ao canto. Ao lado dele, um dos rapazes abraçava Amelia, que encostara a cabeça em seu ombro. Em frente a eles e ao lado de Berenice, Alya segurava o que parecia um graveto, provavelmente resultado da conjuração que o rapaz ao seu lado, com a varinha em punho, parecia ter interrompido com a chegada de Sarah.
- O-Olá... - A voz de Sarah era hesitante, e ela não parecia entender muito bem o que acontecia.
- Sarinha! - Amelia se levantou de um pulo - Que bom te ver! Este é meu namorado, Peter. Ele é do 7º ano da Corvinal, mas só nos conhecemos nesse verão, acredita?
Ao que Sarah o cumprimentou com um sorriso e murmurou um "Prazer", Amelia continuou:
- Este é o Pietro, o irmão mais novo do Peter. E esse gato aqui tentando conquistar o coração da nossa Alya é o John. Eles vão viajar com a gente este ano! Porque você não fica um pouco com a gente? Apertando um pouquinho cabe!
Sarah correu os olhos pelo lugar, pensando que ficaria mais desconfortável ali do que o pobre Pietro, espremido entre o irmão espaçoso e a janela do trem. Sem jeito, e também sem conseguir esconder seu desapontamento, agradeceu a Amelia.
- Acho que não, Mel. Melhor eu procurar um lugar pra viagem toda.
- Tem certeza? Nossa, você já viu como o Expresso está cheio? Hogwarts vai estar insuportável esse ano! Ouvi até dizer que o Ministério está pensando em construir outra escola e ---
Se Amelia Tassel tinha um problema, este era que uma vez falando, ela não mais parava.
- Mel - Sarah interrompeu - preciso encontrar um lugar para sentar. A gente se vê em Hogwarts, ok? - em um aceno, a jovem se despediu das amigas com quem deveria viajar e voltou à caça por um lugar vazio, tentando disfarçar o desconforto de ter sido trocada por três rapazes.
Andando distraída pelo extenso corredor do trem, Sarah decidira ir direto ao último vagão. Se o trem estivesse realmente tão cheio quanto sua amiga dissera, lá era provavelmente o único lugar com assentos disponíveis. Só esperava não ter que dividir o vagão com primeiroanistas ou, pior ainda, com colegas mais velhos ou desconhecidos.
- Mãe, anda, eu tô atrasada!
Sarah Nipps empunhava seu carrinho apressadamente, sem olhar para trás. Não que estar atrasada fosse novidade para a morena, herdeira da noção de tempo da mesma mãe que, passos atrás, olhava maravilhada para todos e cada um dos detalhes da plataforma 9 3/4. Uma vez por ano, no entanto, Sarah se esforçava para ser pontual. O Expresso de Hogwarts saia exatamente às onze, e se não quisesse perder sua vaga na escola, era melhor estar naquele trem.
Normalmente, a tarefa era mais fácil - além da ansiedade e entusiasmo de um novo ano na escola, Sarah contava como o apoio do pai, que garantia sempre a chegada à Estação com bastante antecedência. "Um bom lugar no trem para uma boa chegada a Hogwarts!" ele dizia sempre, entusiasmado. Naquele ano, no entanto, o pai estava em uma viagem à serviço do Ministério da Magia, e tivera que ir acompanhada apenas da mãe. Talvez porque previsse a possibilidade de se atrasar, pegou "emprestado" o antigo e desgastado vira-tempo que encontrara no escritório do pai, ainda que sem sua autorização. No entanto, como nunca o tinha utilizado antes, não queria confiar muito nessa possibilidade.
- Eu sempre soube que cosias assim existiam, sabe? - a Sra. Nipps olhava ao redor, impressionada pela Plataforma 9 3/4.
Sarah parou de breque, respirou fundo, virou-se para a mãe, encarando-a seriamente enquanto tocava o vira-tempo no bolso da sua jaqueta.
- Mãe, eu te amo - enquanto falava, Sarah caminhava em direção à mãe - mas já é a sexta vez que você vem aqui. Não pode ser tão impressionante assim, né? Você já esteve em festas do Ministério com o papai. E no Beco diagonal. Até mesmo no St. Mungos!
- Minha querida - A Sra. Nipps sorriu amavelmente, fazendo carinho nas bochechas da filha, e olhando-a nos olhos - você não tem ideia de como tem sorte de poder fazer parte desse mundo. Lembre que todas as suas aventuras, e magias e feitiços... Nada disso é ordinário. Você não pode me culpar por me animar por você, pode?
Qualquer um na estação - bem, ao menos alguém que não pertencesse a uma das 28 famílias Puro-Sangue - afirmaria com certeza absoluta que Anna Nipps era uma bruxa. Apesar de trouxa, a mãe de Sarah reunia todas as características comuns do mundo mágico - as vestes peculiares, o jeito de andar...
A expressão dura de Sarah amoleceu. Sabia que a mãe se sentia extremamente especial desde que descobrira que a Magia não só existia no mundo, como dentro da própria casa. Sorriu pra ela e se abraçaram bem no momento em que soou o primeiro apito do trem.
- Preciso ir! Prometo que escrevo!
Desviando de familiares de vários alunos, que esperavam o trem partir, Sarah jogou sua mala no compartimento de bagagens e subiu no trem, à procura da cabine em que estariam seus amigos. Foi o tempo exato da garota entrar na locomotiva e esta soar seu último apito antes de começar a percorrer seu extenso caminho até a estação de Hogsmead. Desviando dos alunos - aparentemente todos ainda estavam em pé - ela foi andando em direção ao primeiro vagão, procurando as amigas pelas portas abertas das cabines enquanto atravessava o corredor.
Era impossível deixar de perceber que poucos eram os lugares disponíveis no trem. Embora algumas cabines estivessem vazias, em todos os assentos havia ao menos alguma bolsa, casaco ou outro pertence que demonstravam que seus donos logo voltariam.
Desde o primeiro ano, quando conhecera as gêmeas Bell, unia-se a elas e a Amelia Tassel, e as quatro usavam a longa viagem para colocar em dia os assuntos da férias. Foi quando Sarah ouviu a inconfundível risada da mais velha das gêmeas, Alya, à sua direita, que finalmente parou de tropeçar em segundanistas. Abriu com força a porta de onde vinha a risada da amiga, pronta para uma palhaçada qualquer, mas desistiu assim que 6 pares de olhos se fixaram nela.
Três rapazes haviam se juntado às meninas. Sentada á janela estava Berenice, a filha tímida dos Bell. À sua frente, um rapaz tímido e ligeiramente mais novo que os demais parecia desconfortável, encolhido ao canto. Ao lado dele, um dos rapazes abraçava Amelia, que encostara a cabeça em seu ombro. Em frente a eles e ao lado de Berenice, Alya segurava o que parecia um graveto, provavelmente resultado da conjuração que o rapaz ao seu lado, com a varinha em punho, parecia ter interrompido com a chegada de Sarah.
- O-Olá... - A voz de Sarah era hesitante, e ela não parecia entender muito bem o que acontecia.
- Sarinha! - Amelia se levantou de um pulo - Que bom te ver! Este é meu namorado, Peter. Ele é do 7º ano da Corvinal, mas só nos conhecemos nesse verão, acredita?
Ao que Sarah o cumprimentou com um sorriso e murmurou um "Prazer", Amelia continuou:
- Este é o Pietro, o irmão mais novo do Peter. E esse gato aqui tentando conquistar o coração da nossa Alya é o John. Eles vão viajar com a gente este ano! Porque você não fica um pouco com a gente? Apertando um pouquinho cabe!
Sarah correu os olhos pelo lugar, pensando que ficaria mais desconfortável ali do que o pobre Pietro, espremido entre o irmão espaçoso e a janela do trem. Sem jeito, e também sem conseguir esconder seu desapontamento, agradeceu a Amelia.
- Acho que não, Mel. Melhor eu procurar um lugar pra viagem toda.
- Tem certeza? Nossa, você já viu como o Expresso está cheio? Hogwarts vai estar insuportável esse ano! Ouvi até dizer que o Ministério está pensando em construir outra escola e ---
Se Amelia Tassel tinha um problema, este era que uma vez falando, ela não mais parava.
- Mel - Sarah interrompeu - preciso encontrar um lugar para sentar. A gente se vê em Hogwarts, ok? - em um aceno, a jovem se despediu das amigas com quem deveria viajar e voltou à caça por um lugar vazio, tentando disfarçar o desconforto de ter sido trocada por três rapazes.
Andando distraída pelo extenso corredor do trem, Sarah decidira ir direto ao último vagão. Se o trem estivesse realmente tão cheio quanto sua amiga dissera, lá era provavelmente o único lugar com assentos disponíveis. Só esperava não ter que dividir o vagão com primeiroanistas ou, pior ainda, com colegas mais velhos ou desconhecidos.
Última edição por Sarah Nipps em Qui Set 24, 2015 11:47 am, editado 4 vez(es)
Abby Lovegood Scamander- Mensagens : 25
Data de inscrição : 05/07/2014
- Mensagem nº6
Re: Continue :)
1º de Setembro de 2014 -Estação King Cross
- Tem certeza que já pegou tudo, filha? - Newt Scamander perguntava à garota a sua frente.
- Sim pai, peguei. Tá tudo aqui: malão, varinha, dinheiro... só não trouxe o Jay-Z porque eu não podia!
- Imagine...aquele vira-latas fedido em Hogwarts!
- Ele não é fedido! - exclamaram juntas Abby e a mãe.
- Ainda não sei onde eu estava com a cabeça quando deixei vc recolher mais um bichinho de rua... nossa casa já é cheia deles! Vc tem periquito, papagaio, gato, porquinho da índia... Olha só a sua mão! Mais uma mordida pra coleção!
- Pai, ele não tinha pra onde ir! Maldade jogar ele na rua assim! E o que é uma mordida a mais? O Jay só estava assustado!
- Querido, imagina só... o pobre coitado na chuva, passando frio e fome... - disse Luna.
- Daqui a pouco nós é que vamos passar fome, indo à falência de tanto sustentar animais... mas já entendi, já entendi... vcs mulheres da minha vida, o que não fazem sorrindo, que eu não acato chorando? Fico perdido no meio de vocês duas!
- Pai, para de onda... você está em vantagem! Tem o Lorcan e o Lisandro. Mamãe é que vai ficar em desvantagem o tempo todo que eu estiver longe!
Abby olhou para os irmãos menores, parecendo muito bem comportados ao lado dos pais, mas só ela sabia o quanto eles podiam aprontar.
Olhou em volta, pela estação. Se o seu coração já estava apertado, indo para o sexto ano, imaginou como seria dali a um ano, seu último. Mais um ano de esforço, mais um ano para tentar se superar em poções, para aprender mais, mais um ano de pouca diversão e muito trabalho.
A maior parte das pessoas de sua casa em Hogwarts, achava que ela era esquisita, e a outra parte, tinha certeza. As meninas questionavam sua falta de interesse nos assuntos mais comuns, como garotos e roupas. Além do fato, claro, de ser filha de Luna Lovegood. Nem mesmo todo o reconhecimento da mãe como uma das melhores amigas e colaboradoras de Harry Potter, bastava para que ela deixasse de ser vista como uma pessoa destrambelhada. E claro que a fama sobrava para Abby também.
Mas isso não a incomodava, em absoluto. Tinha o maior orgulho da mãe e não tinha a menor vergonha de ser a distribuidora do Pasquim em Hogwarts, mesmo o jornal continuar sendo um tablóide desacreditado.
O apito do trem soou, chamando os alunos para o embarque.
Abby se despediu dos pais, ouvindo as últimas recomendações de Luna.
- Fique longe do visco, filha, lembre-se sempre que o visco...
- está infestado de narguilés, mãe, eu sei!
- E não deixe que os zonzóbulos confundam a sua mente. Foco, minha filha, foco! Sinto que este será um grande ano para você!
- Espero que sim. Já combinei com o padrinho as aulas extras. Brooke vai me acompanhar nas aulas! - disse Abby, se referindo a melhor amiga, Brooke Longbotton, filha de Neville.
- Te amo, minha filha, não esqueça de escrever.
- Não vou esquecer, mãe. Amo vocês.
Mais alguns beijos e abraços e Abby embarcava no trem, repleta de esperanças para o ano letivo que começava.
- Tem certeza que já pegou tudo, filha? - Newt Scamander perguntava à garota a sua frente.
- Sim pai, peguei. Tá tudo aqui: malão, varinha, dinheiro... só não trouxe o Jay-Z porque eu não podia!
- Imagine...aquele vira-latas fedido em Hogwarts!
- Ele não é fedido! - exclamaram juntas Abby e a mãe.
- Ainda não sei onde eu estava com a cabeça quando deixei vc recolher mais um bichinho de rua... nossa casa já é cheia deles! Vc tem periquito, papagaio, gato, porquinho da índia... Olha só a sua mão! Mais uma mordida pra coleção!
- Pai, ele não tinha pra onde ir! Maldade jogar ele na rua assim! E o que é uma mordida a mais? O Jay só estava assustado!
- Querido, imagina só... o pobre coitado na chuva, passando frio e fome... - disse Luna.
- Daqui a pouco nós é que vamos passar fome, indo à falência de tanto sustentar animais... mas já entendi, já entendi... vcs mulheres da minha vida, o que não fazem sorrindo, que eu não acato chorando? Fico perdido no meio de vocês duas!
- Pai, para de onda... você está em vantagem! Tem o Lorcan e o Lisandro. Mamãe é que vai ficar em desvantagem o tempo todo que eu estiver longe!
Abby olhou para os irmãos menores, parecendo muito bem comportados ao lado dos pais, mas só ela sabia o quanto eles podiam aprontar.
Olhou em volta, pela estação. Se o seu coração já estava apertado, indo para o sexto ano, imaginou como seria dali a um ano, seu último. Mais um ano de esforço, mais um ano para tentar se superar em poções, para aprender mais, mais um ano de pouca diversão e muito trabalho.
A maior parte das pessoas de sua casa em Hogwarts, achava que ela era esquisita, e a outra parte, tinha certeza. As meninas questionavam sua falta de interesse nos assuntos mais comuns, como garotos e roupas. Além do fato, claro, de ser filha de Luna Lovegood. Nem mesmo todo o reconhecimento da mãe como uma das melhores amigas e colaboradoras de Harry Potter, bastava para que ela deixasse de ser vista como uma pessoa destrambelhada. E claro que a fama sobrava para Abby também.
Mas isso não a incomodava, em absoluto. Tinha o maior orgulho da mãe e não tinha a menor vergonha de ser a distribuidora do Pasquim em Hogwarts, mesmo o jornal continuar sendo um tablóide desacreditado.
O apito do trem soou, chamando os alunos para o embarque.
Abby se despediu dos pais, ouvindo as últimas recomendações de Luna.
- Fique longe do visco, filha, lembre-se sempre que o visco...
- está infestado de narguilés, mãe, eu sei!
- E não deixe que os zonzóbulos confundam a sua mente. Foco, minha filha, foco! Sinto que este será um grande ano para você!
- Espero que sim. Já combinei com o padrinho as aulas extras. Brooke vai me acompanhar nas aulas! - disse Abby, se referindo a melhor amiga, Brooke Longbotton, filha de Neville.
- Te amo, minha filha, não esqueça de escrever.
- Não vou esquecer, mãe. Amo vocês.
Mais alguns beijos e abraços e Abby embarcava no trem, repleta de esperanças para o ano letivo que começava.
Sirius Black- Mensagens : 22
Data de inscrição : 07/07/2014
- Mensagem nº7
Re: Continue :)
1º de Setembro de 1978 -Estação King Cross
Coisas da qual Sirius Black se orgulhava:
- ter sido selecionado para a Grifinória em seu primeiro ano (apesar de ter recebido vários Berradores da mãe e ter se tornado uma piada para o resto dos familiares, valera TOTALMENTE à pena);
- seu cabelo (seus cabelos negros caíam sobre seus olhos cinzentos de uma maneira charmosa e as garotas adoravam aquilo);
- sua moto (ao completar 17 anos ele finalmente conseguira comprar a motocicleta tanto queria desde que a vira numa revista trouxa...trabalhara o verão todo como barman no Caldeirão Furado para conseguir juntar dinheiro suficiente);
- ter saído de casa aos 16 anos (Como era bom ser livre. Como era bom ficar longe daquela casa, da frieza e das críticas dos pais. Como era bom não ter mais que aguentar calado os insultos que lhe lançavam. Como era bom morar com os Potter, uma família amorosa que o respeitava e que bem, era o que uma família deveria ser);
Mas a coisa que Sirius mais se orgulhava: os amigos que fizera naqueles anos em Hogwarts, em especial, James Potter....nunca havia expressado aquilo em voz alta antes (e nem iria), mas James era bem mais sua família do que seu irmão de sangue, Regulus. Regulus e ele cresceram unidos, o caçula se inspirando no irmão mas tudo mudara após o primeiro ano de Sirius em Hogwarts. Agora o irmão mais novo não passava de um estranho, o mais novo marionete da mãe, Walburga e da prima Bellatrix.
Claro que aquilo partia seu coração, mas era tarde demais para fazer algo.
“Por favor, meninos, comportem-se” a mãe de James, Euphemia Potter, falou, tirando-o de seus devaneios – “E por favor, James, nada de mandar uma tampa de vaso do banheiro de Hogwarts de novo” –revirou os olhos ao falar isso.
Sirius riu e percebeu que James ignorara totalmente o comentário da mãe, sua atenção em outro lugar – ou melhor, alguém. Lily Evans.
“Quem é a moça?” – claro que a Sra. Potter não ia perder a oportunidade de constranger o filho.
“Ela...hm... – James pigarregou – “Só uma colega de classe, mãe”.
“Ah. Sei.” – Euphemia revirou os olhos – “Como eu ia dizendo, comportem-se” – deu um abraço no filho – “E dêem um sossego pra McGonnagal, por favor. Ano passado vocês mal chegaram em Hogwarts e já ganharam detenções”
“Claro, Sra. Euph” – Sirius a abraçou – “Vamos nos comportar...”
Ele e James viram a bruxa aparatando e decidiram procurar o resto dos amigos.
“...Vamos esperar pelo menos até amanhã pra aprontar, eh, Pontas?” – ele cutucou o amigo e ambos riram. – “Ah, olha ali o Aluado...”
Coisas da qual Sirius Black se orgulhava:
- ter sido selecionado para a Grifinória em seu primeiro ano (apesar de ter recebido vários Berradores da mãe e ter se tornado uma piada para o resto dos familiares, valera TOTALMENTE à pena);
- seu cabelo (seus cabelos negros caíam sobre seus olhos cinzentos de uma maneira charmosa e as garotas adoravam aquilo);
- sua moto (ao completar 17 anos ele finalmente conseguira comprar a motocicleta tanto queria desde que a vira numa revista trouxa...trabalhara o verão todo como barman no Caldeirão Furado para conseguir juntar dinheiro suficiente);
- ter saído de casa aos 16 anos (Como era bom ser livre. Como era bom ficar longe daquela casa, da frieza e das críticas dos pais. Como era bom não ter mais que aguentar calado os insultos que lhe lançavam. Como era bom morar com os Potter, uma família amorosa que o respeitava e que bem, era o que uma família deveria ser);
Mas a coisa que Sirius mais se orgulhava: os amigos que fizera naqueles anos em Hogwarts, em especial, James Potter....nunca havia expressado aquilo em voz alta antes (e nem iria), mas James era bem mais sua família do que seu irmão de sangue, Regulus. Regulus e ele cresceram unidos, o caçula se inspirando no irmão mas tudo mudara após o primeiro ano de Sirius em Hogwarts. Agora o irmão mais novo não passava de um estranho, o mais novo marionete da mãe, Walburga e da prima Bellatrix.
Claro que aquilo partia seu coração, mas era tarde demais para fazer algo.
“Por favor, meninos, comportem-se” a mãe de James, Euphemia Potter, falou, tirando-o de seus devaneios – “E por favor, James, nada de mandar uma tampa de vaso do banheiro de Hogwarts de novo” –revirou os olhos ao falar isso.
Sirius riu e percebeu que James ignorara totalmente o comentário da mãe, sua atenção em outro lugar – ou melhor, alguém. Lily Evans.
“Quem é a moça?” – claro que a Sra. Potter não ia perder a oportunidade de constranger o filho.
“Ela...hm... – James pigarregou – “Só uma colega de classe, mãe”.
“Ah. Sei.” – Euphemia revirou os olhos – “Como eu ia dizendo, comportem-se” – deu um abraço no filho – “E dêem um sossego pra McGonnagal, por favor. Ano passado vocês mal chegaram em Hogwarts e já ganharam detenções”
“Claro, Sra. Euph” – Sirius a abraçou – “Vamos nos comportar...”
Ele e James viram a bruxa aparatando e decidiram procurar o resto dos amigos.
“...Vamos esperar pelo menos até amanhã pra aprontar, eh, Pontas?” – ele cutucou o amigo e ambos riram. – “Ah, olha ali o Aluado...”
Última edição por Sirius Black em Sex Set 25, 2015 8:59 pm, editado 3 vez(es)
Mary McDonald- Mensagens : 380
Data de inscrição : 07/07/2014
- Mensagem nº8
Re: Continue :)
1º de Setembro de 1978 -Estação King Cross
"5 anos e eu ainda fico atordoado quando passamos por essa parede" - o pai de Mary McDonald murmurou, quando eles terminaram de atravessar a barreira que dava para a plataforma 9 3/4.
"Eu também, pai" - ela riu e de braços dados com o pai, saiu empurrando o carrinho que continha seu malão. Olhou ao redor à procura dos amigos e acenou para os conhecidos de outras casas.
"Escuta, Mare" - o pai dela disse, quando eles alcançaram o fim do trem. Mary se preparou mentalmente para um possível sermão. - "Me escreva sempre, okay?" - ela concordou, enquanto o ajudava a erguer o seu malão para dentro do trem. - "E mande fotos daquele bicho engraçado..."
"...prometo que vou mandar fotos da Lula Gigante, pai" - respondeu, rindo. Desde que mostrara uma foto do animal se movendo pelo lago seu pai tornara-se fã do bicho.
"E mande uma das que se movem. Os vizinhos ficam doidos de inveja quando mostro pra eles" - George disse, animadamente. De repente seu semblante tornou-se mais sério - "E fique longe dos garotos, Mars, nessa idade eles só querem uma coisa: s-" - Mary podia sentir o rosto ficar vermelho e interrompeu o discurso de George com um grito estridente "PAI!!!"
"Você sabe que isso não será um problema, só tenho olhos pro Ringo Starr" - ela lhe assegurou.
"Isso, fique com o cara do rock 'n roll, pelo menos com ele você não tem perigo de engrav-" novamente a fala do Sr. McDonald foi interrompida pela filha, que lhe abraçou depressa para distraí-lo daquele discurso TOTALMENTE CONSTRANGEDOR. Terminaram as despedidas e Mary seguiu seu rumo, arrastando seus pertences pelo trem e desejando encontrar logo suas amigas (e a tia simpática do carrinho de comida. Ela estava FAMINTA).
"'lô, Lily" - sorriu para a amiga, ao entrar no vagão onde a ruiva se encontrava. Apesar de Lily ser um ano mais velha, as duas eram bem amigas.
"Hey, Mare. Quer ajuda aí?" - ela concordou e juntas colocaram o malão no compartimento apropriado. - "Você não vai acreditar no que o James Potter fez"
Oh, não. Lily ia começar seu famoso discurso sobre Potter. Mary respirou fundo e esperou a amiga lhe contar.
"Ele apareceu lá em casa...e teve a audácia de falar com a minha mãe! E o pior: ela adorou ele, a traíra" - a ruiva bufou, cruzando os braços.
Mary riu. James Potter era legal.
"Dê logo uma chance ao rapaz, Lily. Ele já até foi conhecer a sogra..." - Lily estreitou seus olhos verdes para ela, fazendo-a rir mais ainda - "Okay, não está mais aqui quem falou...."
Nesse minuto a porta do vagão se abriu e Alice Prewett entrou, acompanhada de Marlene Mckinnon. As quatro garotas começaram a conversar, animadas:
"O quê? Você e o Frank Longbottom? FINALMENTE!" - Marlene ergueu os braços, enquanto as outras moças riam.
"Agora só falta a Lily e o James" - Mary comentou, fazendo Lily parar de rir na hora.
"Ha ha, muito engraçado, McDonald"
"5 anos e eu ainda fico atordoado quando passamos por essa parede" - o pai de Mary McDonald murmurou, quando eles terminaram de atravessar a barreira que dava para a plataforma 9 3/4.
"Eu também, pai" - ela riu e de braços dados com o pai, saiu empurrando o carrinho que continha seu malão. Olhou ao redor à procura dos amigos e acenou para os conhecidos de outras casas.
"Escuta, Mare" - o pai dela disse, quando eles alcançaram o fim do trem. Mary se preparou mentalmente para um possível sermão. - "Me escreva sempre, okay?" - ela concordou, enquanto o ajudava a erguer o seu malão para dentro do trem. - "E mande fotos daquele bicho engraçado..."
"...prometo que vou mandar fotos da Lula Gigante, pai" - respondeu, rindo. Desde que mostrara uma foto do animal se movendo pelo lago seu pai tornara-se fã do bicho.
"E mande uma das que se movem. Os vizinhos ficam doidos de inveja quando mostro pra eles" - George disse, animadamente. De repente seu semblante tornou-se mais sério - "E fique longe dos garotos, Mars, nessa idade eles só querem uma coisa: s-" - Mary podia sentir o rosto ficar vermelho e interrompeu o discurso de George com um grito estridente "PAI!!!"
"Você sabe que isso não será um problema, só tenho olhos pro Ringo Starr" - ela lhe assegurou.
"Isso, fique com o cara do rock 'n roll, pelo menos com ele você não tem perigo de engrav-" novamente a fala do Sr. McDonald foi interrompida pela filha, que lhe abraçou depressa para distraí-lo daquele discurso TOTALMENTE CONSTRANGEDOR. Terminaram as despedidas e Mary seguiu seu rumo, arrastando seus pertences pelo trem e desejando encontrar logo suas amigas (e a tia simpática do carrinho de comida. Ela estava FAMINTA).
"'lô, Lily" - sorriu para a amiga, ao entrar no vagão onde a ruiva se encontrava. Apesar de Lily ser um ano mais velha, as duas eram bem amigas.
"Hey, Mare. Quer ajuda aí?" - ela concordou e juntas colocaram o malão no compartimento apropriado. - "Você não vai acreditar no que o James Potter fez"
Oh, não. Lily ia começar seu famoso discurso sobre Potter. Mary respirou fundo e esperou a amiga lhe contar.
"Ele apareceu lá em casa...e teve a audácia de falar com a minha mãe! E o pior: ela adorou ele, a traíra" - a ruiva bufou, cruzando os braços.
Mary riu. James Potter era legal.
"Dê logo uma chance ao rapaz, Lily. Ele já até foi conhecer a sogra..." - Lily estreitou seus olhos verdes para ela, fazendo-a rir mais ainda - "Okay, não está mais aqui quem falou...."
Nesse minuto a porta do vagão se abriu e Alice Prewett entrou, acompanhada de Marlene Mckinnon. As quatro garotas começaram a conversar, animadas:
"O quê? Você e o Frank Longbottom? FINALMENTE!" - Marlene ergueu os braços, enquanto as outras moças riam.
"Agora só falta a Lily e o James" - Mary comentou, fazendo Lily parar de rir na hora.
"Ha ha, muito engraçado, McDonald"
Última edição por Mary McDonald em Qua Set 23, 2015 11:20 pm, editado 3 vez(es)
Remus Lupin- Mensagens : 15
Data de inscrição : 05/07/2014
- Mensagem nº9
Re: Continue :)
1º de Setembro de 1978 -Estação King Cross
Se alguém perguntasse a Remus como ele se sentia após uma Lua cheia ele diria, sem hesitar: "é como se você estivesse com a pior ressaca do mundo, caísse de um desfiladeiro e um Hipogrifo lhe atropelasse por fim". Era horrível - isso sem contar os arranhões e hematomas pelo corpo. Ele odiava a coisa toda, mas já se acomodara com a ideia de que teria que viver com aquilo pelo resto da vida. Ossos do ofício, certo?
A última transformação havia sido péssima e ele ainda estava meio enjoado, mas pelo menos ele iria aproveitar a primeira semana em Hogwarts junto com os amigos numa boa, sem ter que se preocupar com seu "probleminha peludo". Seria a última vez que ele pegaria o Expresso de Hogwarts e ele já se sentia um pouco nostálgico - podia se lembrar da sua primeira vez na plataforma 9 3/4, o quão emocionados seus pais estavam (principalmente a sua superprotetora mãe) e o quão ansioso ele se sentia (e se alguem descobrisse? e se Dumbledore mudasse de ideia quanto a deixar um lobisomem estudar lá? e se...?). Aqueles seis anos haviam passado rápido demais pro seu gosto e Remus prometera a si mesmo tornar aquele ano memorável.
"...prometa escrever pra mim" - sua mãe, Hope Lupin, puxou um dos fiapos soltos de seu suéter e depois fez carinho no rosto do filho.
"Claro, mãe" - ele sorriu amavelmente. Seu pai não pudera levá-lo por conta do trabalho e a mãe e ele tiveram que usar o transporte trouxa (ônibus), mas Remus não se importara nem um pouco, pois pudera curtir um pouco mais a companhia de sua progenitora.
"E diga para o Sirius e James terem um pouco mais de juízo" Ambos riram. Era de conhecimento de toda a família Lupin algumas das travessuras dos Marotos e os pais de Remus adoravam James, Sirius e Peter (também eram gratos pela amizade e lealdade do trio para com seu filho).
"Você sabe que isso é impossível" - ele respondeu, girando os olhos - "Passei os últimos seis anos tentando" - beijou-a no rosto, prometeu mais uma vez que sim, iria usar o suéter por toda a viagem e tirar um cochilo e foi à procura dos amigos.
Não demorou a encontrar Peter Pettigrew tentando se desvencilhar do abraço apertado da mãe. Foi até ele, cumprimentou a Sra. Pettigrew educadamente e saiu com o amigo em direção ao trem.
"Aluado, Rabicho, esperem!" - a voz de Sirius Black os fez parar e logo o próprio e James se aproximaram deles. "Nossa, Aluado, você está com uma aparência péssima" - foi a primeira coisa que Sirius notou.
Remus girou os olhos e respondeu, sarcasticamente:
"Obrigado, Almofadinhas. Sempre soube que podia contar com você pra melhorar minha auto estima"
"Seu probleminha peludo lhe deixou acordado a noite toda?" - James Potter perguntou e ele acenou positivamente. Probleminha peludo era a maneira mais fácil de falar sobre sua licantropia em voz alta, sem que ninguém desconfiasse.
Os garotos terminaram de colocar seus malões no trem e sentaram no vagão de sempre (um bem ao final), iniciando logo um jogo de snap explosivo.
Enquanto jogavam, Peter perguntou:
"Vocês não sentem que esse ano será...diferente?"
Os outros três se entreolharam e concordaram que sim, seria diferente (e não apenas porque era o sétimo ano ou porque eles teriam que se matar de estudar para o NIEMS, mas também porque a propaganda dos sangue puro contra os mestiços e nascidos trouxas se espalhava cada vez mais e já havia um certo clima de guerra no ar). Remus só esperava que desse tudo certo.
"Olá garotos, querem lanche?" - a bruxa do carrinho de comida adentrou o vagão deles e eles logo se distraíram.
Se alguém perguntasse a Remus como ele se sentia após uma Lua cheia ele diria, sem hesitar: "é como se você estivesse com a pior ressaca do mundo, caísse de um desfiladeiro e um Hipogrifo lhe atropelasse por fim". Era horrível - isso sem contar os arranhões e hematomas pelo corpo. Ele odiava a coisa toda, mas já se acomodara com a ideia de que teria que viver com aquilo pelo resto da vida. Ossos do ofício, certo?
A última transformação havia sido péssima e ele ainda estava meio enjoado, mas pelo menos ele iria aproveitar a primeira semana em Hogwarts junto com os amigos numa boa, sem ter que se preocupar com seu "probleminha peludo". Seria a última vez que ele pegaria o Expresso de Hogwarts e ele já se sentia um pouco nostálgico - podia se lembrar da sua primeira vez na plataforma 9 3/4, o quão emocionados seus pais estavam (principalmente a sua superprotetora mãe) e o quão ansioso ele se sentia (e se alguem descobrisse? e se Dumbledore mudasse de ideia quanto a deixar um lobisomem estudar lá? e se...?). Aqueles seis anos haviam passado rápido demais pro seu gosto e Remus prometera a si mesmo tornar aquele ano memorável.
"...prometa escrever pra mim" - sua mãe, Hope Lupin, puxou um dos fiapos soltos de seu suéter e depois fez carinho no rosto do filho.
"Claro, mãe" - ele sorriu amavelmente. Seu pai não pudera levá-lo por conta do trabalho e a mãe e ele tiveram que usar o transporte trouxa (ônibus), mas Remus não se importara nem um pouco, pois pudera curtir um pouco mais a companhia de sua progenitora.
"E diga para o Sirius e James terem um pouco mais de juízo" Ambos riram. Era de conhecimento de toda a família Lupin algumas das travessuras dos Marotos e os pais de Remus adoravam James, Sirius e Peter (também eram gratos pela amizade e lealdade do trio para com seu filho).
"Você sabe que isso é impossível" - ele respondeu, girando os olhos - "Passei os últimos seis anos tentando" - beijou-a no rosto, prometeu mais uma vez que sim, iria usar o suéter por toda a viagem e tirar um cochilo e foi à procura dos amigos.
Não demorou a encontrar Peter Pettigrew tentando se desvencilhar do abraço apertado da mãe. Foi até ele, cumprimentou a Sra. Pettigrew educadamente e saiu com o amigo em direção ao trem.
"Aluado, Rabicho, esperem!" - a voz de Sirius Black os fez parar e logo o próprio e James se aproximaram deles. "Nossa, Aluado, você está com uma aparência péssima" - foi a primeira coisa que Sirius notou.
Remus girou os olhos e respondeu, sarcasticamente:
"Obrigado, Almofadinhas. Sempre soube que podia contar com você pra melhorar minha auto estima"
"Seu probleminha peludo lhe deixou acordado a noite toda?" - James Potter perguntou e ele acenou positivamente. Probleminha peludo era a maneira mais fácil de falar sobre sua licantropia em voz alta, sem que ninguém desconfiasse.
Os garotos terminaram de colocar seus malões no trem e sentaram no vagão de sempre (um bem ao final), iniciando logo um jogo de snap explosivo.
Enquanto jogavam, Peter perguntou:
"Vocês não sentem que esse ano será...diferente?"
Os outros três se entreolharam e concordaram que sim, seria diferente (e não apenas porque era o sétimo ano ou porque eles teriam que se matar de estudar para o NIEMS, mas também porque a propaganda dos sangue puro contra os mestiços e nascidos trouxas se espalhava cada vez mais e já havia um certo clima de guerra no ar). Remus só esperava que desse tudo certo.
"Olá garotos, querem lanche?" - a bruxa do carrinho de comida adentrou o vagão deles e eles logo se distraíram.
Emma Malfoy- Mensagens : 18
Data de inscrição : 05/07/2014
- Mensagem nº10
Re: Continue :)
**1º De Setembro de2014**
Emma se remexeu em seu lugar, sentindo as pernas doloridas após horas sentada na mesma posição. Os olhos estavam fechados e a mente longe, se deixando levar pelo sacudir do trem, ignorando as vozes das demais pessoas que estavam no vagão.
Devido ao seu atraso, o único lugar que encontrou era no final do trem, junto com os irmãos Trevor e Felicia Parkinson. Não que fosse sua melhor companhia, mas ainda assim era melhor do que ir espremida em um vagão com primeiranistas.
Um barulho de embalagem amassada a trouxe de volta quando Felicia, mastigando com a boca aberta, a encarava. As pálpebras de Emma se levantaram preguiçosamente, se deparando com o vidro da janela e a paisagem que se estendia a sua frente. O céu laranja se destacava com o pôr do sol, anunciando que em breve já poderiam ver o castelo.
- Belo diadema, Em. – A voz de Felicia fez com que Emma se virasse para encará-la. A menina ainda mastigava feijoeszinhos de todos os sabores e encarava fixamente o diadema que Narcisa acabara de lhe dar, enfeitando seus cabelos loiros.
Emma acenou em agradecimento e, se sentindo incomodada com o jeito que Parkinson a encarava, como se desejasse lhe arrancar o diadema com as próprias mãos, ela se levantou, e com a desculpa de esticar as pernas, saiu do vagão.
A menina fechou a porta atrás de si e olhou de uma ponta a outra pelo corredor do trem. Algumas pessoas já se movimentavam para vestir os uniformes, mas ainda assim podia-se andar sem dificuldades, sem saber exatamente o que estava procurando. Talvez se a moça dos doces ainda estivesse por aí, poderia ter uma desculpa para ficar andando a esmo.
Ela desviou de um menino do terceiro ano e se deparou com o último vagão, onde a porta estava com um palmo aberta. Sem pensar duas vezes, a Malfoy a abriu, na esperança de que pudesse passar os últimos minutos longe dos Parkinson, sem ser obrigada a ser social. Antes que ela tivesse a chance de entrar, uma bola de pelos brancos passou entre suas pernas e entrou miando.
- Condessa, o que está fazendo aqui? – Emma rapidamente se abaixou para pegar sua gatinha, que provavelmente correra atrás dela, também desesperada de estar trancada em um vagão com os irmãos Parkinson.
Quando a loira se levantou, já com a gata em seu colo, percebeu que o vagão não estava vazio como esperava. Uma menina morena estava confortavelmente sentada, com os pés esticados no banco da frente, os olhos erguidos de uma revista que tinha em mãos e a encarava com surpresa.
- Achei que estivesse vazio. – Emma explicou, sem se dar ao trabalho de pedir desculpas para a ocupante do vagão. A menina conhecia Sarah Nipps desde o primeiro ano, estudavam juntas em diversas aulas, mas não faziam parte do mesmo ciclo social.
Ela se virou para ir embora, se sentindo irritada por não ter tido a sorte de encontrar aquele lugar antes, quando uma terceira pessoa apareceu na porta.
- Mas que linda, posso segura?!
Emma recuou um passo de susto, voltando para dentro do vagão. A nova menina estava a sua frente, com um sorriso enorme e os braços esticados, pronta para segurar Condessa. Em um extinto protetor, a sonserina abraçou mais a sua gatinha e recuou mais um passo, abrindo espaço para que a nova menina entrasse no vagão.
- Não, não pode. Estou de saída. – Emma resmungou, sem a menor vontade de ser simpática. Quem aquela louca pensava que era, querendo tirar Condessa de seus braços?
A menina recuou os braços que ainda estavam esticados, piscou algumas vezes e desviou o olhar de Emma para a morena sentada, que observava toda a cena abismada com os intrusos de seu espaço sagrado.
- Vocês viram Martha por aí? – Ao perceber que as outras duas não sabiam quem era Martha, ela continuou – A moça dos doces. Estou morrendo de fome. Meu nome é Abby, aliás.
- A moça dos doces passou mais cedo e já se recolheu. – A menina que estava sentada respondeu educadamente, enquanto Emma ainda encarava Abby com um olhar desconfiado. – Tenho alguns doces extras, se quiser.
Abby abriu um sorriso e, passando por Emma, se sentou em frente a dona do vagão, fazendo com que a mesma recolhesse as pernas esticadas. A sonserina continuou em pé, encarando as duas meninas, achando que talvez tivesse sido melhor continuar com os Parkinson.
- Você pode se sentar também, Malfoy – A dona do vagão se levantou para pegar os doces que havia oferecido. Ela ficou de joelhos em cima do banco que segundos antes estava sentada e tentou puxar uma mochila enfiada no compartimento de bagagem.
A loira olhou para a porta atrás de si e novamente para o interior do vagão. Antes que tivesse a chance de se decidir, escutou o barulho da mochila de Sarah se arrastando, após um puxão mais forte. A bagagem, que estava aberta, escorregou pelo banco até atingir o chão sonoramente. Alguns doces se perderam pelo caminho, fazendo um rastro com os pertences de Nipps.
Abby imediatamente se agachou para ajudar a menina. Condessa pulou de seu colo para o banco, buscando um dos doces caídos, mas em poucas lambidas, levantou o olhar assustado para um crack que chamou a atenção das três.
- O que foi isso? – Emma perguntou, a testa franzida para o espanto de Sarah.
Abby olhava para Nipps com um ar de preocupação, mas todo o sangue já havia sumido do rosto de Sarah. Agachada entre suas coisas, a menina lentamente afastou o pé, revelando caquinhos de vidro sob a bota.
- Você se machucou? – Perguntou Abby, mas antes que tivesse uma resposta, uma fumaça roxa começou a levantar.
- O que está acontecendo? O que você fez? – O coração de Emma acelerava conforme toda aquela fumaça roxa ocupava o vagão, tornando impossível de enxergar um centímetro a frente do nariz. Ela apalpou em volta, procurando Condessa.
As três meninas começaram a tossir e de repente pareceu que o trem estava em uma velocidade absurda. Mãos estavam esticadas apalpando o ar, até que Emma conseguiu alcançar a porta e a escancarou. Ela pulou para o corredor, puxando o ar com força. Ao olhar por cima do ombro, encontrou Abby e Sarah, ambas sentadas no chão, se encarando tão assustadas quanto Emma, sem entender o que tinha acabado de acontecer.
Condessa, que parecia ser a única calma, caminhou por cima do banco até alcançar a janela, cheirando o vidro gelado. Emma levantou o olhar das meninas caídas e fixou na paisagem que a gatinha encarava. O trem havia parado.
- Desde quando começou a chover? – Ela perguntou, se lembrando do pôr do sol que vira segundos antes e que dera lugar a uma tempestade.
Emma se remexeu em seu lugar, sentindo as pernas doloridas após horas sentada na mesma posição. Os olhos estavam fechados e a mente longe, se deixando levar pelo sacudir do trem, ignorando as vozes das demais pessoas que estavam no vagão.
Devido ao seu atraso, o único lugar que encontrou era no final do trem, junto com os irmãos Trevor e Felicia Parkinson. Não que fosse sua melhor companhia, mas ainda assim era melhor do que ir espremida em um vagão com primeiranistas.
Um barulho de embalagem amassada a trouxe de volta quando Felicia, mastigando com a boca aberta, a encarava. As pálpebras de Emma se levantaram preguiçosamente, se deparando com o vidro da janela e a paisagem que se estendia a sua frente. O céu laranja se destacava com o pôr do sol, anunciando que em breve já poderiam ver o castelo.
- Belo diadema, Em. – A voz de Felicia fez com que Emma se virasse para encará-la. A menina ainda mastigava feijoeszinhos de todos os sabores e encarava fixamente o diadema que Narcisa acabara de lhe dar, enfeitando seus cabelos loiros.
Emma acenou em agradecimento e, se sentindo incomodada com o jeito que Parkinson a encarava, como se desejasse lhe arrancar o diadema com as próprias mãos, ela se levantou, e com a desculpa de esticar as pernas, saiu do vagão.
A menina fechou a porta atrás de si e olhou de uma ponta a outra pelo corredor do trem. Algumas pessoas já se movimentavam para vestir os uniformes, mas ainda assim podia-se andar sem dificuldades, sem saber exatamente o que estava procurando. Talvez se a moça dos doces ainda estivesse por aí, poderia ter uma desculpa para ficar andando a esmo.
Ela desviou de um menino do terceiro ano e se deparou com o último vagão, onde a porta estava com um palmo aberta. Sem pensar duas vezes, a Malfoy a abriu, na esperança de que pudesse passar os últimos minutos longe dos Parkinson, sem ser obrigada a ser social. Antes que ela tivesse a chance de entrar, uma bola de pelos brancos passou entre suas pernas e entrou miando.
- Condessa, o que está fazendo aqui? – Emma rapidamente se abaixou para pegar sua gatinha, que provavelmente correra atrás dela, também desesperada de estar trancada em um vagão com os irmãos Parkinson.
Quando a loira se levantou, já com a gata em seu colo, percebeu que o vagão não estava vazio como esperava. Uma menina morena estava confortavelmente sentada, com os pés esticados no banco da frente, os olhos erguidos de uma revista que tinha em mãos e a encarava com surpresa.
- Achei que estivesse vazio. – Emma explicou, sem se dar ao trabalho de pedir desculpas para a ocupante do vagão. A menina conhecia Sarah Nipps desde o primeiro ano, estudavam juntas em diversas aulas, mas não faziam parte do mesmo ciclo social.
Ela se virou para ir embora, se sentindo irritada por não ter tido a sorte de encontrar aquele lugar antes, quando uma terceira pessoa apareceu na porta.
- Mas que linda, posso segura?!
Emma recuou um passo de susto, voltando para dentro do vagão. A nova menina estava a sua frente, com um sorriso enorme e os braços esticados, pronta para segurar Condessa. Em um extinto protetor, a sonserina abraçou mais a sua gatinha e recuou mais um passo, abrindo espaço para que a nova menina entrasse no vagão.
- Não, não pode. Estou de saída. – Emma resmungou, sem a menor vontade de ser simpática. Quem aquela louca pensava que era, querendo tirar Condessa de seus braços?
A menina recuou os braços que ainda estavam esticados, piscou algumas vezes e desviou o olhar de Emma para a morena sentada, que observava toda a cena abismada com os intrusos de seu espaço sagrado.
- Vocês viram Martha por aí? – Ao perceber que as outras duas não sabiam quem era Martha, ela continuou – A moça dos doces. Estou morrendo de fome. Meu nome é Abby, aliás.
- A moça dos doces passou mais cedo e já se recolheu. – A menina que estava sentada respondeu educadamente, enquanto Emma ainda encarava Abby com um olhar desconfiado. – Tenho alguns doces extras, se quiser.
Abby abriu um sorriso e, passando por Emma, se sentou em frente a dona do vagão, fazendo com que a mesma recolhesse as pernas esticadas. A sonserina continuou em pé, encarando as duas meninas, achando que talvez tivesse sido melhor continuar com os Parkinson.
- Você pode se sentar também, Malfoy – A dona do vagão se levantou para pegar os doces que havia oferecido. Ela ficou de joelhos em cima do banco que segundos antes estava sentada e tentou puxar uma mochila enfiada no compartimento de bagagem.
A loira olhou para a porta atrás de si e novamente para o interior do vagão. Antes que tivesse a chance de se decidir, escutou o barulho da mochila de Sarah se arrastando, após um puxão mais forte. A bagagem, que estava aberta, escorregou pelo banco até atingir o chão sonoramente. Alguns doces se perderam pelo caminho, fazendo um rastro com os pertences de Nipps.
Abby imediatamente se agachou para ajudar a menina. Condessa pulou de seu colo para o banco, buscando um dos doces caídos, mas em poucas lambidas, levantou o olhar assustado para um crack que chamou a atenção das três.
- O que foi isso? – Emma perguntou, a testa franzida para o espanto de Sarah.
Abby olhava para Nipps com um ar de preocupação, mas todo o sangue já havia sumido do rosto de Sarah. Agachada entre suas coisas, a menina lentamente afastou o pé, revelando caquinhos de vidro sob a bota.
- Você se machucou? – Perguntou Abby, mas antes que tivesse uma resposta, uma fumaça roxa começou a levantar.
- O que está acontecendo? O que você fez? – O coração de Emma acelerava conforme toda aquela fumaça roxa ocupava o vagão, tornando impossível de enxergar um centímetro a frente do nariz. Ela apalpou em volta, procurando Condessa.
As três meninas começaram a tossir e de repente pareceu que o trem estava em uma velocidade absurda. Mãos estavam esticadas apalpando o ar, até que Emma conseguiu alcançar a porta e a escancarou. Ela pulou para o corredor, puxando o ar com força. Ao olhar por cima do ombro, encontrou Abby e Sarah, ambas sentadas no chão, se encarando tão assustadas quanto Emma, sem entender o que tinha acabado de acontecer.
Condessa, que parecia ser a única calma, caminhou por cima do banco até alcançar a janela, cheirando o vidro gelado. Emma levantou o olhar das meninas caídas e fixou na paisagem que a gatinha encarava. O trem havia parado.
- Desde quando começou a chover? – Ela perguntou, se lembrando do pôr do sol que vira segundos antes e que dera lugar a uma tempestade.
Sarah Nipps- Admin
- Mensagens : 32
Data de inscrição : 05/07/2014
- Mensagem nº11
Re: Continue :)
.
- Eu... eu não sei – Abby parecia confusa, mas algo na voz da sonserina a impelia a responder – talvez a fumaça roxa...
O apito do trem soou por toda a estação, indicando que haviam finalmente chegado à Hogsmead.
Arqueando sua sobrancelha esquerda, Emma se virou para a grifinória:
- Nipps! O. Que. Você. Fez?
- Nada, Malfoy – Sarah já estava em pé e encarava a garota loira, enquanto jogava uma alça da sua mochila sobre um ombro. Havia recolhido todos os seus pertences, incluindo os caquinhos do vidro que quebrara – Melhor adiantar o passo se não quiser voltar para Londres.
Andando firmemente em direção à porta, de modo que a sonserina precisou dar um passo para o lado, a morena abriu um sorriso irônico por sobre o ombro:
- Vejo vocês no castelo.
- Ainda não, senhorita! – uma voz feminina vinha do corredor. Era uma voz agradável e, ao mesmo tempo, firme e imponente, tal qual sua dona.
A esguia figura de Minerva McGonnagal se apresentou à porta, sendo encarada pelas três garotas no vagão – Condessa apenas andava preguiçosamente pelos assentos do trem, tentando alcançar sua dona. Correndo os olhos pelo vagão, Minerva as examinava com acuidade.
- Que bom que as alcancei. Albus estava certo sobre vocês.
- Diretora McGonnagal, o que...
A professora fitou Sarah com um olhar misto de surpresa e estranhamento que a garota tinha certeza de que jamais seria reproduzido por outro bruxo.
- É Professora Mc Gonnagal, senhorita. – ignorando os olhares confusos das três alunas, ela prosseguiu – preciso que me acompanhem.
Quando a pequena comitiva composta pelas três adolescentes, sua professora e uma gata finalmente alcançou a porta de saída do vagão, a estação já estava quase vazia. Tal qual sempre ocorria, os primeiroanistas seguiram pelo lago de barco, tutorados por Rubeus Hagrid, o Guarda-caças da escola. Os demais alunos iam, aos poucos, ocupando as carruagens que os levariam até o Castelo.
Alguns passos atrás da professora, as três sussurravam sua discussão, na esperança de que ela não as ouvisse.
- O que você fez, Nipps?
- Pela vigésima vez, nada! Por Merlin, Malfoy!
- O que era aquela fumaça roxa?
- Eu não sei , Abby!
- Por que outro motivo a Diretora McGonnagal teria vindo nos buscar na estação? Eu te mato, Nipps.
Se o pouco tempo que passaram juntas já havia sido penoso, os vinte minutos até Hogwarts tinham sido quase um alívio. Com a presença – muda – da professora, o único barulho que se ouvia na carruagem eram os miados espaçados de Condessa.
"Que merda que eu fiz?" Sarah pensava, enquanto observava a tempestade cair do lado de fora, tentando evitar os olhares de suas companheiras de viagem – sobretudo o de Malfoy, que lhe reservara um olhar de intimidar até mesmo o mais corajoso terceiranista. "Merda, merda, merda. Foi o Vira-tempo, certeza. Por que eu tinha de pegá-lo? Por Merlin..." .
Ao se aproximarem do castelo, as garotas puderam observar a aglomeração de alunos à porta principal, mas, em lugar de parar junto a todas as outras carruagens, o veículo em que estavam seguiu para uma entrada lateral, por onde McGonnagal as conduziu por corredores vazios até até o terceiro andar.
Detiveram-se frente a uma parede, emoldurada por duas gárgulas enormes. Nenhuma das três estivera ali antes.
Com um suspiro, Sarah aproveitou o momento para fitar suas colegas. Emma parecia ultrajada, com seus braços cruzados e um certo bico, enquanto Abby... bem, Abby na verdade parecia estar gostando do tour guiado.
- Sorvete de Limão.
Assim que a professora falou o que parecia ser a palavra secreta, as gárgulas começaram a se mover, deixando aparecer a entrada para o que, descobririam a seguir, era o escritório do Diretor da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts.
Ao fundo de sua sala circular, um bruxo de longos cabelos e barbas brancas levantou o olho de algo que lia à sua escrivaninha.
- Oh, vocês chegaram! Já não era sem tempo! Obrigada, Minerva. – ao que a professora apenas deu um aceno.
Dando a volta em sua mesa, Dumbledore as observava com seus pequeninos olhos azuis.
- Divertidas, as suas vestes!
As três se entreolharam.
- Perdão pelo mau jeito. Eu sou Albus Dumbledore, diretor de Hogwarts.
Sarah piscou algumas vezes, antes de conseguir responder.
- Perdão, mas... Nossa diretora é a Professora McGonnagal... – lançando um olhar sobre a professora, a morena a viu se sobressaltar. Minerva McGonnagal nunca se sobressaltava.
O homem à frente das meninas sorriu.
- Eu tenho certeza que a professora McGonnagal será uma ótima diretora... Mas no momento este cargo ainda é meu.
[i ]... Dumbledore? Oh, meu Deus, O Dumbledore? [/i]
A grifinória sabia quem era Albus Dumbledore. Seu pai participara na Segunda Grande Guerra e lhe contara tudo. Aquele cara era o herói de seu pai!
...
E aquele cara estava morto há anos.
Sarah pode sentir um nó apertando na sua barriga. O que estava acontecendo?
Com um sorriso amável, o professor continuou:
- Bem, desconfio que eu saiba o que aconteceu com vocês, mas ainda não saiba os seus nomes. Porque não começamos por aí?
- Emma Malfoy – falou, confiante, a menina loira, e continuou, antes que mais alguém pudesse falar algo – esta é Sarah Nipps e está é Abby...
- Scamander, senhor – continuou a lufana.
- Ótimo, Ótimo... Malfoy, Nipps e Scamander... Lembro de ter conhecido alguns familiares seus. – As meninas trocaram um olhar tímido - Bem-vindas à 1987.
- Quê?!? – as três questionaram, em uníssono.
- Que tipo de palhaçada é essa? – Emma, sempre Emma.
- Como assim? – A voz de Sarah se sobrepôs à da jovem Malfoy.
- A gente viajou no tempo? – Abby acrescentou, observando o óbvio (mas, afinal de contas, o que poderia ser óbvio nesta situação?)
- Acredito que haja algo em sua posse que não seja seu, senhorita Nipps... – Sem alterar em nada a tranquilidade em sua voz, o diretor ignorou todas as dúvidas das garotas, depositando um olhar inquisidor sobre a morena – estou certo?
Sarah sentiu seu coração bater mais rápido e seu rosto corar. “Oh, droga... “ Reunindo a coragem, ela acenou com a cabeça, respondendo “sim” com apenas um fiapo de voz.
Sentiu a loira ao seu lado abrir a boca em incredulidade – quase podia ouvir o xingamento pela cabeça da colega - mas manteve seus olhos fixos nos dois pontinhos azuis por baixo das grossas lentes do senhor à sua frente.
- Estaria errado se eu disser que se trata de um Vira-Tempo?
Sarah fez que não com a cabeça. “Como ele... ‘Dumbledore sempre sabia de tudo que acontecia naquele castelo’”, Sarah lembrou das histórias de seu pai.
- Um vira-tempo?! – Mais uma vez, Emma se destacava na conversa, querendo – não, não querendo, mas sim exigindo uma resposta. Dumbledore contemplou a feição da menina.
- Senhorita Malfoy... Eu acredito que tenha havido um acidente no trem esta noite, estou certo?
Emma piscou os olhos algumas vezes.
- A fumaça roxa – sussurrou Abby.
Quanto mais a conversa evoluía, mais os nós no estômago de Sarah se apertavam.
- Eu quebrei um Vira-tempo – sussurrou Sarah, finalmente aceitando a verdade. A morena levantou o olhar para encarar os demais e repetiu, desta vez em um tom audível – Eu quebrei um Vira-Tempo.
Dumbledore abriu um pequeno sorriso.
- Imagino que nenhuma de vocês saiba o que acontece quando se quebra um Vira-Tempo... – como todas acenaram a cabeça negativamente, o diretor continuou – As areias do tempo se perdem, assim como o controle sobre elas. Com a quebra de um Vira-Tempo, você pode ir para qualquer ponto no tempo, sendo normalmente atraído por algum objeto ou pensamento com uma ligação muito forte a determinado período. Mas, novamente, não é possível prever ou controlar para onde se vai. – Com uma pausa, Dumbledore se deteve no diadema de Emma. - Acredito que você não seja a primeira dona desta tiara, srta Malfoy...
Emma acenou que não.
- A srta. Black não vai ficar nem um pouco feliz de ver seu diadema favorito andando por aí.
Sarah piscou os olhos algumas vezes, tentando colocar os pensamentos em ordem.
- Professor... Como nós voltamos para o pres..fut...Como nós voltamos para o nosso tempo?
Dumbledore suspirou, balançando a cabeça negativamente.
- Infelizmente, acredito que esta é uma resposta que apenas o tempo dará, Srta. Nipps. Vocês precisarão encontra-la sozinhas. Há pouquíssima literatura sobre o assunto, e o Ministério não gostaria que os bruxos tenham ideias por aí. Viagens no tempo são perigosas, Srta. Nipps. Apenas para dar um exemplo, vocês poderiam ter se fragmentado em milhares de pequenas porções espalhadas no espaço-tempo.
- Ah, que boa notícia! – Sarah apenas rolou os olhos para o comentário de Emma.
- Mas, deve haver algo...
- Certamente não, Srta. Nipps. Ao menos não algo que seja de conhecimento popular – com uma piscadela, ele continuou - Enquanto isto, vocês frequentarão Hogwarts como todos os outros alunos. Isto lhes dará tempo para encontrar um modo de reverter este... Acidente.
“Eu preciso que vocês escutem bem o direi. Ninguém, além da professora McGonnagal e eu, deve saber de onde vocês vêm. São tempos sombrios, os que se aproximam... E vocês são uma fonte de informações que muitos desejariam ter. São grandes os riscos que vocês correm. É preciso que vocês sejam muito cuidadosas. Não importa o que vocês sabem, ou o que acham que podem melhorar no passado – toda ação tem uma reação, e a menor mudança no passado pode causar um estrago sem proporções no futuro. O Tempo não é algo com que se brinca. “
Dando um breve intervalo para que a informação pudesse ser assimilada pelas garotas, Dumbledore continuou:
- Precisamos pensar nos aspectos práticos da estadia de vocês. Acredito que melhor modo de não despertar dúvidas nos outros alunos é dizermos que vocês são intercambistas - "o que não deixa de ser verdade", ele acrescentou, com uma piscadela - Austrália te parece coerente, Minerva? – ao que a professora respondeu que sim, ele continuou – Nosso primeiro cuidado deve ser com seus nomes. Seria difícil explicar aos Malfoy o porquê de haver uma desconhecida usando o nome deles – Albus sorria amavelmente para Emma, embora esta apenas tenha bufado.
- Precisamos usar seus nomes menos particulares. Alguma de vocês não tem ascendência bruxa?
- Eu – Sarah respondeu – Minha mãe é trouxa.
- Ótimo. A partir de agora, você usará o sobrenome dela. Acostume-se com a ideia de ser chamada de Sarah....?
- Cooper.
- Ótimo. Sarah Cooper será. Srta Malfoy? Algum nome que não esteja na relação das 28 famílias?
Emma respondeu que não.
- Bem, Richmond parece um nome apropriado – e aqui, ele não pode evitar de soltar uma risada – Srta. Scamander?
Abby também respondeu que não.
- Stinson parece combinar bem com seu prenome.
- Albus... – Minerva o interrompeu com certa urgência.
- Sim, claro, precisamos nos apressar! Vocês ficarão em suas respectivas casas. Pedirei ao diretor de cada uma delas para designar seus quartos, bem como suas aulas. Agora precisamos ir ao banquete, há vários primeiroanistas ansiosos para saberem a que casa pertencerão.
- Albus...
- Vai ficar tudo bem, Minerva. Tenho certeza que as srtas. Cooper, Richmond e Stinson saberão conduzir esta situação.
- Eu... eu não sei – Abby parecia confusa, mas algo na voz da sonserina a impelia a responder – talvez a fumaça roxa...
O apito do trem soou por toda a estação, indicando que haviam finalmente chegado à Hogsmead.
Arqueando sua sobrancelha esquerda, Emma se virou para a grifinória:
- Nipps! O. Que. Você. Fez?
- Nada, Malfoy – Sarah já estava em pé e encarava a garota loira, enquanto jogava uma alça da sua mochila sobre um ombro. Havia recolhido todos os seus pertences, incluindo os caquinhos do vidro que quebrara – Melhor adiantar o passo se não quiser voltar para Londres.
Andando firmemente em direção à porta, de modo que a sonserina precisou dar um passo para o lado, a morena abriu um sorriso irônico por sobre o ombro:
- Vejo vocês no castelo.
- Ainda não, senhorita! – uma voz feminina vinha do corredor. Era uma voz agradável e, ao mesmo tempo, firme e imponente, tal qual sua dona.
A esguia figura de Minerva McGonnagal se apresentou à porta, sendo encarada pelas três garotas no vagão – Condessa apenas andava preguiçosamente pelos assentos do trem, tentando alcançar sua dona. Correndo os olhos pelo vagão, Minerva as examinava com acuidade.
- Que bom que as alcancei. Albus estava certo sobre vocês.
- Diretora McGonnagal, o que...
A professora fitou Sarah com um olhar misto de surpresa e estranhamento que a garota tinha certeza de que jamais seria reproduzido por outro bruxo.
- É Professora Mc Gonnagal, senhorita. – ignorando os olhares confusos das três alunas, ela prosseguiu – preciso que me acompanhem.
*****
Quando a pequena comitiva composta pelas três adolescentes, sua professora e uma gata finalmente alcançou a porta de saída do vagão, a estação já estava quase vazia. Tal qual sempre ocorria, os primeiroanistas seguiram pelo lago de barco, tutorados por Rubeus Hagrid, o Guarda-caças da escola. Os demais alunos iam, aos poucos, ocupando as carruagens que os levariam até o Castelo.
Alguns passos atrás da professora, as três sussurravam sua discussão, na esperança de que ela não as ouvisse.
- O que você fez, Nipps?
- Pela vigésima vez, nada! Por Merlin, Malfoy!
- O que era aquela fumaça roxa?
- Eu não sei , Abby!
- Por que outro motivo a Diretora McGonnagal teria vindo nos buscar na estação? Eu te mato, Nipps.
*****
Se o pouco tempo que passaram juntas já havia sido penoso, os vinte minutos até Hogwarts tinham sido quase um alívio. Com a presença – muda – da professora, o único barulho que se ouvia na carruagem eram os miados espaçados de Condessa.
"Que merda que eu fiz?" Sarah pensava, enquanto observava a tempestade cair do lado de fora, tentando evitar os olhares de suas companheiras de viagem – sobretudo o de Malfoy, que lhe reservara um olhar de intimidar até mesmo o mais corajoso terceiranista. "Merda, merda, merda. Foi o Vira-tempo, certeza. Por que eu tinha de pegá-lo? Por Merlin..." .
Ao se aproximarem do castelo, as garotas puderam observar a aglomeração de alunos à porta principal, mas, em lugar de parar junto a todas as outras carruagens, o veículo em que estavam seguiu para uma entrada lateral, por onde McGonnagal as conduziu por corredores vazios até até o terceiro andar.
Detiveram-se frente a uma parede, emoldurada por duas gárgulas enormes. Nenhuma das três estivera ali antes.
Com um suspiro, Sarah aproveitou o momento para fitar suas colegas. Emma parecia ultrajada, com seus braços cruzados e um certo bico, enquanto Abby... bem, Abby na verdade parecia estar gostando do tour guiado.
- Sorvete de Limão.
Assim que a professora falou o que parecia ser a palavra secreta, as gárgulas começaram a se mover, deixando aparecer a entrada para o que, descobririam a seguir, era o escritório do Diretor da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts.
Ao fundo de sua sala circular, um bruxo de longos cabelos e barbas brancas levantou o olho de algo que lia à sua escrivaninha.
- Oh, vocês chegaram! Já não era sem tempo! Obrigada, Minerva. – ao que a professora apenas deu um aceno.
Dando a volta em sua mesa, Dumbledore as observava com seus pequeninos olhos azuis.
- Divertidas, as suas vestes!
As três se entreolharam.
- Perdão pelo mau jeito. Eu sou Albus Dumbledore, diretor de Hogwarts.
Sarah piscou algumas vezes, antes de conseguir responder.
- Perdão, mas... Nossa diretora é a Professora McGonnagal... – lançando um olhar sobre a professora, a morena a viu se sobressaltar. Minerva McGonnagal nunca se sobressaltava.
O homem à frente das meninas sorriu.
- Eu tenho certeza que a professora McGonnagal será uma ótima diretora... Mas no momento este cargo ainda é meu.
[i ]... Dumbledore? Oh, meu Deus, O Dumbledore? [/i]
A grifinória sabia quem era Albus Dumbledore. Seu pai participara na Segunda Grande Guerra e lhe contara tudo. Aquele cara era o herói de seu pai!
...
E aquele cara estava morto há anos.
Sarah pode sentir um nó apertando na sua barriga. O que estava acontecendo?
Com um sorriso amável, o professor continuou:
- Bem, desconfio que eu saiba o que aconteceu com vocês, mas ainda não saiba os seus nomes. Porque não começamos por aí?
- Emma Malfoy – falou, confiante, a menina loira, e continuou, antes que mais alguém pudesse falar algo – esta é Sarah Nipps e está é Abby...
- Scamander, senhor – continuou a lufana.
- Ótimo, Ótimo... Malfoy, Nipps e Scamander... Lembro de ter conhecido alguns familiares seus. – As meninas trocaram um olhar tímido - Bem-vindas à 1987.
- Quê?!? – as três questionaram, em uníssono.
- Que tipo de palhaçada é essa? – Emma, sempre Emma.
- Como assim? – A voz de Sarah se sobrepôs à da jovem Malfoy.
- A gente viajou no tempo? – Abby acrescentou, observando o óbvio (mas, afinal de contas, o que poderia ser óbvio nesta situação?)
- Acredito que haja algo em sua posse que não seja seu, senhorita Nipps... – Sem alterar em nada a tranquilidade em sua voz, o diretor ignorou todas as dúvidas das garotas, depositando um olhar inquisidor sobre a morena – estou certo?
Sarah sentiu seu coração bater mais rápido e seu rosto corar. “Oh, droga... “ Reunindo a coragem, ela acenou com a cabeça, respondendo “sim” com apenas um fiapo de voz.
Sentiu a loira ao seu lado abrir a boca em incredulidade – quase podia ouvir o xingamento pela cabeça da colega - mas manteve seus olhos fixos nos dois pontinhos azuis por baixo das grossas lentes do senhor à sua frente.
- Estaria errado se eu disser que se trata de um Vira-Tempo?
Sarah fez que não com a cabeça. “Como ele... ‘Dumbledore sempre sabia de tudo que acontecia naquele castelo’”, Sarah lembrou das histórias de seu pai.
- Um vira-tempo?! – Mais uma vez, Emma se destacava na conversa, querendo – não, não querendo, mas sim exigindo uma resposta. Dumbledore contemplou a feição da menina.
- Senhorita Malfoy... Eu acredito que tenha havido um acidente no trem esta noite, estou certo?
Emma piscou os olhos algumas vezes.
- A fumaça roxa – sussurrou Abby.
Quanto mais a conversa evoluía, mais os nós no estômago de Sarah se apertavam.
- Eu quebrei um Vira-tempo – sussurrou Sarah, finalmente aceitando a verdade. A morena levantou o olhar para encarar os demais e repetiu, desta vez em um tom audível – Eu quebrei um Vira-Tempo.
Dumbledore abriu um pequeno sorriso.
- Imagino que nenhuma de vocês saiba o que acontece quando se quebra um Vira-Tempo... – como todas acenaram a cabeça negativamente, o diretor continuou – As areias do tempo se perdem, assim como o controle sobre elas. Com a quebra de um Vira-Tempo, você pode ir para qualquer ponto no tempo, sendo normalmente atraído por algum objeto ou pensamento com uma ligação muito forte a determinado período. Mas, novamente, não é possível prever ou controlar para onde se vai. – Com uma pausa, Dumbledore se deteve no diadema de Emma. - Acredito que você não seja a primeira dona desta tiara, srta Malfoy...
Emma acenou que não.
- A srta. Black não vai ficar nem um pouco feliz de ver seu diadema favorito andando por aí.
Sarah piscou os olhos algumas vezes, tentando colocar os pensamentos em ordem.
- Professor... Como nós voltamos para o pres..fut...Como nós voltamos para o nosso tempo?
Dumbledore suspirou, balançando a cabeça negativamente.
- Infelizmente, acredito que esta é uma resposta que apenas o tempo dará, Srta. Nipps. Vocês precisarão encontra-la sozinhas. Há pouquíssima literatura sobre o assunto, e o Ministério não gostaria que os bruxos tenham ideias por aí. Viagens no tempo são perigosas, Srta. Nipps. Apenas para dar um exemplo, vocês poderiam ter se fragmentado em milhares de pequenas porções espalhadas no espaço-tempo.
- Ah, que boa notícia! – Sarah apenas rolou os olhos para o comentário de Emma.
- Mas, deve haver algo...
- Certamente não, Srta. Nipps. Ao menos não algo que seja de conhecimento popular – com uma piscadela, ele continuou - Enquanto isto, vocês frequentarão Hogwarts como todos os outros alunos. Isto lhes dará tempo para encontrar um modo de reverter este... Acidente.
“Eu preciso que vocês escutem bem o direi. Ninguém, além da professora McGonnagal e eu, deve saber de onde vocês vêm. São tempos sombrios, os que se aproximam... E vocês são uma fonte de informações que muitos desejariam ter. São grandes os riscos que vocês correm. É preciso que vocês sejam muito cuidadosas. Não importa o que vocês sabem, ou o que acham que podem melhorar no passado – toda ação tem uma reação, e a menor mudança no passado pode causar um estrago sem proporções no futuro. O Tempo não é algo com que se brinca. “
Dando um breve intervalo para que a informação pudesse ser assimilada pelas garotas, Dumbledore continuou:
- Precisamos pensar nos aspectos práticos da estadia de vocês. Acredito que melhor modo de não despertar dúvidas nos outros alunos é dizermos que vocês são intercambistas - "o que não deixa de ser verdade", ele acrescentou, com uma piscadela - Austrália te parece coerente, Minerva? – ao que a professora respondeu que sim, ele continuou – Nosso primeiro cuidado deve ser com seus nomes. Seria difícil explicar aos Malfoy o porquê de haver uma desconhecida usando o nome deles – Albus sorria amavelmente para Emma, embora esta apenas tenha bufado.
- Precisamos usar seus nomes menos particulares. Alguma de vocês não tem ascendência bruxa?
- Eu – Sarah respondeu – Minha mãe é trouxa.
- Ótimo. A partir de agora, você usará o sobrenome dela. Acostume-se com a ideia de ser chamada de Sarah....?
- Cooper.
- Ótimo. Sarah Cooper será. Srta Malfoy? Algum nome que não esteja na relação das 28 famílias?
Emma respondeu que não.
- Bem, Richmond parece um nome apropriado – e aqui, ele não pode evitar de soltar uma risada – Srta. Scamander?
Abby também respondeu que não.
- Stinson parece combinar bem com seu prenome.
- Albus... – Minerva o interrompeu com certa urgência.
- Sim, claro, precisamos nos apressar! Vocês ficarão em suas respectivas casas. Pedirei ao diretor de cada uma delas para designar seus quartos, bem como suas aulas. Agora precisamos ir ao banquete, há vários primeiroanistas ansiosos para saberem a que casa pertencerão.
- Albus...
- Vai ficar tudo bem, Minerva. Tenho certeza que as srtas. Cooper, Richmond e Stinson saberão conduzir esta situação.
Última edição por Sarah Nipps em Qua Set 30, 2015 1:16 am, editado 1 vez(es)
Mary McDonald- Mensagens : 380
Data de inscrição : 07/07/2014
- Mensagem nº12
Re: Continue :)
“Caramba, olha essa chuva!” – Marlene exclamou, enquanto saíam do banheiro do trem após terem trocado suas roupas de viagem pelo uniforme de Hogwarts. Mary olhou pela janela e viu que uma chuva forte caía do lado de fora.
“Coitado dos alunos do primeiro ano...ter que atravessar o lago nessa chuva....” - Alice disse (xD) quando uma garota baixinha passou por elas.
“Espero que toda essa chuva não seja uma premonição para o ano que está por vir” – Mary falou, enquanto terminava de ajeitar sua gravata e as outras 3 garotas estremeceram com aquele pensamento.
“Quanto otimismo, Mars” – Lily girou os olhos e terminando de abotoar seu distintivo de Monitora Chefe no robe olhou para as amigas – “Tenho que ir e ajudar o Hagrid a levar os primeiroanistas em segurança pro castelo. Guardem um lugar pra mim, okay?” – e se afastou das amigas se dirigindo para a frente do trem.
“Esqueci que ela era monitora chef...” – Mary ia dizendo, porém parou ao escutar um barulho alto vindo do fundo do trem – “Vocês escutaram isso?” – olhou para trás, preocupada.
“Deve ter sido um trovão...vamos logo para a frente do trem para pegarmos uma carruagem, eh?” – Marlene a puxou pelo cotovelo.
“Não parecia um trovão e sim algo explodindo” – Mary era teimosa quando queria.
“Deve ter sido um dos Marotos...não vamos nos preocupar com isso. Eu estou FAMINTA!”
“Marlene, você passou a tarde comendo bolos de caldeirão...por Merlin” – Mary riu e deu mais uma olhada para o fim do corredor e dando de ombros, seguiu em frente. Talvez Marlene estivesse certa e fosse apenas um dos Marotos ou outro aluno pregando uma peça em alguém.
O Expresso de Hogwarts parou na estação e logo os alunos estavam todos empilhados nas portas. A chuva não dava sinais de que daria uma trégua e vários alunos, em especial os mais velhos, tiravam suas varinhas do bolso, prontos para lançarem feitiços impermeáveis em si mesmos a fim de evitar toda aquela água.
"Alunos do primeiro ano, por aqui!" - a voz de James Potter, amplificada por um feitiço soou em meio ao barulho alto da chuva. Vários alunos pequenos lutaram para chegar até a porta (alguns dos mais velhos os ajudavam, porém outros, como os Sonserinos, apenas riam com deboche dos pequenos).
Lily, cuidadosa como sempre, lançou feitiços impermeáveis em todos e junto com eles, caminhou até Hagrid.
“Okay...as carruagens chegaram. No 3 a gente corre, eh?” – Marlene a cutucou e ela fez um aceno positivo com a cabeça. – “Um, dois...”
“Três!” – Mary murmurou e empurrando alguém a sua frente, saiu no meio da chuva. Porém outras pessoas tiveram a mesma ideia e ela, que esquecera de lançar um feitiço impermeável em seus óculos, logo se encontrava separada das amigas. A única solução era entrar em uma carruagem qualquer e seguir até o castelo e foi então que, às cegas, ela o fez.
“Ugh, malditos óculos” – murmurou, enquanto os secava com um feitiço. Olhou para a frente e congelou, vendo Regulus Black sentado a sua frente. Mas que belo começo de ano! Mais dois alunos (da Lufa-lufa) entraram na carruagem e eles puderam então, seguir viagem.
Alguns minutos depois....
“Ugh, foram os 20 minutos mais agoniantes da minha vida!” – ela disse, enquanto as amigas riam de sua aventura.
“Pelo menos você não se meteu num ninho de cobras” – Alice a consolou. - "Imagina se você tivesse entrado numa carruagem com a Bellatrix Black...."
“E pelo menos o Black é bonito, eh?” – Marlene completou dando de ombros. Sim, Regulus Black era tão bonito quanto o resto da família, porém como a maioria, era sério e de poucas palavras (principalmente com aqueles que considerava ralé).
Mary revirou os olhos.
“Quem liga pra genética dele? Ele passou os 20 minutos da viagem calado, com uma expressão de que havia algo podre no ar. Em todo o caso, eu prefiro lidar com o nosso Black" - correu os olhos pela mesa da Grifinória e avistou Sirius Black rindo de algo que Remus Lupin lhe contava. Por que não podia ter parado na carruagem dos Marotos? Sirius e cia. eram tão legais....
Marlene e Alice se entreolharam e riram. Era de conhecimento de todos que Mary McDonald possuía uma paixonite por Sirius Black (na verdade, era mais atração pelo ar de bad boy dele....)
"Enfim..." - Mary balançou a cabeça, afastando aqueles 20 minutos da mente - "Por que o jantar tá atrasado? Agora quem tá faminta sou eu..."
"Deve ter acontecido algo. Nem McG, nem o Dumbledore estão na mesa dos professores" - Marlene falou, passando os olhos pela mesa dos professores. - "Hey, acham que aquele ali é o nosso novo professor de DCAT?"
"Hmmm, provavelmente" - Mary analisou o novo professor - "Ele não parece familiar?"
“Coitado dos alunos do primeiro ano...ter que atravessar o lago nessa chuva....” - Alice disse (xD) quando uma garota baixinha passou por elas.
“Espero que toda essa chuva não seja uma premonição para o ano que está por vir” – Mary falou, enquanto terminava de ajeitar sua gravata e as outras 3 garotas estremeceram com aquele pensamento.
“Quanto otimismo, Mars” – Lily girou os olhos e terminando de abotoar seu distintivo de Monitora Chefe no robe olhou para as amigas – “Tenho que ir e ajudar o Hagrid a levar os primeiroanistas em segurança pro castelo. Guardem um lugar pra mim, okay?” – e se afastou das amigas se dirigindo para a frente do trem.
“Esqueci que ela era monitora chef...” – Mary ia dizendo, porém parou ao escutar um barulho alto vindo do fundo do trem – “Vocês escutaram isso?” – olhou para trás, preocupada.
“Deve ter sido um trovão...vamos logo para a frente do trem para pegarmos uma carruagem, eh?” – Marlene a puxou pelo cotovelo.
“Não parecia um trovão e sim algo explodindo” – Mary era teimosa quando queria.
“Deve ter sido um dos Marotos...não vamos nos preocupar com isso. Eu estou FAMINTA!”
“Marlene, você passou a tarde comendo bolos de caldeirão...por Merlin” – Mary riu e deu mais uma olhada para o fim do corredor e dando de ombros, seguiu em frente. Talvez Marlene estivesse certa e fosse apenas um dos Marotos ou outro aluno pregando uma peça em alguém.
O Expresso de Hogwarts parou na estação e logo os alunos estavam todos empilhados nas portas. A chuva não dava sinais de que daria uma trégua e vários alunos, em especial os mais velhos, tiravam suas varinhas do bolso, prontos para lançarem feitiços impermeáveis em si mesmos a fim de evitar toda aquela água.
"Alunos do primeiro ano, por aqui!" - a voz de James Potter, amplificada por um feitiço soou em meio ao barulho alto da chuva. Vários alunos pequenos lutaram para chegar até a porta (alguns dos mais velhos os ajudavam, porém outros, como os Sonserinos, apenas riam com deboche dos pequenos).
Lily, cuidadosa como sempre, lançou feitiços impermeáveis em todos e junto com eles, caminhou até Hagrid.
“Okay...as carruagens chegaram. No 3 a gente corre, eh?” – Marlene a cutucou e ela fez um aceno positivo com a cabeça. – “Um, dois...”
“Três!” – Mary murmurou e empurrando alguém a sua frente, saiu no meio da chuva. Porém outras pessoas tiveram a mesma ideia e ela, que esquecera de lançar um feitiço impermeável em seus óculos, logo se encontrava separada das amigas. A única solução era entrar em uma carruagem qualquer e seguir até o castelo e foi então que, às cegas, ela o fez.
“Ugh, malditos óculos” – murmurou, enquanto os secava com um feitiço. Olhou para a frente e congelou, vendo Regulus Black sentado a sua frente. Mas que belo começo de ano! Mais dois alunos (da Lufa-lufa) entraram na carruagem e eles puderam então, seguir viagem.
Alguns minutos depois....
“Ugh, foram os 20 minutos mais agoniantes da minha vida!” – ela disse, enquanto as amigas riam de sua aventura.
“Pelo menos você não se meteu num ninho de cobras” – Alice a consolou. - "Imagina se você tivesse entrado numa carruagem com a Bellatrix Black...."
“E pelo menos o Black é bonito, eh?” – Marlene completou dando de ombros. Sim, Regulus Black era tão bonito quanto o resto da família, porém como a maioria, era sério e de poucas palavras (principalmente com aqueles que considerava ralé).
Mary revirou os olhos.
“Quem liga pra genética dele? Ele passou os 20 minutos da viagem calado, com uma expressão de que havia algo podre no ar. Em todo o caso, eu prefiro lidar com o nosso Black" - correu os olhos pela mesa da Grifinória e avistou Sirius Black rindo de algo que Remus Lupin lhe contava. Por que não podia ter parado na carruagem dos Marotos? Sirius e cia. eram tão legais....
Marlene e Alice se entreolharam e riram. Era de conhecimento de todos que Mary McDonald possuía uma paixonite por Sirius Black (na verdade, era mais atração pelo ar de bad boy dele....)
"Enfim..." - Mary balançou a cabeça, afastando aqueles 20 minutos da mente - "Por que o jantar tá atrasado? Agora quem tá faminta sou eu..."
"Deve ter acontecido algo. Nem McG, nem o Dumbledore estão na mesa dos professores" - Marlene falou, passando os olhos pela mesa dos professores. - "Hey, acham que aquele ali é o nosso novo professor de DCAT?"
"Hmmm, provavelmente" - Mary analisou o novo professor - "Ele não parece familiar?"
Regulus Black- Admin
- Mensagens : 22
Data de inscrição : 05/07/2014
Localização : Sonserina
- Mensagem nº13
Re: Continue :)
Se normalmente, o 1º de Setembro tornava aquele salão principal mais movimentado do que em qualquer outro dia, aquela noite de chuva só fazia parecer pior. Os alunos se trombavam, tentando escapar do temporal, fazendo um rastro de água por onde passavam.
Regulus Black já estava sentado em seu lugar, na mesa da Sonserina, observando toda a cena. Já estava novamente impecável, apenas com os cabelos molhados, mas perfeitamente alinhados. O sobretudo negro possuía apenas alguns respingos que não haviam ultrapassado o feitiço de impermeabilidade. Alguns alunos, principalmente os mais novos, estavam ensopados. Os olhos cinzentos do rapaz varreram o salão até parar na mesa da grifinória. Sirius tinha os longos cabelos pingando, mas não parecia nenhum pouco incomodado. Ele sacudiu a cabeça como um cachorro de rua pulguento, fazendo algumas meninas em volta rirem histericamente. Sem dar a menor atenção a elas, se inclinou para falar algo com Potter, do outro lado da mesa.
O sonserino se forçou a desviar o olhar, se sentindo enjoado. Aquela noite não poderia ser pior. O jantar estava atrasado, coisa que raramente acontecia. O teto encantado estava completamente cinzento, com relâmpagos cortando o céu e iluminando o salão vez ou outra. Mas nada no mundo parecia incomodar a trupe de Potter. Eles eram naturalmente irritantes para que qualquer coisa os incomodasse. O jovem Black se reclinou para trás, se sentindo irritado com o atraso do inicio do banquete. Estava com fome e cansado e só o que queria era sua cama quentinha nas masmorras. A mão pálida escorregou da mesa e procurou abrigo no bolso do sobretudo, quando Regulus de repente se deu conta que algo estava faltando ali.
O bilhete com o local e horário da reunião que Bellatrix lhe convocara havia desaparecido. Os olhos novamente percorreram o salão até pararem mais uma vez na mesa da Grifinória. Ele imediatamente reconheceu a menina com óculos com quem dividira a carruagem involuntariamente. Seu coração vacilou por um segundo, quando imaginou a menina de óculos com o bilhete em mãos. Algumas risadas ao seu lado o fizeram desviar o olhar de McDonald. Regulus respirou fundo. Talvez o papel tivesse se perdido na tempestade. Era muito mais provável que tivesse se dissolvido na água do que ido parar nas mãos da grifinória ou de qualquer outro aluno.
O rapaz tentou se acalmar e fixou o olhar quando Dumbledore entrou pela lateral do salão e assumiu seu lugar. Aos poucos o zunido do salão foi diminuindo até cessar por completo. Todos olhavam atentos para a barba prateada do professor, que brilhava a cada relâmpago.
- Bem-vindos mais uma vez. – O diretor iniciou seu discurso, dando as regras gerais do ano letivo, fazendo uma piadinha aqui e ali e, ao fim da seleção dos primeiranistas, assumiu novamente o lugar, em pé diante de todos. – Antes que iniciem a devorar todas as coxinhas e batatas, sei que estão famintos, tenho apenas mais dois comunicados a fazer. Espero que recebam muito bem nosso querido Alphard Black, que com muito orgulho aceitou ocupar a cadeira de Defesa Contra as Artes das Trevas. – Algumas palmas ecoaram pelo salão, mas Regulus não se manifestou. Já sabia daquela novidade e não via exatamente nenhum orgulho em ter o queridinho de Sirius para facilitar a vida dos Marotos. - Este ano, - Dumbledore continuou quando as palmas cessaram - Hogwarts também será a casa de mais três alunos, que deixaram o conforto de seus lares para conhecer um pouco nossos ares. Por favor, gostaria que dessem as boas vindas para nossas queridas amigas da Austrália.
O burburinho repentinamente voltou ao salão e todos os alunos começaram a se revirar, procurando quem Dumbledore anunciava. Os olhos cinzentos se fixaram na entrada do salão onde três meninas caminhavam timidamente. Elas já vestiam os uniformes das casas, uma morena com o leão da Grifinória no peito, uma morena com o texugo da Lufa-Lufa e uma loira vestindo o verde e prata da Sonserina. Regulus olhou atentamente cada uma delas e se fixou na última. Os olhos eram estranhamente familiar.
Regulus Black já estava sentado em seu lugar, na mesa da Sonserina, observando toda a cena. Já estava novamente impecável, apenas com os cabelos molhados, mas perfeitamente alinhados. O sobretudo negro possuía apenas alguns respingos que não haviam ultrapassado o feitiço de impermeabilidade. Alguns alunos, principalmente os mais novos, estavam ensopados. Os olhos cinzentos do rapaz varreram o salão até parar na mesa da grifinória. Sirius tinha os longos cabelos pingando, mas não parecia nenhum pouco incomodado. Ele sacudiu a cabeça como um cachorro de rua pulguento, fazendo algumas meninas em volta rirem histericamente. Sem dar a menor atenção a elas, se inclinou para falar algo com Potter, do outro lado da mesa.
O sonserino se forçou a desviar o olhar, se sentindo enjoado. Aquela noite não poderia ser pior. O jantar estava atrasado, coisa que raramente acontecia. O teto encantado estava completamente cinzento, com relâmpagos cortando o céu e iluminando o salão vez ou outra. Mas nada no mundo parecia incomodar a trupe de Potter. Eles eram naturalmente irritantes para que qualquer coisa os incomodasse. O jovem Black se reclinou para trás, se sentindo irritado com o atraso do inicio do banquete. Estava com fome e cansado e só o que queria era sua cama quentinha nas masmorras. A mão pálida escorregou da mesa e procurou abrigo no bolso do sobretudo, quando Regulus de repente se deu conta que algo estava faltando ali.
O bilhete com o local e horário da reunião que Bellatrix lhe convocara havia desaparecido. Os olhos novamente percorreram o salão até pararem mais uma vez na mesa da Grifinória. Ele imediatamente reconheceu a menina com óculos com quem dividira a carruagem involuntariamente. Seu coração vacilou por um segundo, quando imaginou a menina de óculos com o bilhete em mãos. Algumas risadas ao seu lado o fizeram desviar o olhar de McDonald. Regulus respirou fundo. Talvez o papel tivesse se perdido na tempestade. Era muito mais provável que tivesse se dissolvido na água do que ido parar nas mãos da grifinória ou de qualquer outro aluno.
O rapaz tentou se acalmar e fixou o olhar quando Dumbledore entrou pela lateral do salão e assumiu seu lugar. Aos poucos o zunido do salão foi diminuindo até cessar por completo. Todos olhavam atentos para a barba prateada do professor, que brilhava a cada relâmpago.
- Bem-vindos mais uma vez. – O diretor iniciou seu discurso, dando as regras gerais do ano letivo, fazendo uma piadinha aqui e ali e, ao fim da seleção dos primeiranistas, assumiu novamente o lugar, em pé diante de todos. – Antes que iniciem a devorar todas as coxinhas e batatas, sei que estão famintos, tenho apenas mais dois comunicados a fazer. Espero que recebam muito bem nosso querido Alphard Black, que com muito orgulho aceitou ocupar a cadeira de Defesa Contra as Artes das Trevas. – Algumas palmas ecoaram pelo salão, mas Regulus não se manifestou. Já sabia daquela novidade e não via exatamente nenhum orgulho em ter o queridinho de Sirius para facilitar a vida dos Marotos. - Este ano, - Dumbledore continuou quando as palmas cessaram - Hogwarts também será a casa de mais três alunos, que deixaram o conforto de seus lares para conhecer um pouco nossos ares. Por favor, gostaria que dessem as boas vindas para nossas queridas amigas da Austrália.
O burburinho repentinamente voltou ao salão e todos os alunos começaram a se revirar, procurando quem Dumbledore anunciava. Os olhos cinzentos se fixaram na entrada do salão onde três meninas caminhavam timidamente. Elas já vestiam os uniformes das casas, uma morena com o leão da Grifinória no peito, uma morena com o texugo da Lufa-Lufa e uma loira vestindo o verde e prata da Sonserina. Regulus olhou atentamente cada uma delas e se fixou na última. Os olhos eram estranhamente familiar.
Sirius Black- Mensagens : 22
Data de inscrição : 07/07/2014
- Mensagem nº14
Re: Continue :)
Sirius sacudiu a cabeça, os longos cabelos encharcados balançando com o gesto – é claro que ele poderia ter lançado um feitiço impermeável em suas madeixas mais cedo, mas qual teria sido a graça?
Algumas garotas ao seu lado gargalharam com o gesto, porém Sirius não lhes deu atenção e se inclinou sob a mesa, para perguntar algo a James:
- Sabe por que a cerimônia está tão atrasada, Pontas? Algum novato se afogou no lago?
- Nah. – James suspirou, passando a mão pelos cabelos e bagunçando-os ainda mais. – Os tampinhas estão lá no hall com o Hagrid. – Sirius soltou uma risada ao ouvir o amigo debochar dos primeiroanistas.
- Vocês lembram que já foram os “tampinhas” um dia né? – Remus falou, solenemente.
Sirius e James se entreolharam e com sorrisinhos, deram de ombros.
- Ughhhhhhh, eu estou com tanta fome – Peter choramingou, encostando a testa na mesa.
- Te entendo, Rabicho – Sirius deu um tapinha de consolo no ombro do amigo.
De repente, a conversa em todo o salão cessou. Dumbledore estava em pé, pronto para iniciar seu discurso:
- Bem vindos mais uma vez! – sorriu amavelmente, seus olhos azuis percorrendo todo o salão – Claro que, como de praxe, devo iniciar meu discurso lembrando-os das regras da escola: nada de se aventurar pela floresta proibida, nada de se aventurar pelo castelo após o horário permitido e nada de se aventurar pela floresta proibida após o horário permitido – e seus olhar pousou na mesa da Grifinória, onde 4 alunos se entreolhavam sorrindo. Dumbledore finalizou seu discurso e a seleção dos primeiranistas teve inicio. Sirius aplaudia e assoviava quando um dos novatos era escolhido para a casa vermelha e dourada. Assim que a seleção terminou, Dumbledore ergueu-se novamente de sua cadeira:
– Antes que iniciem a devorar todas as coxinhas e batatas, sei que estão famintos, tenho apenas mais dois comunicados a fazer. Espero que recebam muito bem nosso querido Alphard Black, que com muito orgulho aceitou ocupar a cadeira de Defesa Contra as Artes das Trevas. – Um bruxo que estava sentado na ponta da mesa dos professores ergueu-se, em meio aos aplausos. Alphard Black era seu tio preferido: não se casara e vivia se aventurando pelo mundo, sendo o melhor contador de histórias que Sirius conhecia. O tio, apesar de não ser um traidor do próprio sangue, nunca julgara Sirius por suas decisões e vivia ajudando-o desde que ele fora deserdado. Claro que aquilo não agradava a irmã, Walburga, mas nada ela podia fazer para impedi-lo.
- Este ano, - Dumbledore continuou quando as palmas cessaram - Hogwarts também será a casa de mais três alunos, que deixaram o conforto de seus lares para conhecer um pouco nossos ares. Por favor, gostaria que dessem as boas vindas para nossas queridas amigas da Austrália.
O burburinho repentinamente voltou ao salão e todos os alunos começaram a se revirar, procurando quem Dumbledore anunciava. Sirius olhou para a entrada do salão e viu três meninas paradas ali. A morena, que estava à frente e vestia o uniforme da Grifinória, ergueu a cabeça, respirou fundo e caminhou pelo salão e as outras duas seguiram atrás. Sirius estreitou os olhos encarando a última delas. Aqueles olhos cinzentos e o nariz empinado lhe eram estranhamente familiares. Mas quem? Sua curiosidade, no entanto, foi cortada quando o jantar apareceu de repente a sua frente.
- FINALMENTE! – Peter gritou enquanto se servia de purê de batata.
Sirius riu. Olhou pela mesa da Grifinória e viu que a ‘novata’ intercambista sentara-se perto das garotas do ano dele e encarava Lily Evans como se tivesse visto um fantasma.
- OI! Austrália! – ele não se aguentou e gritou, chamando a atenção da garota. – Qual o seu nome, afinal?
Ela o encarou, ainda com ares de assustada.
- Sarah Cooper.
- Bem vinda a Hogwarts, Sarah Cooper. – Sirius piscou para ela, sorrindo e erguendo a taça de suco de abóbora. A menina acenou com a cabeça, agradecendo, e abaixou os olhos para o prato a sua frente.
Algumas garotas ao seu lado gargalharam com o gesto, porém Sirius não lhes deu atenção e se inclinou sob a mesa, para perguntar algo a James:
- Sabe por que a cerimônia está tão atrasada, Pontas? Algum novato se afogou no lago?
- Nah. – James suspirou, passando a mão pelos cabelos e bagunçando-os ainda mais. – Os tampinhas estão lá no hall com o Hagrid. – Sirius soltou uma risada ao ouvir o amigo debochar dos primeiroanistas.
- Vocês lembram que já foram os “tampinhas” um dia né? – Remus falou, solenemente.
Sirius e James se entreolharam e com sorrisinhos, deram de ombros.
- Ughhhhhhh, eu estou com tanta fome – Peter choramingou, encostando a testa na mesa.
- Te entendo, Rabicho – Sirius deu um tapinha de consolo no ombro do amigo.
De repente, a conversa em todo o salão cessou. Dumbledore estava em pé, pronto para iniciar seu discurso:
- Bem vindos mais uma vez! – sorriu amavelmente, seus olhos azuis percorrendo todo o salão – Claro que, como de praxe, devo iniciar meu discurso lembrando-os das regras da escola: nada de se aventurar pela floresta proibida, nada de se aventurar pelo castelo após o horário permitido e nada de se aventurar pela floresta proibida após o horário permitido – e seus olhar pousou na mesa da Grifinória, onde 4 alunos se entreolhavam sorrindo. Dumbledore finalizou seu discurso e a seleção dos primeiranistas teve inicio. Sirius aplaudia e assoviava quando um dos novatos era escolhido para a casa vermelha e dourada. Assim que a seleção terminou, Dumbledore ergueu-se novamente de sua cadeira:
– Antes que iniciem a devorar todas as coxinhas e batatas, sei que estão famintos, tenho apenas mais dois comunicados a fazer. Espero que recebam muito bem nosso querido Alphard Black, que com muito orgulho aceitou ocupar a cadeira de Defesa Contra as Artes das Trevas. – Um bruxo que estava sentado na ponta da mesa dos professores ergueu-se, em meio aos aplausos. Alphard Black era seu tio preferido: não se casara e vivia se aventurando pelo mundo, sendo o melhor contador de histórias que Sirius conhecia. O tio, apesar de não ser um traidor do próprio sangue, nunca julgara Sirius por suas decisões e vivia ajudando-o desde que ele fora deserdado. Claro que aquilo não agradava a irmã, Walburga, mas nada ela podia fazer para impedi-lo.
- Este ano, - Dumbledore continuou quando as palmas cessaram - Hogwarts também será a casa de mais três alunos, que deixaram o conforto de seus lares para conhecer um pouco nossos ares. Por favor, gostaria que dessem as boas vindas para nossas queridas amigas da Austrália.
O burburinho repentinamente voltou ao salão e todos os alunos começaram a se revirar, procurando quem Dumbledore anunciava. Sirius olhou para a entrada do salão e viu três meninas paradas ali. A morena, que estava à frente e vestia o uniforme da Grifinória, ergueu a cabeça, respirou fundo e caminhou pelo salão e as outras duas seguiram atrás. Sirius estreitou os olhos encarando a última delas. Aqueles olhos cinzentos e o nariz empinado lhe eram estranhamente familiares. Mas quem? Sua curiosidade, no entanto, foi cortada quando o jantar apareceu de repente a sua frente.
- FINALMENTE! – Peter gritou enquanto se servia de purê de batata.
Sirius riu. Olhou pela mesa da Grifinória e viu que a ‘novata’ intercambista sentara-se perto das garotas do ano dele e encarava Lily Evans como se tivesse visto um fantasma.
- OI! Austrália! – ele não se aguentou e gritou, chamando a atenção da garota. – Qual o seu nome, afinal?
Ela o encarou, ainda com ares de assustada.
- Sarah Cooper.
- Bem vinda a Hogwarts, Sarah Cooper. – Sirius piscou para ela, sorrindo e erguendo a taça de suco de abóbora. A menina acenou com a cabeça, agradecendo, e abaixou os olhos para o prato a sua frente.
Remus Lupin- Mensagens : 15
Data de inscrição : 05/07/2014
- Mensagem nº15
Re: Continue :)
Se Alphard Black fosse algo parecido com tudo o que Sirius lhe contara, Remus Lupin tinha certeza de que Defesa Contra as Artes das Trevas seria sua matéria favorita neste último ano em Hogwarts.
Último ano em Hogwarts. O próprio aluado tinha dificuldades em acreditar que conseguira chegar ao seu 7º ano na escola.
” Por favor, gostaria que dessem as boas vindas para nossas queridas amigas da Austrália.”
Remus foi arrancado de seus pensamentos pela voz distante de Dumbledore, e seguiu os olhares dos demais alunos. Enquanto duas das intercambistas assumiram posturas austeras para atravessar o salão, a última delas parecia caminhar sobre nuvens. Com seus grandes olhos castanhos, a garota sentou-se à mesa da Lufa-Lufa, enquanto cumprimentava todos aqueles à sua volta.
“Ela sorri com os olhos” , ele se lembraria de ter pensado isso quando recordasse aquela noite.
- OI! Austrália! – Remus foi novamente arrancado de seus pensamentos, desta vez por Sirius. – Qual o seu nome, afinal?
Seguindo o olhar do amigo, ele viu a nova aluna da Grifinória responder com um semblante lívido
- Sarah Cooper.
- Bem-vinda a Hogwarts, Sarah Cooper. – Sirius piscou para ela, sorrindo e erguendo a taça de suco de abóbora. A menina acenou com a cabeça, agradecendo, e abaixou os olhos para o prato à sua frente.
- Já interessado, Almofadinha? – James encarava o amigo, com o típico olhar travesso que somente James Potter sabia dar.
- Nhe... – Sirius fez uma pequena careta – Esquisitinha. Acho que vou começar pela McKinnon este ano.
Remus riu. Sabia que não havia magia ou encantamento que desse jeito em seus amigos. Desde sempre e para sempre, James Potter seria James Potter e Sirius Black seria Sirius Black.
Quando seu olhar foi atraído novamente à mesa da Lufa-Lufa, foi a vez de Peter participar da conversa, ainda com a boca meio cheia:
- Talfez o Rebus denha si interefado pela intercamvista lufana.
Remus apenas rolou os olhos.
Afinal de contas, Peter Pettigrew também seria sempre Peter Pettigrew.
Último ano em Hogwarts. O próprio aluado tinha dificuldades em acreditar que conseguira chegar ao seu 7º ano na escola.
” Por favor, gostaria que dessem as boas vindas para nossas queridas amigas da Austrália.”
Remus foi arrancado de seus pensamentos pela voz distante de Dumbledore, e seguiu os olhares dos demais alunos. Enquanto duas das intercambistas assumiram posturas austeras para atravessar o salão, a última delas parecia caminhar sobre nuvens. Com seus grandes olhos castanhos, a garota sentou-se à mesa da Lufa-Lufa, enquanto cumprimentava todos aqueles à sua volta.
“Ela sorri com os olhos” , ele se lembraria de ter pensado isso quando recordasse aquela noite.
- OI! Austrália! – Remus foi novamente arrancado de seus pensamentos, desta vez por Sirius. – Qual o seu nome, afinal?
Seguindo o olhar do amigo, ele viu a nova aluna da Grifinória responder com um semblante lívido
- Sarah Cooper.
- Bem-vinda a Hogwarts, Sarah Cooper. – Sirius piscou para ela, sorrindo e erguendo a taça de suco de abóbora. A menina acenou com a cabeça, agradecendo, e abaixou os olhos para o prato à sua frente.
- Já interessado, Almofadinha? – James encarava o amigo, com o típico olhar travesso que somente James Potter sabia dar.
- Nhe... – Sirius fez uma pequena careta – Esquisitinha. Acho que vou começar pela McKinnon este ano.
Remus riu. Sabia que não havia magia ou encantamento que desse jeito em seus amigos. Desde sempre e para sempre, James Potter seria James Potter e Sirius Black seria Sirius Black.
Quando seu olhar foi atraído novamente à mesa da Lufa-Lufa, foi a vez de Peter participar da conversa, ainda com a boca meio cheia:
- Talfez o Rebus denha si interefado pela intercamvista lufana.
Remus apenas rolou os olhos.
Afinal de contas, Peter Pettigrew também seria sempre Peter Pettigrew.
Sarah Nipps- Admin
- Mensagens : 32
Data de inscrição : 05/07/2014
- Mensagem nº16
Re: Continue :)
*****
Nicholas Nipps era um homem bom.
Durante seus anos de escola, o jovem bruxo tinha um plano muito claro: gostaria de ter formação acadêmica tanto bruxa quanto trouxa, com a finalidade de trabalhar intermediando as relações entre os ministérios, motivo pelo qual, desde muito cedo, seu pertence mais benquisto é um antigo Vira-tempo, herança de família.
Depois de se formar em Hogwarts, Nipps se tornara Auror. Quando foi necessário, não hesitou em se juntar à Ordem da Fênix, mesmo que eventualmente isto arriscasse seu emprego no Ministério; e fez questão de lutar todas as batalhas que poderia. Não podia deixar de ajudar o mundo bruxo, e aquela era a única forma de fazê-lo.
Quando a Segunda Grande Guerra terminou, as relações entre os mundos mágico e trouxa estavam estremecidas - afinal de contas, nunca antes tantos trouxas haviam morrido de causas mágicas. A segunda investida de Voldemort havia sido ainda pior que a primeira. Quando, em uma tentativa de estabelecer uma relação mais pacífica entre os mundos, o Ministério da Magia estabeleceu um departamento dentro do Governo Britânico, destinado a mediar mais rápida e eficiente os conflitos entre os dois mundos, Nicholas Nipps foi um dos primeiros a se oferecer para compor a equipe. Em pouco tempo, seus conhecimentos do mundo trouxa e seu trabalho árduo chamaram a atenção do alto escalão do Ministério da Magia e apenas dois anos após o fim da guerra ele já era chefe do departamento.
No ano anterior à sua promoção, enquanto comprava flores para uma formalidade qualquer exigida pela sua função no Ministério, o bruxo conhecera a mulher que seria sua esposa dentro de apenas alguns meses. “Um amor verdadeiramente mágico”, diriam os familiares da nova sra. Anna Cooper Nipps. Todos trouxas, assim como ela.
Apesar de sua esposa acreditar em diversas formas de magia – energias, chakras, chás medicinais e simpatias eram tópicos constantes na casa que ambos habitavam ao sul de Londres – Nicholas jamais tivera coragem de conter-lhe a verdade sobre suas origens. Foi só quando deram a luz à sua única filha, Sarah, que o assunto começou a surgir. Embora a garota tenha demonstrado seu primeiro sinal de magia já aos 5 anos de idade, os Nipps decidiram que o melhor – para o trabalho do bruxo, e para o trabalho e a família de Anna – que eles continuassem a viver no mundo trouxa.
Nicholas Nipps fazia questão de passar tempo de qualidade com a filha. Volta e meia, compartilhava com a garota factoides do seu dia, ou completas histórias sobre seus tempos de Hogwarts e de Ordem da Fênix. Sarah Nipps sabia mais sobre o garoto que sobrevivera e seus pais antes de entrar na escola de Magia e Bruxaria do que jamais aprenderia em suas aulas de História da Magia.
Nicholas Nipps era um homem bom.
*****
Sarah Cooper estava se concentrando para não encarar as pessoas ao seu redor, mas era inevitável. Conhecia boa parte daqueles rostos de fotografias antigas e recortes de jornais que seu pai colecionava no sótão. “É um registro da história!”, ele dizia sempre.
O lugar antes vazio à mesa da Grifinória e que agora era ocupado pela morena não ajudava – quase à sua frente estava Lily Potter – ”Acho que ela ainda é Evans”, ela se corrigiu, enquanto sentia um leve arrepio percorrer sua espinha. ”Por Merlin, Lily evans está morta!” – ao lado da ruiva, uma garota loira que ela não conhecia e, à frente delas, uma outra ruiva, de óculos – “Mary Mcdonald, acho” – havia uma quarta menina no grupo, que ela também não conhecia, mas que parecia estranhamente familiar.
- OI! Austrália! – Quando Sarah levantou o olhar, um rapaz moreno, de longos cabelos escuros a chamava alguns alunos à distância - Qual o seu nome, afinal?
”Sirius Black?”, ela pensou. É fato que o rapaz estava bem diferente da foto que a menina vira no sótão de seu pai – uma foto pós-Azkaban – mas, com certeza, deveria ser ele.
A bruxa precisou frear seus pensamentos para poder responder à pergunta
- Sarah... Cooper.
- Bem vinda a Hogwarts, Sarah Cooper. – Sirius piscou para ela, sorrindo e erguendo a taça de suco de abóbora. A menina acenou com a cabeça, agradecendo, e abaixou os olhos para o prato a sua frente. ”Aqueles eram os Marotos?!? Por Minerva, 1978 será estranho” .
”1978” Sarah se permitiu soltar um sorriso ”Meu pai tinha cinco anos em 1978!” Rindo sozinha, a garota começou a comer.
Viajar no tempo dá fome, afinal de contas.
*****
Sarah consegui parar de encarar as pessoas durante a ceia, mas, como evitava toda sorte de contato visual, não se apresentou a mais nenhum outro aluno. Quando aparentemente todos haviam terminado sua ceia, Lily Evans se levantou, usando seu melhor tom de Monitora Chefe:
- Alunos novos, por favor, me sigam. Eu lhes mostrarei o caminho para o Salão Comunal e para seus dormitórios. – Virando-se para Sarah, a ruiva abriu um sorriso – você pode vir também, se quiser.
Antes que Sarah pudesse responder, a professora McGonnagal – que se aproximara sem ser notada por nenhuma das setimoanistas, é preciso ressaltar - o fez:
- Melhor não, srta. Evans. – Virando-se para a garota ruiva de óculos, a professora continuou – srta. McDonald, você poderia acompanhar a senhorita Cooper, por favor? Ela ocupará a cama extra no dormitório de vocês.
Mary acenou que sim, e, enquanto Lily e McGonnagal se afastavam, ela se aproximou da intercambista :
- Seja bem vinda!
- Obrigada!
- Sarah Cooper, certo? – ao que Sarah acenou que sim, a garota continuou – Eu sou Mary. Estas são Alice Griffiths e Marlene McKinnon. Vamos?
O caminho até o sétimo andar foi agradável. Enquanto Mary interrompia a conversa vez ou outra para dar pontos de referência – Você vai se surpreender sobre como é fácil se perder em Hogwarts – Sarah apenas acenava e sorria, ouvindo o bate-papo ameno das meninas.
Rapazes; Sirius Black; aventuras das férias; James Potter; compras do verão; Sirius Black; Problemas com os pais; James Potter, a festa no píer a que Alice foi com seu namorado (Frank Longbottom); Sirius Black.
Sarah sorriu. Parece que os Marotos eram realmente populares.
*****
Última edição por Sarah Nipps em Qua Set 30, 2015 1:27 am, editado 2 vez(es)
Emma Malfoy- Mensagens : 18
Data de inscrição : 05/07/2014
- Mensagem nº17
Re: Continue :)
Era simplesmente impossível de acreditar. Impossível. Emma já havia usado todos os xingamentos que conhecia em sua mente, mas ainda assim era inacreditável. Só poderia ser alguma piada de péssimo gosto. Ela só queria voltar algumas horas antes e ficar quietinha na cabine com os Parkinson. Até os abraçaria se pudesse voltar, chegar em Hogwarts normalmente, com todos os rostos conhecidos de 2014. Ao invés disso, ela encarava dezenas de rostos desconhecidos, no castelo que ela estava mais do que acostumada. Era no mínimo bizarro, como um sonho esquisito que ela acordaria a qualquer momento. Nem em um milhão de anos poderia apostar que aquilo aconteceria.
Emma entrou pelo corredor do salão principal, o nariz empinado, olhando todos os rostos na busca de algum conhecido que pudesse denunciar aquela brincadeira. Porém, a cada segundo estava mais convencida de que realmente haviam voltado no tempo.
Quando Sarah passou a sua frente, se encaminhando para a mesa da Grifinória, a menina teve vontade de lhe chutar as pernas. Era tudo culpa daquela nascida trouxa. Emma não era preconceituosa, mas de repente qualquer xingamento parecia pouco para Nipps. Relutantemente, ela deslizou até a mesa da Sonserina. Estava se sentindo incrivelmente mal humorada mesmo quando o banquete apareceu diante de seus olhos. Se servindo de pouca comida, a menina olhou ao redor. Adolescentes com o uniforme verde e prata jantavam e conversavam, após o afastamento das férias. Se não fosse pelo fato de não conhecer nenhum dos presentes, era apenas mais um 1º de Setembro em Hogwarts.
- Então, qual o seu nome? – Uma voz feminina soou em sua direção enquanto uma mão passou diante de seu nariz, pegando um pão em um cesto ao seu lado.
A loira acompanhou a mão se recolhendo com o objeto de desejo até chegar em sua proprietária. Também loira, olhos cinzentos, traços delicados e extremamente familiar. Emma ergueu os olhos até o topo da cabeça da jovem e engasgou ao reconhecer a tiara brilhando entre os fios claros.
- Vó!
Alguns alunos em volta se viraram de espanto. A sonserina manteve o pão seguro no ar enquanto encarava a novata com ar confuso.
- Vócê tem uma linda tiara. – Emma sentiu o sangue ferver e subir em seu rosto. Tinha certeza absoluta que não estava mais tão pálida quanto a moça a sua frente, mas sim vermelha como o emblema da casa adversária. Ela imediatamente puxou uma coxinha que estava a sua frente e enfiou na boca, antes que acabsse falando qualquer coisa que estragasse tudo.
Se tudo aquilo era real ou não, Emma não tinha certeza. Mas aquela ali na sua frente definitivamente era Narcisa Malfoy.
- Ah, obrigada. – A loira abriu um sorriso, levando a mão livre até o objeto e o ajeitando em sua cabeça. O elogio pareceu fazer Cissy esquecer da esquisitice da novata. – Então, Austrália, hein? Nunca conheci a Austrália. Como é lá?
Emma, que já estava acabando de comer, correu para dar mais uma mordida em seu frango. Ela fez um gesto pedindo para que a menina esperasse ela terminar de mastigar enquanto buscava furiosamente qualquer informação sobre a Austrália em sua mente. Havia concordado com aquela mentira sem saber o mínimo sobre o lugar.
- Temos muitos... – Emma estava começando a ficar ofegante, varreu os olhos sobre a mesa buscando qualquer ajuda e, com a mão que não segurava o frango, puxou um milho cozido. – Milho! Temos milho de todos os tipos.
Cissy encarou o frango gorduroso na mão da menina e depois o milho e então fixou o olhar em Emma. Tinha uma expressão de descrença de que aquela pessoa esquisita fosse ter parado na Sonserina.
- Milho? – Ela repetiu, sem confiança. – Ah. Que coisa. E então, seu nome mesmo?
- Emma Ma... – A menina mordeu a língua. Era impressionante como estava jogando tudo água a baixo. – Richmond. Emma Richmond.
Intimamente, Emma estava fazendo cara feia para o sobrenome. Era uma Malfoy, afinal de contas. E ocultar isso era doloroso.
- Richmond? – Narcisa repetiu, parecendo buscar na memória o sobrenome. Provavelmente refletindo se vinha de uma família de sangue nobre. – Bem Richmond, estes são Regulus e Bellatrix Black. Regulus é meu primo e Bella é minha irmã.
Os olhos cinzentos de Emma passaram pelos rostos novos daquelas pessoas, se sentindo absurdamente esquisita naquela estranha reunião em família.
- Se não se importam, acho que vou me retirar agora. Foi um longo caminho desde a Australia. – Ela sorriu torto, se levantando da mesa.
- Mas você nem sabe onde é o salão comunal... – Bellatrix remexia na ponta de sua trança enquanto encarava a novata.
- Não se preocupe, eu me acho. – Sem correr o risco de falar mais alguma besteira, a menina deixou o salão principal.
Quando estava no caminho das masmorras, ela sentiu o ar voltando aos seus pulmões. Por Salazar... O que estava acontecendo?
- Está perdida? – Uma voz masculina soou atrás dela e a menina imediatamente se virou para encarar um aluno. Certamente estava no último ano e também vestia um uniforme da Sonserina.
Era incrivelmente atraente, alto e forte. Emma sentiu-se momentaneamente relaxada, como se estivesse de volta ao ano de 2014 e estivesse paquerando um rapaz qualquer. Talvez pudesse aproveitar o pouco tempo que estivesse ali, já que em breve estaria de volta em casa e tudo aquilo ali ficaria, literalmente, no passado.
Emma entrou pelo corredor do salão principal, o nariz empinado, olhando todos os rostos na busca de algum conhecido que pudesse denunciar aquela brincadeira. Porém, a cada segundo estava mais convencida de que realmente haviam voltado no tempo.
Quando Sarah passou a sua frente, se encaminhando para a mesa da Grifinória, a menina teve vontade de lhe chutar as pernas. Era tudo culpa daquela nascida trouxa. Emma não era preconceituosa, mas de repente qualquer xingamento parecia pouco para Nipps. Relutantemente, ela deslizou até a mesa da Sonserina. Estava se sentindo incrivelmente mal humorada mesmo quando o banquete apareceu diante de seus olhos. Se servindo de pouca comida, a menina olhou ao redor. Adolescentes com o uniforme verde e prata jantavam e conversavam, após o afastamento das férias. Se não fosse pelo fato de não conhecer nenhum dos presentes, era apenas mais um 1º de Setembro em Hogwarts.
- Então, qual o seu nome? – Uma voz feminina soou em sua direção enquanto uma mão passou diante de seu nariz, pegando um pão em um cesto ao seu lado.
A loira acompanhou a mão se recolhendo com o objeto de desejo até chegar em sua proprietária. Também loira, olhos cinzentos, traços delicados e extremamente familiar. Emma ergueu os olhos até o topo da cabeça da jovem e engasgou ao reconhecer a tiara brilhando entre os fios claros.
- Vó!
Alguns alunos em volta se viraram de espanto. A sonserina manteve o pão seguro no ar enquanto encarava a novata com ar confuso.
- Vócê tem uma linda tiara. – Emma sentiu o sangue ferver e subir em seu rosto. Tinha certeza absoluta que não estava mais tão pálida quanto a moça a sua frente, mas sim vermelha como o emblema da casa adversária. Ela imediatamente puxou uma coxinha que estava a sua frente e enfiou na boca, antes que acabsse falando qualquer coisa que estragasse tudo.
Se tudo aquilo era real ou não, Emma não tinha certeza. Mas aquela ali na sua frente definitivamente era Narcisa Malfoy.
- Ah, obrigada. – A loira abriu um sorriso, levando a mão livre até o objeto e o ajeitando em sua cabeça. O elogio pareceu fazer Cissy esquecer da esquisitice da novata. – Então, Austrália, hein? Nunca conheci a Austrália. Como é lá?
Emma, que já estava acabando de comer, correu para dar mais uma mordida em seu frango. Ela fez um gesto pedindo para que a menina esperasse ela terminar de mastigar enquanto buscava furiosamente qualquer informação sobre a Austrália em sua mente. Havia concordado com aquela mentira sem saber o mínimo sobre o lugar.
- Temos muitos... – Emma estava começando a ficar ofegante, varreu os olhos sobre a mesa buscando qualquer ajuda e, com a mão que não segurava o frango, puxou um milho cozido. – Milho! Temos milho de todos os tipos.
Cissy encarou o frango gorduroso na mão da menina e depois o milho e então fixou o olhar em Emma. Tinha uma expressão de descrença de que aquela pessoa esquisita fosse ter parado na Sonserina.
- Milho? – Ela repetiu, sem confiança. – Ah. Que coisa. E então, seu nome mesmo?
- Emma Ma... – A menina mordeu a língua. Era impressionante como estava jogando tudo água a baixo. – Richmond. Emma Richmond.
Intimamente, Emma estava fazendo cara feia para o sobrenome. Era uma Malfoy, afinal de contas. E ocultar isso era doloroso.
- Richmond? – Narcisa repetiu, parecendo buscar na memória o sobrenome. Provavelmente refletindo se vinha de uma família de sangue nobre. – Bem Richmond, estes são Regulus e Bellatrix Black. Regulus é meu primo e Bella é minha irmã.
Os olhos cinzentos de Emma passaram pelos rostos novos daquelas pessoas, se sentindo absurdamente esquisita naquela estranha reunião em família.
- Se não se importam, acho que vou me retirar agora. Foi um longo caminho desde a Australia. – Ela sorriu torto, se levantando da mesa.
- Mas você nem sabe onde é o salão comunal... – Bellatrix remexia na ponta de sua trança enquanto encarava a novata.
- Não se preocupe, eu me acho. – Sem correr o risco de falar mais alguma besteira, a menina deixou o salão principal.
Quando estava no caminho das masmorras, ela sentiu o ar voltando aos seus pulmões. Por Salazar... O que estava acontecendo?
- Está perdida? – Uma voz masculina soou atrás dela e a menina imediatamente se virou para encarar um aluno. Certamente estava no último ano e também vestia um uniforme da Sonserina.
Era incrivelmente atraente, alto e forte. Emma sentiu-se momentaneamente relaxada, como se estivesse de volta ao ano de 2014 e estivesse paquerando um rapaz qualquer. Talvez pudesse aproveitar o pouco tempo que estivesse ali, já que em breve estaria de volta em casa e tudo aquilo ali ficaria, literalmente, no passado.
Abby Lovegood Scamander- Mensagens : 25
Data de inscrição : 05/07/2014
- Mensagem nº18
Re: Continue :)
Abby estava extasiada, na falta de palavra melhor.
Lógico que ela estava com receio do que estava acontecendo, de ter voltado no tempo, e de como não saber o que iriam fazer para voltar à sua época. Afinal, que pessoa não estaria?
Mas se havia uma coisa que aprendera com a mãe, era tirar o máximo de proveito do que se tinha no momento. O que você fazia com as cartas que lhe davam é que era importante.
Então, já que ela se encontrava nessa situação, até que uma solução aparecesse, ela aproveitaria o máximo para aprender tudo que pudesse sobre o que somente lera em livros escolares.
Era bom que fosse hora do banquete, pois estava morrendo de fome. Com a fatalidade no trem, não chegara nem mesmo a comer um dos doces extras que Sarah lhe oferecera.
Se encaminhou à mesa da Lufa Lufa, com um sorriso no rosto, procurando um lugar. Logo lhe abriram espaço em um banco comprido.
- Olá, tudo bem? - cumprimentou um rapaz. - Amos Diggory E você é...
- Abby Stinson.
- Australiana, não é?
- Sim.
- De que parte? Tenho parentes em Queensland. Já foi lá?
- Hum... não.
- Eu adoro as praias de lá, gosto de surfar.
A verdade é que ela não sabia patavinas da Austrália, e o rapaz já estava dando nos nervos.
- Deixa a garota em paz, Diggory! A Cecily tava te procurando, não é melhor ver onde sua namorada está? O banquete está pra começar! - Disse uma moça, que estava sentada ao lado do rapaz, cujo cabelo loiro escondia o rosto.
- Hum.. é... - o rapaz se levantou, muito vermelho, parecendo ter sido pego fazendo algo errado, e se afastou.
- Puxa, obrigada... ele é eloquente, não?
- Muito. Mais ainda quando está tentando se mostrar pra alguém. Mas não liga não, ele é inofensivo. Mesmo porque a namorada é terrível... controla cada passo.
A moça, nesse momento, jogou o cabelo para o lado, e Abby ficou paralisada, por um instante. Diante dela, estava uma versão de Luna quando adolescente, mas com os cabelos penteados perfeitamente e os olhos castanhos que ela, Abby, herdara dela.
Ficou tão pasma, que mal percebeu a mão estendida em sua direção.
- Então... vc é minha xará, né?
A menina tentou disfarçar.
- Ah, vc é Abby também?
- Pandora Abigail Breslin, mas por favor, pode chamar de Abby 1, pq eu cheguei primeiro ok? Se me chamar de Pandora, eu te mato! Aliás... não gosto de nenhum dos nomes, rs... espero que um dia, se eu tiver um filho ou uma filha, eles não resolvam me homenagear. Ninguém merece ter esses nomes... Abigail é nome de velha, vamos combinar, né...
Risos vieram da mesa da Grifinória, e Abby olhou para lá. Pegou de relance, um rapaz a observando, e quando este notou que ela o viu, desviou rapidamente o foco para outro lado.
Algo nele lhe lembrava alguém, e instintivamente sentiu aquele instinto protetor que costumava sentir quando havia algum animalzinho precisando de cuidados.
Não percebeu que olhava fixamente para o rapaz, até a avó lhe dizer:
- Aqueles são os marotos, como eles gostam de chamar a patota deles. O de óculos é o James, que é louco pela Lily Evans, vc vai conhecer, é gente boa. O cabeludo é o Sirius, que se acha um presente de Deus para as mulheres. O gordinho é o Peter Petigrew, sempre seguindo os restantes, não sei... servil demais pra ser bom assim... e aquele com ar de poeta romântico é o Remus Lupin.
Lupin... agora sabia o porque de sentir conhecê-lo de algum lugar. Ted, o filho dele, era muito parecido, e cerca de seis anos mais velho que ela, e estava sempre presente nas festas da família de Harry, que era padrinho dele, tendo sido praticamente criado por ele e Gina. Ele gostava de lhe azucrinar as idéias, a chamando de pirralha. Implicava com ela, assim, à toa, e embora Rose tivesse praticamente a mesma idade que ela, com Rose ele não zoava. Devia ser por medo de tomar bronca do padrinho...
Acabado o banquete, ela acompanhou a avó até o dormitório feminino da Lufa Lufa, onde ficou no mesmo quarto que ela, e tão cansada estava, que tomou seu banho quase cochilando, e quando caiu na cama, dormiu um sono pesado e sem sonhos.
Lógico que ela estava com receio do que estava acontecendo, de ter voltado no tempo, e de como não saber o que iriam fazer para voltar à sua época. Afinal, que pessoa não estaria?
Mas se havia uma coisa que aprendera com a mãe, era tirar o máximo de proveito do que se tinha no momento. O que você fazia com as cartas que lhe davam é que era importante.
Então, já que ela se encontrava nessa situação, até que uma solução aparecesse, ela aproveitaria o máximo para aprender tudo que pudesse sobre o que somente lera em livros escolares.
Era bom que fosse hora do banquete, pois estava morrendo de fome. Com a fatalidade no trem, não chegara nem mesmo a comer um dos doces extras que Sarah lhe oferecera.
Se encaminhou à mesa da Lufa Lufa, com um sorriso no rosto, procurando um lugar. Logo lhe abriram espaço em um banco comprido.
- Olá, tudo bem? - cumprimentou um rapaz. - Amos Diggory E você é...
- Abby Stinson.
- Australiana, não é?
- Sim.
- De que parte? Tenho parentes em Queensland. Já foi lá?
- Hum... não.
- Eu adoro as praias de lá, gosto de surfar.
A verdade é que ela não sabia patavinas da Austrália, e o rapaz já estava dando nos nervos.
- Deixa a garota em paz, Diggory! A Cecily tava te procurando, não é melhor ver onde sua namorada está? O banquete está pra começar! - Disse uma moça, que estava sentada ao lado do rapaz, cujo cabelo loiro escondia o rosto.
- Hum.. é... - o rapaz se levantou, muito vermelho, parecendo ter sido pego fazendo algo errado, e se afastou.
- Puxa, obrigada... ele é eloquente, não?
- Muito. Mais ainda quando está tentando se mostrar pra alguém. Mas não liga não, ele é inofensivo. Mesmo porque a namorada é terrível... controla cada passo.
A moça, nesse momento, jogou o cabelo para o lado, e Abby ficou paralisada, por um instante. Diante dela, estava uma versão de Luna quando adolescente, mas com os cabelos penteados perfeitamente e os olhos castanhos que ela, Abby, herdara dela.
Ficou tão pasma, que mal percebeu a mão estendida em sua direção.
- Então... vc é minha xará, né?
A menina tentou disfarçar.
- Ah, vc é Abby também?
- Pandora Abigail Breslin, mas por favor, pode chamar de Abby 1, pq eu cheguei primeiro ok? Se me chamar de Pandora, eu te mato! Aliás... não gosto de nenhum dos nomes, rs... espero que um dia, se eu tiver um filho ou uma filha, eles não resolvam me homenagear. Ninguém merece ter esses nomes... Abigail é nome de velha, vamos combinar, né...
Risos vieram da mesa da Grifinória, e Abby olhou para lá. Pegou de relance, um rapaz a observando, e quando este notou que ela o viu, desviou rapidamente o foco para outro lado.
Algo nele lhe lembrava alguém, e instintivamente sentiu aquele instinto protetor que costumava sentir quando havia algum animalzinho precisando de cuidados.
Não percebeu que olhava fixamente para o rapaz, até a avó lhe dizer:
- Aqueles são os marotos, como eles gostam de chamar a patota deles. O de óculos é o James, que é louco pela Lily Evans, vc vai conhecer, é gente boa. O cabeludo é o Sirius, que se acha um presente de Deus para as mulheres. O gordinho é o Peter Petigrew, sempre seguindo os restantes, não sei... servil demais pra ser bom assim... e aquele com ar de poeta romântico é o Remus Lupin.
Lupin... agora sabia o porque de sentir conhecê-lo de algum lugar. Ted, o filho dele, era muito parecido, e cerca de seis anos mais velho que ela, e estava sempre presente nas festas da família de Harry, que era padrinho dele, tendo sido praticamente criado por ele e Gina. Ele gostava de lhe azucrinar as idéias, a chamando de pirralha. Implicava com ela, assim, à toa, e embora Rose tivesse praticamente a mesma idade que ela, com Rose ele não zoava. Devia ser por medo de tomar bronca do padrinho...
Acabado o banquete, ela acompanhou a avó até o dormitório feminino da Lufa Lufa, onde ficou no mesmo quarto que ela, e tão cansada estava, que tomou seu banho quase cochilando, e quando caiu na cama, dormiu um sono pesado e sem sonhos.
Rodolphus Lestrange- Mensagens : 13
Data de inscrição : 06/07/2014
- Mensagem nº19
Re: Continue :)
Rodolphus estava sentado em uma poltrona do salão comunal da Sonserina, conversando com Lucius, antes do banquete de boas vindas. Não estava com muita forme, nem saberia dizer se compareceria ao jantar. As meninas já tinham ido antes, para conversarem com as demais garotas sobre o que fizeram nas férias. O segundo se gabava de ter ficado noivo de Narcisa na semana anterior.
- Tenho pena é de você, meu amigo... ficou com a irmã mais difícil. Bella tem um gênio dos diabos, e gosta de ter o controle de tudo. Se você não tomar cuidado, engole você vivo!
- Gosto de deixá-la pensar que ela tem o controle. Tudo depende de vc apertar os botões certos. Esse gênio dela pode muito bem vir a calhar quando for o momento certo. De mais a mais, vc sabe, esses nossos arranjos matrimoniais tem muito pouco a ver com amor, e muito mais com tradição, ligações familiares e financeiras. Bella me convém, assim como Narcisa lhe convém, pois será uma esposa troféu, para receber bem os seus convidados, sendo uma perfeita anfitriã.
- E é bonita, o que faz um casamento arranjado descer melhor pela garganta! Terei filhos lindos! Pq claro... Narcisa é bonita, eu sou bonito e Malfoys são no mínimo, impressionates!
- Eh, bien... se você tivesse irmãs...
- Mesmo se tivesse... nenhuma seria pro seu bico!
Os dois ficaram calados por um segundo, antes de Lucius dizer:
- Sobre a reunião...
- Que reunião?
- "Aquela" reunião...
- Sim... qual a sua dúvida?
- Você acha que é seguro? Que vai dar certo mesmo, todo esse esquema?
- Está querendo dar pra trás, Malfoy?
- Não, claro que não... - disse o outro, nervosamente - Só preciso saber como vai ser feito, porque tem de haver uma programação, não pode haver elo fraco na corrente, né...
- Sei, sei... Enfim... vá lá pro jantar. Não sei se vou.
- Bella vai ficar furiosa se vc não aparecer!
- É um risco que eu corro.
Lucius saiu e Rodolphus respirou fundo, analisando a situação em que estava prestes a entrar. Era realmente uma operação de alto risco, então, ou se jogava de corpo e alma, ou saia fora... e ele não era homem de pular fora.
Quinze minutos depois, decidiu ir para o salão de banquetes. Andando pelos corredores das masmorras, estava quase saindo delas quando viu uma loira de estatura mediana, que ele nunca vira antes, pois se tivesse visto ele notaria, com a saia do uniforme um tanto mais curta que o usual, se dirigindo ao caminho das masmorras, a cabeça baixa, passou por ele sem o ver.
De repente ela parou, respirando fundo. Não era dali, provavelmente estava perdida no caminho para as masmorras. Não era de ajudar ninguém, mas orientar aquela belezinha lhe apeteceu.
- Está perdida?
Ela se virou e olhou pra ele, os olhos cinzentos, surpresos. Aonde ele já vira olhos assim antes?
Ela demorou pra responder, ele repetiu a pergunta:
- Está perdida?
Ela sorriu calmamente e fez que sim com a cabeça.
- Procurando o caminho para os dormitórios da Sonserina. Acho que não entendi bem quando me explicaram.
- Por favor, me deixe mostrá-lo a você, Mademoiselle. É por aqui.
Pelo resto do caminho, não falaram mais nada. Ele a deixou na porta, ela agradeceu.
- Muito obrigada, sou Emma Richmond.
- Prazer, Emma. Eu sou Rodolphus Lestrange. - ele disse, beijando-lhe a mão. - Devo ir ao salão de banquete agora, bom descanso.
E foi andando, com um sorriso preguiçoso pairando no canto da boca.
- Tenho pena é de você, meu amigo... ficou com a irmã mais difícil. Bella tem um gênio dos diabos, e gosta de ter o controle de tudo. Se você não tomar cuidado, engole você vivo!
- Gosto de deixá-la pensar que ela tem o controle. Tudo depende de vc apertar os botões certos. Esse gênio dela pode muito bem vir a calhar quando for o momento certo. De mais a mais, vc sabe, esses nossos arranjos matrimoniais tem muito pouco a ver com amor, e muito mais com tradição, ligações familiares e financeiras. Bella me convém, assim como Narcisa lhe convém, pois será uma esposa troféu, para receber bem os seus convidados, sendo uma perfeita anfitriã.
- E é bonita, o que faz um casamento arranjado descer melhor pela garganta! Terei filhos lindos! Pq claro... Narcisa é bonita, eu sou bonito e Malfoys são no mínimo, impressionates!
- Eh, bien... se você tivesse irmãs...
- Mesmo se tivesse... nenhuma seria pro seu bico!
Os dois ficaram calados por um segundo, antes de Lucius dizer:
- Sobre a reunião...
- Que reunião?
- "Aquela" reunião...
- Sim... qual a sua dúvida?
- Você acha que é seguro? Que vai dar certo mesmo, todo esse esquema?
- Está querendo dar pra trás, Malfoy?
- Não, claro que não... - disse o outro, nervosamente - Só preciso saber como vai ser feito, porque tem de haver uma programação, não pode haver elo fraco na corrente, né...
- Sei, sei... Enfim... vá lá pro jantar. Não sei se vou.
- Bella vai ficar furiosa se vc não aparecer!
- É um risco que eu corro.
Lucius saiu e Rodolphus respirou fundo, analisando a situação em que estava prestes a entrar. Era realmente uma operação de alto risco, então, ou se jogava de corpo e alma, ou saia fora... e ele não era homem de pular fora.
Quinze minutos depois, decidiu ir para o salão de banquetes. Andando pelos corredores das masmorras, estava quase saindo delas quando viu uma loira de estatura mediana, que ele nunca vira antes, pois se tivesse visto ele notaria, com a saia do uniforme um tanto mais curta que o usual, se dirigindo ao caminho das masmorras, a cabeça baixa, passou por ele sem o ver.
De repente ela parou, respirando fundo. Não era dali, provavelmente estava perdida no caminho para as masmorras. Não era de ajudar ninguém, mas orientar aquela belezinha lhe apeteceu.
- Está perdida?
Ela se virou e olhou pra ele, os olhos cinzentos, surpresos. Aonde ele já vira olhos assim antes?
Ela demorou pra responder, ele repetiu a pergunta:
- Está perdida?
Ela sorriu calmamente e fez que sim com a cabeça.
- Procurando o caminho para os dormitórios da Sonserina. Acho que não entendi bem quando me explicaram.
- Por favor, me deixe mostrá-lo a você, Mademoiselle. É por aqui.
Pelo resto do caminho, não falaram mais nada. Ele a deixou na porta, ela agradeceu.
- Muito obrigada, sou Emma Richmond.
- Prazer, Emma. Eu sou Rodolphus Lestrange. - ele disse, beijando-lhe a mão. - Devo ir ao salão de banquete agora, bom descanso.
E foi andando, com um sorriso preguiçoso pairando no canto da boca.
Mary McDonald- Mensagens : 380
Data de inscrição : 07/07/2014
- Mensagem nº20
Re: Continue :)
NO OUTRO DIA
“Droga, droga, droga, droga...!” – Mary murmurou ao erguer a cabeça pra ver a hora no relógio que ficava em sua mesinha de cabeceira. Eram 8:10 da manhã, ou seja, estava 10 minutos atrasada para a primeira aula do dia. Levantou da cama num pulo e saiu pelo dormitório, conjurando suas vestes (dando graças a Deus por estar sozinha ali. Não precisava de testemunhas para aquela cena decadente). Terminou seu ritual de higiene pessoal e fez uma trança qualquer no cabelo para deixá-lo o mais apresentável possível e decidiu que bom, era aquilo ou nada. Terminou de calçar os sapatos, pegou a mochila e saiu correndo em direção às masmorras. Por que a arquitetura de Hogwarts tinha que ser tão complexa? Por que aula numa masmorra? Por que Poções logo no primeiro horário? Ela se perguntava enquanto pulava vários degraus de escada, evitando os que tinham alguma armadilha. Mas ela sabia que a culpa não era da arquitetura do castelo, nem do horário e sim dela mesma por ter ido dormir tão tarde.
Ao alcançar o local onde sua primeira aula do dia transcorria há exatos 25 minutos, a ruiva encontrava-se totalmente sem fôlego, sentindo pontadas do lado esquerdo da barriga – era esse o castigo que recebia pelo seu sedentarismo (bem, ela preferia tirar fotos!). Respirou fundo e, encarando o próprio reflexo numa das armaduras que se encontravam junto a porta da sala, arregalou os olhos com o que viu. Era a definição de bagunça: seus cabelos ondulados encontravam-se soltos, volumosos e alguns fios da franja grudavam na testa por conta do suor. A camiseta branca do uniforme estava amarrotada e por fora da saia, esquecera-se de pôr a gravata e o robe preto, que finalizava o uniforme de Hogwarts e que poderia disfarçar todo aquele desastre, jazia esquecido em alguma parte de seu malão. Prendeu os cabelos com o primeiro objeto que encontrara dentro da mochila (um pincel) e respirou fundo novamente, criando coragem para entrar na sala.
“Que seja” – deu de ombros e abriu a porta da masmorra. Slughorn, que discursava animado na frente da sala sobre a poção que estudariam nos próximos dias, parou sua fala no meio e a encarou, crispando os lábios e fazendo o seu volumoso bigode estremecer.
“Srta. McDonald” – o mestre de Poções ergueu uma sobrancelha, analisando sua aparência – “Vejo que decidiu dar o ar de sua graça” - Algumas pessoas soltaram risadinhas e Mary McDonald sentiu-se impotente, não conseguindo pensar em algo que pudesse justificar seu atraso. Sabia que mesmo que fosse boa para inventar desculpas esfarrapadas não iria adiantar nada pois já havia uma ruiva nascida trouxa ocupando o espaço de estudante preferida no coração de Slughorn (Lily Evans).
“Bom, sente-se, Srta. McDonald” – ele suspirou dramaticamente, gesticulando para o fundo da sala. – “Ah...e 5 pontos a menos para a Grifinória” – os Grifinórios franziram o cenho para a garota e os Sonserinos continuaram rindo– “Não lhe darei uma detenção visto que é apenas o primeiro dia de aula, mas espero que isso não se repita”
Mary teve a decência de parecer (okay, ela estava) envergonhada. Caminhou até a primeira mesa vazia que sua visão periférica localizara ao entrar e sentou-se. Aquele dia podia ficar pior?
“Sobre o que eu estava falando?”
“Sobre a Poção Armotentia, Professor” – uma aluna sentada à frente da sala falou prontamente.
“Oh, sim. Alguém pode me dizer algumas características dessa poção?”
“É o brilho perolado dela, Sr. E seu vapor gira em espirais” – uma voz grave vinda de seu lado esquerdo respondeu e Mary logo reconheceu a quem pertencia: Regulus Black. Slughorn quase explodiu de orgulho com a resposta e após dar 5 pontos para a Sonserina saiu andando pela sala, falando sobre o poder do amor obsessivo. Mary se desligou da aula e prestou atenção no colega de classe que ocupava a mesma bancada que ela: o Sonserino, ao contrário dela, vestia o uniforme completo: gravata verde e prata, camiseta branca sem um amassado sequer e por dentro da calça e o robe preto parecia novíssimo em folha (não estava desbotado como o dela. Ahhh, o dinheiro!). Os cabelos negros estavam partidos ao meio e bem penteados (sem um fio fora do lugar; ela constatou, passando a mão na franja inconscientemente) e ele sentava-se na carteira com as costas retas e ombros erguidos. Toda sua postura gritava nobreza e Mary sentia-se arrependida por não ter se esforçado um pouco mais ao se arrumar, sentindo inveja tanto da postura dele como da visão 20/20 do rapaz (estavam no fundo da sala e mesmo de óculos ela mal conseguia ler as instruções no quadro negro por conta do vapor que emanava dos caldeirões).
“Perdeu algo?”– o rapaz a encarou de repente, fazendo-a se sobressaltar.
“Não, Black” – disse, ajeitando os óculos, sentindo uma súbita vontade de sumir diante do olhar dele. Aqueles olhos eram tão parecidos com os de Sirius, mas tão...frios.
O rapaz continuou encarando-a e ela se mexeu na cadeira, inquieta.
“Sua camiseta está desabotoada” – Regulus observou, sem mudar sua expressão facial.
Mary olhou para baixo e constatando que ele falava a verdade, corou, abotoando a camisa apressadamente. Era aquele o preço que pagava por não ter comprado uniformes novos desde o 4o ano. De repente sentiu raiva do rapaz sentado ao seu lado por ter notado aquele detalhe...ele, com seu uniforme novo e do tamanho certo. Unf! Ricos!
A aula terminou sem mais nenhuma interação entre eles (ufa!) e Mary guardou seus pergaminhos com pressa na mochila (até a maneira como Regulus guardava as próprias coisas era nobre), procurando o horário para ver qual seria sua próxima aula.
“Parabéns pela entrada triunfal, McWeirdo” – Carlotta Melloni, sua colega de quarto, falou debochadamente ao passar por ela na saída da masmorra. Carlotta era a menina mais bonita da Grifinória (de acordo com a população masculina) e era legal apenas com quem julgava merecer e Mary definitivamente não fazia parte de sua lista VIP – Carlotta decidira, em algum momento de sua vida acadêmica, que Mary McDonald, a garota que saía por Hogwarts fotografando tudo e falando com os quadros para pedir dicas de pintura, era esquisita demais e tê-la em seu circulo de amizade mancharia sua reputação e por isso fazia questão de provar para todos que não eram amigas (não que Mary ligasse. Marlene, Lily e Alice eram 10000x as amigas que Carlotta e Cia. jamais seriam).
“Melloni” – Mary acenou com a cabeça, sem se importar com o apelido carinhoso que recebera. Já fora chamada de coisa pior ali em Hogwarts.
“McWeirdo?” – Mary se sobressaltou novamente ao escutar a voz de Regulus Black tão próxima. Olhou para trás e viu que o garoto a fitava com as sobrancelhas erguidas e um sorrisinho de deboche. (“Hm, pelo menos ele não é um robô” – pensou ao notar que sim, aquele rosto bonito possuía mais de uma expressão facial)
Mary grunhiu. Só porque não se incomodava, não significava que queria que todos soubessem daquele apelido ridículo (principalmente os Sonserinos).
“McDONALD” – corrigiu o rapaz e girando nos calcanhares, saiu andando o mais depressa pra longe dele.
~*~
“Caramba, Mary...a Melloni havia me falado que você odiava ser acordada por terceiros de manhã, por isso não te esperei” – Sarah pediu desculpas após ouvir Mary relatar às amigas sobre sua manhã bizarra.
“Ah, não se preocupe, Sarah. Você é novata, não teve culpa. Se tivesse me esperado, você seria a próxima vítima dela ou sei lá” - Mary deu de ombros, servindo seu prato com várias porções de carne. Estava faminta.
“Ela sempre te incomoda assim?”
“Só nos dias que terminam com –feira” - deu risada da própria piada – “Não fique tão preocupada, eh? Ela tem déficit de atenção e já já se distrai com algum garoto ou com alguma coisa que pisque bastante”
Sarah sorriu, a contragosto.
“Por que você não faz nada de volta?”
“Carlotta tira sarro de mim porque eu gosto de fotografia e pintura...por quê eu deveria ter vergonha disso se são coisas que eu gosto de fazer?” – Mary deu de ombros novamente. Realmente pouco se lixava pra opinião da colega de quarto (claro que se incomodava às vezes, mas...bom, preferia gastar sua energia com coisas mais importantes). – “Olha, pudim!”- exclamou, ao avistar a sobremesa. Pudim era definitivamente mais importante que Carlotta Melloni. Ou Regulus Black.
Ao alcançar o local onde sua primeira aula do dia transcorria há exatos 25 minutos, a ruiva encontrava-se totalmente sem fôlego, sentindo pontadas do lado esquerdo da barriga – era esse o castigo que recebia pelo seu sedentarismo (bem, ela preferia tirar fotos!). Respirou fundo e, encarando o próprio reflexo numa das armaduras que se encontravam junto a porta da sala, arregalou os olhos com o que viu. Era a definição de bagunça: seus cabelos ondulados encontravam-se soltos, volumosos e alguns fios da franja grudavam na testa por conta do suor. A camiseta branca do uniforme estava amarrotada e por fora da saia, esquecera-se de pôr a gravata e o robe preto, que finalizava o uniforme de Hogwarts e que poderia disfarçar todo aquele desastre, jazia esquecido em alguma parte de seu malão. Prendeu os cabelos com o primeiro objeto que encontrara dentro da mochila (um pincel) e respirou fundo novamente, criando coragem para entrar na sala.
“Que seja” – deu de ombros e abriu a porta da masmorra. Slughorn, que discursava animado na frente da sala sobre a poção que estudariam nos próximos dias, parou sua fala no meio e a encarou, crispando os lábios e fazendo o seu volumoso bigode estremecer.
“Srta. McDonald” – o mestre de Poções ergueu uma sobrancelha, analisando sua aparência – “Vejo que decidiu dar o ar de sua graça” - Algumas pessoas soltaram risadinhas e Mary McDonald sentiu-se impotente, não conseguindo pensar em algo que pudesse justificar seu atraso. Sabia que mesmo que fosse boa para inventar desculpas esfarrapadas não iria adiantar nada pois já havia uma ruiva nascida trouxa ocupando o espaço de estudante preferida no coração de Slughorn (Lily Evans).
“Bom, sente-se, Srta. McDonald” – ele suspirou dramaticamente, gesticulando para o fundo da sala. – “Ah...e 5 pontos a menos para a Grifinória” – os Grifinórios franziram o cenho para a garota e os Sonserinos continuaram rindo– “Não lhe darei uma detenção visto que é apenas o primeiro dia de aula, mas espero que isso não se repita”
Mary teve a decência de parecer (okay, ela estava) envergonhada. Caminhou até a primeira mesa vazia que sua visão periférica localizara ao entrar e sentou-se. Aquele dia podia ficar pior?
“Sobre o que eu estava falando?”
“Sobre a Poção Armotentia, Professor” – uma aluna sentada à frente da sala falou prontamente.
“Oh, sim. Alguém pode me dizer algumas características dessa poção?”
“É o brilho perolado dela, Sr. E seu vapor gira em espirais” – uma voz grave vinda de seu lado esquerdo respondeu e Mary logo reconheceu a quem pertencia: Regulus Black. Slughorn quase explodiu de orgulho com a resposta e após dar 5 pontos para a Sonserina saiu andando pela sala, falando sobre o poder do amor obsessivo. Mary se desligou da aula e prestou atenção no colega de classe que ocupava a mesma bancada que ela: o Sonserino, ao contrário dela, vestia o uniforme completo: gravata verde e prata, camiseta branca sem um amassado sequer e por dentro da calça e o robe preto parecia novíssimo em folha (não estava desbotado como o dela. Ahhh, o dinheiro!). Os cabelos negros estavam partidos ao meio e bem penteados (sem um fio fora do lugar; ela constatou, passando a mão na franja inconscientemente) e ele sentava-se na carteira com as costas retas e ombros erguidos. Toda sua postura gritava nobreza e Mary sentia-se arrependida por não ter se esforçado um pouco mais ao se arrumar, sentindo inveja tanto da postura dele como da visão 20/20 do rapaz (estavam no fundo da sala e mesmo de óculos ela mal conseguia ler as instruções no quadro negro por conta do vapor que emanava dos caldeirões).
“Perdeu algo?”– o rapaz a encarou de repente, fazendo-a se sobressaltar.
“Não, Black” – disse, ajeitando os óculos, sentindo uma súbita vontade de sumir diante do olhar dele. Aqueles olhos eram tão parecidos com os de Sirius, mas tão...frios.
O rapaz continuou encarando-a e ela se mexeu na cadeira, inquieta.
“Sua camiseta está desabotoada” – Regulus observou, sem mudar sua expressão facial.
Mary olhou para baixo e constatando que ele falava a verdade, corou, abotoando a camisa apressadamente. Era aquele o preço que pagava por não ter comprado uniformes novos desde o 4o ano. De repente sentiu raiva do rapaz sentado ao seu lado por ter notado aquele detalhe...ele, com seu uniforme novo e do tamanho certo. Unf! Ricos!
A aula terminou sem mais nenhuma interação entre eles (ufa!) e Mary guardou seus pergaminhos com pressa na mochila (até a maneira como Regulus guardava as próprias coisas era nobre), procurando o horário para ver qual seria sua próxima aula.
“Parabéns pela entrada triunfal, McWeirdo” – Carlotta Melloni, sua colega de quarto, falou debochadamente ao passar por ela na saída da masmorra. Carlotta era a menina mais bonita da Grifinória (de acordo com a população masculina) e era legal apenas com quem julgava merecer e Mary definitivamente não fazia parte de sua lista VIP – Carlotta decidira, em algum momento de sua vida acadêmica, que Mary McDonald, a garota que saía por Hogwarts fotografando tudo e falando com os quadros para pedir dicas de pintura, era esquisita demais e tê-la em seu circulo de amizade mancharia sua reputação e por isso fazia questão de provar para todos que não eram amigas (não que Mary ligasse. Marlene, Lily e Alice eram 10000x as amigas que Carlotta e Cia. jamais seriam).
“Melloni” – Mary acenou com a cabeça, sem se importar com o apelido carinhoso que recebera. Já fora chamada de coisa pior ali em Hogwarts.
“McWeirdo?” – Mary se sobressaltou novamente ao escutar a voz de Regulus Black tão próxima. Olhou para trás e viu que o garoto a fitava com as sobrancelhas erguidas e um sorrisinho de deboche. (“Hm, pelo menos ele não é um robô” – pensou ao notar que sim, aquele rosto bonito possuía mais de uma expressão facial)
Mary grunhiu. Só porque não se incomodava, não significava que queria que todos soubessem daquele apelido ridículo (principalmente os Sonserinos).
“McDONALD” – corrigiu o rapaz e girando nos calcanhares, saiu andando o mais depressa pra longe dele.
~*~
“Caramba, Mary...a Melloni havia me falado que você odiava ser acordada por terceiros de manhã, por isso não te esperei” – Sarah pediu desculpas após ouvir Mary relatar às amigas sobre sua manhã bizarra.
“Ah, não se preocupe, Sarah. Você é novata, não teve culpa. Se tivesse me esperado, você seria a próxima vítima dela ou sei lá” - Mary deu de ombros, servindo seu prato com várias porções de carne. Estava faminta.
“Ela sempre te incomoda assim?”
“Só nos dias que terminam com –feira” - deu risada da própria piada – “Não fique tão preocupada, eh? Ela tem déficit de atenção e já já se distrai com algum garoto ou com alguma coisa que pisque bastante”
Sarah sorriu, a contragosto.
“Por que você não faz nada de volta?”
“Carlotta tira sarro de mim porque eu gosto de fotografia e pintura...por quê eu deveria ter vergonha disso se são coisas que eu gosto de fazer?” – Mary deu de ombros novamente. Realmente pouco se lixava pra opinião da colega de quarto (claro que se incomodava às vezes, mas...bom, preferia gastar sua energia com coisas mais importantes). – “Olha, pudim!”- exclamou, ao avistar a sobremesa. Pudim era definitivamente mais importante que Carlotta Melloni. Ou Regulus Black.
Sarah Nipps- Admin
- Mensagens : 32
Data de inscrição : 05/07/2014
- Mensagem nº21
Re: Continue :)
*****
A terceira porta após a escada que levava à ala feminina da torre da Grifinória ainda estava fechada. Dentro dela, o silêncio era cortado apenas pelo ressonar sonolento de três alunas sextanistas. O relógio de pulso marcava cinco horas da manhã quando, na quarta cama, Sarah abriu os olhos pela terceira vez. Suspirou fundo. A noite tinha sido agitada, e sonhos estranhos a visitaram a noite inteira.
- 1978, eh? – a morena suspirou, enquanto se levantava preguiçosamente. Decidiu aproveitar o tempo extra para planejar o dia. Não havia sido fácil se esquivar das perguntas das colegas de quarto na noite anterior, e sabia que o novo dia não seria nada fácil. Um banho talvez a ajudasse.
Quando Sarah finalmente saiu do banheiro, completamente vestida – com um uniforme que Carlotta Melloni mais tarde apontaria como sendo “muito curto, muito justo e apenas... diferente” embora, para um expectador desavisado, o uniforme fosse virtualmente igual aos das demais alunas – faltavam quinze minutos para as seis da manhã. Era apenas muito cedo para fazer qualquer coisa no castelo. Com um livro e um pacote de bombons explosivos nas mãos, a morena desceu para o salão comunal, se jogando em uma poltrona próxima à lareira. Enquanto lia seu romance trouxa – tão descomplicados! – a morena não podia deixar de aproveitar todo o silêncio do salão comunal. Era tão raro ver aquilo vazio daquele jeito!
Cerca de dez minutos depois, Sarah foi distraída pelo barulho de passos pesados descendo a escada que levava aos dormitórios masculinos. Na esperança de não ser incomodada, manteve os olhos fixos no livro, embora tentasse apurar sua audição para os movimentos do estranho. A única coisa que odiava mais que ter que falar com estranhos eram Feijõezinhos de Todos os Sabores.
Quando os passos cessaram, Sarah podia sentir o coração na garganta. O estranho realmente ia parar para falar com ela. “Austrália, certo? ” A garota suspirou, levantando os olhos de seu livro. À sua frente estava um rapaz com alguns quilos a mais, alguns centímetros mais baixo que a média dos adolescentes, cabelo loiro – embora talvez burro-quando-foge fosse uma descrição mais exata da cor – e um nariz grande e fino, sem mencionar que seus dentes da frente eram levemente maiores que os demais. Algo nele gerava repulsa em Sarah, e não era a situação habitual de não-falar-com-estranhos, mas sim algo pessoal. A bruxa não sabia dizer o que era, mas ela definitivamente não gostava daquele rapaz.
- O nome é Cooper – ela respondeu secamente, erguendo a sobrancelha esquerda - O que você está fazendo aqui embaixo tão cedo, afinal de contas?
O menino reagiu como esperado: encolheu-se nervosamente enquanto se afastava um pouco da poltrona em que a garota estava sentada.
- E-eu eu... v-vou dar uma v-volta antes do café da manhã. D-desculpe in-inter-interromper sua leitura – ao dizer isso, ele deu as costas a Sarah, e começou a se encaminhar para a saída do Salão Comunal.
Foi quando Sarah percebeu.
- Pettigrew – ela chamou, antes que pudesse se dar conta do que fazia, alguns tons acima do que usara anteriormente. A verdade é que não pensara no que falaria ao menino. Que ele era um traidor, talvez? Que deveria se afastar de todos? Que ele não merecia estar na Grifinória? Notando que o garoto ainda a encarava com seus olhos escuros, ela respirou fundo e se controlou – Tenha um bom dia.
- I-igualmente, Coo-Cooper.
“Ela sabe meu nome! ” Antes que Peter Pettigrew pudesse sumir através do quadro da mulher gorda, Sarah pôde ouvi-lo exclamar. A garota suspirou e se afundou na cadeira.
1978 não ia ser fácil.
*****
Quando o movimento no salão comunal começou a ficar intenso demais para leitura, Sarah resolveu buscar sua mochila no quarto e descer para o Salão Principal. Café da manhã, afinal de contas, era a mais importante refeição do dia, certo?
Carlotta Melloni e Michelle Skeeter – a outra ocupante do quarto em questão – estavam quase de saída no momento em que Sarah adentrou o cômodo. O dossel sobre a cama de Mary McDonald ainda estava fechado.
- Não é melhor acordá-la? – Sarah jogava a mochila sobre as costas enquanto encarava Melloni e Skeeter – Ela vai acabar se atrasando...
- Você pode tentar – Carlotta deu de ombros – mas sabe o que dizem ” draco dormiens nunquam titillandus” . E essa daí realmente pode virar um dragão quando acordada.
Sarah ainda hesitou por um minuto, analisando a cama onde Mary dormia e a porta por onde suas outras colegas de quarto saíram. Acabou escolhendo pelo último, e foi até o salão principal.
*****
“ TRÊS TROUXAS MORTOS. MINISTÉRIO SUSPEITA DE COMENSAIS DA MORTE. “
Sarah passou o olho pelo jornal, o nó no estômago se formando novamente. O que aconteceria com elas se não saíssem dali rápido? Quer dizer, Emma e Abby talvez estivessem seguras – tão seguras quanto poderiam estar – Mas ela... Bem, Sarah era mestiça, e se não era uma boa ideia viver no ano que marcava o início de uma guerra... Era uma ideia pior ainda ser um alvo ambulante.
Correu os olhos pelo Salão, esperando encontrar as outras duas meninas. Café da manhã era sempre um caos em Hogwarts – alguns alunos pulavam de suas camas cedo, outros sempre se atrasavam... E alguns sequer se davam ao trabalho de aparecer no Salão Principal. A morena não podia afirmar com certeza qual era o caso de Emma ou Abby, mas o fato é que nenhuma das duas estavam nas mesas de suas respectivas casas. Com um suspiro, Sarah comeu mais uma colherada do seu cereal. Precisava encontrar as meninas e combinar o resto do dia. Encontrar um jeito de voltar para casa precisava ser a prioridade no momento.
Sirius Black- Mensagens : 22
Data de inscrição : 07/07/2014
- Mensagem nº22
Re: Continue :)
Sirius sentou-se à mesa da Grifinória no Salão Principal e, bocejando, serviu-se de um pouco de suco. Após alguns minutos de silêncio – ele só acordava de fato depois das dez, obrigado - percebeu que faltava mais alguém à mesa:
- Ué, cadê o Rabicho?
Remus e James deram de ombros.
- Estranho ele acordar antes de você, Aluado. – Sirius observou.
- Vai ver ele foi na Ala Hospitalar....ontem estava reclamando do estômago – Remus respondeu e erguendo os olhos para a porta do Salão viu que o último integrante dos Marotos adentrava o local – Aí vem ele.
- Onde você estava, Pettey? - Sirius perguntou, afastando-se para dar espaço no banco para o amigo se sentar.
- Fui no Corujal...hoje é aniversário da minha mãe. – Peter pegou várias porções de omelete e bacon. – E depois passei na Ala Hospitalar.
- Entendi. Hey, deixe um pouco de bacon pra gente! – Sirius exclamou, pegando um pouco de bacon do prato do amigo. Antes que Peter pudesse retrucar, várias corujas adentraram o Salão, carregando as correspondências daquela manhã.
Uma coruja marrom derrubou o Profeta Diário no cereal de James, espirrando leite por todo o lado. Sirius tentou segurar o riso, porém ao notar que até os óculos do amigo haviam sido atingidos, não se aguentou e caiu na risada junto com Remus e Peter.
- É, vão rindo – James girou os olhos e abriu o jornal. – Droga. Olhem isso... – o rapaz de óculos colocou o jornal no centro da mesa, para que os amigos pudessem lê-lo. O sorriso de Sirius apagou-se na hora ao ler a manchete, o estômago embrulhando.
Há alguns anos, enquanto cursava o 3o ano em Hogwarts, um bruxo intitulado Voldemort aparecera de repente com o discurso de que a comunidade bruxa precisava ser limpa da escória (ou seja, precisavam se livrar dos nascidos trouxa). Sirius, que à época já começava a duvidar da ideologia da família, imaginou que ele fosse apenas mais um fanático por pureza, assim como os pais e os tios e não lhe deu muita atenção (tinha coisas mais urgentes ocupando sua mente). Algum tempo depois, alguns nascidos trouxa começaram a sumir pelo país e, no ano anterior, os ataques tornaram-se mais frequentes e menos discretos. Voldemort havia reunido vários seguidores naqueles 3 anos (os tais 'Comensais da Morte') e a hostilidade para com os mestiços era tão grande que alguns alunos já haviam desistido de estudar em Hogwarts.
Sirius olhou para a mesa da Sonserina e viu que a prima mais velha (Bellatrix) lia o jornal com um sorriso enorme estampado no rosto. Cerrou os punhos ao vê-la fazendo escárnio daquela tragédia e olhou para a pessoa sentada ao lado da garota. Regulus. O irmão comia seu café da manhã com toda a calma do mundo, sem ligar pro que acontecia ao seu redor. “Se ele debochar disso...” - pensou. Não podia duelar com a prima (ela não tinha mais jeito, era louca de pedra), mas podia duelar com o irmão, tentar enfiar algum juízo naquela cabeça dura dele.
Voltou sua atenção para os colegas da própria casa: Remus deixara seu café da manhã de lado, Peter havia escorregado no banco, cabisbaixo e James encarava Lily Evans com preocupação.
- Se esse tal de Voldemort acha que vou abaixar a cabeça pra tudo isso, ele está muito enganado! – a ruiva bradou, as bochechas vermelhas de raiva. Algumas pessoas ao seu redor concordaram e Sirius viu a expressão de James mudar de preocupação para orgulho. Ugh, aquele ali estava mais que amarrado. Mas Lily estava certa, afinal. Ele também não iria permitir que aquilo continuasse e sabia que Remus, James e Peter pensavam o mesmo.
Terminaram o café naquele clima de luto e foram para a primeira aula da manhã (Transfiguração).
- Ué, cadê o Rabicho?
Remus e James deram de ombros.
- Estranho ele acordar antes de você, Aluado. – Sirius observou.
- Vai ver ele foi na Ala Hospitalar....ontem estava reclamando do estômago – Remus respondeu e erguendo os olhos para a porta do Salão viu que o último integrante dos Marotos adentrava o local – Aí vem ele.
- Onde você estava, Pettey? - Sirius perguntou, afastando-se para dar espaço no banco para o amigo se sentar.
- Fui no Corujal...hoje é aniversário da minha mãe. – Peter pegou várias porções de omelete e bacon. – E depois passei na Ala Hospitalar.
- Entendi. Hey, deixe um pouco de bacon pra gente! – Sirius exclamou, pegando um pouco de bacon do prato do amigo. Antes que Peter pudesse retrucar, várias corujas adentraram o Salão, carregando as correspondências daquela manhã.
Uma coruja marrom derrubou o Profeta Diário no cereal de James, espirrando leite por todo o lado. Sirius tentou segurar o riso, porém ao notar que até os óculos do amigo haviam sido atingidos, não se aguentou e caiu na risada junto com Remus e Peter.
- É, vão rindo – James girou os olhos e abriu o jornal. – Droga. Olhem isso... – o rapaz de óculos colocou o jornal no centro da mesa, para que os amigos pudessem lê-lo. O sorriso de Sirius apagou-se na hora ao ler a manchete, o estômago embrulhando.
“TRÊS TROUXAS MORTOS. MINISTÉRIO SUSPEITA DE COMENSAIS DA MORTE”
Há alguns anos, enquanto cursava o 3o ano em Hogwarts, um bruxo intitulado Voldemort aparecera de repente com o discurso de que a comunidade bruxa precisava ser limpa da escória (ou seja, precisavam se livrar dos nascidos trouxa). Sirius, que à época já começava a duvidar da ideologia da família, imaginou que ele fosse apenas mais um fanático por pureza, assim como os pais e os tios e não lhe deu muita atenção (tinha coisas mais urgentes ocupando sua mente). Algum tempo depois, alguns nascidos trouxa começaram a sumir pelo país e, no ano anterior, os ataques tornaram-se mais frequentes e menos discretos. Voldemort havia reunido vários seguidores naqueles 3 anos (os tais 'Comensais da Morte') e a hostilidade para com os mestiços era tão grande que alguns alunos já haviam desistido de estudar em Hogwarts.
Sirius olhou para a mesa da Sonserina e viu que a prima mais velha (Bellatrix) lia o jornal com um sorriso enorme estampado no rosto. Cerrou os punhos ao vê-la fazendo escárnio daquela tragédia e olhou para a pessoa sentada ao lado da garota. Regulus. O irmão comia seu café da manhã com toda a calma do mundo, sem ligar pro que acontecia ao seu redor. “Se ele debochar disso...” - pensou. Não podia duelar com a prima (ela não tinha mais jeito, era louca de pedra), mas podia duelar com o irmão, tentar enfiar algum juízo naquela cabeça dura dele.
Voltou sua atenção para os colegas da própria casa: Remus deixara seu café da manhã de lado, Peter havia escorregado no banco, cabisbaixo e James encarava Lily Evans com preocupação.
- Se esse tal de Voldemort acha que vou abaixar a cabeça pra tudo isso, ele está muito enganado! – a ruiva bradou, as bochechas vermelhas de raiva. Algumas pessoas ao seu redor concordaram e Sirius viu a expressão de James mudar de preocupação para orgulho. Ugh, aquele ali estava mais que amarrado. Mas Lily estava certa, afinal. Ele também não iria permitir que aquilo continuasse e sabia que Remus, James e Peter pensavam o mesmo.
Terminaram o café naquele clima de luto e foram para a primeira aula da manhã (Transfiguração).
Última edição por Sirius Black em Sex Out 02, 2015 10:37 pm, editado 2 vez(es)
Remus Lupin- Mensagens : 15
Data de inscrição : 05/07/2014
- Mensagem nº23
Re: Continue :)
*****
Dois de Setembro era o dia favorito de Remus Lupin. Isto é, se não caísse na Lua Cheia, é claro. Se tudo ocorresse como esperado – sem probleminhas peludos – o dia começava sempre mais ou menos da mesma forma: Remus acordaria antes de todos os outros, e ficaria na cama pensando na vida. Pensando em como tivera sorte quando Dumbledore entrou na sua casa, ou em como tivera sorte quando conhecera James, Sirius e Peter. Dois de setembro era como a manhã de Natal.
Nesta manhã, em especial, Remus abraçava as almofadas da cama, a vontade de sair e aprender coisas novas reduzida pela saudade antecipada de que nunca mais teria uma manhã de Dois de Setembro depois daquele ano.
O pensamento fez com que o garoto estremecesse. Pensar no fim do ano letivo era sempre motivo de ansiedade: Remus sabia que, por melhores que fossem suas notas nos N.I.E.M.s, ninguém o aceitaria como empregado – afinal de contas, quem contrataria um Lobisomen?
Emburrado e amaldiçoando sua licantropia, o menino-lobo resolveu se arrumar – não sem antes, com um aceno da varinha, puxar os lençóis dos amigos.
- Hoje não, Aluado – resmungou Sirius, se virando na cama e se cobrindo novamente.
*****
Remus e James desceram para o café, deixando Sirius para trás. Já conviviam a tempo suficiente para saber que Almofadinha tinha um tempo próprio durante a manhã.
O Salão Comunal já estava cheio quando os meninos alcançaram a mesa da Grifinória. Entre amenidades quaisquer, Lupin não pôde deixar de notar os sucessivos olhares de James para Lily Evans, alguns metros distante deles.
- Resolveu assumir a paixonite, Pontas?
- Claro, Aluado, por que não? – James virou os olhos, mas não pode deixar de agradecer por Sirius ter chegado naquele exato momento, com sua habitual cara de poucos amigos. Agora só faltava Peter aparecer.
*****
Quando as corujas entraram no Salão Principal naquela manhã, os quatro marotos já estavam reunidos e, no momento em que a tigela de cereal de James fora atingida por uma edição do Profeta Diário, os outros três não puderam não cair na gargalhada.
- É, vai rindo – James girou os olhos e abriu o jornal. – Droga. Olhem isso... – o rapaz de óculos colocou o jornal no centro da mesa, para que os amigos pudessem lê-lo.
“ TRÊS TROUXAS MORTOS. MINISTÉRIO SUSPEITA DE COMENSAIS DA MORTE. “
O estômago de Remus se embrulhou. Há alguns anos os ataques se tornaram cada vez mais frequentes, e já se ouvia pelos cantos que aquilo provavelmente terminaria em guerra.
Os burburinhos pelo salão haviam mudado de tom, agora eram quase sussurrados – a tensão no ar era tanta que quase se podia pegá-la. Quando Lily Evans exclamou que não se sujeitaria àquele bruxo, o clima mudou um pouco – boa parte dos alunos concordavam com a ruiva e de temerosos, passaram a revoltosos, mas ainda assim, todos sentiam o peso da ascenção de Lord Voldemort.
Terminaram o café rapidamente. Depois daquela notícia, ninguém – a não ser Peter, talvez – estava com clima de comer mais. Dirigiram-se, quase que em silêncio, à sala da Professora McGonnagal, no terceiro andar.
Foi virando a esquina que levava à sala de Transfiguração que Remus foi atingido, sem ter a oportunidade de ver quem o atingira.
- Santo Hipogrifo, me desculpe! – falou a menina morena, levantando os olhos para fitar os de Remus. Com um sorriso, ela continuou – Oh! Eu conheço você de algum lugar! Eu sou a Abby, de qualquer jeito. Me desculpe, mesmo! Eu preciso correr.
Sem mais nem menos, assim como surgira, a menina desapareceu na curva de onde vinham os Marotos.
- Oooookay. Essa aí é piradinha – Remus pôde ouvir Sirius comentar, mas tudo que ele conseguia era pensar nos olhos da menina, e no seu cheiro levemente adocicado que impregnara as narinas do rapaz.
- Vem, Aluado! A McGonnagal já entrou na sala! – Remus se deixou ser puxado por Peter, enquanto pensava na menina que andava sobre nuvens.
Regulus Black- Admin
- Mensagens : 22
Data de inscrição : 05/07/2014
Localização : Sonserina
- Mensagem nº24
Re: Continue :)
Era de conhecimento de qualquer sonserino que as masmorras não tinham a melhor vista para os terrenos de Hogwarts. Não que isso parecesse incomodar qualquer um deles. Apesar disso, Regulus se flagrava em alguns momentos como aquele: parado nas escadarias que levavam para as torres, onde aconteciam as aulas de Runas Antigas, simplesmente encarando a vidraçaria.
A chuva da noite anterior havia cessado e o sol já brilhava forte no céu, que começava a deixar o cinza para colorir com um belo azul. O vasto gramado ainda estava molhado e o salgueiro lutador se remexia vez ou outra, como um cachorro que tenta se livrar das água de seus pelos. Em um ponto mais distante, Regulus conseguia ver os aros do campo de Quadribol. Se havia algo que lhe causava o mínimo de ansiedade por estar em Hogwarts, era o jogo.
Aguardava com um frio gostoso na barriga quando pudesse voltar a voar na vassoura durante os treinos. Regulus podia ser tímido e sem chamar muita atenção enquanto andava nos corredores do castelo, mas quando estava em uma partida, defendendo todas as goles, era apenas um adolescente normal se divertindo.
E o jovem Black estava precisando daquilo. Era o primeiro dia de aula e ele já se sentia esgotado. Havia sido uma manhã difícil. A edição do profeta diário que estava preso em seus livros era apenas um pressagio de que aquele dia não estava destinado a ser bom. Os ataques aos trouxas estavam cada vez mais frequentes, e Lord Voldemort, como o jornal já começava a referenciar, fazia questão de assinar seus ataques com a marca negra flutuando nos céus.
Os olhos cinzentos do rapaz deslizaram lentamente da paisagem do castelo para um pedacinho do jornal que escapava entre seus dedos brancos. Como um flash assustador, ele lembrou da marca idêntica a que estava naquela manchete, brilhando na pele pálida de seu pai.
“ – Em breve você terá uma também, Regulus”. – Orion contava, cheio de orgulho.
O problema é que Regulus não sabia se queria aquela marca em sua pele. Não se opunha em lutar com os pais pela limpeza do sangue bruxo. Mas assassinato parecia tão radical. Tão sujo. Ele se pegava pensando se era realmente necessário. Então, como se lesse seus pensamentos, Walburga gritava “São eles, ou nós! Ou acabamos com esta raça imunda, ou a raça bruxa será extinta! Cheios de aberrações!”.
Preguiçosamente, o Sonserino arrumou o jornal novamente entre os livros e continuou subindo as escadas, em direção a torre onde a aula começaria em breve. Seus pensamentos então se arrastaram para o restante da manhã, na aula de Poções.
Mary McDonald era exatamente o que Walburga chamava de “aberração”. Filha de trouxas, bagunça parecia ser seu nome do meio. Os cabelos desalinhados, as lentes dos óculos sujas, uniformes que não serviriam nem mesmo para libertar Elfos Domésticos. Era impressionante que tivesse chegado até o nível de NOMS em Poções, mas pelo desempenho que demonstrara naquela manhã, Regulus duvidava que chegasse até o final do ano.
Apesar disso, quando deixou a sala e presenciou Carlotta Melloni implicando com a nascida trouxa, Regulus se sentiu extremamente incomodado. A loira poderia ter seu sangue puro, mas era tão patética quanto qualquer sangue ruim. Era exibicionista, arrogante e extremamente irritante. E apesar de serem características que ele estava perfeitamente acostumado, a menina só tinha cabeça para rapazes e parecia não se importar com nenhuma aula. Cabeça vazia, talvez fosse o melhor termo. Regulus achava aquilo tão ruim quanto não ter o sangue puro. Os Black poderiam ter um milhão de defeitos, mas eram sempre excepcionais em magia.
Para completar, as duas meninas eram Grifinórias. O que incomodou o rapaz ainda mais. Todos falavam com tanto orgulho da casa dos leões, mas Sonserinos não se enfrentavam daquela forma pelos corredores. Poderiam ser falsos e dissimulados, mas ao menos eram civilizados entre eles.
Antes que pudesse cogitar que estaria defendendo uma nascida trouxa, Regulus já havia aberto a boca. Não iria permitir que alguém tão vazia quanto Melloni insultasse a outra menina, simplesmente porque ela era tímida. Regulus era tímido por si só e sabia perfeitamente que aquilo não era sinônimo de fraqueza.
A sensação que se instalou em seu estômago após defender a nascida trouxa permaneceu pelo restante do dia, fazendo com que pulasse o almoço. Agora sabia perfeitamente que tinha muita sorte por Bellatrix não estar por perto. Sua prima teria lhe azarado ali mesmo se tivesse presenciado mais um de seu sangue defendendo um sangue ruim.
Regulus entrou na sala ainda vazia e escolheu um lugar ao canto, onde poderia observar a professora sem chamar muita atenção. Enquanto espalhava seu material pela carteira, os poucos alunos que eram loucos o bastante para escolher aquela aula começaram a encher o local.
Muitos conversavam entre si, ainda eufóricos para contar todas as aventuras das férias. Apesar de diversos alunos presentes, Black se sentia completamente sozinho. Não havia ninguém com quem ele realmente se conectasse, e agora que Sirius não estava mais casa, não tinha com quem conversar também. Ele e o primogênito poderiam ser bem diferentes, mas se davam como dois irmãos completamente normais. A relação poderia ter se abalado um pouco após a amizade de Sirius com Potter, mas só havia sido anulada de vez quando o mais velho deixou a mansão Black.
Distraído em seus próprios pensamentos, Black levou um susto quando a voz da professora cortou a sala de aula. Tão mal havia começado a falar, ela foi interrompida pela imagem de Mary McDonald aparecendo na porta. O Sonserino se encolheu na carteira, sentindo-se embaraçado pela menina, cujas bochechas imediatamente coraram.
- Srta. McDonald, pode assumir logo o seu lugar, por favor? – A professora perguntou gentilmente, o que não era de seu feitio.
A velha Bathsheba Babbling tinha a fama de ser a professora mais rígida do corpo docente de Hogwarts, impaciente com os alunos que não entendiam suas aulas. Ela devia ter muita pena de McDonald para não lhe expulsar ali mesmo. Se a menina era um fracasso em poções, imagine Runas? Sairia chorando na metade do primeiro período.
Mary, que parecia ter tido uma pequena melhora desde a última aula, correu os olhos pelos lugares vagos e se fixou na carteira dupla onde Black estava sentado. Só então o rapaz percebeu que era o único lugar vago da estreita torre. E mais uma vez ele se encolheu em seu lugar. Seu cotovelo estava apoiado na carteira e a mão em seu rosto, como se tentasse se esconder. Mesmo assim, a grifinória caminhou até seu lugar e sentou, fazendo alguns pergaminhos do rapaz levantassem alguns centímetros com o vento.
- Precisando de um relógio, McDonald? – Ele murmurou quando a professora retomou seu discurso de início da aula. – Você ao menos é capaz de chegar no horário em alguma aula?
Os lábios de Black quase não se mexiam, mas seu tom de voz era ligeiramente irritado. Não era do feitio do jovem se irritar, de demonstrar emoções ou de se quer falar com um grifinório. Mas McDonald parecia ter alguma coisa que lhe tornava impulsivo. E ele estava sim irritado com ela. Havia perdido seu tempo a defendendo naquela manhã, mas a menina parecia ter tirado o dia para lhe desagradar.
Regulus não sabia exatamente o motivo, mas seu estomago estava se revirando com o olhar ofendido da jovem.
- Olhe, não quis ser grosso... – Ele começou, tentando ensaiar um pedido de desculpas, quando a voz da professora lhe cortou.
- Precisando de alguma coisa, Sr. Black?
Foi a vez das bochechas pálidas de Black esquentarem. Ele torceu fortemente para que elas não tivessem corado como as da menina ao seu lado.
- Não Sra. Babbling. – Ele imediatamente pegou a pena e se preparou para iniciar as anotações.
Quarenta minutos de aula depois e Regulus Black sentia seu cérebro fritar. Parecia impossível interpretar qualquer coisa que Babbling dissesse. Sua gravata já estava desalinhada e alguns fios negros, antes em um penteado perfeito, estavam espetados pelas diversas vezes que passara os dedos, como se aquilo fosse lhe trazer alguma resposta.
Para cada pergunta que não conseguia responder, a mão de McDonald cortava o ar, com o gabarito na ponta da língua. Os olhos cinzentos, antes tão críticos, olhavam espantados para a menina.
Como ela conseguia?
Poções era fácil, Regulus sabia exatamente o que esperar e sabia se estava indo bem ou não dependendo da cor ou do cheiro que vinha do caldeirão. Porém Runas Antigas era impossível. Era questão de orgulho chegar ao nível dos NIEMs naquela aula, pois não havia um único Black, com exceção de Sirius, que não tivesse conseguido. Mesmo assim, havia ao seu lado uma nascida trouxa que dominava perfeitamente aquela magia tão misteriosa.
Quando a professora encerrou a aula, Regulus largou os braços ao seu redor, se sentindo esgotado. Ele ousou olhar pelo canto de olho para a grifinória e se deparou com um sorriso de canto de lábios. Era impressão dele ou McDonald estava se sentindo superior?
- Bom trabalho, McDonald. – O sonserino se rendeu.
A chuva da noite anterior havia cessado e o sol já brilhava forte no céu, que começava a deixar o cinza para colorir com um belo azul. O vasto gramado ainda estava molhado e o salgueiro lutador se remexia vez ou outra, como um cachorro que tenta se livrar das água de seus pelos. Em um ponto mais distante, Regulus conseguia ver os aros do campo de Quadribol. Se havia algo que lhe causava o mínimo de ansiedade por estar em Hogwarts, era o jogo.
Aguardava com um frio gostoso na barriga quando pudesse voltar a voar na vassoura durante os treinos. Regulus podia ser tímido e sem chamar muita atenção enquanto andava nos corredores do castelo, mas quando estava em uma partida, defendendo todas as goles, era apenas um adolescente normal se divertindo.
E o jovem Black estava precisando daquilo. Era o primeiro dia de aula e ele já se sentia esgotado. Havia sido uma manhã difícil. A edição do profeta diário que estava preso em seus livros era apenas um pressagio de que aquele dia não estava destinado a ser bom. Os ataques aos trouxas estavam cada vez mais frequentes, e Lord Voldemort, como o jornal já começava a referenciar, fazia questão de assinar seus ataques com a marca negra flutuando nos céus.
Os olhos cinzentos do rapaz deslizaram lentamente da paisagem do castelo para um pedacinho do jornal que escapava entre seus dedos brancos. Como um flash assustador, ele lembrou da marca idêntica a que estava naquela manchete, brilhando na pele pálida de seu pai.
“ – Em breve você terá uma também, Regulus”. – Orion contava, cheio de orgulho.
O problema é que Regulus não sabia se queria aquela marca em sua pele. Não se opunha em lutar com os pais pela limpeza do sangue bruxo. Mas assassinato parecia tão radical. Tão sujo. Ele se pegava pensando se era realmente necessário. Então, como se lesse seus pensamentos, Walburga gritava “São eles, ou nós! Ou acabamos com esta raça imunda, ou a raça bruxa será extinta! Cheios de aberrações!”.
Preguiçosamente, o Sonserino arrumou o jornal novamente entre os livros e continuou subindo as escadas, em direção a torre onde a aula começaria em breve. Seus pensamentos então se arrastaram para o restante da manhã, na aula de Poções.
Mary McDonald era exatamente o que Walburga chamava de “aberração”. Filha de trouxas, bagunça parecia ser seu nome do meio. Os cabelos desalinhados, as lentes dos óculos sujas, uniformes que não serviriam nem mesmo para libertar Elfos Domésticos. Era impressionante que tivesse chegado até o nível de NOMS em Poções, mas pelo desempenho que demonstrara naquela manhã, Regulus duvidava que chegasse até o final do ano.
Apesar disso, quando deixou a sala e presenciou Carlotta Melloni implicando com a nascida trouxa, Regulus se sentiu extremamente incomodado. A loira poderia ter seu sangue puro, mas era tão patética quanto qualquer sangue ruim. Era exibicionista, arrogante e extremamente irritante. E apesar de serem características que ele estava perfeitamente acostumado, a menina só tinha cabeça para rapazes e parecia não se importar com nenhuma aula. Cabeça vazia, talvez fosse o melhor termo. Regulus achava aquilo tão ruim quanto não ter o sangue puro. Os Black poderiam ter um milhão de defeitos, mas eram sempre excepcionais em magia.
Para completar, as duas meninas eram Grifinórias. O que incomodou o rapaz ainda mais. Todos falavam com tanto orgulho da casa dos leões, mas Sonserinos não se enfrentavam daquela forma pelos corredores. Poderiam ser falsos e dissimulados, mas ao menos eram civilizados entre eles.
Antes que pudesse cogitar que estaria defendendo uma nascida trouxa, Regulus já havia aberto a boca. Não iria permitir que alguém tão vazia quanto Melloni insultasse a outra menina, simplesmente porque ela era tímida. Regulus era tímido por si só e sabia perfeitamente que aquilo não era sinônimo de fraqueza.
A sensação que se instalou em seu estômago após defender a nascida trouxa permaneceu pelo restante do dia, fazendo com que pulasse o almoço. Agora sabia perfeitamente que tinha muita sorte por Bellatrix não estar por perto. Sua prima teria lhe azarado ali mesmo se tivesse presenciado mais um de seu sangue defendendo um sangue ruim.
Regulus entrou na sala ainda vazia e escolheu um lugar ao canto, onde poderia observar a professora sem chamar muita atenção. Enquanto espalhava seu material pela carteira, os poucos alunos que eram loucos o bastante para escolher aquela aula começaram a encher o local.
Muitos conversavam entre si, ainda eufóricos para contar todas as aventuras das férias. Apesar de diversos alunos presentes, Black se sentia completamente sozinho. Não havia ninguém com quem ele realmente se conectasse, e agora que Sirius não estava mais casa, não tinha com quem conversar também. Ele e o primogênito poderiam ser bem diferentes, mas se davam como dois irmãos completamente normais. A relação poderia ter se abalado um pouco após a amizade de Sirius com Potter, mas só havia sido anulada de vez quando o mais velho deixou a mansão Black.
Distraído em seus próprios pensamentos, Black levou um susto quando a voz da professora cortou a sala de aula. Tão mal havia começado a falar, ela foi interrompida pela imagem de Mary McDonald aparecendo na porta. O Sonserino se encolheu na carteira, sentindo-se embaraçado pela menina, cujas bochechas imediatamente coraram.
- Srta. McDonald, pode assumir logo o seu lugar, por favor? – A professora perguntou gentilmente, o que não era de seu feitio.
A velha Bathsheba Babbling tinha a fama de ser a professora mais rígida do corpo docente de Hogwarts, impaciente com os alunos que não entendiam suas aulas. Ela devia ter muita pena de McDonald para não lhe expulsar ali mesmo. Se a menina era um fracasso em poções, imagine Runas? Sairia chorando na metade do primeiro período.
Mary, que parecia ter tido uma pequena melhora desde a última aula, correu os olhos pelos lugares vagos e se fixou na carteira dupla onde Black estava sentado. Só então o rapaz percebeu que era o único lugar vago da estreita torre. E mais uma vez ele se encolheu em seu lugar. Seu cotovelo estava apoiado na carteira e a mão em seu rosto, como se tentasse se esconder. Mesmo assim, a grifinória caminhou até seu lugar e sentou, fazendo alguns pergaminhos do rapaz levantassem alguns centímetros com o vento.
- Precisando de um relógio, McDonald? – Ele murmurou quando a professora retomou seu discurso de início da aula. – Você ao menos é capaz de chegar no horário em alguma aula?
Os lábios de Black quase não se mexiam, mas seu tom de voz era ligeiramente irritado. Não era do feitio do jovem se irritar, de demonstrar emoções ou de se quer falar com um grifinório. Mas McDonald parecia ter alguma coisa que lhe tornava impulsivo. E ele estava sim irritado com ela. Havia perdido seu tempo a defendendo naquela manhã, mas a menina parecia ter tirado o dia para lhe desagradar.
Regulus não sabia exatamente o motivo, mas seu estomago estava se revirando com o olhar ofendido da jovem.
- Olhe, não quis ser grosso... – Ele começou, tentando ensaiar um pedido de desculpas, quando a voz da professora lhe cortou.
- Precisando de alguma coisa, Sr. Black?
Foi a vez das bochechas pálidas de Black esquentarem. Ele torceu fortemente para que elas não tivessem corado como as da menina ao seu lado.
- Não Sra. Babbling. – Ele imediatamente pegou a pena e se preparou para iniciar as anotações.
Quarenta minutos de aula depois e Regulus Black sentia seu cérebro fritar. Parecia impossível interpretar qualquer coisa que Babbling dissesse. Sua gravata já estava desalinhada e alguns fios negros, antes em um penteado perfeito, estavam espetados pelas diversas vezes que passara os dedos, como se aquilo fosse lhe trazer alguma resposta.
Para cada pergunta que não conseguia responder, a mão de McDonald cortava o ar, com o gabarito na ponta da língua. Os olhos cinzentos, antes tão críticos, olhavam espantados para a menina.
Como ela conseguia?
Poções era fácil, Regulus sabia exatamente o que esperar e sabia se estava indo bem ou não dependendo da cor ou do cheiro que vinha do caldeirão. Porém Runas Antigas era impossível. Era questão de orgulho chegar ao nível dos NIEMs naquela aula, pois não havia um único Black, com exceção de Sirius, que não tivesse conseguido. Mesmo assim, havia ao seu lado uma nascida trouxa que dominava perfeitamente aquela magia tão misteriosa.
Quando a professora encerrou a aula, Regulus largou os braços ao seu redor, se sentindo esgotado. Ele ousou olhar pelo canto de olho para a grifinória e se deparou com um sorriso de canto de lábios. Era impressão dele ou McDonald estava se sentindo superior?
- Bom trabalho, McDonald. – O sonserino se rendeu.
Emma Malfoy- Mensagens : 18
Data de inscrição : 05/07/2014
- Mensagem nº25
Re: Continue :)
Emma apoiou as costas na parede gelada de pedra e se deixou escorregar até que estivesse sentada no chão, com as pernas esticadas. O banheiro localizado nas masmorras era frio, principalmente pela manhã, mas era estranhamente agradável. Estava vazio, pois os raios de sol ainda não haviam começado a iluminar o céu. Quando deixara o dormitório, todas as outras meninas ainda dormiam.
Malfoy havia passado quase toda a noite em branco, se revirando pela cama. Seu estômago estava pesado e ela não conseguia respirar direito. Parecia que estava em um cemitério, já que metade daquelas pessoas que estavam ali com ela já estavam mortas.
Após passado o susto, ela começou a observar todos a sua volta, lembrando do destino que os aguardavam. Era terrível.
Bellatrix Black não era exatamente um assunto matinal na casa dos Malfoy, mas a menina sabia da história de todos os seus familiares envolvidos na guerra. E dormir ao lado de uma terrível bruxa que perderia no final não trazia o mesmo efeito que um livro leve de cabeceira.
No pouco tempo que conseguira dormir, tivera terríveis pesadelos. Por fim, havia se rendido e esquivado para fora do dormitório, na esperança de que alguém tivesse tido alguma ideia de lhe levar de volta ao seu tempo, onde toda aquela história de guerra havia chegado ao fim.
Mas ela ainda estava presa em 1978.
A loira olhou rendida para a porta quando escutou barulho de movimentação do lado de fora. Por fim, ela se levantou, ignorando os pés dormentes, e se encaminhou de volta ao dormitório, onde o horário de suas aulas do dia já estavam repousados sobre a cama.
Dumbledore havia montado os horários das aulas iguais aos que as meninas estariam fazendo se ainda estivessem em 2014. Preocupado com a educação delas, talvez? Fazendo o seu papel de diretor ou simplesmente tentando trazer um pouco de normalidade para toda aquela bizarrice.
- Alguma coisa interessante? – Uma voz soou por cima de seu ombro e a loira se virou para encarar Bellatrix Black.
- Tenho feitiços no primeiro horário. – Emma respondeu, os olhos passeando pela menina a sua frente, finalmente conseguindo analisa-la.
Ela lembrava vagamente a foto da louca descabelada presa em Azkaban. Seus cabelos estavam presos em uma firme trança que caía por cima de um ombro, o rosto era belo com traços aristocráticos que lembravam os de Cissy. Os olhos tão cinzentos quanto os seus próprios e os uniformes, perfeitamente novos, alinhados. Não fosse a frieza que ela emanava, Emma poderia jurar que aquela não era a mesma fiel seguira de Lord Voldemort. Por um segundo, a menina se perguntou se sua tia já estava envolvida com aqueles horríveis ataques.
Bellatrix se aproximou e retirou o pergaminho das mãos da loira, erguendo os olhos imediatamente surpresos.
- Criaturas mágicas? Quem perde tempo com criaturas mágicas no ano de NIEMs?
Emma poderia se intimidar com a fama de Bellatrix, mas aquela ali diante dela ainda era uma adolescente de 17 anos e ela ainda tinha seu orgulho. Pegando o pergaminho de volta sem a menor educação, ela respondeu com o nariz empinado.
- Dragões podem ser uma arma tão cruel quanto uma varinha, Black.
De fato não era comum que alunos tivessem aulas de criaturas mágicas no último ano em Hogwarts, a não ser que quisessem levar aquilo como carreira. Mas Emma não podia evitar se era aquilo que lhe trazia maior felicidade do que qualquer aula. Melhor do que transformar uma xícara em uma garrafa, do que fazer coisas levitarem, ou azarar alguém, dominar animais mágicos, entende-los e poder trata-los era excepcional. Era muito mais desafiados do que criar poções com as receitas do lado, pois cada animal era diferente e cada um responderia de uma forma.
- É para isso que estuda? Para transformá-lo em armas?
Emma podia jurar que um sorriso malicioso se espalhou pelos lábios de Bellatrix. Sem lhe dar mais atenção, a loira puxou os livros para dentro da mochila, a pendurou em seu ombro e finalmente deixou o dormitório em direção a primeira aula.
***
As aulas em 1978 eram basicamente as mesmas em 2014, de modo que por algumas horas a jovem Malfoy conseguiu se distrair. Ela pulou o almoço de propósito, pois não queria voltar a ter a sensação de estar comendo com defuntos.
Porém, vez ou outra esbarrava com alguém pelos corredores e imediatamente se lembrava. Quando encontrou Narcisa e Lucius conversando no salão comunal, ela teve certeza que ficaria doente do estômago.
Os dois eram jovens e belos, com todo um futuro pela frente. O rapaz não lembrava em nada o triste homem preso em Azkaban em 2014. Cissy era mais leve, definitivamente linda, sem carregar toda a dor e tristeza nos olhos.
Bem ali, diante de seus olhos, estavam os seus avós, completamente leigos do que os anos fariam com eles. E ela estava ali, podendo mudar toda a história, podendo salvar sua família. A voz de Dumbledore voltou a ecoar em sua mente, lembrando que nada poderia ser alterado. Ela provavelmente nem existiria se ousasse falar algo e aquilo era uma tortura.
Com a cabeça baixa, ela se encaminhou para os jardins, onde começaria a aula de Trato das Criaturas Mágicas.
Meia dúzia de alunos rodeavam o professor e, diante deles, em um tronco de madeira, estava um lindo pássaro com penas vermelhas, pomposo, o olhar inteligente observando a todos. Mais do que em qualquer aula, aquilo fez 1978 desaparecer.
- Uma fênix? – O sorriso nos lábios da menina era enorme e ela largou os livros em um canto qualquer para se aproximar.
Os alunos em volta pareciam compartilhar a excitação dela.
- Achei que fossem raras... – Um setimanista com uniforme da Lufa-Lufa também se aproximou.
- Achou certíssimo, Sr. Digorry. Esta, em particular, é do professor Dumbledore. Ele teve o prazer de nos emprestar Fawkes para o nosso primeiro dia de aula.
Emma parecia estar encarando um diamante. Ela ergueu a mão para tocar o pássaro, que imediatamente virou a cabeça para o lado, recebendo o carinho. A Fenix era, sem dúvida, a criatura mais mágica que existia. Morrer e retornar das cinzas, seus poderes de cura, sua fidelidade. Era tudo de bom que o mundo mágico poderia oferecer. A aula passou em um piscar de olhos e, quando infelizmente chegou ao fim, o sol começava a se pôr no horizonte.
- Este definitivamente foi o melhor primeiro dia de aula. – Digorry tagarelava ao seu lado enquanto retornavam ao castelo. – Imagino que também não tenham muitas Fenix na Australia, não é?
A menina tinha que concordar que havia sido uma aula singular, mas ao escutar a menção ao país que ela não conhecia, novamente levou um soco, voltando para a triste realidade do passado.
- Não, nunca tinha visto uma fênix antes. – Ela se limitou a dizer.
Os dois se separaram quando entraram no castelo e Emma seguiu para o caminho das masmorras. Deixaria os livros no dormitório e iria finalmente enfrentar o salão principal para jantar, pois o estômago reclamava de ter aguentado até ali com tão pouco.
Quando entrou no Salão Comunal, que ainda estava vazio com os alunos retornando do fim do dia, Emma se deparou com o mesmo rapaz da noite anterior. Tentando melhorar o clima de velório, já que provavelmente teria que aguentar mais alguns dias até Dumbledore encontrar uma solução para lhes enviar de volta, Emma achou que era hora de começar a fazer amigos.
- Rodolphus, não é? – Ela perguntou, lançando seu melhor sorriso, digno de uma Malfoy.
Emma não tivera muitos namorados em Hogwarts, mas era relativamente experiente no assunto. Sem sombra de dúvida era mais experiente do que Sarah ou Abby. Ela poderia apostar 10 galeões que conseguiria conquistar um aluno antes das outras duas. Não que fosse muito difícil, mas pelo menos ali não havia toda a pressão de seu eminente noivado pós-Hogwarts. Ali, ela era simplesmente Emma Richmond, e isto poderia ter alguma vantagem.
- Então, Rodolphus... – a loira se sentou em frente ao rapaz, que espalhava cartas de snap explosivins aleatoriamente sobre a mesa. De repente, ela puxou um sotaque que lembrava o britânico, mais carregado. – O que há de interessante para fazer em Hogwarts?
Malfoy havia passado quase toda a noite em branco, se revirando pela cama. Seu estômago estava pesado e ela não conseguia respirar direito. Parecia que estava em um cemitério, já que metade daquelas pessoas que estavam ali com ela já estavam mortas.
Após passado o susto, ela começou a observar todos a sua volta, lembrando do destino que os aguardavam. Era terrível.
Bellatrix Black não era exatamente um assunto matinal na casa dos Malfoy, mas a menina sabia da história de todos os seus familiares envolvidos na guerra. E dormir ao lado de uma terrível bruxa que perderia no final não trazia o mesmo efeito que um livro leve de cabeceira.
No pouco tempo que conseguira dormir, tivera terríveis pesadelos. Por fim, havia se rendido e esquivado para fora do dormitório, na esperança de que alguém tivesse tido alguma ideia de lhe levar de volta ao seu tempo, onde toda aquela história de guerra havia chegado ao fim.
Mas ela ainda estava presa em 1978.
A loira olhou rendida para a porta quando escutou barulho de movimentação do lado de fora. Por fim, ela se levantou, ignorando os pés dormentes, e se encaminhou de volta ao dormitório, onde o horário de suas aulas do dia já estavam repousados sobre a cama.
Dumbledore havia montado os horários das aulas iguais aos que as meninas estariam fazendo se ainda estivessem em 2014. Preocupado com a educação delas, talvez? Fazendo o seu papel de diretor ou simplesmente tentando trazer um pouco de normalidade para toda aquela bizarrice.
- Alguma coisa interessante? – Uma voz soou por cima de seu ombro e a loira se virou para encarar Bellatrix Black.
- Tenho feitiços no primeiro horário. – Emma respondeu, os olhos passeando pela menina a sua frente, finalmente conseguindo analisa-la.
Ela lembrava vagamente a foto da louca descabelada presa em Azkaban. Seus cabelos estavam presos em uma firme trança que caía por cima de um ombro, o rosto era belo com traços aristocráticos que lembravam os de Cissy. Os olhos tão cinzentos quanto os seus próprios e os uniformes, perfeitamente novos, alinhados. Não fosse a frieza que ela emanava, Emma poderia jurar que aquela não era a mesma fiel seguira de Lord Voldemort. Por um segundo, a menina se perguntou se sua tia já estava envolvida com aqueles horríveis ataques.
Bellatrix se aproximou e retirou o pergaminho das mãos da loira, erguendo os olhos imediatamente surpresos.
- Criaturas mágicas? Quem perde tempo com criaturas mágicas no ano de NIEMs?
Emma poderia se intimidar com a fama de Bellatrix, mas aquela ali diante dela ainda era uma adolescente de 17 anos e ela ainda tinha seu orgulho. Pegando o pergaminho de volta sem a menor educação, ela respondeu com o nariz empinado.
- Dragões podem ser uma arma tão cruel quanto uma varinha, Black.
De fato não era comum que alunos tivessem aulas de criaturas mágicas no último ano em Hogwarts, a não ser que quisessem levar aquilo como carreira. Mas Emma não podia evitar se era aquilo que lhe trazia maior felicidade do que qualquer aula. Melhor do que transformar uma xícara em uma garrafa, do que fazer coisas levitarem, ou azarar alguém, dominar animais mágicos, entende-los e poder trata-los era excepcional. Era muito mais desafiados do que criar poções com as receitas do lado, pois cada animal era diferente e cada um responderia de uma forma.
- É para isso que estuda? Para transformá-lo em armas?
Emma podia jurar que um sorriso malicioso se espalhou pelos lábios de Bellatrix. Sem lhe dar mais atenção, a loira puxou os livros para dentro da mochila, a pendurou em seu ombro e finalmente deixou o dormitório em direção a primeira aula.
***
As aulas em 1978 eram basicamente as mesmas em 2014, de modo que por algumas horas a jovem Malfoy conseguiu se distrair. Ela pulou o almoço de propósito, pois não queria voltar a ter a sensação de estar comendo com defuntos.
Porém, vez ou outra esbarrava com alguém pelos corredores e imediatamente se lembrava. Quando encontrou Narcisa e Lucius conversando no salão comunal, ela teve certeza que ficaria doente do estômago.
Os dois eram jovens e belos, com todo um futuro pela frente. O rapaz não lembrava em nada o triste homem preso em Azkaban em 2014. Cissy era mais leve, definitivamente linda, sem carregar toda a dor e tristeza nos olhos.
Bem ali, diante de seus olhos, estavam os seus avós, completamente leigos do que os anos fariam com eles. E ela estava ali, podendo mudar toda a história, podendo salvar sua família. A voz de Dumbledore voltou a ecoar em sua mente, lembrando que nada poderia ser alterado. Ela provavelmente nem existiria se ousasse falar algo e aquilo era uma tortura.
Com a cabeça baixa, ela se encaminhou para os jardins, onde começaria a aula de Trato das Criaturas Mágicas.
Meia dúzia de alunos rodeavam o professor e, diante deles, em um tronco de madeira, estava um lindo pássaro com penas vermelhas, pomposo, o olhar inteligente observando a todos. Mais do que em qualquer aula, aquilo fez 1978 desaparecer.
- Uma fênix? – O sorriso nos lábios da menina era enorme e ela largou os livros em um canto qualquer para se aproximar.
Os alunos em volta pareciam compartilhar a excitação dela.
- Achei que fossem raras... – Um setimanista com uniforme da Lufa-Lufa também se aproximou.
- Achou certíssimo, Sr. Digorry. Esta, em particular, é do professor Dumbledore. Ele teve o prazer de nos emprestar Fawkes para o nosso primeiro dia de aula.
Emma parecia estar encarando um diamante. Ela ergueu a mão para tocar o pássaro, que imediatamente virou a cabeça para o lado, recebendo o carinho. A Fenix era, sem dúvida, a criatura mais mágica que existia. Morrer e retornar das cinzas, seus poderes de cura, sua fidelidade. Era tudo de bom que o mundo mágico poderia oferecer. A aula passou em um piscar de olhos e, quando infelizmente chegou ao fim, o sol começava a se pôr no horizonte.
- Este definitivamente foi o melhor primeiro dia de aula. – Digorry tagarelava ao seu lado enquanto retornavam ao castelo. – Imagino que também não tenham muitas Fenix na Australia, não é?
A menina tinha que concordar que havia sido uma aula singular, mas ao escutar a menção ao país que ela não conhecia, novamente levou um soco, voltando para a triste realidade do passado.
- Não, nunca tinha visto uma fênix antes. – Ela se limitou a dizer.
Os dois se separaram quando entraram no castelo e Emma seguiu para o caminho das masmorras. Deixaria os livros no dormitório e iria finalmente enfrentar o salão principal para jantar, pois o estômago reclamava de ter aguentado até ali com tão pouco.
Quando entrou no Salão Comunal, que ainda estava vazio com os alunos retornando do fim do dia, Emma se deparou com o mesmo rapaz da noite anterior. Tentando melhorar o clima de velório, já que provavelmente teria que aguentar mais alguns dias até Dumbledore encontrar uma solução para lhes enviar de volta, Emma achou que era hora de começar a fazer amigos.
- Rodolphus, não é? – Ela perguntou, lançando seu melhor sorriso, digno de uma Malfoy.
Emma não tivera muitos namorados em Hogwarts, mas era relativamente experiente no assunto. Sem sombra de dúvida era mais experiente do que Sarah ou Abby. Ela poderia apostar 10 galeões que conseguiria conquistar um aluno antes das outras duas. Não que fosse muito difícil, mas pelo menos ali não havia toda a pressão de seu eminente noivado pós-Hogwarts. Ali, ela era simplesmente Emma Richmond, e isto poderia ter alguma vantagem.
- Então, Rodolphus... – a loira se sentou em frente ao rapaz, que espalhava cartas de snap explosivins aleatoriamente sobre a mesa. De repente, ela puxou um sotaque que lembrava o britânico, mais carregado. – O que há de interessante para fazer em Hogwarts?