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Ah, vocês sabem <3


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Sarah Nipps
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    Mary McDonald
    Mary McDonald


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    Mensagem por Mary McDonald Sáb Out 03, 2015 6:36 pm

    - Bom trabalho, McDonald.
    Ficou tão surpresa ao escutar o rapaz ao seu lado a elogiando que derrubou vários pergaminhos no chão (era a 3ª vez que ele a sobressaltava daquela maneira só naquele dia).
    - Obrigada...? – agradeceu, num tom incerto e se abaixou para ajeitar a bagunça que havia feito. Ergueu os olhos e ao ver que Regulus a fitava com interesse, franziu o cenho. Ela estava num episódio de Além da Imaginação? Ou de Doctor Who? Por quê Regulus Black, que nunca havia feito questão de reconhecer sua existência antes, estava interagindo com ela? E trocando elogios? Era alguma pegadinha?
    Levantou-se e enfiando as notas da aula na mochila, decidiu perguntar ao rapaz qual era a dele. Mas antes que pudesse fazê-lo, seu olhar recaiu sobre o grande relógio que havia na parede oposta da sala de Runas:
    - Droga! Vou me atrasar pra aula da McG! – exclamou e acenando brevemente com a cabeça para o rapaz, saiu correndo dali. Por mais que estivesse curiosa para entender qual era a do comportamento bizarro de Black, McGonnagal definitivamente não iria perdoá-la pelo seu atraso, mesmo que fosse diretora da sua casa. Alcançou a sala de aula de Transfigurações em alguns minutos e suspirou aliviada ao ver que a professora ainda não havia iniciado a lição daquele dia.

    ****

    Durante o jantar, Mary refletia sobre seu primeiro dia de aula em Hogwarts: havia compensado o desastre que fora a aula de Poções com seu desempenho em Runas Antigas – adorava quebrar a cabeça traduzindo todas aquelas palavras difíceis – e aquilo havia, definitivamente, levantado sua moral e seu espírito. De repente, lembrou-se da cena inusitada ao fim da aula: Regulus Black a elogiando. O comportamento bipolar do rapaz a intrigava: primeiro ele agia como se sua presença o enojasse (ex.: carruagem, 1º de Setembro) depois ele questionava seu péssimo hábito de chegar atrasada nas aulas e por fim, a elogiava! Alguma coisa estava definitivamente errada ali, aquilo não fazia o menor sentido.
    - Por que você está encarando a mesa da Sonserina com tanta intensidade? – Lily a cutucou, ao notar que a atenção da mais nova estava voltada para a mesa das serpentes.
    - Hm...estou apenas refletindo sobre Regulus Black - Mary respondeu, ainda encarando o rapaz com curiosidade. Ali, na mesa da Sonserina, o rapaz parecia o de sempre: jantava sem se dirigir a ninguém ao seu lado, uma expressão neutra nas belas feições. Nem parecia o mesmo daquela tarde em Runas: os cabelos estavam bem penteados novamente e a gravata do uniforme estava bem atada. A imagem da perfeição.
    - O que tem o Regulus Black? - Marlene sentou-se ao seu lado, pegando um prato para se servir.
    - Depois eu explico. - Mary disse ao notar que Melloni e Skeeter estavam por perto, escutando toda a conversa. – Hey, Sarah. Como foi o primeiro dia de aula? – As amigas perceberam a deixa e também puxaram assunto com a novata.


    *****


    Sarah Nipps
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    Mensagem por Sarah Nipps Sáb Out 03, 2015 11:05 pm

    - Abby! - Sarah exclamou, quando viu a menina passar correndo pelo corredor do terceiro andar. A lufa-lufa diminuiu o passo, ofegante.

    - Sarah... Não posso falar... Atrasada... Adivinhação! - e, sem mais nem menos, a garota continuou seu caminho.

    A grifinória bufou, jogando as mãos para o céu, definitivamente impaciente. Primeiro, McGonnagal tinha feito o favor de preencher todos os horários do dia, depois, Emma e Abby estavam inalcançáveis. Por Merlin, como elas poderiam achar uma forma de voltar ao presente?

    A morena foi uma das últimas alunas a entrar na sala. Sentou-se no primeiro lugar vago que viu, no fundo da sala - embora, verdade seja dita, houvesse lugar suficiente para que ela escolhesse - e começou a retirar os itens que precisaria de sua mochila. Livros, pergaminho, pena...

    Somente quando um grupo de rapazes riu ao seu lado é que ela levantou a cabeça para observar os colegas ao seu redor.

    Oh, merda.

    A mesa à sua direita estava ocupada por dois rapazes morenos, um com cabelos curtos e absolutamente bagunçados e o outro, o mais próximo, com cabelos cortados à altura do ombro.

    Potter, Black

    À frente deles, a carteira era ocupada pelo menino que vira naquela manhã e por um outro, mais alto que os demais.

    Pettigrew, Lupin.

    Que maravilha. Eu tinha que sentar logo ao lado dos Marotos?


    - o-ooi, C-cooper - Sarah respondeu Peter Pettigrew apenas com um aceno de cabeça (enquanto tentava manter uma feição de civilidade, porque, urgh, traidor), mas, infelizmente, aquilo foi suficiente para chamar a atenção do restante dos Marotos.

    - Austrália! - Sirius se levantou, encostando-se na mesa - estava mesmo pensando em te pedir umas dicas de viagem. O que você me diz da sua amada terra natal?

    - Encantadora - uma coisa é preciso dizer: a garota sabia imprimir sarcasmo tanto quanto seu interlocutor - e o nome é Cooper.

    Sirius sorriu, apertando os olhos.

    - Claro, Austrália!

    - Sr. Black, por favor, sente-se, para que possamos começar a aula, sim? - McGonnagal interrompera o pequeno randez-vous, olhando severamente tanto para Sirius quanto para Sarah, esta última agradecida ( "Salva pelo gongo" ) e igualmente constrangida. Algo lhe dizia que seria chamada de "Austrália" durante toda a sua estadia em 1978.

    Por sorte, sua dupla foi uma garota corvinal de quem nunca ouvira falar, e que, pela própria Rowena Rawenclaw, ela esperava nunca mais ver.

    Ao final da aula, Sarah esperou todos os colegas saírem da sala - não sem antes ouvir um "até logo, Austrália!", vindo de Sirus - antes de falar com a professora.

    -Erhmn... Professora McGonnagal? - com frequência, a garota descobriria, ela ficaria sem jeito na presença de Minerva. Em 2014, quando a bruxa era diretora de Hogwarts, o contato direto com alunos não era tão frequente, e a verdade é que Sarah a admirava um bocado.

    - Pois não, senhorita Cooper? - Minerva levantou os olhos dos pergaminhos que escrevia.

    - Eu queria saber... Se a senhora e o professor Dumbledore sabem de mais algo que pode nos ajudar a... você sabe...

    - Há uma sala, há alguns metros daqui, reservada para que vocês possam trabalhar com mais... privacidade. Dumbledore também separou alguns livros na biblioteca que talvez as ajude. Infelizmente, no momento, não há mais nada que possamos fazer.

    As palavras caíram com um peso absurdo sobre Sarah. Não há nada mais que possamos fazer .



    *****



    Sarah desceu pelo almoço apenas pela força do hábito. Se pudesse, teria feito a refeição nas masmorras, junto aos elfos domésticos, tão investida que estava em evitar os colegas.

    Embora tenha se sentado sozinha, logo foi alcançada por Mary McDonnald, a sextanista com quem dividia o quarto. Conversavam tranquilamente - por alguma razão, a mais velha sentia-se confortável na presença da mais nova, e era quase um alívio ser interpelada por alguém que não lhe perguntava sobre a Oceania. Sarah já esgotara seus conhecimentos sobre a Austrália e os países vizinhos, e inventar mentiras sobre cangurus e aborígenes já estava ficando cansativo.

    O problema só se apresentou quando as amigas de Mary se reuniram a elas para a refeição.

    - E então, como foi sua primeira aula, Sarah?

    - Ótima, Evans, obrigada! - "sério, universo? Será que alguém cujo destino eu não conheço vai falar comigo hoje?" - olha eu... Já estou satisfeita e... Preciso passar na biblioteca. Vejo vocês mais tarde.

    Sarah se levantou, deixando o prato quase intocado.

    Nem sinal de Abby ou de Emma no almoço, também.



    *****



    Sarah odiava jantar cedo, mas resolveu experimentar para tentar evitar os colegas da sua casa. Talvez, quem sabe, jantando às 17h30, tivesse um pouco de paz. Ledo engano.

    Tentou como pôde se esquivar das perguntas de Mary, Lily, Alice e Donna, e, numa média geral, pode-se dizer que ela foi bem sucedida.

    Terminava sua sobremesa no momento em que Emma entrou pelo salão. A menina loira sentara à mesa da Sonserina, conversando com um colega de casa alto, com porte de nobre. Sarah respirou fundo, juntou seus pertences e marchou em direção à loira.

    - Malfoy - antes que pudesse perceber o que falava, as palavras da grifinória saltaram de sua boca. Absolutamente todas e cada uma das cabeças se voltaram para ela, exceto à de Emma e, é claro, incluindo a de Lucius Malfoy, distante apenas alguns alunos.

    O bruxo estreitou seus olhos, completa expressão de nojo em sua face, e respondeu com um "Sim?" seco. Sarah precisou pensar rápido.

    - O... professor de poções estava te procurando. - Por alguma razão, todos os professores poções de que tivera notícias eram os diretores da Sonserina, então era uma jogada segura. - Ele pediu para você encontrá-lo.

    Lucius apenas se manteve com os olhos estreitos, enquanto media a garota de cima a baixo.

    - Certo.

    Sarah se voltou para Emma, a verdadeira Malfoy com quem gostaria de falar, e lhe cutucou o ombro.

    - Richmond? Preciso falar com você. - Emma se virou, com cara de pouquíssimos amigos (talvez uma ameaça de morte implícita) e os olhos estreitos, tais quais o de seu avô - É sobre a...Austrália. me encontre na Biblioteca às 19h, ok? Caso você veja a Abby por aí, peça a ela para ir também.

    Virando-se para o sonserino à frente de Emma, a grifinória acrescentou um "Boa noite", e se virou, deixando o Salão Principal ( Não sem antes repetir mentalmente uma grosa de vezes "Que eu não tenha estragado tudo, que eu não tenha estragado tudo")


    .


    Última edição por Sarah Nipps em Dom Out 04, 2015 11:12 pm, editado 1 vez(es)
    Rodolphus Lestrange
    Rodolphus Lestrange


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    Mensagem por Rodolphus Lestrange Dom Out 04, 2015 7:33 pm

    - Preciso falar com você. Agora!
    Rodolphus parou de andar, ao ouvir a voz da noiva, em tom de comando, lhe interpelando no meio do corredor.
    - Temos DCAT agora, Bella. Não pode esperar?
    - Não, não pode.
    Ele bufou, olhou pro alto e contou até dez.
    Era perfeccionista em tudo que fazia. Até na pontualidade. Ainda mais em uma aula como DCAT, que junto com feitiços, eram as suas preferidas. Era um dos melhores alunos e continuaria assim, até a sua formatura.
    - Seja rápida então.
    Bella o puxou para um canto.
    - Quero que você sonde a novata.
    - Novata?
    - Sim! A novata, a que veio da Austrália, ou qualquer outro lugar que seja. Há algo muito, muito esquisito nela...
    - Esquisito como?
    - Muito segura de si... muito misteriosa... age como se soubesse coisas que não teria como saber, chegando agora... altiva...
    - Ou seja, muito como você?
    - Argh, não suporto esse seu ar blasé!
    - Que seja... posso pelo menos saber o motivo do seu interesse? E como pretende que eu "sonde", a garota?
    Não que não fosse um prazer sondá-la... quando fechara os olhos na noite anterior, o último pensamento havia sido sobre a macia pele da mão dela e o suave perfume, aliado à um sorriso coquete.
    - Primeiro quero saber sua história. De onde veio, quem são seus pais, se há alguma mancha em sua linhagem. Após isso, pode ser que ela seja material para recrutamento.
    - Por Salazar, Bella! Nos corredores não! Certos assuntos são para serem tratados à portas fechadas! Sei do seu entusiasmo pela causa, mas contenha-se!
    - Não vejo a hora de deixar essa escola e finalmente respirar um ar decente! Esse cheiro de sangues-ruins me enjoa! Enfim... quero que chegue perto dela... use esse seu sotaque, esse charme que dizem que você tem, flerte um pouco com ela... consiga informações.
    - Seduzi-la, vc quer dizer...
    - Platonicamente... sem toques, sem beijos, sem contato!
    - Ciúmes, Black?
    - De você? Nunca, mon chèr... apenas prezo minha reputação. Não vou ser apontada como corna por aí.
    - Acabou? Podemos ir?
    Ela acenou e eles entraram na sala.

    ***********************

    Perto do fim do dia, Rodolphus estava sentado em um sofá no salão comunal da sonserina, uma mesinha em frente, jogando snap explosivo. Curiosamente, jogar lhe clareava a mente, e fazia com que pensasse melhor.
    E ele precisava pensar bastante em estratégias que lhe garantiriam um contato satisfatório com Richmond. Talvez, pensou sorrindo consigo mesmo, até mesmo mais que satisfatório.
    Estava de cabeça baixa, quando ouviu uma voz se dirigindo à ele:
    - Rodolphus, não é?
    Levantou os olhos e o objeto de seus pensamentos estava ali, á sua frente, em um uniforme com uma saia curta demais para sua paz de espírito. Ficou mudo por um momento, e ela sentou-se na poltrona à sua frente e continuou:
    - Então, Rodolphus... O que há de interessante para fazer em Hogwarts?
    - Richmond, não é?
    A menina assentiu.
    - Na escola? Há os eventos como bailes onde todas as casas participam, os passeios à Hogsmead... mas as festas que damos aqui na Sonserina são bem bacanas... a gente consegue contrabandear coisas como whisky de fogo e outras bebidas...
    - O que é Hogsmead?
    - É um povoado perto daqui, onde tem algumas lojas interessantes. Precisa de autorização dos pais para as saídas. Vc tem?
    - Hum... sim, sim... Sabe se terá algum em breve?
    - Acredito que sim. Deveremos ficar sabendo ainda hoje, no jantar. Na sua antiga escola, vcs saíam também? Não me lembro de ter ouvido falar que há uma escola de magia por lá...
    - Há sim. Tjukurrtjana. É relativamente nova, tem somente quinze anos.
    Rodolphus sentiu que ela estava levemente incomodada, a voz soara um pouco hesitante. Ia insistir no assunto, quando um miado se fez ouvir, e uma gata branca surgiu no salão, interrompendo a conversa.
    - Condessa!
    Richmond estendeu os braços, mas para surpresa da menina, e do próprio Rodolphus, a gata pulou em seu colo, ronronando e se esfregando em suas vestes.
    - Eh, bien... parece que ela gostou de mim... não foi, Contesse? - disse ele, acariciando o pelo da gata, mas olhando fundo nos olhos de Richmond.
    A menina ficou vermelha, olhou o relógio na parede.
    - Nossa, 17:30! Preciso me arrumar para o jantar! - disse ela, se aproximando, e tirando a gata do colo dele, lhe dando uma visão do topo dos seios pelo botão aberto no topo do uniforme. - Se eu fosse vc, tb iria me arrumar. Ela deixou pelos nas suas vestes!
    Emma se afastava do salão quando ele disse, num rompante.
    - Se eu chegar mais cedo, guardo seu lugar à mesa!
    Ela acenou e desapareceu no corredor para o dormitório feminino.

    **************************

    Até que a Richmond tinha um papo bacana, Rodolphus admitu, ao conversar com ela no jantar. Parecia ser bem inteligente, ao contrário de algumas meninas que achavam que por serem lindas, isso já bastava.
    Estava quase esquecendo de suas intenções ao começar a interagir com ela, quando outra das duas meninas que chegaram ao colégio com ela, a australiana grifinória, se aproximou da mesa sonserina, causando estranheza entre os alunos presentes.
    - Richmond? Preciso falar com você.
    Pela cara que Emma fez, parecia que a relação entre as meninas da terra dos cangurus não era a sétima maravilha... o que já era indicativo do porque estarem em casas tão opostas quanto Sonserina e Grifinória.
    - É sobre a...Austrália. me encontre na Biblioteca às 19h, ok? Caso você veja a Abby por aí, peça a ela para ir também.
    A garota se afastou, e ele virou para Richmond, a tempo de ver a menina bufar.
    - Alguma coisa que eu possa ajudar?
    - Nah... é coisa boba. Aposto que as tontas já estão com saudade de casa, ou ficou alguma dúvida sobre o intercâmbio. Não se preocupe.
    Richmond baixou os olhos sobre o prato, e Rodolphus alcançou o olhar de Bella, satisfeita, na outra ponta da mesa.
    Suspirando, voltou a atenção para o próprio prato também, e tratou de terminar o jantar.


    Abby Lovegood Scamander
    Abby Lovegood Scamander


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    Mensagem por Abby Lovegood Scamander Dom Out 04, 2015 10:48 pm

    O sol bateu levemente no rosto de Abby, e a claridade incomodou a menina, que franziu o nariz, fazendo com que, instintivamente, ela cobrisse o rosto com a manta de sua cama.
    - Abby, hora de levantar!
    - Ah, mãe, só mais cinco minutinhos...
    - Já vi que vc não é uma pessoa da manhã, Stinson, eu não sou sua mãe pra ficar tentando te acordar com delicadeza e vc NÃO está na sua casa... então LEVANTA ou vai chegar atrasada na aula de adivinhação. Eu vou indo na frente, pq ainda quero comer!
    Abby Pandora saiu pela porta, deixando a neta sentada, de muito mau humor, na cama.
    - Minha mãe nunca me disse que ela era tão estressada!
    Foi para o banheiro, tomou uma ducha rápida, colocando o uniforme da Lufa lufa. Fez uma rápida trança nos cabelos, e mesmo se apressando, viu que estava quase em cima da hora para a aula de poções.
    - Não vai dar pra comer, não vai dar pra comer...
    Ela saiu correndo do dormitório lufano, determinada a criar asas nos pés, pra pegar pelo menos umas tortinhas de abóbora pra viagem, no refeitório.
    Quando virou uma esquina, trombou, com toda força, em um muro alto, sólido e quente, quase perdendo o equilibrio.
    Levantou os olhos e viu o mesmo rapaz da noite anterior, o que estava sentado com os marotos, o pai de Ted. Mas não podia deixar transparecer que já sabia quem ele era.
    - Santo Hipogrifo, me desculpe! – Ela sorriu pra ele. Não era difícil sorrir pra Lupin. Ele era mesmo, muito agradável de se olhar, ela constatou. – Oh! Eu conheço você de algum lugar! Eu sou a Abby, de qualquer jeito. Me desculpe, mesmo! Eu preciso correr.
    Ela virou a curva no corredor, sem nem entender pq ficara tão nervosa, e pensando que era uma lástima o que aconteceria com o rapaz. Aliás, todos eles. Saber o destino de cada um e não poder interferir era uma meleca, na opinião dela. Gostaria de não se apegar a ninguém enquanto estivesse lá, mas sabia que, do jeito que ela era, seria muito difícil. Pegou um elfo doméstico quase fechando a cozinha.
    - Hey, não fecha ainda, não fecha!!!

    **************

    Abby havia conseguido chegar em cima da hora na aula de adivinhação, onde fora feita a leitura das borras de café Na sua aparecera um coração, e a professora dissera que ela iria conhecer o amor em breve. Parecia uma releitura das aulas da Trewlaney. Ainda bem que ela não era daquelas meninas impressionáveis que sairia dali enxergando qualquer um como seu futuro pretendente. Palhaçada pura!
    Sempre atrasada para chegar aos lugares, quando chegou à sala de Poções para sua segunda aula, o professor Slughorn ainda não havia entrado na sala, pois precisara passar no estoque, para pegar alguns ingredientes para a poção que iria ensinar naquela aula.
    - Você, hein! Da próxima vez eu não te acordo! - Abby Pandora disse, na primeira oportunidade. As duas ficaram distantes na aula de adivinhação, pois só havia lugar lá no fundo quando Abby chegara lá.
    - Tá bom, vó, tá bom... - disse Abby, dando uma mordida num pedaço de tortinha que tirou do bolso.
    - Olha a ironia!
    - Fer torfinha?  - ela ofereceu, de boca cheia.
    - Eu hein? Tua mãe não te deu educação não?
    Abby ia responder, quando Slughorn entrou na sala. Engoliu o restante da tortinha, limpou a boca e os dedos.
    Slughorn não havia mudado muito conforme os anos passaram. Em 2014, ele era já bem mais velho, lógico, mas ainda lecionava poções. Abby achava que ele não se aposentara justamente por não ter família, então os jovens de Hogwarts e sua bajulação faziam muito bem à ele.
    - Esse ano, já notei que temos 3 alunas transferidas, não é? Gostaria de conhecê-la, srta... Stinson. E acredito que o restante de seus colegas também.
    Abby estremeceu. E se falasse demais, ou algo que não devia? Levantou.
    - Bem... meu nome é Abigail, mas prefiro que me chamem de Abby. Tenho 16 anos. Como já perceberam, fui designada para a Lufa lufa e vim transferida da Austrália.
    - O que seus pais fazem, srta. Stinson.
    - Minha mãe é escritora e meu pai trabalha como veterinário, senhor.
    - Sua mãe escreve o que? É famosa?
    - Não senhor. Ela escreve romances. Ficção.
    - Ah... pode sentar-se.
    Abby sorriu aliviada. Poderia passar despercebida o resto do ano letivo. Seus pais não eram ninguém nesse ano, ao contrário do que eram em 2014. Rolf Scamander, neto de Newt e famoso magizoologista, e a mãe, editora do Pasquim, e uma das cabeças da resistência na segunda guerra.
    - Esse ano vou dividir vocês em duplas. Cada dupla com um membro de cada casa.
    Ele foi designando os pares até que ela ouviu:
    - Abigail Stinson e Xenophilius Lovegood!
    Olhou em volta, olhos esbugalhados, até que topou com um rapaz louro e bem apessoado, embora parecendo bem atrapalhado, com vários pergaminhos empilhados nos braços, vindo em sua direção.
    Era bastante surreal olhar aquela versão bem mais jovem do seu avô. Muito mais que a de sua avó, pq ela nunca a conhecera. Já com o avô era diferente, pois ele esteve presente na vida dela desde que nascera.
    - Olá! Acho que faremos par pelo resto do ano, né?
    Ela balançou a cabeça, ainda atordoada.
    - É... deixa eu te ajudar com isso.
    - Obrigado. Eu devia aprender a andar com uma pasta pra juntar tudo isso, mas são tantos, e cada vez eu tenho uma idéia diferente, e tenho de anotar. Mas vc deve saber como é, sua mãe é escritora, pelo que disse.
    - Sim... vc escreve também?
    - Tenho pretensão. No momento estou tentando implementar um jornal interno para o colégio. Vou chamar de "O Pasquim".
    E Abby já sabia muito bem no que ia dar isso tudo.
    - E vai falar sobre o que?
    - Notícias da escola, curiosidades, minhas pesquisas científicas... tem muita coisa que muita gente ainda nem sabe que existe... eles acham que é piração, mas tenho tudo 100% mapeado e 99% comprovado!
    - Hum...
    Em 2014, o Pasquim já era um jornal com muito mais notícias e muito menos pesquisas científicas, mas mesmo com menos, um fato era certo. 99,9% das pessoas não acreditavam nessas pesquisas, e liam o jornal pelas notícias factuais, que eram certeiras, e o resto levavam como humor.
    - Nesse momento que estamos passando agora, quando muitos querem calar a boca da imprensa, é que tenho de dar gás no jornal. Todos devem saber a verdade! O profeta diário já noticiou, mas aposto que é tempo para que calem a boca deles. Todavia, o Pasquim não vai se calar, nunca!
    Ele estendeu por baixo da mesa, um jornal na direção de Abby.
    “ TRÊS TROUXAS MORTOS. MINISTÉRIO SUSPEITA DE COMENSAIS DA MORTE. “
    Abby estremeceu. Ela, Sarah e Emma haviam caído direto no olho do furacão. E não sabiam como isso iria afetar o que aconteceria, ou a elas mesmas. E se elas morressem nesse tempo, antes de voltar pra casa?
    A voz de Slughorn a trouxe de volta de seus pensamentos.
    - Hoje vamos aprender a poção do morto vivo! Peguem seus pergaminhos, anotem e prestem atenção! Alguém sabe o que ela faz?
    Abby Pandora levantou a mão.
    - Srta. Breslin, pode falar.
    - Essa é uma poção muito poderosa, professor. Ela tem o nome de poção "do Morto Vivo" pois a pessoa que tomá-la, fica tão sonolenta, por horas, que parece mesmo um morto vivo e não consegue fazer nada. Parece mesmo que a pessoa está morta. O famoso dramaturgo Shaekspeare, um dos maiores bruxos de sua época, a utilizou em um de seus livros, Romeu e Julieta, para dar a impressão que Julieta morrera.
    - Impressionante, srta. Breslin. Muito bom mesmo!
    - Ela é maravilhosa, não é mesmo?
    Abby olhou para o avô.
    - Você gosta dela, não gosta?
    - Eu sou fascinado por ela, mas ela não gosta de mim. Nem um pouquinho, nadinha. Ela nunca me notou.
    - Ora, porque ela não te notaria?
    - Porque meu nome não é Severus Snape, só por isso.
    - Se... Severus Snape? Não é possível!
    - Você já conhece?
    - Não, não... é que... olha só pra você! Você é bonitão, inteligente, profundo e tudo o mais... pq ela preferiria outro?
    - Obrigado, mas eu acho que se ela me enxerga, é como alguém patético. Snape, por outro lado, é um gênio das poções, e mais velho um ano. Eu estou quase me conformando...
    - NÃO!!!
    - Srta. Stinson, o que houve?
    - É que... é que... eu pensei agora no coitadinho do Romeu, se matando pq achou que a Julieta estava morta, professor... é muito desperdício... depois ela vai e se mata também... é tão triste, não acha?
    - Acho, mas agora vamos às poções... - e resmungou - garotas românticas...
    - Você não pode desistir, Lovegood! O amor é um campo de batalhas, e somente o vencedor ganha o prêmio! - ela sussurrou.
    - Mas o que eu posso fazer? Olha pra mim!
    - Vou te dar uma consultoria de estilo. E fazer propaganda de vc pra ela!
    Dito isso, começou a anotar os ingredientes da poção.
    - Onde já se viu, vovó... Severus Snape... que mau gosto! - sussurrou, de si para si.
    Sarah Nipps
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    Mensagem por Sarah Nipps Seg Out 05, 2015 9:24 pm

    .

    18h59


    Sentada sobre uma mesa que há muito não devia ser ocupada por professor algum, Sarah encarava ansiosamente a grande porta de madeira localizada do outro lado do cômodo, fileiras e mais fileiras de cadeiras à distância.

    Não que estivesse enxergando muita coisa. Tinha conjurado algumas velas, e volta e meia tentava lançar um “lumos”, mas não era o suficiente. A sala que Dumbledore e Minerva McGonnagal designaram para que as meninas trabalhassem era enorme, e porque ficava no meio do castelo, não tinha nenhuma janela, de modo que nem a luz da lua podia ajuda-la a enxergar algo.

    Puxou um livro da pilha mais próxima. Dezoitos livros – definitivamente, não dos mais finos – estavam empilhados na mesa, divididos em três montes. Não houvesse o próprio diretor os separado e reservado nos nomes das três estudantes australianas , miss May – a bibliotecária – jamais teria liberado um volume tão grande de livros de uma vez, ainda mais sem data para devolução. Miss May deve ter ficado ainda menos feliz quando Sarah a pediu para entregar dois bilhetes às outras intercambistas

    Passando os dedos pela lombada do livro, garota o abriu e tentou ler algo na contracapa, mas a luz fraca não tornava o trabalho fácil. Alcançou a varinha e começou a conjurar mais velas, enfeitiçando-as para flutuarem.

    19h01

    A porta bateu abruptamente. Os passos ecoavam nas paredes de pedra, enquanto uma cabeça loira cortava o corredor que ligava a mesa à sala.

    - NIPPS!

    Sarah engoliu em seco. Sabia exatamente o motivo de Emma estar gritando.

    - Eu não estraguei tudo, estrag...

    - O que você tem na cabeça? Cocô de Salamandra?! Por Merlin, como é que você chega na mesa da Sonserina e me chama de Malfoy? Você realmente acha que o meu a... Que o Lucius engoliu aquela história do Slughorn?

    - Emma, eu... – Sarah tentou se defender, mas a ira da sonserina era maior que qualquer tentativa de desculpas.

    - Já não basta todo mundo me achar uma maluca na minha própria casa, você ainda tem que fazer isso? Eu estou vivendo com todos os meus parentes, Nipps, os meus parentes mortos e a culpa já é sua, e agora, você quer o quer? Me matar também? Ou talvez me prender aqui o resto da minha vida?

    - Emm...

    - Você sabe que a culpa é sua, né? Tem uma GUERRA acontecendo lá fora, e nós estamos no meio do furacão por sua única e exclusiva culp...

    - Emma, Para! Me desculpa, ok? Eu...Eu não estava pensando – “Novidade”, interrompeu a loira, ao que Sarah apenas bufou e continuou falando – Eu não estava pensando quando te abordei na mesa da Sonserina. Te chamar de Malfoy foi força do hábito! Você está certa, eu não devia ter te abordado com todos os seus colegas. Me desculpe .

    Emma não deu o braço a torcer. Ao contrário, sua postura – o clássico nariz empinado, olhos apertados e os braços cruzados – indicavam que menina não iria ceder.

    - Te desculpar por entregar meu disfarce? Ou por eu precisar de um? – Dando uma pequena pausa, para que suas palavras acertassem Sarah em cheio, ela continuou – Talvez você deva guardar as desculpas para os meus pais, quando você voltar para o futuro.

    Sarah apenas respirou fundo, a guarda já baixa. Se sentia mesmo culpada por tê-las levado até lá. Estúpida ideia de roubar o Vira-tempo de seu pai.  

    Enquanto a grifinória evitava encarar sua interlocutora, Abby se aproximou, cautelosa.

    - Vocês começaram sem mim?  - A lufana perguntou, sendo cortada por um olhar mortal da caçula dos Malfoy.

    - Abby! – iniciou Sarah, um sorriso fraco e forçado no rosto – que bom que você chegou. Eu... – um olhar rápido para a irada sonserina fez com que ela se distraísse de sua fala – eu precisava conversar com vocês duas – depois de um suspiro, como que para ganhar coragem, ela continuou – Eu queria pedir desculpas. A vocês duas. Quando eu peguei o Vira-Tempo na biblioteca de casa eu... Imaginei que talvez acabasse me atrasando para o Expresso de Hogwarts. Eu só... queria não perder o trem. Mas eu quebrei o Vira-tempo e... É minha culpa estarmos aqui. Eu só... queria pedir desculpas.

    Ao tempo em que Abby apenas respondeu um “Ai, imagina, foi só um acidente!”, Emma apenas bufou.

    Voltar ao presente definitivamente não seria fácil.

    Com um pigarro, a grifinória continuou:

    - A professora McGonnagal me disse mais cedo que Dumbledore e ela haviam separado alguns livros que poderiam nos ajudar. São esses – ela apontou para a mesa. Eu os dividi de forma que tivéssemos o mesmo volume de leitura...

    - Nem aqui nem no Hades que eu vou ler isso tudo!

    Sarah passou as mãos nos cabelos, se sentindo exasperar.

    - Ok, Emma, não precisa ler. Mas qual o seu plano para levar a gente de volta para o futuro? Porque eu não sei se você percebeu, mas a resposta não vai cair do céu!

    A garota soltou um sorriso maldoso, com certeza um traço herdado ou da família Black ou da Família Malfoy.

    - Você nos trouxe aqui. Você resolve.

    - Emma, seja razoável. – Abby interviu, com uma praticidade que Sarah jamais esperaria da garota – Olha o tanto de livros que temos! E a gente nem sabe se a resposta está neles! Eu quero ir pra casa, e imagino que você também.

    - Querer ir para casa não exime ela da culpa.

    - Não, você está certa! Mas vai ser muito mais rápido se nós três lermos, não?
    Emma bufou. Encarou uma Sarah apreensiva e, depois de alguns segundos de reflexão, finalmente preencheu a sala com algum:

    - Ok. Mas é só porque eu quero voltar para minha casa – endireitando sua postura, a loira se aproximou da pilha, analisando as pilhas de livros – Mas eu escolho os meus livros primeiro.

    Abby e Sarah sorriram.

    - Ok, perfeito pra mim! Eu pego a pilha que sobrar!


    *****


    A reunião, propriamente dita, durou cerca de meia-hora. As meninas ajustaram algumas guias de conduta – não deixar ninguém ver as capas dos livros, para não desconfiarem – se encontrarem toda segunda e quarta-feira, a menos que alguma novidade surgisse e, preferencialmente, contatar as outras por corujas.

    Quando estavam quase saindo – todas com bolsas enfeitiçadas para que os livros coubessem nelas – Sarah pareceu procurar algo dentro da própria mochila, puxando de dentro dela um pequeno livreto. Estendeu-o para Emma.

    - Toma. Era o único livro sobre a Austrália que eles tinham na biblioteca. Tentei lançar um feitiço multiplicador, mas não consegui. Direitos Autorais, acho... Enfim, tem várias informações sobre o país. Como você é quem corre mais perigo entre nós três – estando na Sonserina, e tudo mais... Achei que talvez fosse melhor se você lesse primeiro.

    Emma fitou o livro. A capa era inteiramente tomada por uma foto de uma praia, e as cores pareciam muito mais intensas do que ela jamais vira. O mar formava ondas incríveis, e dava quase para ouvi-las se quebrando. O título dizia “Austrália – um guia mágico para turistas”.

    - Obrigada, Nipps.

    Se despediram, cada uma em direção a seu próprio Salão Comunal.

    Estiveram tão entretidas em definir como funcionaria o “Clube de leitura”, que Abby até esquecera de contar às amigas que decidira dar uma forcinha para reunir Xenophilus e Pandora.
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    Mensagem por Sirius Black Ter Out 06, 2015 2:06 pm

    Alguns dias depois...

    Sirius largou a pena com a qual escrevia e se espreguiçou, encarando o pergaminho a sua frente com um sorriso satisfeito: finalmente havia terminado sua redação sobre animagia e sabia que não receberia menos que um E por ela – McGonnagal, afinal, era uma professora bem difícil de agradar.  Para algumas pessoas o fato de que Sirius Black estudava de verdade poderia até ser estarrecedor, mas o rapaz fazia questão de se esforçar para ir bem nas matérias que considerava importantes – sim, ele às vezes deixava as coisas para o último minuto, e sim, ele gostava de pregar peças, mas aquilo não significava que era um mau aluno.

    Olhou ao redor do Salão Comunal, procurando algum rosto conhecido – os amigos haviam lhe abandonado naquela noite: James estava cumprindo seus deveres de Monitor Chefe; Remus estava enfurnado na biblioteca (o silêncio do local o agradava) e Peter o acompanhava (Aluado tinha muito mais paciência para ensiná-lo) – e seu olhar pousou sobre duas garotas sentadas num dos sofás perto da lareira. Levantou-se da cadeira num pulo e caminhou até elas:

    - Boa noite, McKinnon. Griffiths. – disse, apoiando-se no encosto do sofá que as duas ocupavam.

    - Black. – elas o cumprimentaram de volta.

    - Então, McKinnon...- Marlene o encarou, curiosa e ele sorriu de lado - Que tal me dar o prazer de levar essas belas pernas pra tomar uma cerveja amanteigada em Hogsmeade nesse Sábado? – o segredo do sucesso de Sirius com o sexo oposto era sua sinceridade. O rapaz não gostava de rodeios, nem de joguinhos. Se ele gostava de alguém, ia lá e falava. Se desse certo,ótimo, se não, ele seguia em frente. Era por ser tão direto assim que as pessoas julgavam-no um mulherengo, mas aquilo não era 100% verdade, afinal, não saía com uma garota por semana e nem dormia com várias de uma vez, como diziam os boatos.

    - Vou pensar no seu caso. – foi a resposta de Marlene. Mas Sirius sabia que se ela fosse lhe dar um fora, o teria feito naquele exato momento.

    - Pensa com carinho,eh? – ele piscou para ela – Enfim, boa noite, madames. – e após se afastar alguns passos, pôde escutar a risada de Alice e uma Marlene constrangida dizer “Shhh, Alice!”. Começou a assoviar, satisfeito consigo mesmo.

    Ao voltar para a mesa que antes ocupava, Sirius avistou Sarah Cooper sentada em uma poltrona, com um livro enorme no colo (livro que parecia ter sido tirado da sessão restrita de Hogwarts, diga-se de passagem). A garota estava compenetrada na leitura e aquilo o deixou curioso. Na verdade, tudo sobre a intercambista o intrigava: desde sua falta de sotaque australiano até o seu isolamento social.

    - Austrália! – ele se pegou dizendo e sorriu ao ver a garota se sobressaltar. Sarah ergueu os olhos da página que lia e o encarou, a testa franzida. Sirius sabia que ela odiava aquele apelido, mas era educada demais para mandá-lo pastar.  

    - É Cooper. – ela disse.

    - Então...- ia perguntar como havia sido a primeira semana da garota em Hogwarts quando voltou sua atenção para o título do livro que ela lia - “Teoria dos Universos Paralelos” – leu em voz alta, franzindo a testa – Interessante escolha de leitura. Qual a matéria?

    - Eu estava estudando sobre isso lá na Austrália... – ela disse, evitando olhá-lo nos olhos. Na verdade, ela parecia evitar contato visual com qualquer pessoa que interagisse com ela e aquilo também o intrigava. Okay, ela era tímida...mas havia algo mais ali. E ele iria descobrir.

    - Vocês australianos têm umas matérias bem complexas, hein? – ela concordou com a cabeça.

    - Em que posso ajudá-lo, Black? – Sirius percebeu que ela estava tentando mudar de assunto.

    -Ah, sim. – Sirius pigarreou – Como foi sua primeira semana em Hogwarts?

    Sarah deu de ombros:

    -Normal.

    - E o que está achando da Inglaterra?

    - Acolhedora.

    - Você é sempre monossilábica assim?

    - Si...Não! Eu...não. – Sarah passou a mão pelos longos cabelos, suspirando. – Eu só...é que o fuso horário daqui é diferente e eu ainda não me acostumei.  

    Sirius ia respondê-la, quando uma voz vinda de seu bolso o interrompeu.

    - Um minuto, Austrália... - Sirius tirou um espelho do bolso e Sarah ficou surpresa ao ver o rosto de James Potter no reflexo do mesmo. - Pontas, meu caro.

    - Eu preciso que você me dê uma mãozinha aqui....digamos que eu tenha inundado o banheiro da Murta.

    Sirius girou os olhos, sorrindo.

    - Um belo de um monitor chefe você é, hein? Em 5 minutos eu chego aí. – e guardando o espelho, voltou a encarar a morena a sua frente – Esse espelho é nosso segredinho, hein?

    Sarah concordou ainda meio impressionada. Os Marotos eram, de fato, alunos a frente de seu tempo.

    - Então, quer conhecer a Murta que geme? Ela é o fantasma que assombra o banheiro feminino, vive chorando as pitangas. Tem uma quedinha pelo James...

    - Ah não, obrigada. – Sarah apontou para o livro em seu colo. – Tenho muita coisa pra ler.

    - Ah. os tais universos paralelos. Certo. Então...boa noite, Austrália.

    - Sarah. – ele sorriu com a resposta automática dela e se afastou. Sarah Cooper era, definitivamente, uma incógnita. Era bem bonita também: branca, bochechas rosadas e cabelos castanho-escuro e longos...não fazia jus ao estereótipo australiano que ele tinha em mente (mas quem era ele pra julgar estereótipos?). O único problema era que ela estava sempre com um semblante sério no rosto.

    Foi naquele momento, enquanto cruzava uma passagem secreta pra ir até o banheiro inundado por James, que Sirius decidiu que faria de tudo para ver a garota com um sorriso de verdade nos seus lábios bonitos e carnudos.

    Questão de orgulho.


    ****

    - Então...com quem você estava falando quando te chamei no espelho? – James perguntou, enquanto ele e Sirius lançavam feitiços pra secar o chão do banheiro. Murta os observava de um canto, piscando os olhos toda vez que fazia contato visual com James.

    -  Sarah Cooper.

    - Quem?

    - Austrália.

    -Ah, claro. A novata. Achei que você estivesse interessado na McKinnon.

    - E eu estou. Só fui simpático com a garota – Sirius deu de ombros. – Ela está sempre sozinha e....Ah, pára de me olhar assim, Pontas. – girou os olhos ao ver o sorrisinho malicioso do amigo. – Vou contar pra Evans que você a trai com a Murta-que-geme. - disse essa parte baixinho, para que a fantasma em questão não fizesse um escândalo.

    - Cala a boca, Almofadinhas – James chutou a água que havia no chão na direção do amigo.

    - Eca, água de banheiro! – Sirius soltou uma risada, devolvendo a brincadeira e em poucos minutos, ele e James estavam jogados no chão, a barriga doendo de tanto rir.

    - Então... - James pigarreou, enquanto limpava a lente dos óculos na parte seca da camiseta. - Você acha que devo convidar a Evans pra Hogsmeade?


    - E por que não?


    - Bom, apenas o fato que ela me odeia seria motivo suficiente...


    - Ela não te odeia. Só te acha um mané.... - Sirius levantou e estendeu a mão para ajudar o amigo a se levantar também - E ela tem razão.


    - Ha, ha, muito engraçado. - James revirou os olhos.


    - Por que você não tenta? Não custa nada.


    James passou a mão pelos cabelos (fazia isso sempre que ficava nervoso) e suspirou. O histórico de foras que James levara da ruivinha era o suficiente para tornar qualquer um inseguro, mas Sirius sabia que James gostava de verdade dela e era isso que o atrapalhava. O rapaz simplesmente não conseguia raciocinar direito quando o assunto era Lily Evans.

    - É, vou tentar.

    - Se ela te der um fora, estou a postos - Murta disse, flutuando acima deles. - Tem uma vaga no meu boxe.


    - Obrigado, Murta. - James lançou um olhar a Sirius e os dois só caíram na risada ao deixar o recinto.


    - Pelo menos você já sabe aonde vir quando se tornar um fantasma, eh?


    - Meu magnetismo animal transcende os planos espirituais - James deu de ombros - Vem, vamos na cozinha...tô doido pra comer um sanduíche...
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    Mensagem por Emma Malfoy Ter Out 06, 2015 3:51 pm

    Emma estava sentindo a raiva espalhada por todo seu corpo. Era tudo culpa de Nipps. Poderia estar em seu último ano em Hogwarts, muito bem obrigada. Mas estava perdida no tempo, presa no início da guerra bruxa e rodeada de parentes mortos. E “tudo bem, foi só um acidente?” Era tudo que Abby tinha a dizer?

    A lufana deveria, no mínimo, estar ao lado dela. Acidente? Ora, acidente havia sido a mãe dela lhe dar a luz. Aquilo ali era catastrófico! E o pior é que os dias começavam a passar sem que tivessem nem perto da solução de leva-las de volta para casa. Afinal de contas, Dumbledore não era o bruxo mais poderoso de séculos? Ele não podia simplesmente balançar a varinha e manda-las de volta para 2014?

    A cada dia que passava, a sonserina se sentia mais frustrada. E seus pais? Como estaria sua vida em 2014? Reprovaria nos NIEMs por causa de Nipps? Algum dia voltaria para o lugar que realmente pertencia? Esta última pergunta sempre a deixava com um aperto no coração. E se nunca mais conseguisse voltar? E se aquele ali fosse seu novo lar agora?

    Emma bufou, sacudindo a cabeleira loira para espantar aqueles pensamentos. Elas arrumariam um jeito, e rápido.

    O salão comunal da Sonserina estava pouco movimentado naquele final de dia. Na manhã seguinte seria o primeiro passeio a Hogsmead do ano e muitos estavam tentando finalizar seus deveres de casa para aproveitarem ao máximo. Emma estava esgotada, já havia finalizado todos os exercícios extremamente puxados e agora tinha um dos pesados livros de Sarah em seu colo. Ler sobre viagens no tempo depois de uma maratona de poções era exaustivo e a menina estava encontrando dificuldades para se concentrar. Ela se esforçava na esperança de que fosse encontrar a solução de seus problemas no paragrafo seguinte, mas horas haviam se passado e as letras começavam a embaralhar.

    Bufando, a menina fechou o livro ruidosamente, chamando a atenção dos poucos colegas presentes. Dentre eles, Rodolphus se aproximou.

    - O que o pobre livro de transfiguração fez para você? – o jovem perguntou, se sentando na poltrona ao lado.

    Emma ergueu uma sobrancelha loira ao encarar o sonserino. Estava aprendendo a ter o rapaz em sua companhia e ficava feliz que ele lhe distraísse. Quando conversava amenidades com ele, ela não precisava se preocupar em Bellatrix, Cissy, Lucius, Voldemort ou vira-tempo. Era apenas um belo adolescente que lhe despertava interesse. Ela abriu um sorriso, passando os dedos pela capa do livro que havia enfeitiçado. Daquela forma, quem a encontrasse lendo, pensaria apenas que estava estudando para os NIEMs.

    - Apenas queria terminar um determinado capítulo antes do passeio a Hogsmead, mas acho que cheguei no meu limite por hoje.

    Rodolphus esticou a mão em direção ao livro e, com rápidos reflexos, Emma o enfiou dentro da bolsa que estava ao seu lado, como se não tivesse percebido a intenção do rapaz. Poderia ter enfeitiçado a capa, mas o conteúdo do livro ainda era sobre viagens no tempo.

    - Vou devolver isto na biblioteca, Dolphus. Nos vemos no jantar? – Quando a loira se colocou de pé, Rodolphus também se ergueu.

    - Vou você, fiquei de encontrar o Lucius antes do jantar.

    Emma passou a mochila por um dos ombros. Não tinha exatamente a intenção de devolver o livro, apenas de tirá-lo do radar do sonserino. Os dois caminharam calmamente pelos corredores no caminho da biblioteca. Quando passaram pelo salão, a menina viu quando Abby passou ao lado de um rapaz loiro. Internamente, ela bufou de irritação. A lufana estava perfeitamente adaptada naquele novo ambiente e a loira apostava que não estava tendo o mínimo de esforço para voltar para casa. Ao contrário de Sarah e dela própria, Abby estava cômoda, vivendo seus dias como se estivesse em um arco-íris.

    Ela queria se sentir daquela forma também, mas era inevitável se sentir deprimida cada vez que lembrava da guerra ou que via seus avós sorrindo. Apenas Rodolphus era capaz de distraí-la. Enquanto entravam na biblioteca, a menina o olhou pelo canto do olho. Era definitivamente lindo. A menina mordeu o canto do lábio e observou enquanto iam mais para o fundo da biblioteca que ali também estava vazio, com exceção das primeiras mesas próximas a Madame May.

    Emma se encaminhou até o fundo da biblioteca, jogou a bolsa por cima da estante e se virou para Rodolphus com um sorriso malicioso. Ela precisava de distração e o sonserino era sua melhor opção.

    - Você não ia encontrar o Lucius? – Perguntou com um ar de inocência, se encostando na janela atrás de si.

    - Lucius pode esperar. Estou mais bem acompanhado agora. – O rapaz respondeu, fazendo o sorriso de Emma aumentar.

    Ela esticou a mão e, com delicadeza, o puxou pela gravata verde e prata até que seus lábios se encostassem.

    **

    Alguns minutos mais tarde, com o uniforme ligeiramente amarrotado e os cabelos desalinhados, Emma entrava com um sorriso satisfeito no salão comunal. Alguns passos atrás, no mesmo estado, estava Rodolphus. Ela definitivamente se sentia mais leve após a “distração” da biblioteca, talvez conseguisse até voltar a se concentrar no livro que continuava seguro em sua mochila. No momento em que alcançou as escadas que levavam até os dormitórios, esbarrou com Lucius Malfoy. Ele passou direto pela menina, como se a mesma não existisse, se falou por cima do ombro dela.

    - Lestrange! Onde diabos você se meteu? Te esperei a tarde inteira.

    A cabeça de Emma girou automaticamente para procurar com quem Lucius se falava com tata ira. A única pessoa na reta de seu avô era Rodolphus.

    Seu estômago se revirou. Como havia sido tão estúpida de não ligar o nome? Rodolphus. Lestrange. Marido de Bellatrix.

    Sua mão involuntariamente correu até seus lábios, tampando sua boca para evitar o grito que queria escapar. Ela correu até o dormitório feminino do sétimo ano e se jogou na cama, abafando o grito no travesseiro. Mais do que antes, ela precisava voltar desesperadamente para casa.
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    Mensagem por Regulus Black Ter Out 06, 2015 5:39 pm

    O dia havia amanhecido agradável para a primeira visita a Hogsmead do ano. Agradável demais, na opinião de Regulus. Desde o primeiro horário, o salão principal já estava cheio para o café da manhã, todos se preparando para pegar as carruagens que os levariam até o vilarejo vizinho. Para o jovem Black, era uma manhã muito importante e que ele gostaria a todo custo de evitar. Gostaria de estar como os demais colegas, que tinham o único objetivo de tomar cervejas amanteigadas ou visitar a Dedosdemel. Porém, para ele e mais meia dúzia de sonserinos, aquele dia estava reservado para uma importante reunião.


    Ele mal havia tocado em seus ovos quando Bellatrix apareceu ao seu lado, sorrindo como se fosse a manhã de natal.


    - Ande, vamos logo. Rodolphus já separou uma carruagem e está nos esperando com o Lucius. Queremos ser os primeiros a chegar.


    Regulus se ergueu, satisfeito por não ter mais uma desculpa para continuar remexendo os ovos frios. Ele bateu nas vestes para se desfazer dos amassados quase invisíveis e caminhou ao lado da prima.


    - Acha prudente chegarmos todos juntos? – Ele perguntou, na tentativa de ter uma única chance para se atrasar.


    - Não seja ridículo, Regulus. Para qualquer um que olhe, somos apenas um grupo de sonserinos cuidando dos nossos interesses . – Um sorriso cruel se espalhou pelos lábios da morena quando ela bateu a porta da carruagem, partindo com Rodolphus, Lucius, Regulus e ela. – O que é a mais pura verdade, afinal de contas.


    **

    O encontro estava previsto para o horário do almoço, de modo que Regulus não conseguiria passar no Três Vassouras aquele dia. Intimamente ele estava torcendo para encontrar Mary McDonald novamente. Desde que tivera a aula de Runas Antigas com a menina, começara a observá-la com mais atenção, criando parâmetros e vendo como ela ia da pessoa mais estabanada para a genialidade de runas antigas. Era divertido ver seu comportamento mudar e ele gostaria de ter mais aquele cenário para observar sua atitude. Seria algo de leve naquele seu dia sombrio.

    Regulus caminhou ao lado de Bella e Lucius enquanto eles conversavam em direção ao endereço combinado. O sonserino não sabia exatamente o que esperar daquele dia, não sabia quem esperar. Mas sabia que se faltasse, caso deixasse alguém perceber sua vontade de não estar ali, seria motivo suficiente para Walburga lhe expulsar de casa.


    Os quatro sonserinos caminharam por quase toda a manhã e Black começava a duvidar que ainda estivessem nos arredores de Hogsmead quando finalmente avistaram uma casa afastada, em uma pequena colina, rodeada de árvores. Regulus enfiou as mãos nos bolsos, sentindo repentinamente um frio percorrer sua espinha quando seus pés alcançaram a casa. Ele olhou brevemente para o portal de madeira antes de finalmente entrar. Se deixasse de cuidar da casa por mais alguns anos, ela lembraria a Casa dos Gritos. Por dentro, porém, estava mobilada e limpa.


    Os jovens passaram por um estreito hall de entrada e Regulus tentou esconder o susto quando uma figura feminina surgiu ao pé da escada que dava acesso ao andar superior. Sem abrir a boca para falar, com o olhar distante e vazio, a mulher apontou para a porta ao lado, lhes indicando o caminho que deveriam seguir, e o rapaz teve certeza absoluta que ela estava sob a maldição Imperius. Bellatrix, agindo completamente natural como se estivesse entrando no Caldeirão Furado, tomou a frente dos rapazes e entrou na saleta, que para surpresa deles, era grande e exibia uma farta mesa com comidas e bebidas.


    O lugar era velho e escuro como o restante da casa, mas estava impecável. Uma mesa de jantar longa ocupava a maior parte do espaço, alguns quadros se mexiam discretos nas paredes e haviam velas acessas por todo o canto, na esperança de trazer alguma luminosidade para o ambiente. Na cabeceira da mesa, um homem estava sentado. Era certamente mais velho, bonito e com uma expressão gélida. Apesar de toda a frieza, tinha um sorriso nos lábios, trajando vestes negras e a varinha em punho.


    - Ah, nossos primeiros convidados! – Lord Voldemort celebrou como um anfitrião que aguarda amigos para uma celebração. Com a mão ocupada pela varinha, ele gesticulou, fazendo quatro cadeiras próximas a ele se afastarem da mesa.


    Mais uma vez Bellatrix foi a pioneira, sentando-se ao lado direito do bruxo.


    - Milorde, não sabia que estaria aqui pessoalmente. – Bella grunhiu, enquanto Rodolphus se sentava ao seu lado. – É uma honra tão grande!


    Lucius se sentou em frente a menina, deixando a última cadeira para Regulus, que a ocupou sem ousar falar nada.


    - Srta. Black, assuntos importantes como esse devem ser tratados pessoalmente. – O bruxo manteve o sorriso nos lábios e com mais um gesto fez as taças de cada um dos jovens flutuarem, lhes oferecendo. – Suco de abóbora? Espero não ter estragado o dia livre de vocês...


    Regulus não acreditava nem por um segundo na cordialidade de Lord Voldemort e intimamente sabia que o bruxo também não estava tentando vender aquela imagem.


    - Não poderíamos aproveitar melhor o dia de hoje, Milorde. E devo acrescentar que, de fato, é uma honra estar em sua presença. – Lucius falou pausadamente, recebendo em suas mãos a taça de suco.


    Não se demorou muito para que mais alguns colegas de turma aparecessem. Severus Snape, Rabastan, o irmão mais novo de Regulus, Avery, Mcnair. Era impossível não notar que eram todos sonserinos. Todos jovens e sonserinos. Aquele era o plano de Voldemort, afinal. Usar os jovens ao seu lado para limpar o sangue bruxo. Ali estavam recrutados apenas adolescentes que em breve se tornariam assassinos em nome de um único bruxo. Black sentiu seu estômago afundar com aquele pensamento.


    Por mais que o cenário tentasse montar uma simples reunião de almoço, os assuntos discutidos aniquilaram qualquer chance de Regulus conseguir comer. Ele queria conseguir sair logo dali e respirar um ar limpo, mas se manteve com o semblante calmo e sério por todo o tempo.


    - Então... Quem de vocês é o melhor em feitiços? Poções? Duelos? – Voldemort perguntou, passando o olhar por todos os presentes como se já soubesse a resposta antes que qualquer um deles pudesse abrir a boca.


    - Ninguém pode questionar que Snape é o melhor em poções. – Avery grunhiu, lançando um olhar breve ao colega de turma. – Mas quando se trata de Duelos, é realmente difícil dizer.


    Aquela resposta pareceu alegrar o Senhor das Trevas.


    - Ótimo, sinal de que temos...


    - Eu sou a melhor em feitiços. – Bellatrix interrompeu, o peito estufado de orgulho.


    Voldemort a analisou por um segundo, e sem desviar o olhar da jovem, disse:


    - Armstrong. Aqui, imediatamente.


    A mulher que recebeu os rapazes no começo da reunião se encaminhou mecanicamente até o lado do mestre. Bella aguardou por poucos segundos antes que o homem ordenasse, já sem tanta cordialidade.


    - Mate-a.


    As narinas de Bellatrix se dilataram e ela ergueu a varinha. Entretanto, quando abriu a boca, as palavras que saíram não foram as do feitiço mortal.


    - Crucius. – Ela quase gritou e a mulher imediatamente caiu diante de si, rugindo de dor e se contorcendo.


    Mais uma vez, os lábios finos de Voldemort se curvaram em um sorriso.


    - Acho admirável, Srta. Black. Mas eu disse para mata-la.


    A varinha de Bella desviou da mulher apenas por um instante antes dela gritar:


    - Avada Kedrava!


    Um lampejo de luz verde atravessou da ponta da varinha da bruxa até a mulher, que imediatamente cessou os gritos de dor, deixando a vida se apagar de seus olhos. Voldemort parecia extremamente satisfeito.


    - Bom, para que não percam o restante de seu passeio, deixarei apenas uma tarefa até o nosso próximo encontro. Vocês agora formam um só. Nosso objetivo é o mesmo: prezar pelo sangue puro. Para isso, vocês irão se fortalecer. Criem um grupo de Duelos no castelo, seja interno ou externo. Aprendam uns com os outros. Poções podem ser fatais, estude-as Sr. Snape. Estude-as e as repasse aos seus devidos colegas. Bella ficará encarregada dos Duelos. Quero que estejam preparados até o Natal.


    Todas as cabeças se voltaram para o homem na cabeceira da mesa, esperando que ele concluísse.


    - No natal, vocês se tornarão oficialmente Comensais da Morte.
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    Mensagem por Remus Lupin Ter Out 06, 2015 8:50 pm

    .

    - Aluado, acorda!

    Remus se remexeu na cama, puxando um pouco mais a coberta.

    - Aluado, anda, você vai acabar atrasando a gente pra Hogsmead!

    O bruxo abriu o olho esquerdo, a luminosidade criando uma careta em seu rosto, apenas para encontrar Peter parado ao lado da sua cama.

    - A gente tá quase descendo para o café da manhã. Até o Sirius já está de pé!

    Remus se espreguiçou, coçando os olhos. Podia ouvir os passos de James pelo quarto e, no banheiro contíguo, o chuveiro ligado.

    - Que horas são, afinal de contas?

    - Quase nove. Você não vem? Eu te avisei para não virar a noite fazendo aquele relatório idiota de Poções!

    - Pete – Remus deixou que um bocejo o interrompesse, enquanto se sentava na cama – Eu te expliquei mil vezes: A monitoria dos alunos mais novos começa na segunda-feira, e eu não queria ficar com matéria atrasada!

    - Aluado, meu caro, você precisa ser um pouco menos responsável – foi a vez de James intervir, jogando um travesseiro no amigo sonolento – você vem ou não?


    *****


    Quando Marlene McKinnon – par de Sirius Black para o passeio à vila – e os Marotos finalmente alcançaram a fila das carruagens, havia pelo menos cinco dezenas de alunos à frente deles, e algumas outras dezenas já estavam a caminho de Hogsmead. Remus tentava aproveitar os raios de sol – sempre tivera uma predileção por dias quentes – mas era constantemente interrompido por resmungos de Peter, logo atrás dele na fila.
    – Mas não é justo...

    - Pete – Lupin o encarou, imprimindo seriedade em seus grandes olhos verdes. Sua voz era baixa, mas igualmente séria – A Marlene está com o Sirius, ok?. Ela vai com a gente. Você só não vai na mesma carruagem porque perdeu no palitinho. Seja um bom amigo, sim?

    - Mas não é jus---

    - ARGH, Rabicho! – James, à frente de Remus, se meteu na conversa, andando até o lado do menor dos marotos –Ei, vocês dois! – falando com um casal atrás de Peter, ele suavizou um pouco mais a voz – Há dois lugares numa carruagem, se vocês quiserem! Só passar na nossa frente.

    E foi só quando o casal passou por ele que Remus percebeu quem eram: Xenphilus Lovegood e... A menina que andava em nuvens! Abby.

    Remus não sabia porque, mas sentira uma pontadinha no estômago quando vira a garota com Xenophilus. Não que ele fosse um mau cara – Lovegood era até meio que decente – mas o que a garota estava fazendo com ele?

    Antes que percebesse, o bruxo estava prestando atenção na conversa dos dois lufanos.

    - Não sei, Abby, não parece uma boa ideia...

    -Como assim não parece uma boa ideia? É perfeito!

    - Não sei...

    - Você não vai desistir agora, vai?


    - ... O que você acha, Aluado? – Remus piscou algumas vezes antes de perceber que James falava com ele.

    - Oi?

    - Dedosdemel, GiraBruxo, e então Três Vassouras? Que te parece? – Remus apenas acenou, observando Sirius, Marlene, Xenophilus e Abby entrarem numa carruagem.
    - Parece perfeito.


    *****

    Quando Remus, James e Peter desceram da carruagem que dividiram com um terceiranista, Abby e Xenophilus não estavam por perto, mas Lupin só pensaria nela novamente horas depois, no momento em que os Marotos – bem, ao menos três deles – colocaram seus pés no Três Vassouras.

    Como era de se esperar, o pub estava lotado. Rosmerta, a jovem garçonete, se desdobrava para atender todos os alunos de Hogwarts, além dos clientes regulares da casa. Remus se voluntariou para tentar pegar algumas cervejas amanteigadas, enquanto os amigos seguravam o que parecia ser a única cabine vazia.

    Demorou bem uns dez minutos para que o rapaz conseguisse se aproximar do balcão.

    - Oh, Remus, querido – Se você estudava em Hogwarts e tinha autorização para visitar Hogsmead, Rosmerta talvez soubesse o seu nome. Isto é, se você não fizesse parte do grupo que mais consumia cervejas amanteigadas (e alguns uísques de fogo), porque aí ela com certeza saberia o seu nome – Quatro cervejas?

    - Hey, Rosmie! Hoje são só três, por favor.

    Afastando-se do balcão, o rapaz estava concentrado em equilibrar as três canecas recém completas. Tão concentrado que nem viu quando deu um encontrão com uma garota, derramando pelo menos metade de cada uma das canecas.

    - Santo Hipogrifo!

    - Por Merlin, me desculpe! – Foi quando Remus a viu. A garota morena estava encharcada de creveja amanteigada (quase tanto quanto ele) – Você está bem? – ele apoiou as cervejas numa mesa próxima, e apanhou alguns guardanapos, enquanto tentava secá-la, completamente desajeitado.

    Abby começou a rir. Rir, não. A garota gargalhava. A reação inesperada da menina fez com que Remus se afastasse e a fitasse, uma expressão de perdido em seu rosto.

    - Me desculpe! – a garota falou, enquanto tentava recuperar o fôlego – é só que... tem um jeito mais fácil de resolver isso – ela puxou a própria varinha, e, apontando-a para um Lupin estático, murmurou – Tergeo! – As vestes do bruxo ficaram instantaneamente secas. – Bem melhor agora! – apontando a varinha para as próprias vestes, ela murmurou o mesmo feitiço, alcançando igual resultado.

    Remus fitou a menina desconsertado por alguns segundos, até que finalmente falou algo:

    - O...Obrigado! E... Me desculpe, novamente. Posso te pagar uma cerveja amanteigada?

    A garota sorriu – com os olhos – e acenou que sim.

    James e Peter poderiam esperar um pouco mais.


    .
    Mary McDonald
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    Mensagem por Mary McDonald Ter Out 06, 2015 11:24 pm

    Mary estava em frente a Casa dos Gritos, tirando algumas fotos. Apesar da fama, aquele lugar a fascinava (sabia que o pai ia curtir também) e ela duvidava que fosse assombrado como as pessoas do vilarejo acreditavam por dois motivos: 1) os gritos, que davam jus ao nome do local, eram ouvidos apenas em certas épocas do ano e 2) convivia com fantasmas em Hogwarts...por que raios teria medo de uma construção velha?

    A única coisa que a impedia de entrar e explorar o local a fundo era o fato de que a casa parecia que iria desabar a qualquer momento e ela, por mais curiosa que fosse, não iria colocar o próprio pescoço em risco.

    Após tirar mais algumas fotos, Mary ficou satisfeita com seu trabalho investigativo e decidiu que era hora de tomar uma cerveja amanteigada no 3 Vassouras. Girou nos calcanhares e cantarolando uma música dos Beatles foi caminhando em direção ao famoso pub. Ao cruzar a rua, porém, viu a figura de um rapaz encostada na parede de uma das lojas. Regulus Black (ela estava ficando boa em reconhecê-lo).

    Sabia que não era sua obrigação, porém sua intuição falou mais alto. Caminhou até ele, cautelosa:

    - Black. Você está bem? – perguntou, ao notar que o rosto do rapaz estava mais pálido que o normal. Ele também tremia um pouco e não havia vento para justificar aquele sintoma.

    - S-Sim. – a voz do rapaz falhou e ele pigarreou – Sim. – falou, com mais firmeza e ajeitou a própria postura, olhando para os lados. Se algum dos Sonserinos visse aquela cena....se Bellatrix a visse ali falando com ele.... – Eu estou bem, McDonald. – Mary não acreditou naquilo nem um pouco.

    -Eu sei reconhecer uma crise de ansiedade quando vejo uma. – Mary girou os olhos e notando o desconforto do rapaz o puxou pelo braço até um banco que havia ali no beco entre as lojas. – Já volto.

    Deixou um Regulus Black confuso pra trás e foi até uma vendinha que havia ali perto onde uma bruxa idosa vendia sorvetes. Pediu dois e voltou até onde o Sonserino estava.

    - Aqui. Você precisa de açúcar... – entregou um dos sorvetes a ele e sentou-se ao lado do rapaz no banco. – Sabe, eu não envenenei o sorvete. – disse, quando ele continuou sem reação.

    Regulus a encarou, ainda incerto e deu umas mordidas no doce.

    Após alguns minutos de silêncio, Mary começou a tagarelar sobre a primeira coisa que lhe veio à mente. Odiava silêncios constrangedores...

    - Você acha que a Casa dos Gritos é amaldiçoada de fato?

    Regulus ergueu uma das sobrancelhas frente aquela pergunta aleatória. Achou que a menina fosse bombardeá-lo de perguntas sobre o porquê dele estar daquele jeito, mas ela parecia entender (ele não sabia como) que ele não queria falar sobre o assunto.

    - Eu não acho – Mary continuou a falar ao ver a expressão dele – Acho que é só uma construção velha. Um dia eu vou ter coragem de entrar lá pra investigar...Acho que essa lenda é tipo a do bicho papão...bem, o bicho papão trouxa, lógico, porque no mundo bruxo ele existe de verdade. Eu acho tão engraçado como algumas coisas sem explicação no mundo trouxa podem ser explicadas aqui no mundo mágico...mas também sinto falta de algumas invenções trouxas...tipo a caneta esferográfica.

    Parou para respirar e aproveitou para tomar o seu sorvete. Duvidava que Black havia sequer prestado atenção em alguma palavra que havia dito naquele seu mini discurso.

    Após mais alguns minutos de silêncio, ele se pronunciou.

    - Caneta esferográfica? –perguntou, curioso.

    - É como uma pena, mas não precisa ficar molhando na tinta. É beeeem mais prática. Também sinto falta da TV. E do telefone....e eu nem sei porque estou falando do mundo trouxa com um Sonserino...- resmungou mais pra si mesma do que pra ele. –Enfim...não vamos nos adentrar no assunto de políticas – soltou uma risada, nervosa e ajeitou os óculos que haviam escorregado pra ponta do nariz.

    Encarou Regulus e ficou satisfeita ao ver que ele parecia melhor: a cor já havia voltado para seu rosto e ele já não mais tremia. Ele estava até sorrindo de leve. Talvez rindo dela. Mas naquele momento ela não se importava com aquilo, só estava aliviada dele estar bem.

    - Você precisa sorrir mais, Black. – disse, antes que pudesse se controlar. Olhou nos olhos dele e puxa, ainda bem que estava sentada, pois sentiu os joelhos vacilarem com aquele olhar. Se encararam por mais alguns minutos, até que o rapaz falou:

    -Eu preciso ir. Quanto foi o sorvete? - disse, se levantando. Ela se sentiu inexplicavelmente desapontada por ele ter que ir embora.

    - Ah, por favor. Foi por minha conta.

    - Eu faço questão. - ele insistiu.

    - Não, não, eu... - Regulus segurou a mão dela e empurrou um galeão na mão da garota.

    - Obrigado, McDonald. Por favor, não seja teimosa...sim? - sorriu mais uma vez e se afastou.

    Mary ficou encarando ele se afastar, estupefata e soltou um palavrão baixinho ao ver que seu sorvete havia derretido e sua mão estava toda melecada.

    Após se recompor, decidiu ir ao encontro das amigas no 3 Vassouras. Decidiu manter aquele inusitado encontro com Regulus Black em segredo, pois não queria que as amigas pensassem que ela estava mancomunando com o inimigo ou pior: que estava gostando dele ou algo do tipo. Sim, ele era bonito e tudo o mais e sim, era mais educado que a maioria dos colegas da própria casa, mas isso não significava que ela nutria algum sentimento por ele...mal o conhecia!

    Mas de uma coisa ela sabia:

    Naquele pouco tempo que haviam interagido, ele provara que era mais parecido com o irmão mais velho do que deixava transparecer.



















    Sarah Nipps
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    Mensagem por Sarah Nipps Qua Out 07, 2015 10:05 pm

    .


    O Sábado já estava quase na metade, e Sarah não podia conter o tédio. Tentara ler no quarto, no salão comunal, na biblioteca... E apenas não conseguia mais avançar na leitura. Era um sábado de sol, e havia uma visita a Hogsmead, por Merlin! Eram duas das coisas que ela mais gostava, e ainda assim, ali estava ela, carregando uma enorme edição de “Teoria dos Universos Paralelos” pelos corredores semivazios do castelo, indo em direção aos jardins, numa última tentativa desesperada de vencer as pouco mais de duzentas páginas que ainda precisavam ser lidas.

    Subindo as escadas que Sarah descia estava Emma, e esta carregava um livro tão grande quanto o daquela.

    - Oi, M...Richmond! – Sarah não percebera, mas algo dentro dela guardava a esperança de que a sonserina teria encontrado a resposta que ela mesma tinha sido incapaz de encontrar. Não estivesse distraída por sua própria expectativa, a morena teria percebido que nada na feição da loira era indício de uma boa notícia.

    Emma a encarou, demorando alguns segundos para sair dos próprios pensamentos.

    - Nipps, oi...

    - Cooper – obtendo como resposta um olhar inquisitivo da colega, Sarah continuou – o nome. Você usou o... – aqui, ela diminuiu um pouco a voz, ainda que não houvesse ninguém por perto – outro nome .

    - Ah, claro. – Emma realmente parecia cansada com sua expressão abatida – Bem, eu estava a caminho da biblioteca – a garota começou a subir alguns degraus, antes que a outra pudesse lhe responder.

    - Eu não faria isso se fosse você! Alguns primeiranistas resolveram que são os herdeiros dos Marotos e tiraram o dia para infernizar miss May.

    Emma apenas suspirou, e começou a descer os degraus, diminuindo a distância entre as garotas.

    - Vou voltar para as masmorras, então.

    Emma realmente parecia abatida. Nem um xingamento para os primeiranistas? Isso não era a cara dela. Enquanto desciam os degraus juntas, Sarah quebrou o silêncio que se instaurara repentinamente.

    - Eu... Estou a caminho do jardim. Talvez consiga ler algo lá. Por que você não vem?

    Emma suspirou, e apenas acenou que sim. Desceram os demais lances de escadas, enquanto Sarah tentava enumerar mentalmente a quantidade de vezes em que falara com a sonserina antes do acidente no trem. Não havia sido muitas – a grifinória não conseguia se decidir entre seis ou sete.

    Sentaram-se em silêncio em um banco apenas alguns metros distante de Filch e das carruagens que levavam e traziam os alunos incessantemente.

    - Eu costumava adorar Hogsmead – a morena quebrou o silêncio novamente, embora tivesse falado mais para o Universo que para Emma. Esta levantou o olhar do livro, marcando o ponto em que parara de ler com o indicador – Você acha que a vila mudou muito?

    Emma deu de ombros, voltando os olhos para o livro, só respondendo depois de alguns segundos:

    - Acho que Hogsmead nunca mudou muito, na verdade.

    Sarah suspirou, fitando o reflexo do sol na superfície do Lago Negro, antes de continuar:

    - Sabe, eu poderia tomar um pouco de Cerveja amanteigada.

    Emma apenas sorriu, sem tirar os olhos de seu livro.

    - Eu poderia tomar um porre de uísque de fogo, isso sim.

    Sarah riu, balançando a cabeça negativamente, enquanto tentava recuperar seu ponto de leitura no próprio livro.

    - Sabe... – Emma começou, procurando as palavras corretas para concluir seu pensamento – tem esse restaurante... Chama Batutto Incantato. O nome é péssimo – a garota soltou um sorriso meio fraco – Eu costumava almoçar lá com meu irmão, nos passeios a Hogsmead. Quando ele ainda estava na escola. Eles têm o melhor risoto de calamari da Inglaterra mágica – finalmente encarando Sarah, ela continuou – e eles têm uma política bem solta no que diz respeito a servir vinho...

    Sarah sorriu, entendendo o que a outra queria dizer.

    - Almoço em Hogsmead, então?

    Finalmente, um brilho de animação passava pelo rosto das meninas.

    - Preciso me arrumar – Emma disse, se levantando – você não vai assim , vai?

    Sarah ignorou a pergunta, levantando enquanto caminhavam juntas para a entrada do castelo.

    - Nos vemos aqui em vinte minutos?

    - Vinte minutos – Emma concordou, e foi em direção às masmorras.

    Sarah subiu os degraus de dois em dois, desejando que a torre da Grifinória não ficasse no sétimo andar.


    *****


    Entre alcançarem seus dormitórios, se arrumarem – Sarah escolheu uma saia preta, de cintura alta e que deixava cerca de 2/3 de suas coxas à vista e uma camiseta dos Rolling Stones, enquanto Emma colocou um vestido preto, simples, mas de caimento perfeito – voltarem ao térreo e esperarem a carruagem chegar até a Vila, as meninas gastaram cerca de uma hora.  O sol já estava a pino (era pouco mais de meio dia quando elas chegaram) e as ruas, apinhadas de alunos, moradores da cidade ou visitantes desavisados, que escolheram o fim de semana errado para aparatar por ali.

    - Onde fica este restaurante, afinal de contas? – Emma e Sarah caminhavam há alguns minutos, se afastando cada vez mais da rua principal; a primeira guiando o caminho.

    - Você não acha que este restaurante seria bom se ficasse na rua principal, certo? Os alunos de Hogwarts, sozinhos, já seriam capazes de estragá-lo

    Pouco depois, Emma parou de breque, encarando um sobrado que já foi charmoso algum dia, mas que agora era apenas uma casa sem tantos cuidados.

    - O que houve? – Sarah se aproximou, parando ao lado da sonserina. Emma ensaiou responder, vários tons diferentes de frustração em seu rosto. A grifinória pareceu entender – o restaurante ainda não existe, né?

    Emma apenas sacudiu a cabeça, retomando a expressão abatida que hospedava seu rosto no castelo.

    - Três Vassouras, então? A primeira rodada de cervejas amanteigadas é por minha conta – Sarah piscou um olho, enquanto seu ombro batia de leve no ombro de Emma. Ambas retomaram o caminho por onde vieram, sem clima para muita conversa.

    Em algum ponto entre o futuro-Batutto-Incantato  e o Três Vassouras, Sarah decidiu enfrentar uma fila numa barraquinha para comprar água, deixando Emma sozinha por alguns minutos. Quando voltou, já com duas garrafas de água nas mãos, encontrou-a em frente a uma vitrine, parecendo brincar com alguns filhotes de gato e de coruja através do vidro.

    - Então... você é uma pessoa de animais? – a grifinória ofereceu uma das garrafas à sonserina, que aceitou, sorrindo sem muita vontade.

    - Eu normalmente venho aqui quando preciso me animar...

    - Humn... – Sarah ficou alguns segundos em silêncio, olhando dois gatinhos se embolarem numa das gaiolas – Eu ouço música, sabe. Quando preciso me animar. Ou assisto uma partida de Quadribol... – ela deu de ombros, e tomou um gole da sua garrafa.

    Emma sorriu, desta vez com um pouco mais de vontade.

    - Xingar o time adversário realmente ajuda.

    Sarah riu. Tinha sido uma boa ideia sair do castelo.

    - Hey! Pronta para encarar uma Madame Rosmerta muitos, muitos, muitos anos mais nova?


    *****


    Cheio.

    Não, Muito Cheio.

    Melhor, Socado.

    Sarah tentava encontrar a melhor palavra para definir o estado do Pub. Aparentemente, o Três Vassouras tem sido o bar favorito de todos os alunos de Hogwarts há mais tempo do que ela imaginava. Como se oferecera para pagar a primeira rodada de cervejas amanteigadas – e Emma espertamente se oferecera para segurar uma mesa – a garota foi tentando abrir caminho entre a multidão até o que parecia ser a fila para o balcão.

    - Bom dia, duas cervejas amanteigadas, por favor! – a menina estava tão ocupada procurando o dinheiro na sua bolsa que sequer encarou a garçonete que estava despachando os pedidos atrás do bar.

    - Ora, mas você é nova por aqui! E não parece ter treze anos!

    Sarah piscou os olhos algumas vezes para a mulher à sua frente, antes de reconhecê-la. Madame Rosmerta. Por Merlin, ela não deve ter mais de 25 anos!! No que pareceu ser um movimento em câmera lenta, colocou o pagamento pelas cervejas sobre o balcão, ainda em silêncio.

    - Nós já sabemos que você não é muda, querida – Rosmerta serviu as duas canecas a Sarah.

    - Não, ela é australiana! – Uma voz masculina falou à sua direita, e Sarah virou a cabeça para ver quem estava falando dela.

    - Oh, você é uma das intercambistas! Seja bem-vinda! – Rosmerta continuou, mas a menina já não a ouvia mais.

    - Pettigrew – seu estômago revirou, enquanto evitava o olhar do garoto e pegava suas canecas, com a clara intenção de deixa-lo falando sozinho.

    - Olha, eu estou com o James naquela cabine ali! Oh, olha, o Sirius e a Marlene também chegaram. Você quer sentar com a gente? - Peter apontava para uma mesa encostada na parede, e Sarah seguiu com os olhos a linha imaginária traçada por seu dedo, sem conseguir conter a curiosidade.

    Sirius e Marlene acabavam de se sentar à mesa. Quando os olhos dele cruzaram com os de Sarah, ele sorriu abertamente, levando os dedos indicador e médio à têmpora, em uma espécie de cumprimento e, logo depois, quebrou o contato visual para roubar um gole da caneca de James, sentado à sua frente.

    Sarah não percebeu, mas sua boca desenhou um sorriso de canto com a imagem do rapaz.

    - E então, você vem? – Peter a encarava, os olhos transbordando ansiedade.

    - Não, eu... Estou acompanhada – dando as costas para Peter, ela ainda pôde ouvi-lo falar, por sobre o burburinho do bar, “A gente se vê depois, então”.

    Com esforço para não derrubar nada das canecas, Sarah finalmente alcançou a mesa em que Emma estava, e passou uma das cervejas para ela.

    - Então... você já tem um pretendente... – Emma trazia um sorriso divertido no rosto.

    - QUÊ? – Sarah pegou sua caneca com as duas mãos, dando um gole maior do que o necessário. Será que Emma estava falando de Black? Ele só trocara poucas palavras com ela, aquilo era ridículo.

    - Pettigrew – a loira respondeu – deu pra ver daqui que ele está de quatro por você.

    Sarah engasgou com a cerveja, e começou a tossir.

    - Era só o que me faltava, Malfoy!

    .
    Rodolphus Lestrange
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    Mensagem por Rodolphus Lestrange Sáb Out 10, 2015 12:23 pm

    Rodolphus saiu da biblioteca, alguns instantes após Emma, tentando dar um jeito nas vestes.
    Por Salazar, a garota tinha atitude! Enquanto ele meditava em como daria os próximos passos para envolvê-la, ela agira primeiro.
    Era muito fácil esquecer o seu propósito quando estava com os lábios colados aos dela, as mãos tocando aquela pele macia, e o perfume impregnado nas suas narinas.
    Tinha de focar no que precisava focar, e reunir tudo que já sabia sobre a loira, para passar as informações necessárias a Bella. Eram estes:
    Primeiro - Misteriosa: Richmond parecia sempre pensar muito antes de editar o que falava. E também muito reservada quando às coisas que fazia, e isso incluía suas leituras. O que será que havia naquele livro, que ele não poderia saber?
    Segundo -Suas ligações: Nem por um instante, ele engolira aquela história de conversa sobre a Austrália, saudades... o que teriam em comum, uma grifinória, uma sonserina e uma lufana? Estando em casas diferentes, elas seriam diametralmente opostas em suas personalidades, para mutuamente se consolarem por saudades de casa. Principalmente, uma sonserina, que pouco tinha dessas bobagens sentimentalóides. Nos tempos em que estavam, não seria de se estranhar se houvessem espiões infilltrados em todas as casas, para que se soubesse de toda e qualquer oportunidade de recrutamento ou informações. As pessoas ficariam surpresas com as possibilidades de algumas maçãs podres estarem dentro de seus cestos...
    3- Ela era gostosa... bem gostosa... Não!!! Foco, Lestrange, foco!!!
    Mas era difícil ter foco quando a gostos... epa, a Richmond, caminhava à sua frente, balançando aqueles quadris...
    Tanto que nem viu Lucius vindo em sua direção, até ouvir a voz dele lhe interpelando:
    - Lestrange! Onde diabos você se meteu? Te esperei a tarde inteira.
    Por cima do ombro de Malfoy, viu Emma virar o corredor, praticamente correndo.
    - O que foi, Lucius? Eu não sabia que "antes do jantar" havia virado "uma tarde inteira". Não marquei nenhum horário específico com você! - disse, aborrecido.
    - Precisamos falar sobre a reunião de amanhã!
    - Quantas vezes eu vou precisar dizer pra vocês que certos assuntos não podem ser comentados nos corredores! Ne remplissez pas la patience!!! Salão comunal, agora!

    ***************************

    Rodolphus saiu da reunião com Voldemort, dia seguinte, com a cabeça repleta de pensamentos. Natal, comensais da morte, responsabilidades.
    Acreditava mesmo, que o mundo mágico seria muito melhor se os sangue ruins fossem extirpados do convívio com eles, sangue puros, e achava aquilo necessário, mataria, se esse fosse o meio, mas se incomodava com o prazer que Bella sentia com aquilo. Era uma coisa sádica, e ele não era sádico, era prático. Mataria por necessidade, mas não por prazer.
    - Duelos, responsável por duelos! Serei a melhor! O mestre não vai se decepcionar comigo! A melhor, a mais fiel, a mais dedicada...
    Quem ouvia a Black falar, poderia pensar que ela estava pensando em ser a melhor esposa do mundo para Voldemort. E ele começou a pensar que, quem dera fosse...
    - Dolphus, você já conseguiu descobrir alguma coisa sobre a australiana? - Bella guinchou em seu ouvido.
    - Não. Muito pouco tempo para uma análise precisa.
    E mesmo que já soubesse várias coisas, nunca falaria à noiva agora. Queria mais tempo com Richmond. As responsabilidades já estavam avançando sobre ele, como uma avalanche sem controle, e subitamente, se dera conta que desejava mais um tempo para ser inconsequente, para ser jovem, curtir coisas que até agora não curtira.
    - Humph... está perdendo seu charme com as mulheres, mon chér?
    - E meu charme alguma vez funcionou com você, Bella?
    - Vc poderia se surpreender... bem, vou procurar Cissa agora. Encomendar um vestido novo, para o Natal... ah, como eu amo o Natal!
    A verdade era que se Bella amava algo, não era o natal, mas a possibilidade que agora se apresentava. Pq Bella não amava nada, a não ser ela mesma e agora... bem... era agora.
    Caminhou até o 3 Vassouras com Rabastan, e ao entrar no local, viu a mesma bagunça de sempre. Alunos indo e vindo, muito barulho.  Seus olhos varreram o ambiente.
    Lovegood, o maluco corvinal, reunido com outros doidos, no meio de vários pergaminhos, em uma mesa. Em outra, a australiana lufana flertava com o perdedor do Lupin, olhos nos olhos. No balcão, uma lufana tentava chamar a atenção de Snape, que havia chegado pouco antes dele, em vão, porque este não tirava os olhos de Lilian Evans, a sangue ruim sabe tudo da grifinória, que acabara de acenar para Mackinnon, que estava com Sirius em uma mesa. Ao lado destes, Petigrew, olhando fixamente para uma outra mesa.
    Curioso pra saber o que tanto o outro olhava, seus olhos caíram em Emma, que estava sentada à uma mesa com a australiana restante, a grifinória. E elas estavam rindo. Mais um ponto... confraternização Sonsegrifi? Estranho... ainda mais quando Richmond se mostrara aborrecidada ao ser abordada na outra noite...
    Se bem conhecia Bella, ela nem pararia ali, pq não suportava se misturar. Então se sentiu seguro para pedir uma cerveja amanteigada a Rosmerta e rabiscar um recado em um guardanapo. Puxou um terceiranista que passava, e mandou que ele o entregasse à loira, e que era pra esperar uma resposta.
    Viu quando ela o recebeu e olhou para ele.
    Levantou a bebida em sinal de cumprimento, piscou os olhos e esperou a resposta.
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    Mensagem por Abby Lovegood Scamander Dom Out 11, 2015 1:50 pm

    Abby estava acabando de se arrumar para a visita a Hogsmead, ainda sonada da noite anterior.
    Enquanto as meninas no quarto dormiam feito pedra, ela ficara boa parte da madrugada concentrada na leitura de uns dois livros que lhe couberam na partilha feita com Malfoy e Nipps.
    Conceitos como a teoria do multiverso (onde a viagem ao passado é possível, devido ao fato de que alteramos o futuro ao viajarmos ao passado. Mas como o futuro que deixamos continua, então devemos admitir que criamos um futuro alternativo, independente daquele que deixamos) e a Teoria da relatividade lhe permeavam a mente, mas nenhuma das duas teorias lhe deixava brecha para a pergunta mais importante: Como as três fariam pra voltar pra casa?
    Seria tão simples se o problema fosse resolvido como no livro, e posteriormente filme trouxa, que ela vira um dia na casa de tia Hermione e tio Rony, o "Em algum lugar do passado".
    Nele, um dramaturgo encontrava uma senhora muito idosa, que lhe pediu para voltar para ela. Essa senhora morre no dia seguinte, e então ele pesquisa sobre ela, vê um retrato dela quando nova e se apaixona. Vai pesquisar tudo sobre ela, e descobre que esteve no mesmo local que ela, quando ela era jovem. O cara pira, começa a pesquisar sobre viagens no tempo, consegue voltar, vive uma grande história de amor com ela, mas quando parece que tudo está bem, ele descobre uma moeda cunhada do ano que seria a época atual dele, no bolso. Então ele volta pro seu próprio tempo, e definha... triste mesmo, mas o filme era muito bonito.
    Quem dera fosse fácil voltarem assim...
    - Vai com a gente, Stinson?
    Ela se virou, ao ouvir a voz de Pandora.
    - Não, Breslin. Combinei de ir hoje com o Lovegood.
    - Lovegood? Tá de paquera com ele, é? - Pandora disse, torcendo o nariz.
    - Não, somos só amigos. Estou ajudando ele com umas pesquisas.
    - Não vai dizer que vc acredita nessa coisa de zonzóbulos, narguiles...
    Por um instante, Abby até pensou em como os avós acabaram juntos, visto o desdém com que Pandora se referia à Xenophilius.
    - Há muitas coisas que ainda estão por ser descobertas. Quem pode dizer o que existe ou não? E não acho que seja à toa que alguém vai parar na Corvinal... bom, foi o que me disseram.
    - Pois eu acho ele esquisitinho. Imagino só como serão os filhos!
    "Pois você iria se surpreender, vovó..." - pensou Abby.

    ******

    Na carruagem, a caminho de Hogsmead, Abby olhava disfarçadamente para o casal à sua frente. Sirius e Marlene Mackinnon. Eram rostos que, antes da viagem delas ao passado, só vira em retratos. Um deles, o da Ordem da Fênix original. Pensar que dali a poucos anos, a vivaz moça à sua frente seria assassinada, junto a toda a sua familia, e que o rapaz bonito seria acusado de um bárbaro crime que nunca cometera, seria trancafiado em Azkaban, enquanto o verdadeiro culpado de tudo ficaria disfarçado e impune por quase 14 anos, lhe dava engulhos. A vontade de gritar aos 4 ventos o que aconteceria, de alertar Sirius, James e Remus sobre o que aconteceria, era grande. Mas sabia que não podia.
    As coisas aconteciam como tinham de acontecer. Evitar agora, não seria sinônimo de evitar um grande mal pra sempre.
    Quando a carruagem chegou ao vilarejo, puxou Xenophilius pela mão e o arrastou até a Tesouras Mágicas (Fazendo a cabeça dos bruxos desde 1.620), e deram o primeiro passo. Cortar e dar forma à cabeleira do avô, embora ele preferisse os cabelos longos. Pandora precisaria ver o rosto escondido por trás daquela cabeleira toda.
    Segundo passo: trocar a calça de tergal por uma mais descolada, uma jeans. E várias camisas que ele poderia usar quando não estava usando o uniforme.
    Feito isso, foram em direção ao 3 Vassouras. Xenophilius, assim que entrou, se dirigiu à uma mesa onde estavam seus amigos corvinais, e Abby notou algumas meninas olharem pra ele de forma diferente.
    Mas não Pandora... ah, essa estava era tentando chamar a atenção de Snape, agindo de forma a fazê-lo notar sua presença, na curta minissaia que estava usando. Nunca imaginara que sua avó fosse agir como uma periguete, por Merlin! E tudo por causa de um cara que nem devia saber o que era shampoo!
    Estava atravessando o movimentado e atulhado estabelecimento, quando alguém trombou com ela, e ela sentiu algo encharcando suas roupas. Soltou uma imprecação.
    - Santo Hipogrifo!
    - Por Merlin, me desculpe! Você está bem?
    Quando deu por si, Remus Lupin estava atulhado de guardanapos, passando por ela inteira, inclusive nos seios, não que ele se desse conta disso, coitado, parecia tão envergonhado!
    Não pode evitar de começar a gargalhar da situação, o que fez com que o rapaz parasse, se afastasse um pouco e olhasse para sua cara como quem não estivesse entendendo nada.
    Claro, se ela fosse como algumas garotas que conhecia, estaria no mínimo gritando e fazendo cena. Mas o que era uma roupa molhada? Isso se resolvia rápido.
    - Me desculpe! É só que... tem um jeito mais fácil de resolver isso.
    Pegou a varinha, murmurando um feitiço secante, nele, que também estava molhado, e nela..
    Ele a olhou por alguns instantes, até que soltou um:
    - O...Obrigado! E... Me desculpe, novamente. Posso te pagar uma cerveja amanteigada?
    Merlin, ele era tão fofo! Gentil, cavalheiro, e a única coisa que ela poderia fazer para que ele se sentisse melhor, era aceitar.
    Ela fez que sim com a cabeça, e então, ele foi comprar duas cervejas amanteigadas, enquanto, por sorte, a mesa em que ele apoiara ficou vaga, as duas meninas que ali estavam, desocuparam naquele instante.
    Ele voltou com as bebidas, sentou-se e disse:
    - A gente precisa parar de se esbarrar desse jeito, né? Um dia desses eu posso acabar te machucando sem querer! - pausou - À propósito, eu sou Remus. Remus Lupin. Aquele dia no corredor, eu não consegui me apresentar. Você se chama Abby, não é?
    - Sim, Abigail Stinson. Mas eu já sabia quem você era...
    - Sabia?
    - Sim, rs... impossível estudar em Hogwarts e não saber quem são James, Sirius, Remus e Peter. Vocês são tipo os Beatles da escola.
    - Os Beatles? Huashuas... sério?
    - Claro. É que vocês não notam como as garotas ficam quando vocês, passam, é verdade!
    - E quem eu seria na banda?
    - George Harrison, com certeza. O cara escreveu Something, pelo amor de Merlin! Ele é o maior letrista da banda! James é o John, o cara da voz, o popular por si só. O Sirius é o Paul, aquele por quem as garotas caem de amores, e o Peter é o Ringo, o cara que fica mais atrás, escondido na bateria.
    - Então todas as meninas caem de amores pelo Sirius, digo, Paul?
    - Bom, nem todas. Essa aqui prefere os mais profundos, sabe? Em geral, são aqueles mais tímidos. Acho que é porque eu não sou assim... então é o que falta em mim.
    Naquele momento, por quase coincidência, começou a tocar Something na rádio do Três Vassouras.
    Remus começou a cantarolar a música, alternando com goles da sua cerveja amanteigada.

    "Something in the way she moves
    Attracts me like no other lover
    Something in the way she woos me

    I don't want to leave her now
    You know I believe and how"

    Abby não conseguia deixar de olhar Remus, que cantava sem perceber, olhando pra ela.
    George... definitivamente George... mas com um toque da irresistibilidade de Paul...
    A música acabou e ela assobiou, batendo palmas.
    Remus ficou vermelho e desviou o olhar.
    - Você canta muito bem!!! Já pensou em seguir a carreira?
    - Nah... não faço planos. Não sei o que vem por aí.
    - Pois eu acho que você se dará bem no que quiser fazer. Algo me diz que você seria um ótimo professor também. Já vi o modo como vc é cuidadoso ao monitorar os alunos.
    - Será?
    - Acredito que sim. Não é o meu caso, rs... Poções, por exemplo... eu tenho algumas dificuldades! Consegui a pontuação pra continuar fazendo, mas foi raspando. Nessa matéria eu nunca conseguiria dar aulas.
    - Se você quiser, eu posso te ajudar. Tenho um tempo livre.
    - Jura? Você faria isso? Por mim?
    - Claro. Afinal, vc deve estar sentindo a diferença de mudar de professor, de escola. Deve ser difícil.
    Ela pegou as mãos dele, por cima da mesa, se inclinou e deixou um beijo na bochecha do rapaz, o fazendo ficar vermelho em dez níveis.
    - Obrigada. Você é o meu herói! Mais uma cerveja? Dessa vez eu pago!
    E se levantou da mesa em direção ao balcão. Por que o coração estava acelerado daquele jeito?








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    Mensagem por Sirius Black Dom Out 11, 2015 3:18 pm

    ****PONTO DE VISTA DO JAMESIE****

    - Rabicho. – James chamou o amigo, que lhe respondeu com um “hmm?” distraído - Eu estou vendo coisas ou o Aluado está flertando com uma das novatas? – o rapaz de óculos encarava uma das mesas mais próximas ao bar, estupefato com a cena que ali transcorria: Remus estava sentado observando Aubrey (ou seria Adrian? James era péssimo com nomes) falar animadamente sobre algo, as bebidas dos amigos esquecidas em algum lugar da sua mente.

    Peter arregalou os olhos:

    - Por isso que ele ainda não trouxe nossas cervejas! – exclamou o baixinho. Os dois se encararam, sorridentes.

    - Pelo jeito teremos que ter “A” conversa com o Sr. Aluado em breve, hein, Sr. Rabicho? – James disse,mexendo as sobrancelhas de modo insinuante.

    Brincadeiras à parte, James estava feliz pelo amigo. Se alguém merecia ser feliz e se divertir por ali, aquela pessoa era Remus Lupin. Aluado vivia se martirizando por conta de seu pequeno problema peludo e tentava se privar das coisas boas da vida (garotas) e por isso vivia com as fuças nos livros. James, Sirius e Peter viviam tentando convencê-lo a sair pra dar uns amassos em armários de vassouras (por mais que o rapaz não acreditasse ele possuía um pequeno fã clube), mas o mais responsável dos quatro sempre dava de ombros e se esquivava do assunto.

    - Bom, vou lá resgatar nossas bebidas... – James levantou-se e foi até o balcão, tomando cuidado para ficar longe do casal. Sabia que se os interrompesse, Remus ficaria acanhado e nunca mais falaria com Anna pelo resto do ano letivo. – Hey, Rosmie! – acenou para a garçonete.

    -  Potter! – Rosmerta sorriu, simpática, se aproximando  do rapaz.

    - Quero duas cervejas amanteigadas, Rosmie. – a garçonete acenou positivamente com a cabeça – E o seu coração,também. – adicionou, piscando o olho.

    A garçonete soltou algumas risadinhas com o flerte.

    - Achei que o Remus já tivesse leva... – os olhos de Rosmerta pousaram no casal que conversava mais ao canto do balcão e ela entendeu tudo – Oh. Claro. Duas cervejas amanteigadas saindo! -  Empurrou as canecas na direção de James alguns minutos depois.

    Após pagar pela compra, James pegou as canecas e se preparou para voltar até onde Rabicho o esperava, porém parou ao ver a pessoa que estava parada ao lado dele no balcão. Ajeitou a postura, automaticamente e se suas mãos já não estivessem ocupadas ele as teria usado para “ajeitar” seus cabelos rebeldes (se bem que ajeitar era a última coisa que fazia com o gesto)

    - Evans. – sua voz saiu como se o ar tivesse lhe fugido dos pulmões. Sempre se sentia assim quando ela aparecia sem ele estar preparado (o que acontecia....bem, sempre).

    - Que tal parar de flertar com a garçonete, Potter? – a ruiva girou os olhos. Tinha testemunhado toda a interação do Monitor Chefe e Rosmerta (no fundo não tinha gostado nem um pouco daquilo)

    - Não precisa ficar com ciúme, Evans. – as palavras mal saíram de sua e ele já se arrependera de ter falado aquilo. Lily estreitou os olhos para ele:

    - Faça mil favores, né, Potter. – girous os olhos.

    - Ora, Evans, aproveite que estamos aqui e me deixe pagar uma bebida pra você. - ele arriscou, afinal, o não ele já tinha, eh?

    Lily  se limitou a revirar os olhos e, tirando o próprio dinheiro do bolso, acenou para que Rosmerta se aproximasse.

    -Bem, se você mudar de ideia eu estou bem ali – apontou para a mesa que ele e Rabicho dividiam. Lily apenas deu de ombros e cabisbaixo com tanta indiferença, o rapaz se afastou.

    Não percebeu que os olhos verdes da ruiva o seguiram, cheios de arrependimento.
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    Mensagem por Emma Malfoy Dom Out 11, 2015 3:23 pm

    Para surpresa de Emma, o dia em Hogsmead estava sendo mais do que agradável. No seu tempo, ela e Sarah não haviam trocado mais do que alguns diálogos durante as aulas e pertenciam a grupos diferentes. O simples fato de serem de casas opostas já dificultava o relacionamento.

    Ali, entretanto, a nascida trouxa havia se mostrado muito mais divertida do que muitas sonserinas. Emma sabia agora que, apesar de ser culpa de Sarah estarem ali, não adiantava ficar martirizando a menina. As duas estavam presas naquele passado e as duas queriam a mesma coisa: voltar para casa.

    Sentindo-se completamente relaxada, a Malfoy soltou uma gargalhada ao ver a expressão de insatisfação de Nipps após seu comentário sobre Pettigrew.

    - Oras, você deveria aproveitar um pouco, Sarah. Dê uma chance ao pobre coitado...

    As duas viraram o pescoço em direção a mesa dos marotos, se deparando com o olhar fixo de Peter. Sarah desviou o olhar com uma velocidade surpreendente, fazendo com que Emma soltasse uma risada nasalada.

    - Por Salazar, o que você fez com o pobre coitado? Colocou poção do amor no suco de abóbora dele?

    Em resposta, Nipps fez uma careta e deu um gole em sua cerveja. Emma estava terminando sua caneca quando um terceiranista parou diante delas. O menino ficou parado, encarando as duas, completamente mudo.

    - Ahn... Oi? To com tinta verde no cabelo? – Emma resmungou, baixando a caneca vazia de volta para a mesa.

    Sarah revirou os olhos diante da indelicadeza da Sonserina e se virou para o terceiranista com um sorriso.

    - Pois não? Posso ajudar? – perguntou gentilmente.

    - O Lestrange mandou lhe entregar isso. – O rapaz falou pausadamente, movimentando bem os lábios, como se as meninas tivessem alguma dificuldade de escutar.

    Emma bufou, sentindo seu estômago afundar. Ela puxou o pedaço de papel da mão do menino.

    - A gente fala a mesma língua, sabia? – Ela respondeu, fazendo um gesto com a mão para dispensar o rapaz.

    - Lestrange? – Sarah perguntou, olhando para Emma enquanto a menina lia o recado.

    “Me encontre nos fundos do 3 Vassouras em dez minutos. R.”

    Emma ergueu o olhar, ignorando a pergunta de Sarah, até encontrar Rodolphus encostado no balcão, a encarando. Ela deixou o ar escapar pelos lábios, tentando ignorar aquela sensação desagradável em seu estômago.

    - Acho que fiz uma besteira gigantesca. – A menina resmungou, enfiando o papel dentro da bolsa.

    - Por Merlin, Malfoy... O que você fez?

    Emma mordeu o lábio, pensando se deveria ou não contar para Sarah. Por fim, ela desviou o olhar do sonserino e encarou a morena ao seu lado.

    - Eu fui uma idiota que não sabia que Rodolphus era na verdade Rodolphus Lestrange.

    Sarah a encarou, esperando que concluísse.

    - Eu beijei Rodolphus Lestrange. Beijei o marido da louca da minha tia assassina.

    - Emma! – Sarah grunhiu, fazendo a sonserina arregalar os olhos em um pedido mudo de que ela abaixasse a voz. – Você enlouqueceu? A gente não pode interferir em nada! Qualquer mudança e Voldemort pode vencer a guerra. Por Merlin, a gente pode nunca mais nascer!

    - Eu seeei! – a loira resmungou sofridamente. – Eu sei! Eu vou resolver, não se preocupe!

    A sonserina levantou da mesa, deixando uma moeda para o pagamento da bebida.

    - Te encontro em Hogwarts.

    O fundo do Três Vassouras ficava em um pequeno beco sem saída, com alguns barris empilhados próximos a entrada dos funcionários para o bar. Não havia ninguém ali quando Emma chegou, mas ela não precisou esperar muito até sentir uma mão tocar sua cintura e a outra lhe tampando os olhos.

    Sem pensar duas vezes, a menina deu um pulo para frente, quebrando o contato físico e se virou para encarar Lestrange. Por Salazar, ela nunca havia visto uma foto dele quando era jovem, mas era dono de uma beleza inquestionável.

    - Hey... Assustei? – O rapaz tinha um sorriso nos lábios e imediatamente o coração de Emma começou a bater mais forte.

    Se ela tivesse descoberto que aquele era Rodolphus Lestrange desde o primeiro dia, e agora estivesse sozinha com ele em um beco sem saída, ela certamente estaria apavorada. Agora, porém, ela só estava com medo de sua própria reação.

    - Lestrange, parou por aí! – A sonserina ergueu a mão, forçando a distância entre eles e fazendo o rapaz franzir a testa. – Olha... – Ela continuou, tentando mostrar calma. – Ontem foi legal, tá? Bem legal. Mas eu não sabia que você era noivo da Bellatrix!

    Rodolphus soltou um suspiro, cruzando os braços. Não havia mais o que esconder, se Emma já sabia do seu envolvimento com a Black.

    - Como você soube?

    - Narcisa me contou quando cheguei aqui. Apenas não associei seu sobrenome. – Ela mentiu, sentindo-se bem convencida com as próprias palavras. – E eu definitivamente não quero problemas com a Black, ok?

    Os lábios do sonserino se curvaram em um sorriso divertido e ele deu um passo em direção da menina.

    - Está com medo da Bella?

    - Da louca da Bellatrix? – Emma soltou uma risada nervosa. – É lógico que estou. Além do mais, logo logo eu vou voltar para casa...

    A menina passou ao lado de Rodolphus, na tentativa de voltar para dentro do bar, mas ele a puxou pela mão, trazendo para perto.

    - Bem, se você logo logo vai voltar... não há motivos para que a gente não possa aproveitar o meio tempo, ham?

    Emma sentiu o calor do corpo do menino quando ele a envolveu em seus braços e, por alguns segundos, se rendeu ao contato dos lábios dele, sentindo seu corpo ficar mole. Como um estalo, a menina voltou a realidade, o empurrando para longe.

    Sem dar ao menos uma chance para despedidas, a menina deixou Rodolphus sozinho, decidida a voltar para Hogwarts.
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    Mensagem por Regulus Black Dom Out 11, 2015 4:32 pm

    As íris cinzentas de Regulus Black fitavam o teto do dormitório masculino da Sonserina há mais de dez minutos, sem que o rapaz tivesse coragem para levantar da cama. Seu corpo parecia extremamente pesado após o final de semana. A noite havia sido muito agitada com pesadelos, assassinatos e torturas. A realidade de uma guerra que estava iniciando lá fora era muito mais assustadora do que as conversas sobre a limpeza do sangue puro que ele sempre ouvira nos jantares em família.

    Os cabelos negros de Black estavam desalinhados devido ao sono agitado. O lençol cobria apenas uma de suas pernas, a outra estava dobrada, exibindo a calça do pijama listrada de verde. A movimentação no quarto estava começando quando seus colegas começavam a despertar para iniciar a semana de aulas.

    Sua primeira aula seria Poções e o pensamento lhe deu o mínimo de força que precisava para se levantar. Não que Regulus fosse o maior amante da aula de Slughorn, mas ele sabia quem sentaria ao seu lado durante toda a manhã. Mary McDonald havia feito com que o passeio a Hogsmead não tivesse ido completamente por água a baixo.

    Regulus se sentia péssimo após ver sua própria prima cometer um assassinato diante dos seus olhos, mas para sua surpresa, a grifinória havia conseguido amenizar sua dor naquele dia. Cada vez que se lembrava do sorvete de limão, seu lábio esboçava um sorriso.

    Enquanto cumpria as atividades rotineiras da manhã, o rapaz se lembrava dos gestos da menina. McDonald não tinha motivo algum em ser gentil com ele. Mesmo assim, ela perdera parte de seu dia livre ao seu lado, parecendo sinceramente preocupada.

    Sua consciência, que tinha estranhamente a voz parecida com a de Bella, ecoava em sua mente “Ela pode ser uma espiã!” ou “Ela é uma sangue-ruim, merece morrer”. Mas como quem espantava um inseto, Regulus agitava a mão e ignorava aquele pensamento.

    Enquanto tomava o café da manhã, sentiu algo cair em seu colo. Ao levantar os olhos, encontrou Bellatrix sorrindo satisfeita. Nos seus joelhos estava a edição mais recente do Profeta Diário.

    “ATAQUE AO CENTRO DE LONDRES”.

    Em letras menores, sob a foto de uma rua movimentada com a Marca Negra pairando no céu, a legenda dizia: “Uma rua movimentada por trouxas no centro de Londres foi atacada durante esta madrugada. A Marca Negra foi mais uma vez encontrada”.

    Regulus empurrou seu prato de torradas para longe, deixando o jornal sobre a mesa. Sem olhar novamente para Bellatrix, ele deixou o Salão Principal em direção a Sala de Poções.

    O rapaz nunca ousou fazer como Sirius e abandonar sua família. Se manteve fiel ao lado de Walburga, declarando seu ódio aos nascidos trouxas. Porém, a cada dia que se aproximava de seu destino, Regulus se questionava se era exatamente o que queria para si.

    A sala de Poções estava ocupada apenas pelo professor e mais três alunos. Regulus assumiu seu típico lugar mais ao fundo, espalhando seu material sobre a bancada. Por algum milagre, Mary McDonald entrou pela porta ainda dentro do horário. Ainda haviam lugares disponíveis e Black a observou enquanto ela varria suas opções com o olhar, até por fim se sentar ao lado dele.

    Com um movimento da cabeça, ele a cumprimentou enquanto a grifinória assumia seu lugar. Com o canto de olho, Regulus reparou que suas roupas estavam normais naquele dia e os cabelos haviam sido penteados. O óculos se equilibrava na ponta do nariz e, sem perceber, ela o levava novamente para o lugar com o indicador.

    Mary não era uma pessoa ruim. Mas, seguindo seus princípios, não importava se era boa ou ruim. Seu sangue não era digno e por isso ela deveria morrer. Black sacudiu a cabeça em negação. Mary não merecia morrer. Ele não queria que ela morresse.

    Ela tinha dezesseis anos, por Salazar! Uma vida inteira pela frente, era doce, inteligente, completamente estabanada, mas aquilo fazia parte de quem ela era. E Regulus começava a gostar de quem ela era.

    Antes que o professor começasse a aula, uma sombra se instalou entre os dois, fazendo Regulus desviar sua atenção da grifinória.

    - Sim? – Regulus perguntou preguiçosamente, encarando Melloni.

    A colega de casa de Mary usava um perfume forte, tinha os cabelos loiros soltos, impecáveis, com uma fita vermelha lhe contornando o topo da cabeça. Um sorriso insinuante nos lábios indicava que não era com a outra grifinória que ela falava.

    - Oi Regulus... Eu queria saber... Estou com muita dificuldade em Poções, alguma chance de você sentar comigo durante a aula e me dar uma ajudinha?

    Uma sobrancelha de Regulus se ergueu em incredulidade e por um segundo ele pareceu seu irmão, Sirius. Um segundo depois, e a frieza havia voltado para as íris cinzentas.

    - É Black para você, Melloni. E se está tendo dificuldades com a matéria, que por sinal ainda está no começo, sugiro conversar com o professor. – Ele inclinou a cabeça para o lado, indicando Mary. – E caso não tenha visto, já tenho uma dupla para a aula.

    A loira, que havia apoiado uma mão sobre a carteira de Regulus para fazer charme, perdeu o equilíbrio por um segundo. Ela se ergueu, ajeitando o uniforme para se recompor. As bochechas brancas estavam completamente coradas e, sem dizer uma palavra, sem parecer sequer respirar, Melloni virou as costas para o rapaz, sentando algumas carteiras à frente.

    - Inconveniente... – Regulus balançou a cabeça, voltando seu olhar para Mary.

    Havia um vestígio de sorriso nos lábios da menina e, sem saber exatamente o motivo, ele se sentiu extremamente satisfeito.

    - Ela faz muito isso... Deve ter algum problema. – Mary deu de ombros, abrindo o livro na página que Slughorn havia acabado de indicar.

    Sem perceber, os lábios do sonserino se abriram em um sorriso. “Ter um problema” era o eufemismo do ano para Melloni. A garota tinha a necessidade de um cérebro, apenas isso. E Mary, de todas as meninas do castelo, era a que mais tinha motivos para ofender a colega. Mas ela se limitava em dizer que “tinha um problema”.

    - Sabe, Mary... – Regulus sussurrou, sem perceber que havia chamado a menina pelo primeiro nome. Seus olhos estavam fixos no professor a frente da turma, mas todos os demais sentidos estavam voltados para a jovem ao seu lado. – Acho que nunca te agradeci pelo sorvete no sábado.

    - Ah, não foi nada não... Você mesmo pagou, lembra?

    Foi a vez de Regulus dar de ombros, imitando o gesto da grifinória ao falar da colega.

    - Não é pelo dinheiro. Obrigado, sim? – ele insistiu

    - De nada. – A menina respondeu, recebendo outro sorriso do Sonserino.

    Regulus colocou o caldeirão diante de si e começou a incluir os ingredientes para a poção do dia. Durante toda a aula ele orientou McDonald, sempre evitando que ela explodisse algo diante de seus olhos.

    Os demais sonserinos presentes estavam tão focados em suas próprias poções que não reparavam na naturalidade com que Black conversava com a grifinória.

    Em uma das voltas que o professor deu pela sala, parou diante de Regulus para elogiar sua poção. A de Mary, é claro, não estava ruim graças as orientações do rapaz. Porém, foi só ao sonserino que Slughorn se dirigiu.

    - Sr. Black, não se esqueça do nosso compromisso no próximo sábado, sim?

    Regulus acenou positivamente. Estava acostumado com as reuniões do professor e seus alunos troféis. Intimamente, ele acreditava que McDonaldo também merecia um convite, mas Horácio provavelmente desconhecia o talento da jovem em Runas Antigas.

    - Estarei lá, professor. – Ele se limitou a responder.
    Rodolphus Lestrange
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    Mensagem por Rodolphus Lestrange Dom Out 11, 2015 7:05 pm

    Desprezado, largado, com cara de idiota. Era assim que Rodolphus se sentia no momento.
    Que inferno! Pensara que pudesse levar a situação à frente por bem mais tempo do que isto.
    Não... ela não iria fugir desse jeito. Sentira no beijo... Emma não iria escapar dele por muito mais tempo.
    Era questão de planejar, armar estratégias. De saber como agir.
    Lembrou-se de quando estudara Maquiavel, em História da Magia. Um grande bruxo estrategista, muito conhecido dos trouxas, também. Ele elaborou uma estratégia de 10 passos, que levaria qualquer um à vitória, se bem executados. Uma delas era criar problemas e elaborar soluções.
    Pois bem. Ele poderia dificultar a vida dela em algumas coisas, para surgir como o salvador do dia, logo após. Mas pra isso... para conquistar a confiança dela no dia a dia... era preciso passar pelo problema maior: desvincular sua imagem da de Bella.
    - Pensando na morte da Murta, Lestrange?
    Ele se virou e viu Snape encostar na parede a seu lado, acendendo um cigarro.
    - Quer um?
    - Não. Isso mata. - disse Rod, distraidamente.
    Snape riu.
    - Há muitas coisas que matam mais que cigarro. Lentamente, se quer saber. - Snape disse, parecendo amargurado.
    - Por que não está lá dentro? Tinha uma garota lufana lá que parecia estar se atirando em cima de você!
    - Peguei a maluca tentando colocar poção do amor na minha cerveja amanteigada.
    Rod não se segurou e soltou uma gargalhada.
    - E o que vc fez?
    - Deixei ela achar que tinha conseguido e troquei a minha cerveja com a dela quando ela se distraiu, e saí do seu campo de visão.  Agora está lá, achando que está apaixonada pelo Lovegood.
    - Eh, bien... parece que ele vai se dar bem hoje!
    Bateu nos ombros de Snape e disse:
    - Avise ao meu irmão que estou voltando antes, ok?
    E se foi, sem esperar resposta.

    ******

    Mais tarde naquela noite, uma discussão irrompeu na mesa da Sonserina.
    - Não gostei de você ter voltado sem mim de Hogsmead, Rodolphus! Eu disse pra você me esperar sair da Trapobelo!
    - E para que, Bella? Pra ser seu carregador particular? Toda vez vc quer comprar a loja inteira!
    - E qual o problema em carregar minhas compras?
    - O problema é que eu não sou seu empregado! Não estou aqui pra ficar ouvindo ordens suas. Estou de saco cheio disso!
    - Grande noivo você é, pra não falar o contrário!
    - E vc acha que é uma grande honra ter você como noiva? Olha a sua família? Cheia de gente que se bandeou pro outro lado e convive com mestiços e sangues-ruins! Sua irmã Andrômeda, que fugiu com aquele Tonks, seu primo Sirius... Minha linhagem é bem mais pura que a sua!
    - Não se atreva a falar mal da minha família! Os Black tem muito mais tradição no mundo mágico que os Lestrange! Vcs são estrangeiros em terra onde a minha família reina!
    - Se é nisso que você quer acreditar... sinceramente, não sei quem teve a idéia de arranjar o nosso casamento. Se eu pudesse acabava com isso agora mesmo!
    - Não seja por isso, acabo eu! - gritou ela, virando a mão na cara de Rodolphus com toda a força e depois, ainda jougou o copo de suco de abóbora que estava tomando, na cabeça dele. E saiu do salão, pisando forte, seguida por uma Narcisa, muito espantada.
    Rodolphus sorriu internamente, apesar da dor na bochecha. Realmente, Bella levara ao pé da letra as sugestões que dera mais cedo, durante a conversa deles.

    Flashback

    - Bella, precisamos conversar.
    - Descobriu alguma coisa da australiana?
    - Não, quem descobriu foi ela. Descobriu que somos noivos.
    - E o que tem?
    - O que tem, é que a moça tem princípios. Disse que não quer ter contato nenhum comigo, por ser seu noivo.
    - Você andou se esfregando nela, Dolphus? - Bella estreitou os olhos.
    - Eu? Claro que não! - disse ele, olhando pros lados. Bella era muito perspicaz, pegava as coisas no ar. - Mas o fato é que ela parece ter receio de vc, de sua fama, de algum modo. E nem ser pega conversando comigo, mais, ela quer.
    - Isso não pode acontecer. O que vc sugere? Tem alguma idéia?
    - Então... temos de forjar um término. Ou ao menos, uma briga bem feia. Vc tem de mostrar que não está disposta a nunca mais olhar na minha cara, ou saber de mim.
    "E assim eu fico livre de você um pouquinho, pra curtir do jeito que eu quero..." , ele não pode evitar de pensar.
    - Ok... mas EU termino. E tem de ser em grande estilo.
    - Certo, Bella...
    - Vou meter a mão em você, fique avisado!
    Ele suspirou.
    - Que seja.

    Fim do Flashback

    Tentava se secar como podia, e olhou de rabo de olho para a ponta da mesa, onde Emma estava sentada. A menina encarava o prato, remexendo o garfo de um lado a outro, sem mesmo comer.
    Amanhã seria outro dia.

    ***************

    Rodolphus estava andando pelos corredores, em direção á aula de feitiços, quando passou pelo professor Slughorn.
    - Senhor Lestrange, que ótimo vê-lo!
    - Igualmente, professor. Em que posso ajudar?
    - Estou organizando uma festa, e gostaria que estivesse presente.
    - Claro, irei sim.
    - Um aparte... presenciei ontem a sua bem... o seu desentendimento com... enfim, levará alguém como acompanhante, afora a srta. Black?
    - Estou pensando nisso, professor. Provavelmente, se tudo der certo.
    - Lhe espero lá, rapaz.
    - Com prazer, professor.
    Rodolphus se afastou, meditando em como cercar e conquistar Emma Richmond. Se tudo desse certo, ela iria à festa de Slughorn pelos seus braços.


    Última edição por Rodolphus Lestrange em Dom Out 11, 2015 7:25 pm, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Remus Lupin Dom Out 11, 2015 7:17 pm

    Alphard Black era um ótimo professor. Esta era a terceira vez que os Marotos tinham aula com ele, e Remus já era capaz de dizer com certeza absoluta: Alphard Black era um ótimo professor. Nem mesmo suas aulas mais teóricas tinham sido enfadonhas - Black possuía uma extensa coleção de histórias e aventuras ao redor do mundo, e sacava sempre uma anedota para exemplificar ou fixar os conceitos que aplicava em sala.


    Lupin o admirava como professor - tudo nele era tranquilo e jovial, como se estivesse sempre preparado para o que quer que se apresentasse; e, ainda assim, ele exalava uma certa autoridade que nenhum aluno ousava desrespeitar (nem mesmo seu sobrinho, Sirius Black, no momento sentado atrás de Remus e perigosamente entediado).


    Perto do fim da aula, uma quintanista corvinal que Remus reconhecia como membro da equipe de monitores da escola entrou na sala, desejando dar um recado ao professor em questão, interrompendo a aula brevemente. Infelizmente (para Remus), por tempo suficiente para que Sirius se interessasse por um pedaço de papel verde-musgo que escapava de um dos livros do menino-lobo e, se inclinando, puxasse o papel (que só então, ele descobriria, era um envelope)


    Oi, Remmie, recebendo cartas de admiradoras secretas? - Sirius comentou, girando o envelope nas mãos, mas seu tom jocoso ficou um pouco (só um pouquinho) mais sério ao reconhecer o selo que lacrava o envelope - Hey! Vai ter festinha do Sluggie e você nem avisa pra gente? - Remus apenas revirou os olhos, sem na verdade estar muito incomodado, enquanto seu amigo revelava o conteúdo escondido pelo papel verde-musgo.


    Invasão de privacidade te diz alguma coisa, Allmofadinha?

    E já é nessa sexta!

    Aluado! - James, que também lia o convite, fingiu ralhar com o amigo - agora nós vamos precisar organizar nossa contra-festa às pressas.

    E ninguém gosta de ser convidado de último hora…

    Remus apenas suspirou, rindo das falsas caras de chateação dos amigos.

    Eu apenas tinha esperanças de que um mês se passaria antes de vocês tentarem destruir o castelo.

    Pobre Aluado...

    ...Tão novo e tão iludido!

    Lupin riu, balançando a cabeça negativamente.

    Oi, você deveria chamar aquela garota...Alana… algo.

    O mais alto dos marotos piscou, sem entender de quem James falava.

    Hogsmead? Cervejas amanteigadas? Uma paquera infinitamente longa? - Sirius continuou, levando uma cotovelada de James - Ei!

    Sutileza, Almofadinha, sutileza!

    Remus evitou o olhar dos amigos.

    Vocês estão falando da Abby?

    Ah, sim, claro! É este o nome dela, então? Você deveria convidá-la para a nossa festa. Você sabe, mesma sala de sempre, sexta-feira, às - James se inclinou para olhar o convite na mão de Sirius - às 19h. Merlim, quem faz uma festa tão cedo?


    Por sorte, Remus não precisou responder o amigo, já que o professor Black voltara ao seu lugar no centro da sala, demandando a atenção de todos. O garoto se virou para a frente, tentando prestar atenção nas explicações sobre feitiços não-verbais, embora tudo o que lhe ocorresse fosse a sugestão dos amigos. Ele não sabia ser galante como James e Sirius, mas, bem, que mal faria convidar uma garota?

    Não. Não era certo. De que adianta chamar uma garota para um encontro se eles jamais poderiam ter algo mais sério? Ele se sentiria apenas enganando-a. Garotas, paqueras, namoros e encontros não eram para ele. Era preciso se lembrar de sua licantropia. Sempre.

    Mas, ao mesmo tempo, o sorriso de Abby insistia em ocupar sua mente.


    *****

    O dia passou incrivelmente rápido. Os Marotos passaram todo o horário de almoço pensando em quem convidariam - embora, na verdade, eles elaborassem mais uma lista de veto que uma lista de convidados, propriamente dita. (“Quanto mais gente melhor”, dizia sempre Sirius, e a ideia da contra-festa era exatamente essa: convidar todos aqueles que eram excluídos da pequena festa esnobe do professor Slughorn.) - e todos os intervalos das aulas discutindo tecnicalidades : bebidas, comidas e música, embora o modo operandis fosse sempre o mesmo, a cada uma das reuniões de Slughorn.

    Por mais que Remus esperasse um ano letivo puxado, com os N.I.E.M.s e tudo mais, Remus não imaginou que o volume de conteúdo seria tão grande. Além disso, ainda tinha que lidar com as atividades de monitor e de tutoria, que, ele previa, ocupariam boa parte de seu tempo na escola. Não queria tem imaginar como lidaria com as coisas nas semanas de seus… Probleminhas peludos.

    Pouco após a ceia, o rapaz se encaminhava para a biblioteca, onde começaria seu primeiro dia como tutor naquele ano. Sabia que continuaria ajudando Damascus Weasley - grifinório, quinto ano, que jamais se dera muito bem com transfiguração - e Lucas Bauer - Lufa-lufa, sexto ano, pior aluno de Herbologia em toda a escola - mas durante o ano letivo novos alunos eram encaminhados pelos professores, e alguns desistiam da tutoria depois de alcançar as notas desejadas.

    Quando Lupin chegou à mesa que habitualmente ocupava, a biblioteca estava quase vazia. Ele começou a colocar seus materiais na mesa - pergaminho, tinta, pena, livros… E um livro de filosofia trouxa, que ele começou a ler para passar o tempo, até que um dos seus colegas chegasse para o grupo de estudos.

    Embora o rapaz estivesse adiantado, ele deveria ter imaginado que seus tutorados não apareciam - ninguém nunca aparecia nas primeiras sessões: era cedo demais para que estivessem preocupados com suas notas. Além disso, o time da grifinória - em que Damascus ocupava a posição de batedor - estava fazendo sua seleção naquela noite, então erum colega a menos, com certeza. Mas nada disso ocorreu a Remus, uma vez que ele estava entretido com as ideias de Sartre.

    Cerca de 30 minutos após o horário habitual de início das tutorias, um tímido pigarro o desligou de sua leitura, de modo que ele levantou os olhos do livro, num pequeno susto.

    Oi! - A menina à sua frente sorria, abraçada ao volume de “Práticas Avançadas de Poções”. Por um segundo, o rapaz não soube o que responder. Seu olhar variava entre o sorriso aberto, honesto, os olhos castanhos, vivos, e a forma como o cabelo castanho emoldurava a curva que o sorriso causava em suas bochechas. - Remus? Você está bem?

    Oh, claro! - Remus quebrou o contato visual, guardando seu livro trouxa em sua mochila.

    Você disse que eu poderia estudar poções com você… Isto ainda está de pé? - havia um quê de ansiedade em sua voz.

    Claro! - ele sorriu, olhando-a brevemente - Por que você não se senta?

    Abby sorriu, puxando a cadeira ao lado de Lupin.

    Ótimo! Eu ainda não consegui me entender com o professor Slughorn!

    A noite de trabalhos transcorreu tranquilamente - nenhum outro tutorado apareceu, e a biblioteca ainda estava tranquila, de modo que Remus e Abby conseguiram trabalhar sem interrupções. Às vezes ele se pegava tentando identificar o perfume que a garota emanava, ou se perdia admirando o sorriso dela, mas, de uma forma geral, acreditou que aquilo não atrapalhara o rendimento deles, e também que ela não percebera nada.

    Ou pelo menos ele esperava que ela não tivesse percebido.

    Dez minutos antes do encerramento do expediente bibliotecário - quando Miss May já começava a expulsar os alunos menos benquistos - Remus avistou Peter do lado de fora da porta, gesticulando intensamente. Demorou um tempo para que o monitor entendesse o que o amigo queria dizer.

    Convida ela! Vai! Festa! Convida!

    Remus sorriu, revirando os olhos para o amigo. E, embora ele já tivesse se decidido a não convidar a garota, naquele momento - com o cheiro de… Maçã verde? Tangerina? Que emava da garota e Pete se fazendo de bobo do lado de fora, convidá-la para a Contra-Festa não parecia uma ideia tão ruim assim.

    Ahmn, Abby… Eu acredito que Miss May vai nos expulsar em breve, mas… Antes de irmos… Os Marotos vão… dar uma festa nessa sexta… Você gostaria de ir?

    Os olhos de Abby cresceram com o brilho que os trespassou.

    Sério? Uma festa dos marotos? Que irado!

    I...rado? - o menino olhou em dúvida para ela que logo esclareceu.

    Bacana! Legal… É… uma gíria australiana. É algo bom. - ela sorriu - Sexta, você disse?

    Sexta - Remus até tentou não sorrir, mas não conseguiu - às 19h. Eu te mostro qual a sala depois.

    Estamos marcados, então!

    O rapaz reuniu as próprias coisas e esperou que Abby fizesse o mesmo, acompanhando-a até a porta da biblioteca, onde se despediram com um “até logo” meio desajeitado, e Remus seguiu para o Salão Comunal na companhia de Peter. Depois de alguma distância ganha, o mais baixinho dos marotos perguntou, quase susurrando:

    E aí, perguntou? - Remus sorriu inigimaticamente, e apenas balançou a cabeça afirmativamente em resposta. - E ela topou? - ok, ele podia jurar que não conhecia ninguém mais ansioso que Rabicho.

    Ahamn…

    YEEES! - Peter deu um soquinho no ar, o que fez com que Remus gargalhasse - Espera só até a gente contar pro Sirius e pro James!
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    Mensagem por Abby Lovegood Scamander Dom Out 11, 2015 9:55 pm

    Abby estava exausta. Entre os episódios corridos no dia anterior, desde seu encontrão e posterior interação com Remus Lupin, até ter de socorrer sua avó (ou seria seu avô), dos efeitos de uma poção do amor (que graças a Merlin não fora tão forte assim), e as aulas de hoje, ela conseguira arrumar um tempo para organizar as anotações para a reunião com as meninas, e saber se elas conseguiram alguma coisa de concreto.
    Sentada em uma mesa escondida bem nos fundos da biblioteca, colocou os pergaminhos em uma pasta, consultou o relógio na parede, e viu que tinha uns bons 40 minutos antes de dar o horário para se encontrar com Malfoy e Nipps.
    Deixou a mente vagar até o dia anterior.
    Estava acabando de tomar sua segunda cerveja amanteigada com Remus, que se mostrara uma companhia absolutamente maravilhosa. Charmoso, inteligente, bom papo... poderia ficar ali horas, mas não...
    Não... porque justo quando estavam no melhor da conversa, uma cena inusitada se formou à sua frente: sua avó estava puxando seu avô pela gravata, chamando ele de leãozinho, passando a mão em seus cabelos, dizendo que ele tinha uma juba muito sedosa... convidando ele pra dar um passeio na sua vassoura! E seu avô tremia, sem saber o que fazer e nem pra onde olhar!
    Pedira licença a Lupin com um "Depois a gente se vê", pegou Pandora pelo braço, e saiu puxando a garota pelo braço, aos sons de "Me larga", "Quero o meu Xexe", "Vc está com ciúmes porque meu leãozinho me ama, e quer me afastar dele!".
    Apesar da bagunça toda, teve uma vontade imensa de rir. Só não riu pq a coisa merecia medidas desesperadas.
    Quando o professor Slughorn abriu a porta, após suas batidas, explicou o caso. Resmungando sobre como deveria ser proibido a Dervixes e Bangue vender coisas como poções de amor a menores de idade irresponsáveis.
    Nem comparecera ao jantar. Ficara cuidando de Pandora, que estava se sentindo péssima, após o vexame que dera, se perguntando com que cara ela olharia para o Snape agora.
    Abby retrucara, dizendo que ela deveria mais era se preocupar com Xenophilius, que passara um vexame enorme, e que não fosse ela tentar fisgar Snape com artifícios, isso não teria acontecido.
    Caramba, ás vezes sentia como se ela fosse a avó, tentando educar a neta!
    Além de ir dormir com fome, fora dormir sem se desculpar propriamente com Remus.
    Levantou de sua mesa, com a pasta na mão, e quando se dirigia à saída da biblioteca, avistou Remus, sentado, sozinho, em uma das mesas.
    Seu coração doeu. Tio Harry sempre lhe dissera que, quando conheceu Remus, enquanto professor de Defesa contra as artes das trevas, ele era essencialmente sozinho. James havia morrido, Sirius preso, e Peter supostamente assassinado por Sirius. Era muito triste ser tão solitário e sofrer o preconceito de tanta gente estúpida.
    Num impulso, tirou seu livro de poções da bolsa e se aproximou dele.
    Por mais ou menos 40 minutos eles estudaram, lado a lado, em uma harmonia que poucas vezes conseguiu encontrar com parceiros de estudo em seus anos anteriores em Hogwarts. Lupin era paciente e explicava cada ponto com exatidão.
    Em um determinado momento, Remus virou-se para ela
    - Ahmn, Abby… Eu acredito que Miss May vai nos expulsar em breve, mas… Antes de irmos… Os Marotos vão… dar uma festa nessa sexta… Você gostaria de ir?
    Ela? Numa festa dos Marotos? Se belisca, Abby, se belisca pra ver se não é sonho!
    - Sério? Uma festa dos marotos? Que irado!
    I...rado?
    Que furo, Abby!
    - Bacana! Legal… É… uma gíria australiana. É algo bom. Sexta, você disse?
    -Sexta, às 19h. Eu te mostro qual a sala depois.
    - Estamos marcados, então!
    Os dois se despediram na entrada da biblioteca e só aí, Abby lembrou.
    - A reunião com as meninas! Kct, elas vão me matar!!!
    Saiu correndo, esbaforida, esbarrando nas pessoas, e ao chegar à sala onde as meninas haviam marcado, já entrou falando:
    - Desculpem o atraso, meninas, eu sei que está bem tarde e...
    - Está tão tarde que a reunião já até acabou, Scamander! E não resmungue, que até calada você está errada! - vociferou Malfoy!
    - Tenho de concordar com a Emma, Abby. Nós aqui, nos desdobrando pra tentar encontrar uma saída...
    - E você aí, parecendo que está vivendo num paraíso, numa nuvem colorida! Paquerando, fazendo amizades!!! Mas é bem típico mesmo da gente da sua família! São todos destrambelhados, e...
    - Dobre a língua pra falar da minha família, Malfoy! Você pode estar coberta de razão ao me repreender por me atrasar para a reunião, mas na minha família não tem nenhum comensal da morte, ou alguém preso em Azkaban por muito justíssima causa!
    - Ok, ok, meninas... não precisava falar assim, Scamander, mas também não precisava meter a família no meio, Malfoy!
    - Mas ela está totalmente ERRADA! Não vejo ela em qualquer momento se preocupando em como vamos fazer para voltar pra casa! Quanto mais tempo ficamos aqui, mais corremos o risco de mudar algo!
    - Eu também acho. Acho que todas devemos nos esforçar, e Abby, desculpe, mas vc está fazendo aquém do que poderia, na minha opinião.
    - Vocês não sabem 1/3 do que eu estou fazendo para tentar reverter a situação. Não... porque vcs nem sequer perguntaram sobre como está a minha situação. Vcs estão tentando achar um modo de voltar, eu estou procurando, além disso, um modo de existir no futuro! Vocês sabiam que minha avó é doida no Snape, e tentou dar uma poção do amor pra ele ontem? Que ela acha o meu avô patético e nem sequer olha pra ele? Vcs também entendem como é incrível conhecer uma avó que, quando eu nasci, já tinha morrido há mais de 15 anos? Não... não sabem... pq vc, Malfoy, não corre o risco de não nascer, o casamento dos seus avós foi arranjado. O dos meus, foi por amor. E você, tem uma avó que te ama por perto. Pra mim, conhecer a minha avó, é um sonho realizado. E se eu puder ter o que eu puder, enquanto eu puder, eu vou apreciar isso. Eu não foco só na tragédia. Eu foco na experiência que isso puder me trazer. Vc, Nipps, não tem parente vivo, nessa época, em Hogwarts. Viver estressada, não vai me ajudar, ou nos ajudar a voltar pra casa mais rápido. E à propósito, aí estão todas as pesquisas que eu já fiz, compiladas e organizadas, feitas de madrugada, enquanto as outras meninas estão dormindo, pra não levantar suspeitas.
    Jogou a pasta em uma das poltronas na sala, e saiu, soluçando e enxugando as lágrimas, no caminho para o dormitório lufano.
    Não era só Lupin que se sentia solitário, ás vezes.
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    Mensagem por Emma Malfoy Dom Out 11, 2015 10:49 pm

    Emma quase não havia comido no café da manhã e havia pulado o almoço e jantar. Não fazer as refeições estava se tornando um habito para a menina, que a cada dia tinha um novo motivo para querer desesperadamente voltar para casa.

    A cena que presenciara de Rodolphus e Bellatrix no início do dia foi apenas o começo. Aquilo não poderia acontecer. Eles precisavam ficar juntos, se casar, fazer diversas atrocidades. Tudo deveria acontecer exatamente como já havia acontecido antes.

    A notícia do Profeta Diário só serviu para deixa-la ainda mais enjoada. A cada dia que passavam naquele tempo, mais próximos estavam de vivenciar a pior guerra bruxa da história.

    Naquele dia, Malfoy quase não prestou atenção nas aulas. A cada intervalo, ela buscava desesperadamente respostas nos livros, qualquer coisa que pudesse lhe dar uma luz de como voltar para casa e consertar toda aquela bagunça.

    Quando o horário da reunião das meninas chegou, Emma já estava na sala aguardando, rodeada de livros. Ela ergueu os olhos cinzentos quando Sarah apareceu pontualmente. Os olhos da menina pousaram em uma pequena bola rosa-choque esquecida sobre uma pilha de pergaminhos.

    - O que é isso? – a grifinória perguntou, a testa franzida, enquanto largava a mochila em um canto da sala.

    - Pra você. – Malfoy fungou, voltando sua atenção para o livro em suas mãos.

    - De novo, o que é isso?

    Emma ergueu as sobrancelhas loiras, sentindo-se incomodada com a falta de conhecimento da colega.

    - Um pufoso. Comprei pra você em Hogsmead, pra agradecer por... – a sonserina balançou os ombros, sentindo-se incomodada.

    No momento que comprara o bichinho na loja de animais, parecia ter sido uma excelente ideia, uma forma de agradecer Nipps pelo dia agradável que tivera fora do castelo. Além do mais, Sarah não tinha ninguém em Hogwarts e Emma sabia que bichinhos de estimação conseguiam ser excelentes companhias.

    - Bem, você só precisa alimentá-lo três vezes ao dia. E atenção, ele gosta de bastante atenção. Só não precisa se preocupar com as fezes, eles são bem limpinhos.

    - Isso está... vivo? – Sarah perguntou, cutucando a bola de pelos rosa com o indicador.

    O bichinho rolou pela mesa de um lado para o outro, fazendo a grifinória recuar de susto. Emma soltou uma gargalhada.

    - Não se preocupe, ele não morde. Basicamente come e brinca.

    Sarah se sentou do outro lado da mesa de Emma, encarando a sonserina com seriedade.

    - E o problema de antes? Conseguiu resolver? – perguntou, se referindo a Lestrange.

    - Estou cuidando disso. – Ela resmungou, imediatamente se lembrando da cena do café da manhã.

    As duas meninas começaram a vasculhar os livros e pergaminhos, perdidas nas anotações, rabiscando frases aqui e ali, completamente absortas da hora, quando o Pufoso soltou um grunhido semelhante a um bocejo. Emma ergueu os olhos até encarar o relógio na parede da sala. Já estava tarde demais e Abby não havia aparecido até o momento. Típico.

    Emma e Sarah começaram a recolher o material quando a lufana finalmente entrou pela porta.
    Os desaforos que Malfoy escutou em seguida apenas serviram para fechar como chave de ouro aquele dia que não chegava ao fim. Sentindo-se esgotada de todo aquele pesadelo, ela sacou a varinha de suas vestes no momento que Abby saiu pela porta da sala.

    Sarah arregalou os olhos.

    - Emma, não!

    Mas a Sonserina já estava no corredor com a varinha erguida, apontando para as costas da lufana.

    - Se metade de Azkaban está preenchida com meus parentes, Scammander, eu vou ser mais uma, porque eu vou te matar!

    Sem proferir um feitiço, uma luz saiu da ponta da varinha de Emma e atingiu Abby, fazendo-a escorregar de onde estava e cair sentada no chão.

    - Você como cocô de hipogrifo!? – A loira gritou, ignorando que estivessem no corredor da escola. – Você está tentando juntar seus avós!? ELES VÃO ACABAR JUNTOS, INDEPENDENTE DO QUE VOCÊ FAÇA! Você não entende que qualquer coisa que a gente faça, pode interferir em tudo? Então todo o seu esforço pra juntar os dois PODE NA VERDADE SEPARÁ-LOS?!

    - Emma, por Merlin, fale baixo! – Sarah pediu, correndo para acudir Abby.

    - Quer saber? Eu já estou de saco cheio dessa louca! Você, seus avós e toda a sua positividade PODEM EXPLODIR! É um favor que fazem pra sociedade!

    Pisando duro, Malfoy deixou as meninas, sabendo que se continuasse mais um segundo na frente de Abby, provavelmente acabaria lançando um feitiço pior do que um simples escorregão.
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    Mensagem por Sarah Nipps Seg Out 12, 2015 8:33 am

    Quando Emma saiu bufando, Sarah apenas ficou atônita no meio do corredor, dividida entre consolar uma Abby chorosa ou correr atrás da sonserina. Com um longo suspiro, tentou consolar a lufana, sem muito sucesso. Se despediram rapidamente e, uma vez sozinha,  a grifinória retornou à sala, para reunir seus pertences e ir dormir. Tudo o que queria era que aquele dia penosamente longo acabasse logo.

    Não que recolher tudo fosse tarefa fácil: Emma trouxera o que pareciam ser trezentos livros para reunião, mais seus próprios livros, mais os pergaminhos das três garotas... Sarah começou a se perguntar se o feitiço expansor que lançara sobre sua bolsa seria capaz de dar conta de tudo aquilo (a resposta é óbvia: deu).

    Quando estava quase saindo da sala, bolsa a tiracolo, ouviu o pequeno bocejo do pufoso sobre a mesa. Como conseguira esquecer a bolinha peluda ela jamais saberia - por Merlin, ela era rosa choque! - mas Sarah fez carinho nela, que soltou uma exclamação, causando risos na garota.

    - Parece que vamos ser só nós duas... coisinha

    Com um suspiro, a garota saiu a passos lentos da sala, fazendo carinho distraídamente no pufoso.

    Meia hora após o toque de recolher.

    Quando alcançou  o quinto andar, o pequeno pufoso já exercera seu efeito sobre a menina, que ria vez ou outra dos grunhidos de satisfação do bichinho. Virando um corredor que a levaria a uma nova escadaria, Sarah foi surpreendida.

    Ela teria gritado, xingado e esperneado, se, enquanto era puxada para um armário de vassouras, não tivessem tampado sua boca com a mão.

    Uma mão forte.

    Mas desconhecida.

    Sarah podia sentir seu coração disparado, as mãos suaram imediatamente e ela tinha certeza de que morreria ali.

    O armário de vassouras era extremamente pequeno, e ela podia sentir o corpo do seu... sequestrador quase colado ao seu (para ser honesta, estavam separados apenas pelo braço dele, cuja mão ainda era usada como mordaça, e pelos braços dela, que tentavam proteger o pequeno pufoso.

    Sim, ela se apegava fácil assim às coisas.

    Antes que Sarah conseguisse de alguma forma racionalizar o que acontecia, seu... parceiro de armário susurrou ( dando a certeza de que se tratava de um representante do sexo masculino)

    - Eu preciso alcançar minha varinha. Você não vai gritar, ok? - sarah balançou sua cabeça, mas é claro que ela ia gritar - promete? - ela balançou a cabeça novamente, mas, de novo: óbvio que ela ia gritar.

    Quando ele começou a afastar a mão, sentiu a garota puxar seu fôlego para gritar, então pressionou a mão contra ela novamente.

    -  Sério, Cooper? Okay, então, eu pego a varinha com a mão esquerda.

    A garota sentiu ele se contorcer um pouquinho

    Oh, merlin, eu vou morrer!

    E, de repente, ele murmurou "lumos", o que foi suficiente para a ponta da sua varinha acender, iluminando todo o pequeno armário.

    Sirius Black estava na sua frente, sobrancelhas erguidas.

    - Promete que não vai gritar? - a garota sacudiu a cabeça , e, dessa vez, Sirius pareceu acreditar.

    Claro, porque dessa vez ela realmente não tinha intenção de gritar.

    - Que merd- - assim que o rapaz tirou sua mão da boca de Sarah, ela começou a falar num tom exaltado, fazendo com que ele voltasse à posição anterior.

    - Merlin, Austrália - ele sussurrava, ainda mais baixo do que antes - Filch está a caminho daqui, e vai ser uma bela de uma detenção para nós dois se ele nos pegar aqui!

    - Mas... - a essa altura, sarah já sussurrava também.

    - Shhh! lumos - ao comando dele, a varinha apagou, e eles ficaram no silêncio por alguns momentos, e aquilo já estava dando nos nervos de Sarah, quase decidida a sair dali correndo, quando os passos do zelador se aproximaram, acompanhados de seus habituais resmungos.

    - Aaaah, aquele moleque... Eu pego!!

    Aos poucos, os passos e a voz de Filch foram se afastando.

    - o que... - sarah coneçou a sussurrar, mas, de novo, Sirius a silenciou, dessa vez levando apenas o dedo indicador à boca da menina. Quando os passos cessaram de vez, ele quebrou o silêncio:

    - Eu vou  conferir o corredor, vc só sai se eu disse que está tudo bem. - ladinamente, o rapaz começou a abrir a porta do armário, enfiou a cabeça do lado de fora e, vendo que os dois lados do corredor estavam vazios, ele saiu, puxando Sarah pela manga de seu cardigã.

    - Eu realmente recomendo que você ande rápido, pelo menos até chegarmos no próximo andar  - já falando em tom normal, ele começou a adiantar o passo, sendo seguido por Sarah.

    - Black, o que diabos está acontecendo? - Sirius apenas olhou a garota por cima do ombro, dando um sorriso enigmático.

    - Filch está me procurando. Digamos que ele acha que eu sou o responsável por um... acidente no escritório dele. Daí eu te vi no corredor e não podia deixar que você levasse detenção também. De nada! - Ele sorriu, piscando um olho para ela.

    - E por que eu levaria detenção? - Sarah encarava o rapaz incredulamente, as mãos tentando proteger o pequeno bufoso.

    - Boa pergunta! O que você estava aprontando andando por aí depois do toque de recolher? - com um sorrisinho maldoso, ele adicionou: - Se agarrando por aí?

    - Ha! Muito engraçado, Black. Mas ainda não passou do... - Levando o visor do relógio para mais perto do rosto, Sarah viu que já era 21h45 - putz!

    - Por nada! - ele sorriu, enquanto enfiava as mãos no bolso - Então, Aussie... O que você estava falando, mesmo? Romance proibido?

    Sarah revirou os olhos, rindo um pouquinho.

    - Ahã! - ela disse, ironicamente -  Um caso sórdido com um fantasma. Mas, sabe, ele sugeriu um ménage com o Pirraça, então não acho que vá dar muito certo...

    Sirius riu abertamente, balançando a cabeça.

    Ficaram um algum tempo em silêncio, Sarah finalmente se dando conta de que aquele era Sirius Black. O Sirius Black. Que passaria anos em Azkaban injustamente e morreria pouco depois. Mas o garoto ao seu lado tinha 17 anos, era bonito, cheio de vida e tinha um sorriso ridiculamente charmoso. Por um segundo, ela cogitou contar tudo o que sabia ao rapaz, mas afastou a ideia. Não podia alterar nada. Não que ele fosse acreditar se ela contasse que um de seus melhores amigos causaria tanto estrago, claro.

    Pensando em Sirius, nos avós de Abby, na família de Emma... Sarah estava tão distraída que nem percebeu quando chegaram ao sétimo andar.

    - E... É aqui que eu te deixo, Milady! - Sirius afirmou, num tom jocoso, logo que chegaram ao retrato da mulher gorda. O rapaz completou o gesto com uma reverência exagerada.

    Sarah riu, divertindo-se com os trejeitos meticulosamente exagerados dele.

    - Paddington - ela disse para o retrato da mulher gorda, que logo se inclinou para a frente.

    - Boa noite, Austrália! - Sirius acenou, girando sobre seus calcanhares. Antes que alcançasse o primeiro degrau para descer as escadas, a voz da menina o alcançou.

    - Você não vai pro seu dormitório?

    - Oh, não! - ele sorriu, brevemente - Eu estava a caminho da cozinha quando te encontrei. Te acompanhei só para te proteger dos fantasmas safados. - com uma piscadela, ele começou a descer as escadas. - Durma bem, Aussie! Te vejo na sexta!

    Sem entender a última parte da fala dele, a garota apenas riu, balançando a cabeça negativamente, e adentrou o salão comunal, subindo direto para os dormitórios (sentia que precisava desesperadamente de um banho e da sua cama).

    - Sarah, finalmente! - exclamou Mary, quando a garota adentrou o dormitório feminino com um "boa noite" tímido - já estava preocupada, o que aconteceu pra você passar do toque de recolher?

    - Obrigada pela preocupação, Mare, mas eu só... Me perdi pelo castelo. - aquilo fez com que a novata sorrisse. - Vou tomar um banho, sim?

    "Me perdi no castelo" Sarah sorriu, enquanto fechava a porta do banheiro distraidamente.

    A segunda-feira não foi tão ruim assim. E amanhã seria um novo dia - precisava lembrar de tentar mediar o conflito entre Abby e Emma, mas essa ideia não a deixou muito satisfeita. Com um pequeno grunhido, ligou o chuveiro, deixando que a água quente fizesse seu trabalho.

    .
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    Mensagem por Mary McDonald Seg Out 12, 2015 1:58 pm

    Naquela manhã de Quarta, Mary encarava o teto nublado do Salão Principal com ansiedade e quando avistou as corujas soltou uma exclamação de alívio “Finalmente!”. Uma das corujas da escola voou até ela e largou um pequeno pacote em seu colo e a garota agradeceu, dando-lhe um pedaço de pão.

    - O que é isso, Mary? – Alice perguntou, curiosa.

    Mary apenas sorriu:

    - Um presente pra um amigo. – olhou para o relógio – Eu preciso ir! – saiu correndo, deixando as amigas setimanistas confusas pra trás. Alcançou a sala de Runas Antigas em questão de minutos e ficou satisfeita ao ver que a pessoa que queria já estava lá. Regulus. Tinha se adiantado naquela manhã justamente de propósito para encontrá-lo sozinho pois sabia que ele era extremamente pontual.

    - Bom dia! – disse, ao sentar-se ao lado dele.

    - Dia. – o rapaz também sorriu. Estavam sozinhos na sala, então não precisavam se preocupar com olhares curiosos.

    - Trouxe um presente – cantarolou e entregou o pacote que recebera pra ele. O rapaz pegou o pacote e a encarou, confuso.

    - O que é isso?

    - Caneta esferográfica. Uma das melhores invenções trouxas. Pedi pro meu pai mandar depois daquele nosso encontro em Hogsmeade....enfim, vai mudar sua vida.

    Mary ajudou Regulus a abrir o pacote e riu ao ver o rapaz soltar uma exclamação ao ver a caneta.

    - Isso é melhor que uma pena?

    - Ah, mas com certeza. – puxou um pergaminho da mochila – Vai, experimenta.

    Regulus escreveu o próprio nome no pergaminho e ficou encarando a caneta, ainda meio abismado. Era, de fato, uma invenção interessante (admitia isso a contragosto pois era uma invenção trouxa).

    - Então... – ele pigarreou, após guardar a caneta. – Você vai na festa do Slughorn? – sabia que o professor não a havia convidado, mas ela podia ir como convidada de alguém. De um rapaz, quem sabe? (aquela ideia não o agradava).

    - Ah, sim. Lily me convenceu a ir com ela. – Mary deu de ombros ao responder – Mas nem quero demorar muito, tem a festa dos Marot.... – parou, ao notar o pequeno deslize.

    - Festa dos Marotos? – Regulus estreitou os olhos.

    - Bom...é. Toda vez que Slughorn faz uma das festinhas do Clube do Slug os Marotos fazem uma contra-festa. É bem legal porque as pessoas excluídas são as convidadas e.....

    - Ah, claro.- o rapaz a interrompeu, girando os olhos - Os Marotos. – seu tom era de desdém. Conhecia sobre a tal festa, óbvio, mesmo que ninguém da Sonserina fosse convidado (Hogwarts era pequena demais quando o assunto era fofoca). Sabia que Sirius e Potter eram convidados do professor Slughorn, então por que eles faziam questão de criar aquele evento ridículo? Era só pra sacanear o professor, óbvio. Que imaturos!

    Mary queria pegar a caneta que o rapaz havia guardado na mochila e furar o próprio olho. Por que tinha que ter tocado naquele assunto?

    - Mudança de assunto? – sorriu, meio constrangida e Regulus deu de ombros, ainda mau humorado pela menção do irmão e seus amigos patéticos. – Conseguiu fazer o último dever de Runas? Tem uma palavra que não consegui...

    - Você querendo colar em Runas, McDonnald? – Regulus sorriu.

    - Hey! Pois fique sabendo que... – Mary viu a postura do rapaz mudar e olhou para a porta da sala. Os demais alunos estavam chegando e ela sabia que agora teriam que manter a interação no mínimo (o pessoal de Hogwarts era bem fofoqueiro quando queria).

    No meio da aula, Mary sentiu o joelho de Regulus encostar no dela. Encarou o rapaz pelo canto do olho, o rosto vermelho e viu que ele estava super compenetrado, copiando o que Babblings falava sem se quer se dar conta daquele gesto.

    Por que diabos ela estava nervosa?

    A aula terminou e após guardar o próprio material, murmurou um “Até mais!” para o rapaz e saiu correndo dali.

    ***
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    Mensagem por Sirius Black Seg Out 12, 2015 3:04 pm

    Sirius encarava o teto da sua cama, pensativo. James andava pelo quarto lendo os tópicos que tinham organizado pra contra-festa na Sexta e ele apenas concordava, distraído (só pra satisfazer o amigo).

    Sua atenção estava toda voltada para seu último encontro com Sarah Cooper.

    *** FLASHBACK ***

    Sentia o estômago doer de tanto rir. Tinha acabado de inundar a sala de Filch, “sem querer” e as reações do zelador frente as peças que ele e os Marotos pregavam sempre o divertiam: Argus ficava com o rosto vermelho, xingava e saía correndo pra tentar pegar o culpado.

    Como estava sem capa da visibilidade de James, teve que usar a tática de sempre: sair correndo também. Dobrou um corredor e avistou um armário de vassoura...ótimo! Se preparou para se esconder lá (sua corrida havia lhe dado uma vantagem frente a Filch) quando viu Sarah dobrar o mesmo corredor. A puxou sem mais explicações e tampou a boca da garota com uma das mãos, adivinhando a reação da garota (gritar).

    O armário de vassouras era um belo lugar para um esconderijo....para uma pessoa apenas, claro. Sirius e Sarah estavam praticamente grudados um ao outro  (e o rapaz ainda tinha que ficar meio abaixado, por conta de sua altura)  e apesar de não se importar com aquilo, ele não conseguia se mover livremente. Foi com muito custo que ele convenceu a garota que ela não precisava gritar e que estava tudo bem (na medida do possível).

    Quando a barra ficou limpa, eles saíram dali e caminharam juntos em direção ao Salão Comunal.

    - Black, o que diabos está acontecendo? - Sirius a olhou por cima do ombro e sorriu, enigmático.

    - Filch está me procurando. Digamos que ele acha que eu sou o responsável por um... acidente no escritório dele – fez aspas com os dedos - Daí eu te vi no corredor e não podia deixar que você levasse detenção também. De nada! - Ele sorriu, piscando um olho para ela.

    - E por que eu levaria detenção? - Sarah encarava o rapaz incredulamente, as mãos tentando proteger uma pequena bola de pêlo rosa em seu braço.

    - Boa pergunta! O que você estava aprontando andando por aí depois do toque de recolher? - com um sorrisinho maldoso, ele adicionou: - Se agarrando por aí? – Claro que perguntava aquilo só pra provocar ela e não porque estava curioso pra saber a resposta.

    - Ha! Muito engraçado, Black. Mas ainda não passou do... – ela olhou para o relógio de pulso e arregalou os olhos ao ver a hora - Putz! – Putz? O que era aquilo? Uma expressão australiana, talvez?

    - Por nada! - ele sorriu e pôs as mãos no bolso - Então, Aussie... O que você estava falando, mesmo? Romance proibido? – okay, ele estava sim curioso pra saber a resposta para aquela pergunta. Queria saber porque logo ela, tão certinha como aparentava ser, estava por aí depois do horário permitido.

    Sentiu um calor no peito ao ver a garota soltar uma risada. Sim, finalmente.

    - Ahã! - ela disse, irônica -  Um caso sórdido com um fantasma. Mas, sabe, ele sugeriu um ménage com o Pirraça, então não acho que vá dar muito certo...

    Sirius riu abertamente, balançando a cabeça. Ela era divertida!

    Após alguns minutos de silêncio, alcançaram a entrada para o Salão Comunal da Grifinória.

    - E... É aqui que eu te deixo, Milady! -  fez uma reverência exagerada e ficou satisfeito ao ouvir a risada da garota. Ela, de fato, ficava bem mais bonita com um sorriso no rosto. E que sorriso...

    - Boa noite, Austrália – Sirius girou nos calcanhares. Estava faminto e decidiu que poderia passar na cozinha pra um lanchinho noturno.

    - Você não vai pro seu dormitório? – a voz da garota o alcançou antes que ele sumisse dali.

    - Oh, não! – sorriu  - Eu estava a caminho da cozinha quando te encontrei. Te acompanhei só para te proteger dos fantasmas safados. – completou, divertido. - Durma bem, Aussie! Te vejo na sexta! – e dizendo isso, se afastou.

    Durante sua viagem até as cozinhas, começou a cantarolar, feliz por conta daquele encontro inesperado.

    *** FLASHBACK ***


    Sim, Sirius havia ficado extremamente satisfeito com aquela breve interação. Cooper era um mistério para ele e ele adorava desvendá-la, aos poucos. Sempre se divertia ao interagir com a garota, também.

    - O que acha, Almofadinhas? – a voz de James o tirou de seus pensamentos.

    - O que eu acho do quê? – Sirius ergueu a cabeça do travesseiro para encarar o amigo. James bufou, impaciente. Havia notado que o amigo estava em outro mundo desde que começara a falar sobre a festa.

    - De você e o Rabicho irem até Hogsmeade pra comprar as bebidas pra Sexta?

    - Deixa comigo! – Sirius sentou-se na cama. – Álcool é comigo mesmo!

    - Alcoolatra. – James girou os olhos, jogando um travesseiro na direção do amigo.

    Alguns minutos depois, Sirius encontrava-se sentado em um dos sofás do Salão Comunal, a bolinha de pêlos que havia visto nos braços de Sarah na noite de Segunda em seu colo e Marlene McKinnon ao seu lado. Sentia-se culpado pois havia negligenciado a “namorada” o dia inteiro.

    - Que tal um passeio até a Torre de Astronomia? – ele passou o braço em volta do ombro dela. Marlene o encarou e sorriu de leve. Ela não era de ficar cobrando dele, mas atenção era sempre algo bem vindo.

    - Clichê! - ela fingiu indiferença. - Mas o cenário das estrelas é sempre bem vindo.

    Sirius riu.

    -Vamos observar as estrelas, com certeza. - o rosto da garota ficou vermelho com a insinuação e ele riu mais ainda. Parou de rir ao ver Sarah descer as escadas do dormitório. - Aussie! Sua bolinha de pêlos está me atacando. - apontou para o pufoso, que agora estava em seu ombro.

    A garota foi em direção ao casal e pegou o pufoso, evitando olhar para o casal.

    Sirius estranhou aquela reação.

    - Ahm...já deu um nome pra ele? Ou ela? - Sarah deu de ombros - Devia chamá-la de Sirius para sempre lembrar de mim...

    Marlene deu um tapa em seu braço, rindo.

    - Seu convencido! - esse era o bom de Marlene. Ela não se incomodava que o rapaz interagisse com outras garotas (pelo menos era o que ele achava). - Ignore ele, Cooper. Ele bateu a cabeça quando criança ou algo do tipo.

    - Hey! - Sirius empurrou a "namorada" de leve com o ombro, rindo.

    -Ah, bem...vou pensar no seu caso, Black. - Sarah deu de ombros e se afastou. Sirius franziu a testa, ainda estranhando todo aquele comportamento. Parecia que haviam voltado à estaca zero...

    -Então...o nosso passeio? - Marlene o cutucou.

    -Ah, claro, claro. Estrelas... - e se levantando, saiu do Salão Comunal de mãos dadas com a moça.


    Última edição por Sirius Black em Ter Out 13, 2015 2:27 am, editado 3 vez(es)
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    Mensagem por Sarah Nipps Seg Out 12, 2015 3:09 pm

    ***** POST DO RODOLPHUS *****


    Por alguma razão que Rodolphus desconhecia, Bellatrix tinha se tornado ainda mais exigente desde o teatrinho na segunda-feira de manhã, ficando frequentemente no calcanhar do moreno, atrás de respostas sobre a novata - talvez uma pequena parte dele desconfiasse de que os rumores sobre um berrador sendo entregue no dormitório feminino da sonserina fossem verdadeiros.

    Quando a quarta-feira à noite chegou, Bellatrix já o abordara - em corredores desertos e disfarçadamente em uma refeição ou outra umas quatro vezes, e em todas elas ele precisou acalmá-la dizendo que tinha um plano.

    O que era verdade.

    A ideia surgiu quando, mexendo em seu livro de poções, encontrou o característico envelope verde-musgo, que trazia o convite da mais nova reunião do professor Slughorn, esquecido ali desde que o recebera, na semana anterior. A festa do Slug era a ocasião perfeita: Emma não teria a desculpa de se esquivar de Bella - para todos os efeitos, eles estavam separados - e a garota poderia usar um evento social para se enturmar. Un plan parfait.

    O rapaz passou o dia todo o tempo livre esperando o momento certo de agir - aplicar o bote, como preferir. Após o jantar, viu Emma sair, e, mantendo certa distância, seguiu a garota. Eventualmente ficariam sozinhos, e eles poderiam conversar.

    Emma foi diretamente para a biblioteca, e Rodolphus esperou por alguns minutos até que julgasse oportuno se aproximar. Quando o setor em que a garota estava começou a esvaziar, ele se aproximou um pouco, ainda de forma silenciosa. Sacou a varinha, com um feitiço silencioso, conjurou uma pedaço de pergaminho, levitando-a em frente à garota por alguns segundos.

    Quando Emma levantou o olhar, tomou um susto. Se remexendo na cadeira, olhou ao redor, procurando a origem daquele pergaminho, mas não encontrou ninguém que parecesse ser a fonte. Respirando fundo, buscando um pouco de coragem, estirou a mão para alcançar o pergaminho. Estava desdobrando o papel quando uma voz masculina se aproximou, sussurrando em seu ouvido.

    - Tu ne peux pas refuser.

    Emma se assustou na cadeira, forçando contato visual com quem quer que estivesse falando com ela com tanta intimidade.

    Rodolphus sentiu os olhos cinzentos da menina encararem os seus, um misto de surpresa e indignação.

    - O que eu não posso recusar?

    O rapaz sorriu, confiante. Então a jovem Richmond falava francês? Seus instintos sobre as origens nobres da garota se confirmavam cada vez mais.

    - O meu convite - ele apontou para o pergaminho nas mãos da garota, que o desdobrou.

    Festa do Slughorn. Sexta-feira, às 19h

    A menina piscou os olhos algumas vezes, olhando para Rodolphus.

    - Eu achei que tivesse sido clara.

    - Oui, oui. Mas você deve saber que meu... Impedimento já foi resolvido.

    Emma parecia medir muito bem as palavras que usaria.

    - Eu não ousaria cruzar o caminho de Bellatrix, sobretudoagora - levantando-se, ela guardou seu livro rapidamente - E eu já tenho um convite.

    A menina se afastou, deixando o pergaminho de Rodolphus sobre a mesa.

    O rapaz mordeu seu lábio inferior, sem desgrudar os olhos da garota. Gostara da pequena diversão deles no outro dia, mas gostava ainda mais de um bom desafio. E seria mais fácil ainda se houvesse uma festa no meio.

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    Mensagem por Regulus Black Seg Out 12, 2015 4:42 pm

    Regulus fitou o reflexo no espelho por alguns segundos. Como era de se esperar, seus cabelos negros estavam perfeitamente alinhados, o brilho contrastando com a pele pálida. Sobrancelhas perfeitas complementavam os belos olhos cinzentos. Seu nariz, como todo o restante, era reto e perfeito. Até sua coluna e ombros compunham a perfeita postura.

    Para aquela noite, o rapaz escolhera a calça preta e um terno do mesmo tom, por cima de uma camisa branca. No bolso interno, sem perceber, ele havia colocado a caneta estereográfica que ganhara de sua mais nova e inesperada amiga. Desde que havia ganhado aquele singelo presente, Regulus o carregava para todo canto, como se fosse um pingente da sorte.

    Era mesmo inacreditável que os trouxas tivessem criado um objeto sem magia, tão mais útil que a pena e a tinta. Os Black aprenderam desde o berço que pessoas sem sangue puro são ruins, aberrações e que não mereciam seu lugar no mundo. Naquelas últimas semanas, o caçula de Walburga estava começando a ver aquelas pessoas de uma maneira diferente.

    Com um suspiro de resistência, o rapaz deixou o banheiro masculino em direção ao local combinado pelo professor de Poções. Ele normalmente odiava aqueles jantares, onde Slughorn exibia seus alunos troféus. Mas, assim como odiar trouxas, Walburga lhe ensinara a respeitar aqueles eventos sociais. Eles eram, afinal de contas, um meio de ter por perto os melhores, de sempre se aproximar de quem pudesse lhe trazer algum benefício. Apenas esperava que não fosse acabar tão tarde, pois havia treino de Quadribol marcado para o dia seguinte.

    Uma música baixinha tocava quando Regulus chegou. Vários alunos já estavam presentes, rodeando aqui e ali, conversando entre si em pequenos grupos. Alguns elfos domésticos circulavam com bandejas cheias de suco de abóbora e petiscos e ele imediatamente se lembrou da outra festa que acontecia clandestinamente no castelo naquele momento. Potter e Sirius certamente não serviriam suco de abóbora aos seus convidados.

    Ele pegou uma das taças e rodeou o salão, a procura de algum conhecido com que pudesse falar. Regulus poderia não ter muitos amigos, nem mesmo na própria casa, mas apesar de ser sempre discreto, dominava aqueles eventos sociais.

    Havia velas flutuando, protegidas por feitiços anti-incêndio, para que nenhuma delas encostasse nos tecidos finos e coloridos que cobriam as paredes. Slughorn havia se superado, de fato. Toda a sala estava iluminada e muito bem decorada. Havia uma mesa farta com comida, além dos petiscos que eram servidos pelos elfos domésticos.

    O professor estava preso em uma conversa com um de seus alunos, mas Black sabia que era questão de tempo até que ele viesse lhe encher de perguntas.

    Ele finalmente parou ao lado de Severus Snape, que como sempre, tinha a expressão fechada. O colega sonserino também vestia vestes negras, mas essas eram nitidamente mais baratas que as de Black. Regulus reparou que, sob os olhos castanhso do rapaz, haviam olheiras.

    Se havia alguém que Slughorn admirava além de Lily Evans, este alguém certamente era Snape. Seu pupilo em Poções. De modo que o rapaz, assim como Regulus, não podia escapar daquelas convenções sociais.

    Os dois conversavam brevemente sobre as dificuldades dos N.I.EM.s que Snape estava enfrentando quando o mais velho se calou. Os olhos estavam presos na entrada da sala, os lábios entreabertos, emudecido. Regulus franziu a testa e acompanhou o olhar até encontrar Lily Evans e Mary McDonald entrando na sala, sorrindo para alguns conhecidos próximos.

    Quem olhasse de longe poderia ver dois sonserinos mudos, com o olhar perdido. Apenas quem olhasse com mais atenção poderia perceber que cada um deles olhava para um objeto de atenção diferente.

    Era a primeira vez que Regulus via Mary tão... Arrumada? Bonita? Ele não sabia exatamente qual palavra usar para descrever, mas a grifinória estava, sim, diferente do que ele acostumara a ver.

    Seus cabelos estavam soltos e bem penteados, com uma faixa na cabeça, deixando-a tão delicada, com um ar de menina. Regulus engoliu em seco quando desceu a visão para o todo, se deparando com um decote. Por Salazar, até quando McDonald iria surpreendê-lo? Já não estava satisfeita em ser mestre de Runas Antigas, de ser... legal? Tinha que ser tão bonita também?

    Os lábios de Regulus finalmente se fecharam e ele piscou, voltando a realidade. Só então percebeu que tinha o rosto quente. Ele pigarreou, voltando sua atenção para Snape, apenas para ver que o rapaz havia repentinamente desaparecido, sem falar nada.

    Black ainda olhou em volta, esperando encontrar Severus, mas não havia mais vestígio do Sonserino por perto.

    Ao voltar a procurar as grifinórias, Regulus percebeu que Mary o encarava de volta. Pego de surpresa, ele ensaiou um sorriso, suavizando sua expressão. Havia sido tão espontâneo, que Regulus pareceu um menino comum, sem todo o peso de sua história lhe fazendo sombra. Ele ergueu a taça na direção de McDonald, sem se importar que estivesse em uma sala cheia de outros alunos.

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